Capítulo 15: Hora da Verdade

         Enquanto Rita se fixava em Noriçá, Lúcio encarava Draco com profundo desprezo. Não era preciso uma palavra para entender o que se passava na mente do patriarca Malfoy para o filho: traidor, insolente, desonrado...daí para baixo.Apesar das pernas geladas, Draco tentava sustentar o olhar, embora ele não passasse metade da firmeza necessária.

         Rony foi o primeiro a tomar uma atitude.Adiantou-se alguns passos de Noriçá e Draco, e, atraindo o olhar de Rita, falou sem nenhum traço de hesitação.

         - Devolva a Hermione agora.

         - Nossa...falou o poderoso Caçula Weasley! – ela zombou em resposta.Rony não se alterou.

         - Você não vai me intimidar.Eu vim buscar a Hermione, e vou fazer isso por bem ou por mal!!! – ele sacou a varinha, ainda encarando Rita, e ficou imóvel.

         - "Por bem ou por mal"?Só se esqueceu de um detalhe, garoto.Você não faz escolhas aqui.

         Dito isso, ela movimentou a varinha e fez surgir um denso e sufocante nevoeiro.Se as crianças não podiam ver nitidamente as próprias mãos, muito menos conseguiriam parar os comensais que agora eram vultos escuros desaparecendo na paisagem.

         - Nossa prioridade é Hermione, lembrem-se!Atrás deles! – gritou Harry, na esperança de que a neblina não o tivesse tornado inaudível ainda.

         Assim ,eles acabaram separando-se.Gina tentou ir atrás de Harry, mas sentiu uma mão no seu ombro.Reconheceu a voz de Mary.

         - Gina, é você?Espere!Precisamos avisar as pessoas do castelo, antes que percamos a chance de pegar esses comensais!

         Embora calada, Gina hesitou um pouco.

         - O Harry não quer vê-la correndo riscos à toa, Gi. – Neville completou.Gina deu uma última olhada suplicante para onde Harry havia corrido, e foi com eles.Com a ajuda de Akai, conseguiriam sair do nevoeiro.

         *****

Mesmo com a luz da varinha, era difícil seguir em frente.Rony corria o mais rápido possível na direção de um dos vultos, mas sua maior preocupação era procurar algum sinal de Hermione.Ao menos para ele, Harry não precisava definir qual era a prioridade. Procuraria não gritar, pois, além da barreira de névoa atrapalhar, isso poderia transforma-lo em alvo fácil para alguém que quisesse pega-lo pelas costas.

         Percebeu uma grande construção próxima, que parecia ser um galpão abandonado. Dirigiu-se para lá, e ao chegar mais perto, quase foi atingido por um feitiço traiçoeiro.

         - Avada Kedavra, hein?Você não está brincando mesmo.

         Um círculo abriu-se no nevoeiro, revelando a porta do galpão e, em frente a ela, Rabicho.Rony se preparou com a varinha.

         - Você quer lutar? – riu como um demente – Com o desgraçado do Perebas?

         - Não me importa se é desgraçado ou não.Quero acabar com isso de uma vez!

         - Tudo pela nervosinha... – riu novamente, mais forte – Bem, mas dessa porta você não passa... – ele preparou-se para atacar.Rony, idem.

         - A Hermione deve estar aí dentro.Se eu conseguir passar por ele e entrar...

         Com esse pensamento, Rony arremeteu contra Rabicho.Com uma agilidade estranha para seu físico, ele desviou-se e lançou um feitiço que Rony precisou abaixar-se para escapar.Quando rabicho tentou chuta-lo nessa fração de segundo, Rony conseguiu atingir o pé dele com um feitiço, deixando-o uivando de dor no chão.

         - Bingo!!!!Daqui a pouco eu volto, hein!Não saia daí! – Rony pegou a varinha dele e correu para entrar no galpão, mas os truques de Rabicho ainda não tinham acabado.

         - Não cante vitória, moleque!!!Incêndio!!!! – usando outra varinha escondida, a de Hermione, Rabicho conjurou uma língua de fogo que assolou o galpão rapidamente.Rony ficou apavorado.

         - NÃO!MIONE!!!! – ele correu, mas o galpão desmoronou antes que pudesse chegar perto.As gargalhadas de Rabicho só o deixaram mais desesperado.

