Capítulo três: A formatura - passaporte para a vida adulta

Os próximos três dias correram tranqüilos, o pessoal estranhou no começo ver o novo grupo de amigas da Grifinória, mas aceitaram. Linda contou ao namorado sobre a gravide, e a reação dele foi a que a garota já esperava. Ele disse apenas duas palavrinhas: 'se vire!'. Mas ela não ligou muito. Tinha três ótimas amigas que a ajudaram muito. Linda seria a oradora a turma e teve que decorar o que iria falar. Claire e Sarah ficaram ensaiando quase o dia inteiro a coreografia da formatura, e Amy ficou lendo seu livro predileto, Romeu e Julieta. Finalmente o dia da formatura chegou! Nos dormitórios do sétimo ano era uma bagunça verdadeira. Vestidos e smokings espalhados por todo o local. Maquiagens, e poções alisantes, ou cacheadoras, também estavam espalhadas em todos os dormitórios femininos. Depois de horas se arrumando, os pares desceram e se encontraram para ir ao evento que declarava o fim de seus anos de estudantes. Amy foi com Thomas, Claire com um garoto da Lufa-Lufa, Linda com Andrew, e Sarah com seu namorado, da Corvinal. Antes de serem entregues os diplomas, as garotas apresentaram uma coreografia, e Linda fez seu discurso. Estava nervosa quando subiu ao palco. Suas pernas balançavam, e sua voz não saiu a primeira vez que abriu a boca. Viu que seu pai não estava lá, apenas sua mãe e sua irmã mais nova, que sorriram para a garota. Tomou coragem e começou a falar.

"Passamos anos muito bons aqui nessa escola, e que sabemos que ficarão eternamente em nossas mentes. Eu sei que nesse momento, o que define a palavra formatura, é: 'Adeus hogwarts, olá vida real', mas quero que saibam que..." Continuou falando, e emocionada, quase chorando completou seu discurso com algo que não estava escrito no papel, e sim em seu coração. "Encontraremos muitas pessoas em nossas vidas. Algumas dirão serem amigos, outras seus inimigos. Mas nem sempre isso é o certo. Alguns de seus "amigos" te deixarão na mão em situações difíceis, e alguns inimigos e alguns poucos amigos verdadeiros te ajudarão. Nunca ligue se você é o mais popular ou o mais idiota, pois isso um dia pode mudar. Nunca aja errado com as pessoas, nunca subestime ninguém, e especialmente, nunca faça nada que você ache errado, e os outros certo. Confie em você e em mais ninguém para os segredos mais íntimos. E essa frase vai para algumas pessoas que eu convivi minha vida inteira, mas que só fui notá-los agora..."Me ame quando eu menos merecer, pois é quando eu mais preciso!" Obrigada a todos, e para o pessoal do sétimo ano...PARABÉNS!!!"

Ela desceu do palco, todos a aplaudiram, menos suas ex-amigas e seu ex- namorado. Depois dos diplomas serem entregues, uma música começou a tocar, começava o baile! Antes mesmo da noite acabar, Thomas e Amy terminaram pacificamente, todos ficaram sabendo da gravidez de Linda e do jeito que seu namorado a tratou, o que lhe rendeu uma boa surra, mas a melhor parte, foi quando as populares rodearam Linda e começaram a zombar dela e querer dar uma lição na garota. Mas então, uma aluna da Corvinal as escutou, chamou mais algumas garotas, entre elas, Claire e Amy e depois de zombarem da cara delas e de as assustarem, saíram levando Linda junto, que tinha um sorriso de felicidade estampado no rosto. Foram dormir um pouco tarde, e no outro dia, acordaram cedo, pois o trem partiria de volt para Londres. Foi com uma enorme vontade de chorar que Amy deixou Hogwarts e ficou observando a paisagem durante a volta. Linda, como estava muito frágil, não agüentou e chorou a viagem inteira. Depois de descerem na plataforma 9 ¾ e se despedirem, cada um voltou triste para sua casa, e com promessas de que trocariam muitas correspondências. Na primeira semana realmente foi assim. Na Segunda, as cartas não foram enviadas todos os dias, e assim seguiu-se. Ao fim do mês, as cartas eram raras. Então, Amy teve uma idéia. Mandou uma carta à Claire, outra à da e a última à Sarah, convidando-as para passar uma semana em sua casa. Desceu as escadas para falar com a mãe logo em seguida, e a encontrou sentada no sofá com seu pai deitado em seu colo e os dois paparicando a barriga de quatro meses da mãe, que já era visível. De repente um ciúmes bateu nela, e aquele típico pensamento "será que eles também faziam isso quando minha mãe estava gravida de mim?", o que a fez dar meia volta e subir as escadas correndo e bater a porta do quarto. Amy jogou-se na cama e ficou pensando em tudo que aconteceu na sua vida e como isso aconteceu tão de repente. A viajem, as novas amizades, o fim do namoro, o bebê que seus pais iriam ter, a gravidez da amiga...Tudo era novo, diferente, assustador... Amy sabia que não iria agüentar muito tempo. Uma lágrima teimosa caiu pelo rosto de Amy, mas ela a enxugou rápida e rudemente. Na mesma hora, sua mãe bateu aporta do quarto.

