12. Branco e Preto

Quando Laurel e Snape entraram no Salão Principal, todos já estavam sentados em suas mesas e comendo. De repente Snape parou, petrificado. Laurel seguiu o olhar dele e viu um rosto familiar sentando à mesa principal, sorrindo para ela.

"Remo!"

Ao lado de Lupin, estava sentado um homem que ela nunca havia visto antes. Dumbledore acenou para que eles se sentassem. Eles ainda não estavam nem perto de terminar o prato principal quando os outros estavam acabando de comer a sobremesa. Os pratos dourados se limparam, mas Snape conseguiu agarrar um pedaço de bolo de chocolate antes que todas as coisas deliciosas desaparecessem. Ele cortou o bolo em dois pedaços e passou uma das metades para Laurel. Quando ele viu Lupin dando um sorriso maroto, ele murmurou algo vil.

Dumbledore se levantou e bateu as palmas para chamar a atenção dos alunos.

"Antes que todos voltem para as salas comunais, eu gostaria de introduzir dois novos professores. Muitos de vocês já conhecem o Professor Lupin. Ele foi gentil em aceitar retornar a Hogwarts e tomar sua antiga posição como professor de Defesa Contra Artes das Trevas."

Laurel deixou os olhos rodarem pelo salão e viu como os Sonserinos levantaram as cabeças ao mesmo tempo.

"Mas ele é um Lobisomem!" Alguém reclamou em voz alta.

Dumbledore balançou a cabeça positivamente e respondeu a todos os alunos.

"Professor Lupin realmente é um Lobisomem. Mas ele é registrado no Ministério e eu não duvido que sua experiência em primeira-mão em Artes das Trevas só pode ser uma vantagem." Ele não sorria mais, mas parecia sério. "Se a... situação dele não é um problema para Hogwarts, não deveria ser um problema para você... Sr. Malfoy."

Draco Malfoy corou e evitou o olhar do diretor.

Dumbledore limpou a garganta. "Eu também gostaria de apresentar o Professor. ah. White."

Laurel ouviu Snape bufar.

"Professor White está em Hogwarts para fazer uma pesquisa em nossos arquivos, mas concordou em ensinar uma turma eletiva sobre Animagia para aqueles que tiverem interesse nessa difícil matéria. Vocês podem se inscrever para essas aulas com a Professora McGonagall amanhã de manhã."

Laurel se virou para olhar para White. Ele tinha uma expressão aberta e um rosto que não atraía nenhuma atenção. Quando ela virou o rosto, ela não conseguia lembrar de nenhum traço particular dele. Ela tentou novamente, e ainda assim não conseguia descrever o rosto dele.

"Interessante" ela pensou. "Ele seria o espião perfeito."

Dumbledore olhou para os alunos por um momento, seus olhos azuis imperiosos e gentis ao mesmo tempo. "Os monitores irão guiá-los até suas salas comunais. Boa noite para todos. Professores, reunião na sala dos professores."

Dez minutos depois, a sala dos professores estava cheia - e em guerra.

Laurel pegou uma cadeira perto da lareira e observava, espantada, como Snape e o bruxo que Dumbledore havia introduzido como Professor White ameaçavam um ao outro com palavras baixas e olhares maliciosos.

Serene estava parada ao lado da janela, aparentemente tentando manter a maior distância possível entre ela e Lupin. McGonagall e Flitwick estavam sentados à mesa, franzindo as sobrancelhas, enquanto os professores Trelawney, Sinistra e Sprout se mantinham perto da porta, com certeza para sair rapidamente se as coisas saíssem do controle. Apenas Hagrid e Dumbledore pareciam calmos.

Remo Lupin tentou acalmar os dois bruxos.

"Severus, Sirius, parem com isso! Me escutem!"

Snape cortou o colega, furioso. "Esse não é problema seu, Lupin!"

"Cala a boca, Remo, e saia do meu caminho!" Professor White rosnou.

