FOUR SEASONS

FINAL

Ajuda

Sesshoumaru estava na sala e parecia muito impaciente. Tinha esperado que a amiga de Kagome viesse fazer trabalho naquela tarde, mas ela não apareceu. Ele olhou o relógio e viu que já era quase três da tarde. "Com certeza não vem mais...". Resolveu procurar Kagome na cozinha.

Entrou e viu que a garota estava tomando chá. Ela olhou para ele e sorriu.

-Algum problema, Sesshoumaru?

-Iie. Sua amiga não vem hoje? – perguntou, sentando-se em uma das cadeiras.

-Acho que não... se não apareceu até agora...

-Ela costuma faltar com os compromissos assim?

-Iie... Só quando alguma coisa muito grave acontece...

-"Coisa grave"?

-Às vezes é problema com a família... Os pais de Rin querem se separar e o pai quer levá-la para uma cidade em Hokkaido. – Kagome respondeu e levantou-se para encher a xícara com mais chá. Ao escutar aquilo, Sesshoumaru sentiu um choque.

-Ela vai... mudar? – perguntou com uma voz trêmula.

Kagome olhou para ele um pouco espantada.

-Rin não quer, sabe... Ela já tem os amigos aqui e tem a faculdade também...

-Ela... Tem alguém aqui?

-Como?

-Pergunto se ela tem um namorado... Ela tem?

Kagome franziu a testa e depois respondeu:

-Iie... Quer dizer... ela tinha que cara, mas já terminaram... – ela terminou de beber e perguntou – Quer chá?

-Hai...

Ela estava enchendo a xícara e virou-se para entregar para Sesshoumaru quando escutou-o falar:

-Eu gosto de Rin, Kagome...

A garota arregalou os olhos e, como ainda não tinha entregado a xícara para ele, com o susto da revelação, deixou-a cair. O vidro se estilhaçou no chão.

-Sesshoumaru...

-... será que poderia me ajudar com ela? – perguntou ele, com o rosto mais sério que podia ter.

Brincadeira

-Rin-chan... Por que não quer fazer o trabalho lá em casa? – perguntou Kagome, olhando para a amiga que estava sentada em uma das carteiras da sala onde estudavam.

A garota fez uma careta e falou:

-Aquele seu amigo só pode ser pirado... Tem aquela cara séria, mas no fundo...

-Quem? – ela se controlou para não rir, mas já sabia de quem ela estava falando.

-Sesshoumaru-sama! – Rin respondeu irritada – Ele fica nos atrapalhando, faz brincadeiras, atrapalha minha concentração, esconde meus livros... Eu achava que ele era sério, mas parece uma criança! Nem sabia que tinha senso de humor! Ele tá andando muito com Miroku... Esses homens são todos iguais...

Durante o tempo que a amiga falava, Kagome não agüentou e começou a dar gargalhadas. O que estava acontecendo é que Sesshoumaru resolveu seguir o conselho de Kagome e tentar mudar um pouco. Como era sempre muito sério, resolveu começar a usar um senso de humor que os amigos não sabiam que tinha e começava a participar mais das conversas. Às vezes atrapalhava os estudos das meninas e ia lá apenas para conversar sobre diversas coisas, além de ficar fazendo brincadeiras com Miroku, como esconder os casacos das garotas ou esconder determinado livro que elas usavam.

-Ai, ai... Rin-chan...- Kagome enxugava uma lágrima que saiu durante sua crise de risos. – Ah, Rin... ele está mudando... Mas é uma boa pessoa. Sesshoumaru-sama sempre será Sesshoumaru-sama! Eu fico feliz que ele esteja agindo assim... Antes era muito mais sério e era um pouco anti-social, apesar de ser pesquisador.

-Ele não era estudioso? Ah, que bobagem a minha... É tudo a mesma coisa... – Rin deu um tapinha no rosto, impressionada com a lerdeza do raciocínio.

-Ele trabalha para a Universidade de Tokyo...

-Tão novo? – perguntou Rin espantada.

-Sesshoumaru-sama é muito inteligente... e por isso é um pouco afastado das pessoas... Uma vez o Inuyasha me falou que os melhores amigos dele são os livros. – disse ela sorrindo. – Eu já percebi que geralmente as pessoas muito inteligentes não são muito sociáveis...

-Ah... – Rin parecia ainda mais espantada - Mas... Mas não pense que me convenceu a ir lá estudar! Eu tô muito encrencada nesta matéria pra ficar discutindo com seu amigo sobre a ideologia de "Shin-chan"!

-Háháhá... Ai, ai... Rin, vamos lá... Se falar pra ele que você precisa estudar, ele vai entender!

-Olha lá...

-Como Rin-chan é desconfiada... - Kagome deu um sorriso sem graça.

-Ele é amigo de Miroku, eu preciso mesmo desconfiar.

Sozinhos

-Não, Kagome, por favor... – Rin implorava numa voz lamuriosa. – Não me deixa sozinha aqui com ele, por favor...

-Calma, Rin... Por que tá com medo de Sesshoumaru-sama?

-RIN! ACHEI UMA FITA COM EPISÓDIO DE SHIN-CHAN! QUERO TE MOSTRAR DE QUANDO ELES VIERAM AQUI NO TOKYO DOME! – Sesshoumaru gritou sabe-se lá de onde.

-Kagome-chaaaan! – ela olhou desesperada para amiga. – A gente pode terminar esse trabalho amanhã?

-Mas amanhã nós temos que começar outro... – disse a garota, vestindo um casaco - Eu preciso ver Souta-kun no hospital e Inuyasha e Miroku estão trabalhando... eu vou tentar voltar antes e terminar o trabalho com você... Qualquer coisa você dorme aqui, 'tá? Mas nós realmente precisamos terminar hoje...

-Mas... mas...

-Rin, eu não deixaria aqui sozinha fazendo nosso trabalho, mas é meu irmão! E ele está na outra cidade e eu preciso ir lá, tenho que pegar este trem ou só chegarei aqui amanhã no primeiro trem de quarta-feira!

-Mas... mas...

-Rin... Por favor. Sesshoumaru-sama não é criança. Se falar que precisar acabar o trabalho, ele vai entender.

A garota fez um beicinho depois falou:

-'Tá, 'tá bom... – Rin resolveu ceder.

-Calma, Rin... eu volto o mais rápido possível. Qualquer coisa, eu te ligo, 'tá?

-Hai, hai.. – ela não escondeu a desconfiança.

Kagome saiu, deixando a amiga sozinha.

Beijo

-Ai, não... de novo, não... – a garota se lamentava ao ver Sesshoumaru puxando uma cadeira e sentando perto dela.