"Filha...posso entrar?"

Amy não respondeu.

"Espero que você não esteja fazendo nada de errado, pois eu estou entrando." Hermione abriu a portado quarto devagar, adentrou o cômodo iluminado apenas pela luz da lua, e sentou-se na cama da filha. "Filha. Amy, meu amor, eu sei que deve estar sendo difícil pra você tudo isso. Eu sei como é, afinal, já tive sua idade, já estudei em Hogwarts, já tive um namoro terminado com um grande amigo, que por um acaso é seu padrinho..." Nessa hora, Amy levantou a cabeça, que estava abaixada, e olhou confusa para a mãe, que sorriu e resolveu explicar tudo para a filha. "Sim, eu e Ron namoramos durante o sétimo ano. Mas terminamos, amigavelmente, porque os dois sabiam que na verdade, eu gostava mesmo era do seu pai."

Flashback

"Hermione...eu preciso falar com você." Ron parou de fazer as tarefas e olhou pra namorada.

"Pode falar Ron."

"Hermione, pára de fazer essa maldita tarefa e me escuta!"

"Mas eu estou te escutando, eu só..."

"Está tudo acabado."

"O quê?!" Hermione levantou a cabeça assustada. "Como assim acabado?"

"Você não percebe? Já está tudo acabado faz um bom tempo! Nós quase nunca nos beijamos, quase nunca conversamos, você só vive pros estudos e pro Harry."

"Co-como assim, Ron?"

"H-A-R-R-Y. Entendeu? Hermiome, eu te amo." Ele segurou a mão dela "Mas você não me ama! Nós estamos vivendo um triangulo amoroso. Eu vejo o jeito que você e o Harry se provocam com os olhares, os gestos e talvez até palavras. Sei que seriam incapazes de me trair com algum contato físico, mas não agüento mais essa situação em que estou. Eu te amo, você ama o Harry e ele também te ama. Parece que tem alguém sobrando... Um é pouco, dois é bom, três...já é de mais." Ron beijou a mão de Hermione, que tinha a boca aberta de tão perplexa que estava, levantou-se e saiu da torre da Grifinória com as mãos nos bolsos. Hermione sabia que ele estava certo, não tinha como negar, estava apaixonada por Harry. Ninguém soube, mas naquele dia, Ron Weasley chorou como se fosse uma criança. Sabia que iria amar Hermione para sempre. Sabia que uma parte dela estaria sempre com ele.

Fim do Flashback

Depois do sétimo ano, eu fui para a França fazer intercambio, seu pai entrou na escola de aurors, eu entrei um ano depois que ele, nos casamos, e Ron foi para a Suécia tentar a sorte. E ele conseguiu!"

Já fazia um bom tempo que Rony estava morando na Suécia. Era uma país maravilhoso, muito bonito, e ótimo para se viver. O ruivo havia conseguido emprego num banco Bruxo, e por incrível que possa parecer, ele havia subido rápido de cargo, e estava ganhando bastante dinheiro. Dinheiro... Ron ainda não havia descoberto o quê fazer com todo aquele dinheiro. Aliás, ele não sabia nem o por quê de estar ganhando tudo aquilo, mas sentia que não tinha nada a não ser o emprego, então se dedicava bastante a ele.

Um dia, sua secretária entrou em sua sala, e lhe entregou a correspondêcia do dia, e nela havia uma carta de Harry. Ele não abriu a carta de imediato, não porque não estava curioso, mas porque talvez no fundo ele já soubesse o conteúdo dela.