Quando ela olhou para a face dele, Laurel esqueceu de respirar. Não havia mais aquela face sem marcas... esse era um rosto difícil de esquecer. Olhos brilhantes de raiva, um rosto que já fora belo e agora mostrava traços de tempos difíceis e cansaço.

Ele ainda estava gritando com Severus e Snape respondia com fúria, Laurel nunca havia passado por isso antes. Oh, claro que ela já havia visto ele vil, sarcástico, amaldiçoando e espreitado as masmorras como um morcego malicioso. Mas isso era pior. Isso não era apenas fúria, mas ódio. E o olhar de White não mostrava menos.

"Severus. Sirius."

A voz de Dumbledore não era mais do que um sussurro, mas fez com que os dois bruxos parassem de brigar na mesma hora. O diretor olhou para eles de cima a baixo e balançou a cabeça negativamente, como se mostrasse aos seus alunos o seu desapontamento.

"Eu sugiro a todos para se sentarem-se."

Ele se sentou na cabeceira da mesa. Snape e White, carrancudos, seguiram o exemplo e também se sentaram, mas em lados opostos da mesa.

Laurel puxou sua cadeira para o lado de Snape e tocou a mão dele por debaixo da mesa. "O que foi isso?" ela sussurrou.

Ele ainda estava branco de raiva, as bochechas dele fervendo. "Black" ele murmurou. "O bastardo está de volta."

Dumbledore limpou os óculos e colocou a varinha de volta no bolso.

"Primeiramente, Sirius, peço desculpas por não ter conseguido pensar em um nome mais original."

White deu de ombros. "Não é isso que me incomoda, Diretor."

"Eu entendi. De qualquer maneira, o Feitiço Incógnito parece funcionar. Fora dessa sala e do meu escritório, ninguém irá te reconhecer. Eu duvido até mesmo que Harry consiga. Você pode falar para ele, claro, mas ele precisa manter silêncio sobre sua verdadeira identidade."

"Então ele vai ficar?" A voz de Snape estava rouca com fúria contida.

"Inimizade é um luxo que nós não podemos ter em momentos como esse, Severus. Eu já pedi para vocês dois antes, e eu peço agora novamente: Esqueçam o passado e trabalhem juntos pelo futuro - ou não haverá futuro."

White - ou Black, como Snape o havia chamado - parou estupefato. "Ele quase me entregou para os Dementadores!"

"E você tentou fazer com que Lupin me matasse!"

"Você é um maldito Comensal, Snape!" Sirius agarrou a manga de Snape e a rasgou. A marca negra aparecia claramente contra a pele pálida, embora Laurel a tenha visto muito mais vividamente no dia que Severus tinha sido chamado. "Todos vocês podem ver? Essa é marca de Voldemort! Isso vale tanto quanto uma confissão."

Serene pulou e saiu correndo da sala, ambas as mãos prensadas contra suas têmporas. A professora Sprout cotovelou Sybill Trelawney, e a professora de Adivinhação foi atrás da sua assistente.

Os olhos de Snape estavam em chamas. Ele olhou para o próprio braço e não disse nada.

Para surpresa de muitos, não foi Dumbledore quem foi em defesa de Snape, mas sim Remo Lupin.

"Eu lembro claramente do dia que todos pensaram que você era o culpado da morte de James e Lilly, Sirius. Muitos disseram que sua presença em Godrics Hollow valia tanto quanto uma confissão."

"Você não entende, Remo? Ele não é mais um simples Sonserino pegajoso e sorrateiro. Ele é um COMENSAL. Ele vai entregar todos nós ao inimigo!"

"Bem, até onde eu me lembro, é você quem entrega os inocentes, não é Black?" Respondeu Snape com uma frieza mortal.

Dumbledore tossiu e ambos os homens olharam para o chão, como dois alunos. Laurel sempre pensara que o diretor era um homem sábio e gentil, mesmo que estranho algumas vezes. Mas dia após dia, ficava claro que havia uma mente superior e enrijecida atrás daqueles olhos azuis-claros.