-Rin, o episódio era legal. Por que não foi ver?

-Eu preciso acabar um trabalho – respondeu a garota em tom sério, arrumando alguns papéis escritos numa caligrafia que Sesshoumaru achou muito bonita. – Não tenho tempo pra isso, Sesshoumaru-sama.

-Por que todo mundo me chama de "Sesshoumaru-sama"? Sou tão velho assim?

A garota olhou para ele e respondeu:

-Iie, mas você... Você é muito sério... Tem um ar de pessoa compenetrada.

-Verdade?

-Hai... mas... AI, EU TENHO QUE TERMINAR MEU TRABALHO!

-Você gritou isso sete vezes durante esta tarde.

-É que você 'tá me atrapalhando, sabia?

-Se você se concentrasse mais, não precisaria pedir pra sair daqui... Quando era criança, o Inuyasha ficava chorando e eu nem prestava atenção porque eu 'tava brincando e...

-VOCÊ BRINCAVA DE LER QUANDO ELA CRIANÇA? – ela ficou impressionada.

-Mais ou menos.

-Oro...- ela estava ainda muito impressionada. Quem no mundo brincava de ler? Entretanto, lembrou-se do que tinha que fazer - AI, EU PRECISO FAZER O TRABALHO!

-Viu só?

-Quer me deixar em paz, por favor?

-Certo, certo... -disse ele, levantando-se da cadeira e pegando algo que Rin não viu o que era, saindo da cozinha, onde a garota usava a mesa para estudar. Depois de alguns ela deu por falta de um dos livros.

-Ai, não... Eu não acredito... – ela se levantou e foi procurar Sesshoumaru. – Isso deve ser um karma... SESSHOUMARU-SAMA! VOCÊ PEGOU MEU LIVRO DE NOVO?

Rin não escutou a resposta dele, mas foi procurá-lo pela casa. Viu a porta do quarto dele aberta e o viu deitado na cama, lendo o livro que ela procurava. Ficou parada à soleira da porta, sem coragem para entrar como na primeira vez.

-Sesshoumaru-sama, onegai, devolva meu livro...

-As teorias deste cara são idiotas. – ele comentou sem ao menos olhá-la – Estão todas erradas.

-É, mas ele pensava assim e eu preciso ler isso pra fazer meu trabalho. Depois eu empresto pro senhor pra ler e... – parou de falar ao ver que ele tinha se levantado da cama e a olhava, sério.

-Não precisa me chamar assim, Rin...

-Oro? – Rin não entendeu.

-Você me chamou de "senhor".

-Hmmm... Nem prestei atenção... Mas poderia devolver meu livro? – ela ainda não tinha entrado no quarto e Sesshoumaru ainda estava lá, segurando o livro como se fosse uma isca.

-Venha pegar. – falou ele.

-QUÊ? – ela arregalou os olhos.

-Venha pegar. Você quer o livro, né? Tente tirá-lo de mim...

-Demo...

-O que foi? Por que não entra e tenta pegar?

-EU NÃO TENHO TEMPO PRA PEGA-PEGA!

Sesshoumaru deu um meio sorriso – ela nunca o tinha visto sorrir – e falou num tom de provocação:

-Tente-pega-a-ar!

Uma veia saltou na testa da garota e ela quis contar mentalmente até dez, entretanto aquela brincadeira de Sesshoumaru a fez parar no número quatro.

-DEVOLVA... MEU... LIVRO! –ela gritou, entrando no quarto e correndo atrás do rapaz. Este deu no pé e começou a fugir dela.

Sesshoumaru dava risadas enquanto fugia dela. Saltou a cama e foi parar do outro lado do quarto, fazendo os olhos de Rin se arregalaram:

-Co-como fez isso?

-Se conseguir pegar, eu conto pra você.

-Deixa de ser criança! Devolva já meu livro!

Rin começou a correr de novo e estava irritada demais pelo fato de Sesshoumaru não parar de rir.

-Mou! Eu não sabia que você era tão criança! É sério! Eu tô com a corda no pescoço nessa matéria!

-Se quiser, eu posso fazer o trabalho por você! Aristóteles achava que a verossimilhança era a representação de algo que...

-NÃO QUERO QUE FAÇA MEU TRABALHO! EU PRECISO APRENDER!

-Que bom que pensa dessa forma. Conheci muitas outras pessoas que gostavam mais de respostas prontas, como Inuyasha e Houshi.

-Aposto que aprendeu com eles essas brincadeiras sem graças!

-Na verdade, eu só aprendi agora...

-DEVOLVE!

Rin correu para o lado da estante que ficava ao lado da porta. Ela julgou que ele fosse sair do quarto e foi para a porta para impedi-lo de sair, mas ficou parado ao lado da estante e sorriu cinicamente.

-Acha que ganhou? – perguntou ele.

-Não me interessa! Eu só quero o livro! – ela falou e avançou. Ele ficou parado, com o braço entendido para o alto, segurando o livro, e ela ficou na ponta dos pés para pegá-lo.

-Yatta! – falou ela, ao tocar no objeto. Entretanto alguma coisa a puxou para trás e ela caiu, puxando o livro e Sesshoumaru pra cima dela. Ele conseguiu colocar um braço em torno dela para impedir que ela se machucasse, entretanto a queda fez com que ela batesse o rosto no peito dele. Ele a escutou murmurar um "idiota" e também um gemido de dor. Levantou um pouco o corpo e viu que ela massageava o nariz.

-Machucou? – perguntou ele sorrindo.

-QUE GRAÇA TEM NISSO? – ela gritou, tentando se levantar, no entanto Sesshoumaru não saía de cima dela. Ele não parou de rir e fez a única coisa que queria fazer desde que começou a pensar nela. Viu que ela rangia os dentes com raiva e os braços dela o empurrando para que saísse de cima. Fechou os olhos, colocou uma das mãos na cintura da garota e ainda segurando o livro com a outra, baixou o rosto e encostou os lábios nos dela, fazendo com que ela arregalasse os olhos. Sesshoumaru viu que ela não estava respondendo e falou no ouvido dela:

-Abra os lábios pra mim, Rin...

A garota abriu os lábios de modo maquinal e ele a envolveu num ardente beijo. Tocava em sua língua e ela parou de se debater e a corresponder o beijo, colocando as mãos em torno do pescoço dele e sentindo a língua dele em sua boca.

Ficaram assim durante algum tempo até que Sesshoumaru parou o beijo por falta de ar. Ele afastou o rosto devagar e viu Rin abrindo os olhos devagar, mostrando uma expressão confusa neles. Ele saiu de cima dela e a ajudou a se levantar.