Bom, depois de alguns dias ele recebeu outra carta de Harry e ele teve que abrir. Nela Harry perguntava o porque ele não respondia as suas cartas e contava que ele e Hermione estavam noivos, e iriam se casar, e se ele não gostaria de ser seu padrinho.

Rony ficou por longos minutos olhando a carta na mão, meio anestesiado. Harry e Hermione iriam se casar. E Harry queria que ELE fosse o padrinho...

O primeira reação do ruivo foi amassar a carta com a mão, e depois pegar pegar um pergaminho e começar a escrever que ele não iria participar daquele casamento de jeito nenhum. Mas então ele parou e olhou para a mão onde ele estava amassando o pergaminho. Encostou-se na cadeira, encostando sua cabeça nela, fechou os olhos e deu um longo suspiro. Ele não poderia fazer isso. Não poderia pois ele não via os amigos a longos anos, e sempre que eles lhe mandavam corujas, elas quase nunca tinham resposta. Ron era um homem muito ocupado, nem para a família ele tinha tempo de escrever... e depois nenhum dos dois sabia que ele ainda gostava de Hermione.

Então, ele amassou o pergaminho antigo, pegou um novo, e escreveu que ele não havia respondido por falta de tempo, mas que ele estava feliz pelos amigos e que claro que ele aceitava ser padrinho....

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Rony chegou na Inglaterra um dia antes do casamento, mas já com a volta programada assim que o casamento terminasse, mesmo porque ele não poderia ficar muito tempo longe do banco, e conseguir aqueles dias de folga havia sido muito difícil.

Ele ficou hospedado na Toca, na casa que seus pais ainda moravam, no seu antigo quarto, que felizmente não era mais laranja como antes. Não havia conversado muito com os membros da sua família, por mais que todos quisessem que ele contasse novidades, e quisessem saber como ele estava se saindo, Ron num tinha a mínima vontade de ter um momento "confraternização com a família". Ele queria ir para seu quarto e se preparar para o dia seguinte.

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Era uma manhã muito bonita. O céu estava azul, e sem nuvens e o Casamento aconteceria no final da tarde a pedido da noiva. Seria um casamento trouxa, afinal, esse sempre foi o sonho de Mione, casar na Igreja... Ron sabia disso, pois, Hermione disso isso incontáveis vezes a ele. Eles até chegaram no começo a planejar um futuro casamento.... um futuro casamento que aconteceria com Harry.

Rony caminhava pelo jardim da Toca, com as mãos nos bolsos, relembrando os tempos de Hogwarts, o tempo que namorou Hermione, quando terminaram, quando ela começou a namorar Harry, a guerra... Tudo passava como um flash bem rápido na sua cabeça. Participar desse casamento, seria a coisa mais difícil que ele já fizera. ------------------------------------------#####----------------------------- -

Ron não havia conseguido encontrar com Harry, até chegar na Igreja. Quando viu, o amigo, sorriu e foi em sua direção.

-Rony!-Harry diz abraçando o amigo.- Eu fico muito feliz que você tenha aceitado o convite para ser meu padrinho. -Eu não perderia esse momento por nada Harry.- Rony diz sorrindo, mas seu tom de voz era monotono. -Quanto tempo você vai ficar aqui na Inglaterra? -Bom, eu volto para a Suécia, hoje a noite. -Hoje a noite?- Harry diz surpreso.-Então você não vai ficar para a festa? -Não vou ficar até o final.-Ele viu a cara de indgnado que Harry estava fazendo, mas não o deixou falar nada.-Eu não posso Harry, realmente não posso, na verdade, eu nem deveria estar aqui, eu tenho uma reunião importantíssima amanhã de manhã. Eu logicamente não perdeira seu casamento, mas eu não posso ficar fora por muito tempo.

Harry apenas riu, e disse: -É eu as vezes me esqueço que agora você é um homem de negócios, um cara importante, sem tempo...-Harry diz com a voz levemente chateada.-Rony, olhe, aqui estão as alianças, -Harry diz entregando as alianças para o amigo.-Eu gostaria que você falasse com Hermione, mas não estão me deixando nem chegar perto da sacristia. Mas eu acho que não irão fazer a mesma coisa com você.

Ver Hermione vestida de noiva era a última coisa que Rony queria. Ele ainda não tinha muita certeza de qual seria sua reação ao vê-la com o vestido branco, toda arrumada para um casamento que não seria com ele. Num tom muito educado, que soou até estranho ele diz:

-Claro, eu estou indo lá.