Minerva McGonagall limpou a garganta sem jeito, para quebrar o silêncio.

"Albus, para que essa reunião?"

Dumbledore estalou os dedos. "Ah, a voz da razão. Mas na verdade essa reunião é sobre exatamente isso que aconteceu. Encarem, garotos. Você, Remo, é um Lobisomem. Você, Sirius, ainda é procurado pela morte de vários passantes inocentes e dos Potter. Severus é um Comensal, como todos já sabemos. Se eu confio em um de vocês. Confio em todos vocês. Vocês três estarão trabalhando juntos em Hogwarts nos próximos meses, e eu acho melhor vocês arranjarem uma maneira de conviverem civilizadamente." Com um manejo da varinha ele conjurou uma travessa de Chá e uma garrafa de Conhaque. "E agora que, genuinamente, já assustamos a Srta. Kennedy, causamos uma inconveniência para a professora Trelawney e divertimos a Srta. Hunter," ele lançou um sorriso para Laurel, "nós podemos tomar uma agradável xícara de chá e irmos dormir."

Ninguém ficou na sala dos professores até muito tarde, naquele dia. Lupin se desculpou e saiu minutos depois com a necessidade urgente de tomar sua poção. McGonagall e Sinistra foram patrulhar os corredores que ligavam a Corvinal com a Grifinória para impedir Miles Harrington e Lavender Brown de fugirem no meio da noite para se encontrarem. Sirius Black e Flitwick estavam sentados em um canto, jogando uma partida de xadrez, sem sequer dizer uma palavra.

Laurel cumprimentou Dumbledore e se levantou. "Boa noite para todos."

Snape saiu com ela.

Quando eles passaram pelo Salão Principal, ela começou a ter problemas para continuar a seguir as longas passadas e segurou o braço dele. "Espere, Severus!"

Ele se virou para ela, os olhos ainda em chamas. "Eu realmente não quero falar sobre isso, Laurel. Eu posso te animar sempre que eu puder, mas agora não é o momento."

Ela olhou para ele, os braços caídos ao lado do corpo. "O que você quer dizer com isso?"

"Você acredita em palavras. Você acha que elas podem curar. Bem, eu acredito que elas só machucam. E eu não estou a fim de mais dor essa noite." Ele cerrou os dentes. "E eu tenho que ir para Hogsmeade pegar uma entrega com prazo de validade."

"Eu poderia esperar acordada no meu quarto. Talvez você queria passar por lá mais tarde?"

O rosto dele ficou frio. "Não."

"Então você fica sozinho, novamente?"

Em vez de uma resposta, Laurel recebeu um olhar mortal e um esvoaçar do robe preto dele. O mestre de Poções tinha ido. Ela estava sozinha no Salão Principal e tinha a indistinguível sensação de que o Barão Sangrento estava rindo dela.

* * *

No café da manhã, Severus lançou a Laurel um olhar estranho - um olhar que ela teria achado inseguro e culpado se fosse dado por qualquer outro homem. Mas Snape nunca foi nenhum dos dois, então ela o ignorou pelo resto da refeição. Ela não iria entrar em jogos, mas ela ainda estava confusa e furiosa com o que tinha acontecido na noite anterior, e queria mais uma explicação do que desculpas.

Quando Dumbledore se levantou, Snape empurrou a cadeira para trás, pegou o braço de Laurel e começou a arrastá-la do salão. "Preciso te mostrar algo."

Ela parou e acabou de engolir o último pedaço de bolo de canela. "Me mostre aqui. Eu ainda não tinha terminado."

"Está na sala de poção. Eu preciso dos seus conselhos."

"Eu pensei que você tivesse deixado bem claro que não precisava dos meus conselhos."

Ele respirou fundo. "Eu sinto muito."

"Só isso?"

"Só isso. Pegue ou largue."