Sesshoumaru olhou para a mão e viu que ainda segurava o livro.

-Não conseguiu pegá-lo, afinal...

Rin o olhava perplexa e sentia as pernas trêmulas, tendo que apoiar-se na parede para não cair. Não parava de olhar Sesshoumaru, que agora tinha parado de rir e estava sério.

-Eu... eu não consegui resistir... – ele falou numa voz fraca, soltando o livro no chão e deixando Rin sozinha no quarto. Dirigiu-se até a cozinha, onde ficou apoiado na pia e pensando no que tinha feito. Ficou assim durante algum tempo até escutar a porta ser aberta. Virou-se e viu Rin parada. Ainda estava com a mesma expressão de confusão nos olhos e parecia perguntar a ele o porquê de ter feito aquilo.

Ficaram se encarando durante algum tempo e Sesshoumaru não pensou duas vezes e aproximou-se de novo dela. Segurou o rosto dela e a beijou de novo, desta vez fazendo com que ela correspondesse na hora, pois sentiu a língua dela procurando pela dele e os braços dela em torno de seu pescoço. Beijaram-se durante algum tempo, até que ele afastou o rosto e falou no ouvido dela, fazendo com que ela se arrepiasse:

-Eu já queria isso há muito tempo...

Ciúmes

-SESSHOUMARU, O QUE É ISSO? – gritava Rin segurando uma agenda, que tinha uma dedicatória de Kagura para Sesshoumaru, e com uma expressão assassina.

-Rin, é uma agenda...- respondeu ele calmamente.

-O que significa essa dedicatória de Kagura? – ela perguntou, apertando o pescoço dele.

-Significa que ganhei dela antes de te conhecer, mas que agora eu tenho você.

-Sério? – ela falou com os olhos brilhando.

-Sim.

-Ah, que bom!

-Rin?

-Hai?

-Solte meu pescoço.

-Ah, gomen... - ela deu um sorriso sem graça.

Mudança

Sesshoumaru estava sentado no sofá da sala e ao seu lado estava Rin. Ela estava chorando e ele olhava para algum ponto na sala. Ela tinha contado que os pais se separaram e agora o pai a levaria para Hokkaido, ao Norte do Japão. Sesshoumaru tinha uma expressão séria e colocou o braço em torno da cintura dela, puxando para perto de si.

-Pare de chorar, menina...

-Demo... Eu não vou mais ficar perto de você...

-É por isso que está chorando? Não está chorando por causa de seus pais?

Rin afastou um pouco o rosto e enxugou algumas lágrimas.

-Iie... já me acostumei com eles brigando e queria muito que eles se separassem se fosse melhor para eles... Mas eu não queria ir embora daqui...

-Por que você não fala com ele?

-Papai não entenderia... – ela falou, enxugando outra vez o rosto. – Ele acha que não sei me cuidar aqui em Tokyo... e também não temos mais onde ficar aqui.. já vendemos a casa...

-Não tem onde ficar? – ele perguntou, ainda olhando para algum lugar da sala. Depois ele fechou os olhos e suspirou. Escutou Rin fungando e falou calmamente – Você pode ficar aqui comigo...

A garota parou de fungar e olhou para ele, que ainda mantinha o olhar distante.

-Eu... eu também queria ficar aqui com você, mas eu já disse... Eu não tenho onde ficar, Sesshoumaru...

-Você não entendeu...- ele fixou o olhar nela – Eu falei que você pode morar AQUI comigo... – completou, fazendo Rin assumir uma expressão que inicialmente era de susto e depois se transformou em alegria.

Rin sorriu e as lágrimas pararam. Abraçou Sesshoumaru e falou:

-Se falar com ele, talvez ele entenda...

-Farei o possível – ele sorriu também e a beijou.

Sesshoumaru fechou o livro com raiva. Não tinha parado de pensar em Rin desde que acordou e pensava desde o momento que ela se tornou sua namorada.

"Vou enlouquecer, só pode...". Olhou o relógio e viu que já com certeza os amigos iriam acordar. Saiu do quarto e viu Miroku ainda dormindo no sofá. Resolveu ir até a cozinha e fazer algo para comer.

Preparou um pão simples com geléia e procurou a lata de leite para preparar um copo pra acompanhar. Procurou em todos os lugares e não encontrava.

–Quem foi que colocou as batatinhas aqui na despensa de panelas? – perguntou com raiva.

Olhou para o armário de produtos de limpeza e abriu a portinhola, não contendo uma exclamação de vitória ao encontrar lá a tal lata.

–Quem colocou aqui não foi muito esperto... – falou.

Fez um copo de leite e sentou-se para comer. Ficou surpreso ao ver Buyo deitado em cima da mesa e olhando para o leite. Resolveu procurar um pires e colocar um pouco do leite que tinha feito para ele tomar.

–É só hoje, viu? – falou para ele. – Sua dona vem te dar mais comida, tá?

Juntos

Desde que ela chegou ali, achava que estava invadindo o lugar. Sesshoumaru achava que ela não era incômodo ali, mas Rin julgava que não deveria estar na casa dele. Há duas semanas que havia mudado e não ainda tinha desfeito as malas, falando para si mesma que procuraria um lugar para não ter que ocupar o espaço na casa do namorado. Um dia ele pediu que ela desfizesse as malas por ter comprado um armário melhor para colocar no quarto e que ela também o usasse.

-Demo...

-Nani?

-Eu acho que estou te incomodando aqui...

-De novo essa história? Mas eu já te disse que não é incômodo algum. – ele se aproximou e deu um rápido beijo nos lábios dela. – Eu gosto muito de ter você aqui comigo... Estudar com você, ajudar você na casa, dormir ao seu lado...

Rin corou ao escutar aquilo. Desde que tinha chegado, dormia na mesma cama com ele. Primeiro ela insistiu para dormir no sofá, mas depois ele a convenceu para dormir na mesma cama que ele.

-Não farei nada que você não queira. – ele falou no tom mais sério dele.

Rin o olhou e aquele rosto sério transmitiu uma certa confiança, fazendo com que ela aceitasse o pedido.

Amor

-Sesshoumaru, sua roupa tá aqui! – ela bateu na porta e escutou os passos dele lá dentro. – Vou deixar aqui, pendurada na porta e... – parou de falar ao ver que ele tinha aberto a porta e que estava só de toalha cobrindo a parte de baixo, deixando o peito desnudo. Ele pegou a roupa que ela estendia.

-Arigatou.

Rin corou e gaguejou:

-De.. De nada...