Harry sorriu e disse:

-Se me der licença, Sirius chegou, e eu preciso falar com ele, mais tarde a gente conversa. -Tudo bem.

Mas Rony não se moveu para ir até a Sacristia. Ele ficou parado ali, esperando tudo começar, desejando que fosse o mais rápido possível.

Quando a marcha nupcial começou a tocar, e as portas da Igreja se abriram, Rony prendeu a respiração por alguns segundos. Hermione estava linda. Não, linda não, ela estava maravilhosa, ele nunca a vira tão bonita antes. Estava de mão dadas com o pai, e sorria a todos. Quando ela viu o ruivo, sorriu ainda mais feliz, e Ron teve vontade de sumir, e ele tinha certeza que suas orelhas tinham ficado vermelhas.

Se perguntassem a alguém como havia sido a cerimônia, todos diriam que havia sido linda. Todos menos Rony. Ele com certeza diria que havia sido triste. Muito triste.

A festa então, estava muito boa, tinha muita comida, bebida, o salão estava lindo, havia fotos do Casal por todos os lados, o que fez Rony tentar desesperadamente procurar um local onde não visse nenhuma delas, mas isso era uma coisa praticamente impossível.

Ele realmente não ficou muito tempo, na verdade ele saiu no meio do jantar, apenas se despedindo da sua família. Ele até queria Ter se despedido de Harry, mas além de estar praticamente impossível chegar perto deles, Hermione estava junto, e ele realmente não queria falar com ela.

Dois dias depois, ele recebeu uma carta de Harry, perguntando o porque ele havia ido embora sem se despedir, e que Hermione havia ficado chateada, pois ele não tinha ido falar com ela, enfim, falando da lua-de-mel, e Rony nem terminou de ler o pergaminho, deixando-o esquecido por alguns dias. Ele teria q responder alguma coisa, mas no momento, a única coisa q ele queria era esquecer que tinha ido nesse casamento.

"Uau...não sei nem o que falar." Amy estava surpresa. "Aliás...sei sim... Eu convidei umas amigas para virem aqui, se a senhora não se importa."

"Claro que não! E eu posso conversar com aquela sua amiga...aquela que também está grávida. Como é mesmo o nome dela?"

"Linda. Sim, acredito que ela virá. Ela, a Sarah e a Claire."

"Eu gosto bastante da Claire. Ela é simpática. Uma boa influencia para você."

Amy fez uma careta ao olhar a mãe e as duas riram. A amizade que existia entre Hermione e Amy voltara a vida. As duas continuaram conversando um bom tempo até dormirem juntas (no bom sentido pessoal!!!) com uma panela de brigadeiro no quarto, como grandes amigas fazem.

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Alguns dias se passaram, e o dia combinado para as amigas se encontrarem chegou. Amy esperava ansiosa a campainha tocar. Harry ainda não havia chego do trabalho e Hermione estava na cozinha preparando um lanche para as garotas. Três minutos após o combinado, Claire tocou a campainha. Como ela e Amy se conheciam desde crianças, ela sabia quem era. Abriu a porta sorridente para Claire, e antes de se abraçarem, disseram ao mesmo tempo "Um é pouco, dois é bom, três é melhor ainda!". Logo em seguida chegaram Linda e Sarah juntas. Depois de se cumprimentarem, as quatro entraram, Hermione saiu da cozinha e foi cumprimentar as garotas.

"Olá Claire" Hermione abraçou Claire.

"Olá senhora Potter!" Claire retribuiu o abraço.

"Olá...hum...como é seu nome, lindinha?" perguntou Hermione à Sarah.

"Sarah, senhora Potter." Respondeu estendendo a mão, a qual Hermione apertou gentilmente.

"E você deve ser a Lynda, não?"

"Sim, sou eu. Sua barriga está linda, senhora Potter!"

"Obrigada querida, a sua também!" As duas se abraçaram como velhas conhecidas, e Amy olhou espantada para as duas.

"Venham, eu preparei um lanche para vocês. Preciso sair agora, mas antes, Lynda, você já sabe o que é o seu bebê?"

"É uma menina, senhora Potter. E o seu?"

"O médico disse que provavelmente é um menino, mas ele não tem certeza. Ainda estou de quatro meses e você?"

"Estou de cinco."