         - Porque...não me..matou...seu...

         - Não posso usar tão bem a varinha de outro, seu pirralho...além disso...acabei de te matar, não é??

         - SEU INFELIZ!!! – Rony partiu para cima dele, mas antes que fizesse algo, um feitiço deixou Rabicho inconsciente.

         - RONY!!!!!

         - Ao se virar, não pôde acreditar no que via.O nevoeiro abria outro círculo, e nele  estavam Hermione, viva, e Lupin, o autor de disparo.

- Her...HERMIONE!!! – sem hesitação, ele correu até ela e a abraçou forte, sem

que ela pudesse reagir.

         - Desculpe, Hermione...se dependesse de mim...não teria conseguido...eu...

         - Não diga essas coisas.Você veio até aqui por minha causa, e deu uma lição naquela...coisa...obrigada, Rony...

         - Você sabe, Hermione...eu jamais deixaria de vir.

         Hermione evitou o olhar de Rony, mesmo não querendo isso.Tudo o que precisava dizer era que sentia a mesma coisa e estava feliz por vê-lo bem, e...

         - Rony..eu...

         - Eu sei o que você vai dizer – ele falou com uma ponta de remorso – Eu fui uma besta aquele dia, quando fui pedir desculpas...eu forcei a situação..

         - Não, Rony – ela o encarou – Você estava certo!Certíssimo!Eu sou uma complicada boba, essa é a verdade.

         - Hermione... – arregalou os olhos – é você mesma?

         - Rony...o convite do baile ainda está de pé...?

         O sorriso espalhou-se pelo rosto inteiro do garoto.Não era preciso dizer nada.

         - Obrigada... – ainda um pouco corada, ela pareceu aliviada.Lupin, após ter conjurado cordas em Rabicho, aproximou-se discretamente e um pouco sem jeito.

         - Não é por nada crianças, mas ainda não acabamos por aqui...

         - O senhor tem razão, professor! – Hermione definitivamente não parecia ter passado um tempo cativa de Comensais da Morte, tendo em vista sua determinação. Talvez pelo fato de um professor ter presenciado aquela última cena, preferiu ir à frente dos dois homens, que ficaram livres para falar.

         - Professor, muito obrigado por ter salvo a Hermione...isso não vou poder pagar nunca!

         - Apenas trate-a bem, Rony.Mais isso eu sei que você vai fazer!!!Seja lá qual tenha sido a besteira de que estava falando... – Lupin falava como alguém que pede detalhes.Rony entendeu, e apesar de tentar parecer natural ao contar, suas orelhas avermelharam-se.

         - Bem, isso foi há um tempo...eu..eu havia dito uma coisa que a ofendeu...e fui pedir desculpas!Daí eu... eu beijei ela...de surpresa...

         - Bem! – Lupin fez menção de bater palmas – Sem dúvida um Weasley sabe como desculpar-se com a sua garota!!!Perdoe-me a curiosidade, isso não sairá daqui por mim.

         - Tudo bem – Rony deu de ombros, embora ficasse aliviado – Já que eu nunca consegui falar, tentei mostrar...demorou, mas funcionou. – justificou-se, já conseguindo sorrir.

         *****

         Draco corria, sem saber como achar alguém naquela parede branca e sem nenhuma disposição para alguma luta.Tudo o que queria mesmo era encontrar Noriçá e sair dali, embora soubesse que não era simples assim.

         Ajudar Noriçá e trair seu pai, ou ajudar seu pai e trair Noriçá...um ou outro, sem meios-termos.Não esperava ter que tomar uma decisão assim tão depressa.

         - Que porcaria de neblina... – parou, impedido não pela névoa, mas por suas próprias dúvidas.

         - Apesar de que ela nos dá mais privacidade, não? – a voz de quem Draco menos precisava ouvir manifestou-se, fazendo-o gelar.Quando se deu conta, seu pai surgia de um círculo aberto na imensa nuvem branca, como uma aparição.

         - Finalmente te achei, meu filho. – ele falava suavemente, mas havia algo de maligno no seu olhar aparentemente calmo.Draco deu um passo para trás instintivamente.

         - Que...truque é esse?

         - Isso é o que eu pergunto, meu filho.Eu não preciso usar nenhum...truque com você.Eu entendo você.