Mais tarde, os dois foram se deitar. Ela lia um livro e ele fazia o mesmo, até que o fechou e disse que já ia dormir.

-Eu... eu vou ficar lendo mais um pouquinho.

Sesshoumaru a olhou curioso e respondeu:

-Como queira... Boa noite. –ele aproximou-se para beijá-la, mas ela se afastou do toque dele, coisa que estava fazendo desde que o viu praticamente sem roupa. No jantar, ele tinha percebido que ela o evitava olhar e sempre que tentava dar um beijo, ela se afastava e inventava uma desculpa.

Aquele novo distanciamento fez com que ele se aborrecesse e perguntasse:

-Afinal, qual é seu problema, Rin?- ele a viu corar e baixar os olhos. – Não quer mais que eu te toque?

A garota não respondeu, mas ele percebeu que ela queria falar alguma coisa que não tinha coragem.

-Não vai falar? – perguntou ele. Como viu que Rin não responderia, ele deitou-se de lado e fechou os olhos, sentindo uma certa frustração por não conseguir entendê-la.

Depois de alguns minutos, ele sentiu os braços dela envolvendo-o na cintura. Conseguiu sentir o coração dela batendo rápido contra as costas dele. Sesshoumaru tocou na mão dela e perguntou:

-Rin... Qual o problema?

-Eu... eu queria...

Sesshoumaru se levantou e sentou-se na cama, e Rin fez o mesmo. Ela olhava para baixo e parecia que tremia de nervosismo.

-Você quer o quê, querida?

-Eu... queria... – ele levantou o rosto dela e ela completou com um sorriso doce – Eu queria... você...

Sesshoumaru olhou fundo naqueles olhos castanhos, compreendendo assim o porquê de ela tê-lo evitado tanto naquele dia. Aproximou o rosto e a beijou, sentindo também os braços dela envolvendo o pescoço. Deitou-a na cama e começou a acariciar o corpo dela. Quando ela ia ajeitar a cabeça nas almofadas, deu um pequeno grito ao bater em algo e ela levantou o lençol para ver o que era: o livro que estava lendo momentos antes estava escondido esquecido debaixo do travesseiro.

Sesshoumaru jogou o livro longe sob um protesto de Rin:

-Ei, não faça isso com meu livro! Vai danificá-lo...

O rapaz voltou a olhá-la e disse:

-Ele estava atrapalhando.

-Mas você é sempre tão cuidadoso...

Sesshoumaru voltou a beijá-la, desta vez no pescoço, indo até o ouvido dela e sussurrando:
-Às vezes eu perco a razão quando estou com você...

Rin despertou e olhou ao redor do quarto onde passara a noite, um quarto diferente do qual já tinha se acostumado a dormir. Sentou-se na cama e lembrou-se do sonho, lembrando-se também do porquê de ter passado a noite ali.

–Eu... eu não o tenho mais...- disse com tristeza para si mesma. Levantou-se e foi até a janela onde podia ver a casa ao lado.

"Eu perdi o Sesshoumaru...", pensou com tristeza.

Resolveu se arrumar e preparar o café para os amigos, tomando cuidado para não acordar Sango, que dormia no futon.

o-o-o

–Ohayo... – Kagome entrou na cozinha e viu Rin de avental e tudo preparando o café da manhã. – Rin, já de pé tão cedo?

–Hai! – respondeu a amiga, mostrando uma frigideira.

–O que está fazendo?

–Já estou fazendo o almoço!

–Ah... Inuyasha e Sango já vêm aqui...

–Hai, hai! Tem comida pra todo mundo!

Minutos depois, Miroku apareceu com a cara mais fechada do mundo.

–Miroku... –começou Kagome.

–Nem venham com piadinhas! Tive uma péssima noite! – sentiu alguém batendo a nuca e virou-se para encarar a pessoa. Inuyasha estava atrás dele, e não parecia que estava muito feliz.

–Olha lá como fala com Kagome, baka... – disse, não impedindo de aparecer no rosto uma expressão assassina.

–Feh! – Miroku sentou-se e virou o rosto para a parede.

–O que deu no Houshi-sama hoje? – perguntou Rin, colocando um bolinho na frente de Miroku.

–Aquele sofá é desconfortável. – Miroku respondeu, agradecendo com um aceno por Rin ter colocado a comida na frente dele. Sango apareceu logo em seguida e deu "bom dia" para todos.

–Bom dia, Sango-chan! - falou Rin.

Todos notaram que a garota estava fazendo o possível para parecer bem, embora todos soubessem que não é verdade.

–Sango... Minhas costas estão péssimas! Pode fazer uma massagem hoje? – perguntou Miroku para a garota.

–Por que estão doendo? – ela perguntou.

–Tive uma péssima noite... sem contar que quase não dormir direito, com Sesshoumaru andando pra lá e pra cá naquela casa e... – parou de falar ao perceber que tinha pronunciado um nome que não deveria. Rin estava lavando louça e parou o serviço ao escutar o que Miroku tinha dito.

–Miroku, seu idiota... – falou Inuyasha em tom baixo.

–Tudo bem... – Rin começou a falar. Tinha voltado a lavar a louça e resolveu mudar de assunto. – Estou fazendo misou hoje, tá?

–Rin...

–Está tudo bem, pessoal... – mentiu a garota. – Olha, eu.. –ela foi até um canto e tirou uma tigela qualquer que parecia não ser usada e encheu de leite. – Olhem só... Alguém tem que levar leite para o gato... Acho que ele não come desde ontem à noite... Ele não deve ter dado comida porque não gosta dele...

–Eu faço isso, Rin-chan... – disse Kagome pegando a tigela. – Eu volto já!

–A porta dos fundos está aberta! – falou Miroku.

–'Tá! – ela saiu e passou por uma das portinholas que dava para a casa ao lado. Entrou na cozinha e deu de cara com Sesshoumaru sentado e olhando para algum ponto na cozinha.

–Ah... ohayo, Sesshoumaru-sama...

–Ohayo, Kagome.

–Eu só vi aqui pra dar comida ao gato e... – parou de falar ao ver que o gato estava em cima da mesa, lambendo um pratinho de plástico.

–Eu já dei comida, Kagome.

–Ah... Então... Eu vou deixar aqui, tá? – ela saiu da casa sem jeito por causa do olhar de Sesshoumaru. Atravessou novamente a portinhola e foi para a cozinha, onde Miroku e Inuyasha discutiam sobre algum time de futebol que Kagome não conhecia.

–Tudo bem por lá? – perguntou Rin, ainda na pia, mas desta vez cortando os legumes para a sopa.