"Ah, sim... bom, agora eu realmente preciso ir. Amy, por favor, pegue aquelas roupinhas cor-de-rosa que eu havia comprado pro seu irmãozinho e as dê de presente para Lynda." Esta fez uma cara de que iria recusar. "E não faça essa cara! É um presente meu para a sua menina! Beijos, garotas."

Hermione pegou sua bolsa, calçou as sandálias e desaparatou. "Não reparem...minha mãe é meio louquinha. Ela pensa que ainda tem 20 anos."

As quatro sentaram na mesa e começaram a comer o lanche. Depois, ficaram conversando um pouco.

"Lynda, então, como vai indo com sua tia?"

"Urgh...nem me lembre! Ela é um saco, a loja dela é um saco, a casa dela é um saco, a comida dela é um saco, e o bafo dela é pior do que o daquele professor de animagia...sabe aquele do sétimo ano?" Todas riram. "Eu estou guardando todo o dinheiro pra quando o bebê nascer, eu sair de lá."

"E pra onde você vai?" perguntou Claire.

"Sei lá...eu vou arranjar um novo emprego, já estou até procurando, depois é só procurar no jornal, e..."

"Já sei!" exclamou Claire "Bom, meu pai tem uma oficina mecânica, e a pessoa que cuidava da contabilidade saiu. Você não disse que sabia mexer um pouco com isso pois havia feito um curso no verão passado?"

"Sim." Respondeu Lynda um pouco animada

"Então...eu posso falar com papai. Você trabalhou para sua tia por esse tempo administrando a loja, não?"

"Sim" Lynda se animara um pouco mais.

"Perfeito! Amy, posso usar o telefone rapidinho?"

"Claro, Claire!"

A garota se levantou correndo da mesa e foi pegar o telefone. Enquanto Claire falava com seu pai, as garotas ficavam fazendo mais planos para Lynda.

"...depois você vai falar pra sua tia que não agüenta mais ela e sair daquele lugar!"

"E depois eu caio da cama e acordo, Amy! Olhe para a cara da Claire!"

Claire estava parada na porta com a cabeça baixa e os olhos parecendo tristes.

"Então...o que seu pai disse?" perguntou Sarah.

Claire levantou a cabeça, sorriu e gritou alegremente "Ele aceitou!!!"

Depois de comemorarem, Claire explicou a Lynda sobre o trabalho, as condições que seu pai impunha, e o dia que ele marcara uma entrevista.

O dia correu bem, elas alugaram um filme, comeram pipoca, jogaram baralho e depois foram dormir. Por mais que o quarto de Amy fosse grande, ele ainda ficou um pouco sem espaço ao abrigar as quatro.

A semana passou rapidamente, mas as garotas puderam curtir bastante, e matar a saudades. Lynda iria passar o natal junto a Amy, e elas esperavam que até lá, o bebê nascesse.

Enquanto Amy curtia o verão com as amigas, Ron tentava ao máximo fazer com que o quarto de Amy parecesse bem aconchegante, assim como o resto da casa. O quarto da afilhada parecia o de uma princesa, desde o papel de parede até a cama de dossel dourada com um enorme e macio colchão de penas de ganso. Ele estava preocupado com o que iria dizer, como iria agir, se ela iria gostar da casa, do país...dele. Ele e Amy não se viam há muitos anos, e Ron tinha medo da reação da garota. Ao mesmo tempo em que estava curioso para saber como a garota estava, como ela era, e saber o que ela achava dele. Jogou-se em sua cama e suspirou. Amaldiçoava-se internamente por ter perdido o contato com Amy. Por não tê-la visitado todos esses anos. Não sabia como, ou porquê, mas estava com um mau pressentimento quanto ao seu primeiro encontro com Amy. Ao pensar isso Ron riu. Parecia até que estava falando sobre uma namorada arranjada, e era só sua "sobrinha". O que Ron não sabia, é que aquela situação engraçada, viria a calhar no futuro. Apalpou a cama até encontrar o controle do rádio e ligá-lo. Tocava uma ótima música, a qual adorava, pois o fazia lembrar do que mais amou na vida: Hermione. Poderia parecer ironia, mas a filha da mulher que ele amou mais que a própria vida iria passar um ano em sua casa e ele tinha medo de se apaixonar perdidamente por ela. Uma lágrima caiu do rosto de Ron, que limpou rápida e bruscamente. Não gostava de chorar, e não iria chorar. Hermione agora era passado, um passado bem distante.