Ele esfregou o antebraço sem nem perceber. Laurel o observou cuidadosamente, mas aparentemente, dessa vez a dor não anunciava um chamado de Voldemort. Ela desistiu e o seguiu para as masmorras. Afinal ele disse que sentia muito. Não era muito, mas vindo dele, era bastante.

"Então, o que você quer me mostrar? Não é mais Raízes de Gengibre, né?"

"Não, elas ainda estão fermentando." Ele destrancou a porta e apontou para a sua mesa. "Eu não sei o que fazer com... isso."

Ansiosa para descobrir o que causou esse grito por ajuda ela olhou para a caixa de papelão em cima da mesa.

"Um gatinho?"

Ele suspirou e bateu de leve na caixa, sobrancelhas franzidas. "Eu o achei ontem à noite em Hogsmeade. Estava deitado na lama, do lado de fora da Honeydukes. Primeiro pensei que ele estivesse morto, mas ele se mexeu. Eu tentei entregá-lo ao Honeyduke, mas ele recusou com veemência. Disse que já tinha um gato e que não precisava de outro."

Laurel pegou a pequena bola de pêlos. Ele não era maior que uma bola de tênis e estava em péssimo estado. A pelagem estava coberta de lama seca, o pequeno corpo esquelético. Ele acabava de atingir a idade de abrir os olhos. "Ele deve estar faminto. Você o alimentou?"

Snape balançou a cabeça. "Ele não bebe nada."

Ele mostrou a pequena tigela de leite para ela.

"Ele é muito pequeno para beber da tigela."

"Como eu podia saber? Você consegue fazer ele beber?"

"Bem, você sempre pode ameaçar retirar pontos dele se ele não obedecer."

"Muito engraçado, Laurel." Snape disse rispidamente.

Laurel olhou para ele. "O grande Mestre de Poções mau está preocupado com um gatinho?"

"Você saber perfeitamente bem que eu não quero que essa... criatura miserável morra. Pelo menos não na minha mesa. Faça algo!"

"Se importa se eu estragar uma das suas luvas?"

Ele deu de ombros. "À vontade."

Laurel escolheu uma luva feita de uma fina camada de pele de peixe emborrachada. Cuidadosamente ela colocou o leite dentro da luva até que o dedão estivesse cheio.

Snape a observava com curiosidade. "Ah, entendo. Você acha que ele vai sugar isso?"

"Vale a pena tentar, não?" Ela pegou uma pequena faca. "Eu vou furar a luva agora. Você tem que segurar o gatinho perto da abertura. E afagar a barriga dele."

Snape olhou para baixo, para a bola de pêlo em sua mesa. "Me deixe segurar a luva, e você segura ele."

"De jeito nenhum" Laurel disse. "É só um bebê. Ele não vai te morder."

O gatinho era pequeno o suficiente para caber na palma da mão de Severus, e ficou sentado lá, miando piedosamente. Quando sentiu o cheiro de leite, ele levantou a cabeça miúda, procurando pela fonte.

"Se você afagar a barriga dele, ele vai beber," Laurel disse urgentemente.

Snape olhou para o gatinho, sem se mexer.

"Severus?"

Ele balançou a cabeça. "Como?" ele disse suavemente.

Laurel trocou a luva para sua mão esquerda e gentilmente pegou o dedo de Snape. Guiando-o até a barriga do gatinho, fazendo pequenos círculos. O gatinho começou a sugar com vontade. A mão de Laurel nunca parou de se mexer. Era estranhamente erótico, guiar o dedo de Severus, fazer com que ele seguisse os movimentos dela sem resistência.

"Viu" ela murmurou. "É fácil."

Ele olhou para os olhos dela, os próprios olhos com um fogo negro, o rosto corando levemente. A respiração dele aumentou o ritmo enquanto ela fazia com que ele continuasse a afagar o gatinho até que ele estava dormindo na palma da sua mão. Então Laurel largou a mão dele e colocou a luva vazia de volta na mesa.