–Hm... Tá... Tá tudo bem. O gato já tinha comido.

Todos os olhares se voltaram para ela.

–Você deu a comida, Miroku? – perguntou Rin.

–Iie, não foi Miroku, foi... hmm...

–Sesshoumaru deu comida ao gato? – perguntou Rin, olhando para a garota.

–Hmmm... ah... Hai. Ele alimentou o Buyo.

–Ah... – Rin voltou a cortar alguns legumes.

–Rin... Por que você não vai conversar com ele? Você podia ao menos...

–Iie. – interrompeu a garota, começando a cortar com força uma batata e assustá-los com aquela força que desconheciam que a garota tivesse – Não quero conversas com quem me chamou de mentirosa.

–Sesshoumaru não te chamou assim, Rin-sama... –falou Miroku.

–Praticamente disse, Miroku-sama. Não quero conversar.

–Se Sesshoumaru-sama a chamou assim, é porque não estava com os pensamentos em ordem, Rin-chan – falou Sango. – Sabe que Sesshoumaru-sama não a chamaria assim... Ele deveria estar nervoso na hora e...

ELE QUE VENHA ME PEDIR DESCULPAS! –gritou a garota. Ela se virou e encarou os amigos – Se ele não estava com a razão, que... – parou de falar ao lembrar da primeira vez com ele.

"-Às vezes eu perco a razão quando estou com você..."

Rin corou ao lembrar da cena, deixando os amigos curiosos em saber o que ela estava pensando no momento.

o-o-o

O relógio marcava dez da noite e a véspera de Ano-Novo tinha um ar muito triste. Estavam na casa de Sesshoumaru e a comida era pouca, devido ao dia anterior ter sido de muita confusão. As garotas prepararam pouca comida e apenas o suficiente para aquela noite. Rin evitava olhar para Sesshoumaru e este aparecia apenas de vez em quando na sala e depois voltava para o quarto.

Quando deu meia-noite, algumas pessoas se abraçaram, mas o ar ainda estava pesado.

–Omedetou, minna... – falavam alguns.

–Akemasute omedetou – falavam outros.

Depois de saírem para a rua e ver os fogos, os amigos foram dormir. Miroku e Sango foram para a casa de Sesshoumaru e Rin dormiu na de Inuyasha, junto com Kagome. Sesshoumaru ficou no quarto dele, de onde quase não saiu.

–Nee, Miroku... – começou Sango, carregando umas cobertas para o quarto de Kagome. – Inuyasha tinha dito que eles voltariam logo, mas...

–Paciência, Sango... Paciência... Lembre-se que nós também estamos na mesma situação.

PORQUE VOCÊ APRONTOU, SEU SAFADO! –gritou a garota, abaixando o tom logo em seguida, pois se lembrara que Sesshoumaru estaria dormindo. – Você aprontou, está tendo o que merece.

–A gente podia ter uma trégua, só hoje, Sangozinha...

–Silêncio! Não quero saber de conversa sua até me contar o que fez com aquelas gêmeas...

–Eu não fiz nada, minha linda...

–Mentira! E pode voltar para o sofá! O que pensa que está fazendo aqui? Quem vai dormir neste quarto serei eu!

Miroku deu uma risada e depois falou perto do ouvido dela:

–Você sabe que eu só sou brincalhão, mas nunca te traí.

Sango sentiu um arrepio, mas não cedeu. Empurrou o rapaz até a sala e o fez deitar no sofá.

–Vou trancar a porta para impedir que você entre, seu sem-vergonha.

–Era pôquer, Sango, era só pôquer!

–Hein?

–Eu tava jogando pôquer com aquelas gêmeas. Só isso. – ela respondeu com o rosto sério.

–Verdade? – ela perguntou, aproximando-se do rapaz. – Foi só isso?

–Hai!

–Demo...

–Nani?

–Por que você não me contou logo, seu idiota? Estou sem um único carinho seu desde esse maldito dia! – ela praticamente se jogou em cima do pobre rapaz, que tinha os olhos arregalados por causa da mudança radical de atitude da noiva.

–Menina, às vezes eu não te entendo, viu...

–Eu sei, mas você disse que queria ser meu noivo porque eu tenho meu próprio gênio. Então não reclame.

Miroku a abraçou e depois eles deitaram-se no sofá. Ficaram abraçados durante algum tempo até que ele começou a falar:

–Sango... a gente tem que ajudar esses dois...

–Por quê? Por que você... Tá assim preocupado?

–Eu contei as garrafas de sake, e pelas minhas contas, acho que o Sesshoumaru tomou umas cinco desde o dia da briga até agora...

–Céus...

–Amanhã conversaremos com Inuyasha para nos ajudar... Mas agora... - Ele puxou o rosto dela mais perto de si e depois beijou os lábios dela – Vamos aproveitar que nos acertamos e...

–Quem disse isso?

–Hein? Mas não foi você mesma quem...?

–Eu sei, mas acontece que agora eu quero saber o que você fez com o dinheiro do pôquer.

–Ai, ai... Minha linda Sango. Eu adoro esse seu ciúme...

–Verdade?

–Hai.

–Mesmo quando te bato muito?

–Bem, nessa parte não... – ele deu um sorriso sem graça ao mesmo tempo que uma gota aparecia no rosto dele.

–Eu também adoro seu jeito, apesar de perceber que você não é tão carinhoso quanto Sesshoumaru-sama é com Rin-chan...

-EU NÃO SOU CARINHOSO? – Miroku falou quase gritando. Sango olhou para ele e viu que ele tinha uma sobrancelha levantada.

Miroku se levantou do sofá carregando Sango nos braços, e apesar dos protestos dela, ele a levou para o quarto de Kagome.

–Não sou carinhoso, é? – perguntou, jogando a garota na cama e tirando a camisa – Vamos tirar a limpo essa história agora. – disse por fim, enquanto Sango dava uma risada.

o-o-o

–O que deu nesses dois hoje? – perguntou Inuyasha, olhando intrigado para o casal que estava no sofá da casa dele. Sango e Miroku estavam juntos e não paravam de troca apelidos carinhosos e os amigos podiam jurar que viam corações perto deles.

–Eu não sei... – respondeu Kagome, olhando para o casal. – Estão assim desde hoje de manhã.

–Essa felicidade deles está me irritando.

–Deixa de ser egoísta, Inu. – falou Kagome, abraçando o namorado. –Agora que eles se acertaram, você fica de mau-humor?

–Feh!

–Vamos lá, deixe de ser rabugento...

Os dois se aproximaram do casal e escutaram a seguinte conversa:

–Sango...- falava Miroku.