         - Me entende? – Draco só não riu por estar assustado demais.

         - Claro que sim.Você é jovem.Eu entendo os absurdos que fazemos na juventude por causa das tais mulheres...apenas uma série de infelizes coincidências transformaram isso numa grande inconveniência. – sua voz começou a se alterar progressivamente – Pois, com tantas garotas nesse mundo, bem por ela você precisava arrastar a asa?

         - Tantas garotas?Bem, isso se resumia à Pansy Parkinson, pelo que ouvi a vida toda...

         Lucio não respondeu.Draco pensava em uma maneira de escapar dali, mas precisava ganhar terreno.

         - Mas se o senhor diz que me entende, então é porque vai me deixar viver sossegado como eu escolhi...

         - Não se faça de sonso – ele tornou-se completamente ofensivo, embora a varinha permanecesse guardada – Mas estamos prontos a perdoa-lo, se você quiser...

         - "Estamos"?

         - Esqueceu tudo o que eu lhe disse?Não sabe que o Lord das Trevas observa a todos nós?O tempo todo.Cada passo...

         Draco parecia ver, pouco a pouco, um completo desconhecido na sua frente.Era esta, pensou ele, a verdadeira face de um Comensal da Morte?Então, não era nada digna, nada superior. Era horrível, antes de qualquer coisa.Como se, ao lutar em nome da marca negra, outra alma estivesse atuando naquele corpo.

         Lúcio percebeu a expressão de Draco mudar,denunciando-o.Estreitou os olhos.

         - Está assustado?

         O garoto não respondeu.

         - Você é um patético mesmo...Não entende a glória envolvida nisso, por mais que eu me esforce!Eu vejo nos seus olhos...sempre vi...tudo o que ensinei, tudo o que mostrei, rebaixado ao nível de um simples passatempo de férias!Agora eu percebo a perda de tempo que tive, tentando doutriná-lo!

         Ele terminou a frase com um ataque rápido, e foi pelo seu estado emocional que Draco conseguiu desvia-lo.O raio acertou uma aranha que andava nos entulhos atrás de Draco.Caiu no chão, e não levantou mais.

         - Pai!Tentou me matar de verdade!!! – se não tivesse sido atacado, Draco jamais acreditaria que pudesse ser alvo de seu pai.Lúcio riu daquela atitude.

         - Você ainda está de brincadeira?Então, não vai durar mais um minuto! – ele foi em direção ao filho, pronto para terminar o serviço.

         - Ah, mas não mesmo!Eu não pretendo morrer agora! – dizendo isso, correu para trás dos entulhos e sumiu no denso nevoeiro.Lúcio bufou.

         - Idiota!Acha que vai se esconder assim? – com ataques sucessivos, ele abria várias brechas no nevoeiro, tentando acertar Draco.Sem saber como agir, ele fugia dos disparos mantendo-se na névoa, mas sabia que não poderia sustentar a situação por muito tempo.E se atacasse, teria que ser certeiro.Começou a tremer outra vez.

         - Não é hora para isso, idiota!Pense!Você sabe onde ele está, mas não pode chegar perto!Não sem correr um risco muito alto...!Quer saber...?Que se dane!

         Varinha em punho, Draco respirou fundo e se dispôs a ir para o tudo ou nada. Sabendo de onde vinham os disparos, correu na direção deles até ver Lúcio, que o notou ao mesmo tempo.

         - Expelliarmus!! – os dois gritaram, mas foi a varinha de Draco que voou para as mãos do inimigo.

         - Que cara é essa, garoto? – Lúcio girou a varinha capturada nas mãos, satisfeito – Não faça uma cara tão ridícula ao encarar a derrota,é vergonhoso.Mas não se preocupe, foi o seu último fracasso, acredite!

         - Estupefaça! – no momento em que Lúcio apontou a varinha para o golpe de misericórdia, o feitiço estuporante o atingiu pelas costas, fazendo-o tombar com o nariz no chão.Atrás dele, Harry sorria em triunfo.

         - Atacando pelas costas, Potter?Isso é inesperado... – mesmo com os nervos em frangalhos, Draco não deixou de lado seu sorriso irônico para com Harry.