Snape gentilmente tocou o braço dela. "Me deixe praticar mais uma vez."

Ele afagou as costas da mão dela, calmamente, desenhando círculos até que ela mordeu os lábios.

"Eu não sabia como fazer isso" ele disse sincero. "Obrigado por me mostrar."

Laurel segurou um gemido. "Severus..."

"Professor Snape?"

Ambos pularam, acordando o gatinho que miou alto.

Neville Longbottom parou no meio da sala, o rosto branco de medo.

"Eu... você me disse para chegar mais cedo hoje... para limpar o caldeirão que eu destruí ontem."

Snape deu um sorriso de escárnio. "Eu acredito que seu caldeirão está pior do que isso, Sr. Longbottom. Talvez eles pudessem usar você no Departamento de Defesa Mágica. Até agora você destruiu todos os equipamentos dessa sala. Esse era um caldeirão fortificado, e você o destruiu em uma hora!"

Laurel pisou com força no pé dele e viu, com satisfação, como ele tremeu, mas isso não o iria impedir de colocar Neville para baixo.

O garoto não olhava para os olhos do professor, mas sim para seu tênis. Até que o gatinho protestou novamente e ele olhou para a pequena coisa peluda na mão do professor.

"Professor Snape?"

"Eu não tenho idéia de como você faz isso, Sr. Longbottom, e eu realmente não me importo. Mas se eu pudesse, eu colocava você para fora das minhas aulas."

"Senhor, tem um gatinho na sua mão." Neville balbuciou.

Snape olhou para baixo. "Eu sei muito bem que tem um gato na minha mão, Sr. Longbottom. Você está sugerindo que eu esteja louco?"

"Não, Senhor!" O rosto pálido de Neville mostrava pontos vermelhos agora.

"Então?"

"Eu apenas. Eu apenas estava pensando. O que você vai fazer com o gatinho."

Os lábios de Snape se curvaram cruelmente e Laurel viu a face dele mudar rapidamente.

"Eu preciso dele" ele disse curtamente. "Para uma experiência."

Quando ele se virou para colocar o gatinho de volta na caixa, Neville segurou sua manga com uma força surpreendente.

"Não!"

"O que, Sr. Longbottom?"

"Eu disse não! Você não vai cozinhar esse gatinho, ou cortá-lo em pedacinhos!"

Snape olhou como se ele estivesse prestes a matar ambos, Neville e o gatinho. "Bem, eu não vejo nada que iria me impedir de fazer isso."

"Eu vou impedir!"

Laurel olhou surpresa como Neville arrancou o gatinho da mão de Snape e o pressionou contra o peito. Ele respirava esporadicamente e a mão dele tremia, mas ele se mantinha firme.

"Me devolva. Agora." Snape manteve a sua voz perigosamente suave.

"Nâo vou."

"Não vai?"

"Você me escutou." Neville parecia um homem condenado. "Você não vai pegá- lo."

Eles se encararam.

"Bem, Sr. Longbottom" Snape disse com voz arrastada e cruzou os braços. "Então eu sugiro que você o leve com você. Mas se eu ver esse animal maldito na minha sala novamente, ele vai terminar aqui." Ele apontou para a prateleira com os pedaços de morcegos.

Neville começou a andar para trás, em direção a porta, o gatinho seguramente enrolado no seu robe. Laurel viu como ele ainda estava tremendo e não confiava na súbita rendição de Snape.

Quando ele alcançou a porta, o Mestre de Poções chamou por ele.

"Sr. Longbottom?"

"Senhor?"

"Não chame o pobre coitado de Trevor, sim?"

O garoto correu para o corredor seguro e bateu a porta.

Laurel olhou fixo para a porta por um momento e contemplou a cena que ela havia testemunhado. Então ela se virou para Snape. Olhando para os traços austeros dele, ela gentilmente passou os dedos pelos cabelos negros dele.

"Você nunca deixa de me surpreender, Professor Snape."