–Miroku...- falava Sango.

–Sango...

–Miroku...

–Sango...

–Miroku...

–Tá bom, tá bom. – Inuyasha interrompeu a conversa e o casal olhou furioso para ele.- Vamos ajudar aquele casal ou não?

Miroku assumiu uma expressão séria e falou:

–Acho que Sesshoumaru-sama e Rin-sama podem se arrumar sozinhos... Assim como minha linda Sango e eu... – falou, encostando a própria testa na de Sango.

–Ah, Miroku...

–Sango...

–Miroku...

–Sango...

–Miroku...

–Sango...

–Cara, eu desisto... –falou Inuyasha. Kagome tentava conter o riso.

o-o-o

A tarde do primeiro dia do ano trouxe uma desagradável surpresa para os amigos. Quando os amigos estavam conversando sobre algum assunto do próprio interesse, uma buzina do lado de fora fez com que eles – exceto Sesshoumaru, que estava trancado em casa e evitava sair, e Rin, que estava no quarto dormindo desde a hora do almoço – olhar pela janela e ver uma Mitsubishi parada. De lá, desceu um rapaz com uma expressão abobalhada no rosto, rapaz esse que foi a causa da separação de Rin e Sesshoumaru.

Miroku bateu na testa.

–Se esse rapaz bater na casa do Sesshoumaru, é capaz de se tornar o primeiro assassinado do ano!

–Vamos lá, Miroku...- Inuyasha puxou o rapaz para fora da casa. Minutos depois, os dois voltavam trazendo Ginta arrastado.

–Ué, mas Rin-chan não mora lá? – ele perguntou.

–Sabe, cara... Vamos conversar... – Miroku entrou primeiro e verificou se Rin não estava mesmo lá. Fez um sinal para Inuyasha e este trouxe o rapaz e o fez sentar no sofá. Sango e Kagome tentavam conter o riso e as duas sentaram ao lado dos respectivos namorados.

–Sabe... – Ginta começou – Eu... Eu sinto muito, mas não consegui encontrar o gato de vocês...

–Era sobre isso que íamos falar! – disse Miroku – Foi bom você não ter trazido, pois Rin-sama descobriu que é alérgica a gatos e agora tem que fazer um tratamento.

–Sério? – perguntou o rapaz, levantando-se do sofá, mas voltando a sentar logo em seguida, puxado por Inuyasha.

–Sim, é verdade... Rin-sama é muito alérgica e agora está de mudança. Fará um tratamento no Egito.

–EGITO? Nossa...

–Pois é, ela descobriu que eles adoram gatos por lá, todos são reencarnações dos faraós Ramons...

–Aquela banda? – Ginta o interrompeu.

–É, deles também. – Miroku completou depressa, continuando a história –Dos Ramons e dos caras que construíram as pirâmides. Como são adorados, ninguém pode ter alergia, e quem tem e não faz o tratamento, é decapitado, julgamento previsto em lei.

Noooossa... – o rapaz estava impressionado demais.

–Então Rin foi pra lá, mas o tratamento dura oito anos, então ela nos pediu que... – Miroku e os amigos fizeram a expressão mais séria que tinham – que você a aguarde... Até a volta dela, daqui a... – ele engoliu em seco – Oito anos...

Ginta fez uma expressão de angústia.

–Eu... eu irei. – disse por fim. Depois pegou nas mãos de Miroku e falou – Irei esperar até o fim do mundo, se for necessário!

–Não, por favor! – disse Miroku, num tom mais nervoso. – Não... Acho que seria melhor se você... Não esperasse tanto tempo e procurasse uma mulher... Uma mulher muito boa, gostosa e... – sentiu uma cutucada de Sango – e... Bem, casasse com ela. Seria muito ruim se esperasse tanto tempo... Um desperdício de tempo... – falou o rapaz, olhando para o lado e soltando as mãos de Ginta. Inuyasha, Kagome e Sango faziam um esforço sobre-humano para não rirem.

–Então... eu já me decidi.

–O quê? – perguntou Miroku, tomando um susto com a tal decisão que nem sabia qual era.

–Eu irei ao Egito.

-QUÊ? – Miroku arregalou os olhos, juntamente com os demais, ao mesmo tempo em que as gotas surgiram nos rostos deles.

"Controle-se, Miroku, controle-se..."

Miroku teve que pensar no mais infeliz ser do planeta para não ter uma crise de risos.

–Hã... eu também esqueci de contar mais uma coisa...

–O quê? – perguntou Ginta, assumindo outra expressão angustiante.

–Rin é... – Miroku virou o rosto para o lado – a reencarnação de uma das esposas de Ramon III, que é neto de Ramon I e bisneto do Ramon O. Ela é... A rainha Rinfritis XXVIII.

Ginta não escondeu a expressão de choque. Sango teve que sair da sala e ir para a cozinha por não conseguir mais se controlar para não rir.

–E o que isso significa?

–Que se você for lá e disser que é noivo de Rin, será amaldiçoado e decapitado.

Ginta colocou a mão no próprio pescoço.

–Então... isso é um adeus? –perguntou o rapaz, fechando os olhos.

–Sim... eu sinto muito, mas é um adeus, sim.

–Eu... eu entendo... – disse Ginta, desta vez baixando o rosto e não conseguindo conter as lágrimas – Então é um adeus...

-POR FAVOR, NÃO CHORE! – disse Miroku num tom dramático, pegando novamente nas mãos dele. – Não torne as coisas mais difíceis do que já estão!

–Eu entendo...

–Cara, você tá branco! Quer beber um pouco de água?- perguntou Miroku, mudando de assunto.

–Quero sim... Por favor.

–Vamos lá, então.

Miroku levou o pobre Ginta para a cozinha, encontrou uma Sango mais controlada e também uma surpresa.

–Olha só! – disse Ginta. – Aquele ali não é o gato de vocês em cima da geladeira?

Miroku olhou e viu que Buyo estava lá, sentando e olhando para alguma coisa.

"Que diabos esse gato faz aí? O sake tá na outra casa!"

–Não, meu caro Ginta... Essa é uma nova versão de pingüins de geladeiras Made in China que estão lançando no mercado.

–Pingüim? Não é um gato?

–Não. O cara que fez esse design é um dos seguidores de Picasso, daí ele desenhou esses modelos conforme o ponto de vista do abstracionismo e do cubismo.

–Ah... onde vocês compraram? Acho que vou dar pra minha mãe.

–Tem em uma loja lá no Shopping Plaza. Mas esse aí nós compramos numa promoção... Não sei se ainda tem...