         - Não é mais inesperado do que você atacando pela frente, Malfoy...infelizmente para Lúcio, ele fez muito barulho com tantos ataques.Te deu uma canseira, pelo que vejo.

         - Me deu uma canseira?Potter, ele tentou me matar!!!

         - E como foi a sensação?

         - Você fala como um cara experiente no assunto.Isso é assustador... – Draco conseguiu recolher sua varinha do chão.Harry deu de ombros para o comentário, mais preocupado com outra coisa.

         - Vai ficar por aqui? – Draco soube que na verdade Harry perguntava sobre quem ele apoiaria naquele momento.Obviamente, não fazia questão de influenciá-lo.

         - Ainda não achei a Noriçá...

         Sem olhar para o Comensal derrotado, ambos continuaram a busca.

         *****

         - Tem alguém por perto!

         Noriçá estacou e preparou-se para um ataque vindo de qualquer direção.

         - Se eu quisesse te pegar de surpresa, não teria problema algum  -o vulto de Rita Skeeter apresentou-se, confiante.Noriçá estreitou os olhos, sem se deixar intimidar.

         - Eu sei que você se mostrou de propósito.Imagino que queira conversar... – segurou a varinha com mais força.

         - Imaginei que fosse mais uma a me intimar sobre a sangue-ruim...

         Noriçá sorriu, confiante.

         - Eu sei que Harry e Rony irão resolver isso.Hermione estará em segurança enquanto os dois estiverem por perto.

         - Então, preocupe-se com a sua segurança, garota...a sua, e a de qualquer um que estiver ao seu lado.

         O sorriso de Noriçá desmanchou-se, indicando que ela entendera a provocação. Rita continuou com a encenação, segura.

         - Pobre menina...tão jovem e já com um crime desses nas costas...

         - Você é a única criminosa aqui, sua mentirosa – rosnou ela – Você sabe que encheu aquele artigo de invenções!

         - Mas a Inglaterra toda não sabe...

         Rita começou a circular ao redor de Noriçá, segurando a varinha relaxada.A garota permaneceu quieta, concentrada nos movimentos da outra.Encararam-se por um momento, separadas por metro de distância.

         - Felizmente, você já sabe sobre o nosso objetivo.Então, vamos direto ao assunto. Não precisamos brigar, podemos...

         - Eu sei o que você vai me dizer – Noriçá cortou, secamente – "Venha para o meu lado", "Una-se a nós" e besteirol do tipo...sem chance, querida.A mim, vocês não recrutam! – ela gritou a última frase mais que o necessário.

         Skeeter cruzou os braços, dando a impressão de que tudo acontecia como previsto.

         - Então, esta é a sua escolha.Muito heróico de sua parte, renunciar ao amor em nome de...

         - Como? – Noriçá vacilou por um momento.

         - Ora querida, esqueceu-se de quem estamos falando?Do pequeno Malfoy!Você é esperta o bastante para entender o conflito, não?

         - Conflito... – Noriçá lembrou-se de prestar atenção aos movimentos de Skeeter, e não nas dúvidas que ela tentava lhe incutir.

         - Você não quer ficar com o seu namorado? – a voz de Rita soou doce, melodiosa. Mas, ao ouvi-la, Noriçá captou a pura falsidade de quem não tem escrúpulos de usar os sentimentos dos outros.E o nojo que sentiu era tamanho que tomou conta de seu olhar e de sua voz.

         - Cobra.

         Dizendo isso, ela não deu tempo para que Rita reagisse, tão rápida foi a sua transformação e a sua investida.Mesmo caída no chão e ferida o rosto, a Comensal conseguiu lançar um raio de luz acima do nevoeiro, como um sinal.

         - Ack!Eu não sei o que aconteceu, mas entendi porque estava tão confiante!Se controlando, não?Quando aprendeu a fazer isso?

         Noriçá voltou a sua forma humana em seguida, sem querer demonstrar o cansaço causado por aqueles poucos segundos de transformação.Disfarçou a desvantagem com uma provocação.

         - Não se preocupe, eu não sou apelona...

         - Azar o seu, pirralha! – toda a postura de Rita foi embora após o ataque surpresa. O arranhão em seu rosto ardia e a irritava.

