Capitulo quatro - O nascimento

Setembro passou rápido, assim como outubro e novembro. De repente, já era dezembro, e Amy ficava cada vez mais apreensiva em relação à viagem. Estava assistindo TV com a mãe, que estava deitada no sofá e tinha os pés em cima de várias almofadas, pois a barriga estava enorme e seus pés inchavam. De repente, o telefone tocou.

"Filha, por favor, atende pra mim, e se alguém quiser falar comigo, diga que estou dormindo."

"Está bem." Amy foi atender o telefone "Alô?"

"Amy? Aqui é Sarah. Preste atenção, vem agora pro hospital, a Lynda entrou em trabalho de parto. A mãe dela está aqui, eu estou aqui, mas ela quer ver você."

"Ok, mas...é inaquele/i hospital?"

"Sim."

"Tá. Te vejo mais tarde." Amy desligou o telefone. "Mamãe, parece que não vai dar pra esperar até o Natal. A Lynda está tendo bebê, e....eu acho que vou para o hospital."

"Está bem, querida. Fique do lado dela, e leve também um presente. Pode pegar dinheiro na minha bolsa. Diga que mandei lembranças."

"Okay..." Amy riu...a mãe parecia tão liberal, tão calma, tão sossegada consigo mesma, que Amy a admirava por isso. No instante seguinte Amy não estava mais na sala. Havia aparatado para o hospital. Subiu até a maternidade e lá encontrou a mãe de Lynda e Sarah.

"Onde está ela?" perguntou

"Estão fazendo alguns exames nela, vendo dilatação e tudo mais." Respondeu Sarah.

Depois de quinze minutos, uma enfermeira chamou as três.

"Muito bem, a pedido da paciente, as três entrarão no quarto, mas apenas uma pessoa pode ficar no quarto." Falou rispidamente.

"Podemos deixar ela decidir quem vai ficar no quarto?" perguntou Amy, que já estava ficando irritada com aquela enfermeira mau-educada.

"Acompanhem-me" Disse a enfermeira.

Sarah, Amy e a mãe de Lynda entraram no quarto

"Bom, eu não sei quem vai ficar no quarto mas...seja quem for...AAAAIIIIII...por favor, me dê a mão. Isso dói muito!"

"Hum...eu não gosto de sangue." Disse Amy.

"Eu não conseguiria ver minha filha sofrer. Iria chorar junto com ela!" explicou-se Tamara, a mãe de Lynda.

"Nesse caso, eu fico." Decidiu Sarah.

"Não, ieu/i fico!" uma voz de homem soou em direção a porta.

"E quem é você?" perguntou a enfermeira.

"O pai."

"O desgraçado que me engravidou e me....ahhhhhhhhh....abandonou."

"Com, se o pai está aqui, ele que deve ficar junto."

"Mas...e eu?" perguntou Sarah.

"Você é alguma coisa dela, por acaso?" Perguntou a enfermeira impaciente.

"Se você quer saber mesmo...eu sou. Mas isso não é da sua conta, e se a minha amiga quiser que eu fique aqui, eu vou ficar! Lynda, você quer que eu fique?" perguntou dirigindo-se a amiga.

"Sarah, eu quero...preciso de você aqui!Agora desse..aaaaiiiii...idiota, aaaahhh, eu não preciso!"

"Lynda, eu sei que eu fui um idiota e vou me culpar pro resto da vida por isso. Mas eu acompanhava cada passo seu na gravidez. Passava todos os dias em frente a loja da sua tia com o rosto transfigurado, seguia cada passo seu, te acompanhava em todos os lugares....Eu sei que você foi na casa da Potter, na casa da Sarah, sei que você arranjou um novo emprego naquela loja de ferragens ou sei lá o que, e tudo que eu peço, é que eu possa acompanhar o nascimento do meu filho e amá-lo. Sabe Lynda, eu cresci!"

Lynda concordou muito a contragosto, e Amy e Tamara saíram do quarto.

Sarah e Bruce seguraram as mãos de Lynda e trocaram olhares de ódio, mas decidiram não se xingar e ajudar Lynda.

Como mágica, uma hora depois, os gritos de Lynda cessaram e um choro de bebê inundou a sala e a maternidade, a qual estava totalmente vazia.

Lynda, Sarah e Bruce choravam ao ver aquele pequeno milagre. Era um menino. Um lindo menino, e os três decidiram pôr o nome de Daniel. Aquilo era uma glória, um milagre, uma benção, e qualquer rivalidade antes existente, acabara ali. Aquele pequeno ser uniu os três inseparáveis amigos, a amizade que surgira no primeiro ano e que, mesmo depois de tantos obstáculos, continuou firme. Eles não eram mais aquelas inocentes crianças, já eram adultos, e sabiam que a vida havia preparado difíceis situações, mas estavam dispostos a enfrentá-las OS TRÊS JUNTOS.