–Nossa, eu vou lá agora! Com licença... – ele saiu da cozinha e foi direto para a porta da frente. Antes de sair, deu um aceno para os outros presentes, além de Miroku. Eles também acenaram e o rapaz foi embora em sua Mitsubishi.

Assim que o rapaz saiu, todos os presentes caíram na gargalhada.

Dois dias depois

Sesshoumaru voltou para casa muito mau-humorado. Recebeu um ultimato da editora para terminar o artigo que prometera há semanas no prazo máximo de sete dias, além de participar de uma muito longa e chata reunião de conselho universitário.

Ao entrar na casa, pareceu ter sentido o perfume de Rin no ar. Balançou a cabeça negativamente, achando que estava imaginando coisas, e entrou no quarto.

Assim que entrou, notou algo errado, mas não conseguiu entender o que era. Ele caminhou até a escrivaninha e foi aí que percebeu: um espelho que Rin deixava sempre lá tinha sumido. Não só o espelho, mas notou também que a camisola que ela sempre deixava perto da cama desaparecera. Ele tentou se controlar mentalmente e tomou coragem para ir até o guarda-roupa e abrir a porta. Ao fazê-lo, sentia uma ira tão grande que bateu a porta com força e quebrou a fechadura do armário.

Todas as roupas de Rin sumiram.

Extremamente furioso, foi até a casa ao lado, nem se importou com a portinhola e pulou a cerca, chegando até a cozinha da casa de Inuyasha. Foi até a sala e viu Sango e Miroku juntos, que olharam para ele com surpresa. Foi até a um quarto que julgou ser onde Rin estava dormindo, abriu a porta e viu Inuyasha e Kagome ajudando Rin a arrumar as roupas em um armário. Os três olharam para ele, que mantinha ainda uma expressão de raiva.

–Ah... Eu... Vamos sair um instante, Kagome... – disse Inuyasha, puxando a namorada para fora do quarto. Sesshoumaru esperou que eles saíssem e fechou a porta. Depois, virou-se e ficou olhando para a garota, que parecia bem nervosa com a presença dele ali e que segurava algumas roupas que Sesshoumaru reconheceu serem dela.

–Muito bem... Como você explica isso? – perguntou friamente.

Rin levantou uma sobrancelha e depois tornou a guardar as roupas.

–Explicar o quê? Não esperava que eu ficasse sem roupas depois de quatro dias sem ir para casa?

–E precisava trazer todas para cá?

–Você queria o quê? Que eu fosse todos os dias lá só pra trocar a roupa e voltar pra cá? – ela tinha encarado aquele olhar frio e agora estava mais calma. De todas as pessoas que Sesshoumaru conhecia, ela era a única que conseguia vencer o olhar dele.

Sesshoumaru ia falar algo quando ela o viu voltar para a porta e abri-la. No instante que fez isso, Sango, Miroku, Inuyasha e Kagome caíram no chão.

–Fora daqui. – disse ele.

Os amigos deram algumas desculpas e, super envergonhados, foram embora.

Sesshoumaru fechou a porta do quarto e deu um longo suspiro.

–Rin... você... você quer terminar? – nunca tinha sido tão difícil para ele perguntar aquilo.

A garota tinha parado de arrumar as roupas na gaveta e respondeu calmamente:

–Eu fiquei muito magoada em saber que você não confiava mais em mim...

–Quer terminar ou não?

–Eu... eu não sei...

–Por quê...?

–Não sei... Eu... eu sei que errei não te contando sobre aquela pessoa, mas eu não quis fazer aquilo por mal. Eu... esqueci de outros namoros que tive antes de conhecer você... Por isso achei que fosse sem importância.

–Você ainda não respondeu... – Sesshoumaru contou mentalmente até dez.

–Você... você não me quer mais?

Sesshoumaru levantou a vista e olhou para a garota ajoelhada perto do armário e que segurava algumas roupas.

–Se você não me quiser mais como sua namorada, eu vou entender... Eu não... eu não sou uma garota tão inteligente como você ou como Kagura, mas eu gosto... eu gosto muito de você, Sesshoumaru. Eu percebi que você mudou tanto desde que começamos a namorar... Não é mais tão sério e você tem um lado brincalhão que faz as pessoas se aproximarem mais de você... demo... eu... eu achava que seria melhor se nós...–ela parou de falar e escutou a porta do quarto ser aberta. Sesshoumaru saiu de lá e ela não o seguiu.

Saiu da casa sob os olhares curiosos dos amigos que estavam na sala e foi para sua casa. Ele não quis escutar o que ela iria dizer, pois tinha medo, medo de que fosse a resposta à pergunta que ele tinha feito a ela. Ao chegar lá, deu um soco na parede do quarto, sentindo-se frustrado por não ter tido coragem de continuar a conversa. Ficara pensando sobre o que ela dissera sobre Kagura e de não ser muito inteligente. "De onde diabos ela tirou essa idéia? Por acaso acha que eu ainda penso nela?".

Resolveu deitar-se de novo e ficou pensando nela. Horas depois, adormeceu.

No dia seguinte

Sesshoumaru ficou a tarde toda trabalhando em um artigo, quando viu Kagome passar por ele toda arrumada. Curioso, resolveu perguntar:

–Kagome... aonde vai?

A amiga o olhou com surpresa.

–Você... Você esqueceu que dia é hoje?

O rapaz olhou para o calendário mais próximo e empalideceu ao lembrar que dia era.

–A formatura de Rin... – balbuciou.

–Hai, Sesshy – ela deu um sorriso um pouco triste.

–Ela... vai... ela vai sozinha?

–Iie. Ela arranjou uma companhia. Ela acha que você não quer levá-la, mas... Isso não é verdade, né?

Sesshoumaru baixou o rosto e olhou para o outro lado.

–Quem... Quem vai levá-la?

–Miroku.- respondeu a garota, tentando conter o sorriso ao ver a reação de Sesshoumaru ao escutar aquele nome.

–Você 'tá brincando comigo, né?

–Iie, na verdade... – ela fez o amigo ir sentar-se com ela no sofá da sala – Ela vai pagar o Miroku por causa disso... só pra acompanhá-la até a festa. Sango já leu uns artigos do que ele não deve fazer também. – ela sorriu um pouco – Ele aceitou esse "serviço" porque tá precisando do dinheiro, viu?

–Mas logo ele, Higurashi?

–E você queria que fosse quem? Vocês estão sem falar e ela já até perdeu as esperanças de ter uma reconciliação! – ela falava aborrecida – Inuyasha vai me levar, então só tinha ele mesmo!

–Ela... está pronta?