         - Como? – Noriçá ouviu passos se aproximando de duas direções, e preocupou-se – Tsc!Reforços para essa maldita!Será que eu vou ter que me transformar de novo? Droga...onde estarão todos?Onde está o Draco...?

         - NORIÇÁ!

         - Draco...Draco??? – Noriçá pensou estar imaginando coisas em seu nervosismo, mas logo os vultos de Harry e Draco se distinguiram na névoa, já pouco densa.Quase ao mesmo tempo, Rony, Mione e Lupin apareceram também.

         - O que significa isso??? – Rita estava tão surpresa quanto Noriçá, pois chamara o seu exército, e não o time inimigo – Onde aqueles dois idiotas...

         - Obrigado por nos indicar o caminho, Skeeter – disse Harry, apontando a varinha – Espero não estarmos atrasados.

         - Pelo que vejo, dois de três já foram – Lupin tomou a palavra – E a senhora Skeeter está em desvantagem.

         - Desvantagem? – ela sorriu, recuperando o controle – Então pretendem intervir em um duelo, que grosseria... – olhou para Noriçá com ares de triunfo.Hermione se manifestou.

         - Duelo, é?Bela saída, Rita.Inventada agora, mas ainda assim, bela!

         - O desafio foi feito, senhorita.

         Aqueles segundos pareceram horas.Qualquer um sabia que intervir em um duelo não era permitido, e Noriçá não parecia ter saída a não ser aceitar.

         - Malfoy – Harry sussurrou – o que você diz?

         - Potter...ela acaba de comprar uma dor de cabeça.

         - Foi o que eu pensei. – Harry faz sinal de que estava tudo bem para Rony e Hermione.Os dois concordaram.

         - Isso é loucura... – Lupin mostrou-se bastante preocupado.

         - O senhor não a viu duelar a sério, professor.Na verdade, acho que nem nós... – Rony sorriu – Não se preocupe!

         - Mesmo assim, mantenham a guarda.É uma comensal. – Hermione avisou.

         - Desafio aceito! – Noriçá tinha um olhar especial, mas era diferente da ocasião do primeiro duelo.Era muito maior.Era a chance que ela tinha de compensar por não poder ter protegido os seus no dia do ataque.Por isso, sua vontade de vencer e a sua confiança eram muito maiores.

         *****

         - Saiam do caminho!Inferno! – na entrada do castelo, Gina, Mary e Neville quase foram atropelados por um furioso Ministro Fudge, que saía insatisfeito da conversa com Dumbledore.

         - O que há com ele? – Mary estranhou a atitude do homem que sempre mostrou-se  tão ponderado.Ponderado demais, talvez.

         - Acho que a conversa não foi proveitosa... – Gina comentou – Vamos, temos que avisar o diretor!

         - Poupe as suas energias, pequena Weasley – Dumbledore apareceu, aparentando ter saído de uma discussão difícil, mas não totalmente fracassada – Moody e Snape dirigiram-se para a Estação King Cross logo que Cornélio foi dispensado.

         - Mas eles vão encontrar o lugar certo? – preocupou-se Neville.

         - Oh, Bichento está com eles!Não se preocupem! – ao invés de se acalmarem, as crianças ficaram mais confusas com aquela afirmação de confiança.

         - O que Bichento tem a ver...ah, esquece. – Mary suspirou, sabendo que o diretor já terminara de contar o que eles podiam saber – E o que a gente faz agora?

         - Preparamos uma boa recepção para os Comensais da Morte – nesse momento, Arthur Weasley veio do interior da escola, acompanhado de Minerva.Pela sua expressão, devia ter participado da discussão com o Ministro também.

         - Pai?O senhor aqui?O que quer dizer?

         - Quero dizer que não podemos perder a chance única de capturar esses ratos, filha. - estava bem mais sério do que o normal ao falar, mas a seriedade era acompanhada de segurança, confirmando que sua presença ali não era um acaso.

         - Palavras certas, Arthur – Dumbledore assentiu – Por hora, vamos aguardar.Mas não fiquem ansiosos, logo deveremos ter noticias.

         - Eu acho que ainda tem alguma coisa que ele sabe e a gente não – Neville sussurrou para as garotas.

         - Como sempre, não é? – Gina sorriu, tentando confiar na proteção que Dumbledore sempre teve para com Harry.

*****