–Está quase. Miroku está esperando. – Ela se levantou e foi até a porta, parando um instante e falando antes de sair – Sesshy, se quiser tê-la de volta, terá que vestir algo e ir com ela até essa festa. Eu sei que vocês dois estão sofrendo... Nós escutamos Rin chorar durante a noite, sem contar que a comida dela tá saindo horrível... nós nem reclamamos, com medo de ela nos atacar com uma das facas.

Kagome abriu a porta e foi embora, deixando Sesshoumaru perdido em milhares de pensamentos, principalmente sobre o que ela disse sobre Rin. Olhou para o relógio e viu que tinha tempo suficiente para se arrumar.

Foi até o quarto e abriu a porta do guarda-roupa, pegando o melhor terno que tinha. Tomou um banho rápido e arrumou-se com pressa, trancando a casa e se dirigindo até a casa ao lado para entrar pela cozinha.

o-o-o

–Rin-sama, por acaso a formatura é amanhã?

–Claro que não, Miroku-sama – ela respondeu, tentando colocar um brinco. – Por quê?

–Porque 'tá muito cedo pra chegar amanhã.

A garota estreitou os olhos ao ouvir o comentário.

–Eu sei que estou atrasada, mas não reclame, pois está sendo pago pra isso.

–Eu sei, demo...

–Nani?

–Você está muuuuito atrasada, sabia?

–Eu sei, mas eu já falei pra não reclamar. – Ela saiu do quarto de Sango e Miroku foi atrás. Estavam os dois sozinhos e Inuyasha e Kagome já tinham saído em outro carro de carona com alguns amigos e deixado o carro de Inuyasha para Miroku dirigir, enquanto que Sango ainda não tinha voltado da casa do irmão mais novo.

Depois de algum tempo, ela falou:

–Pronto, Miroku-sama.

–Beleza. – falou o rapaz. – Espere lá no carro, hai?

Rin fez que "sim" com a cabeça e saiu. Estava vestida de preto, com uma blusa que tinha pequenos laços nas costas e uma saia que deixava a mostra um belo par de pernas. Enquanto ela andava, Miroku olhava babando e parou um instante para ficar admirando a garota, vendo-a dirigir-se até o carro e entrar nele.

–Caramba, Rin... – ele começou a falar em voz alta – E não é mesmo que você é bem jeitosinha?

–É verdade. – falou alguém atrás de Miroku. Este, empolgado com o comentário, começou a fazer outro.

–E não é, cara? Sesshoumaru teve uma sorte desgraçada ao... – parou de falar ao lembrar que não tinha ninguém na casa além dele e de Rin, e que só tinha mais uma pessoa que não saiu e que deveria estar na casa ao lado, e Miroku rezou que não fosse essa pessoa que tivesse feito o comentário. Virou a cabeça devagar e deu de cara com Sesshoumaru, este lançando olhares fulminantes ao rapaz. Este ficou com tanto medo que tentou fugir, mas Sesshoumaru o agarrou pela camisa e perguntou:

–Eu tive sorte de quê, hein?

–'Peraí, eu... ITAI!

Algumas pancadas depois, Sesshoumaru levantou o rapaz do chão. Miroku ainda via algumas estrelinhas.

–Quanto ela te pagou, Houshi? – perguntou Sesshoumaru, olhando para o carro onde podia ver parte do perfil de Rin.

–Como?

Sesshoumaru se aproximou de Miroku.

–As chaves, Houshi. Entregue-me as chaves do carro e amanhã eu pago o que ela deveria te pagar por levá-la hoje...

–Mas, Sesshoumaru... – Viu o amigo segurá-lo pela camisa de novo com uma mão e ficou estalando os dedos da outra.

–Quer apanhar de novo?

–I-Iie. – falou Miroku com uma cor de pele meio azulada.

–Então me entregue. – ele falou entre os dentes.

o-o-o

Minutos depois, a porta do lado do motorista abriu e Rin já foi abrindo a boca:

–Miroku-sama, não foi você mesmo quem disse que estamos atrasados e... – parou de falar ao ver Sesshoumaru entrar, sentar-se no banco e dar a partida no carro.

–Ele não vem. – falou ele – E me pediu pra te levar.

Rin quase deu um pulo na cadeira.

–O que fez com ele?

–Troquei de lugar com ele.

–Ora, seu... –ele viu ela tornar-se vermelha de raiva – Deixe-me sair!

–Está atrasada. – Ele falou calmamente, fazendo Rin se calar e virar o rosto com raiva para a janela.

O caminho todo foi silencioso. Sesshoumaru conseguia escutar o próprio coração batendo acelerado por causa dela, de perceber que ela estava ao lado dele naquele momento. Tentou inutilmente uma conversa sobre a formatura, mas Rin conseguia dar respostas evasivas e fazer o assunto morrer ali.

o-o-o

–Inuyasha, não precisava ser tão rude com Houjo... – Falou Kagome, puxando a manga da camisa do namorado e fazendo-o sentar-se em uma das mesas.

–Feh! Se ele voltar aqui pra puxar conversa com você, vai ter!

–Inuyasha! - ela o repreendeu.

–É sério, Kagome, eu... – foi interrompido por uma voz que ele reconheceu na hora de quem era, mas que não teve tempo de impedir que ele se aproximasse de Kagome.

KAGOME, MINHA LINDA! – falou Kouga pegando nas mãos de Kagome.

–Kouga-kun... – ela ficou completamente sem jeito.

–Kouga! – falou Inuyasha, fazendo o rapaz se virar e olhar pra ele. O olhar de Inuyasha se cruzou com o do outro rapaz. O ex e o atual namorado de Kagome pareciam estar em uma guerra silenciosa.

–Inuyasha...- falou Kouga com desprezo.

–Kouga... –Inuyasha pronunciou o nome do rapaz como se fosse um palavrão. Faíscas saíam dos olhos de ambos.

–Inuyasha – Kagome interrompeu a "guerra" e puxou o namorado para um canto, deixando Kouga sozinho – Olha só, olha só...

Inuyasha olhou para onde a garota apontava. Naquele momento, Rin e Sesshoumaru estavam na entrada do salão e a garota parecia procurar por alguém.

–Kagome, eu... – Kouga apareceu de novo para interromper o casal – Agora eu tenho eu ir, minha querida... mas eu volto mais tarde para conversarmos, 'tá? – ele foi embora e deixou Inuyasha pasmo por causa da audácia em tocar na namorada.

–Esse cara...

–Inu, não ligue pra ele! Vamos logo até Sesshy e Rin.

–Você conseguiu convencê-lo, hein...?

–Hai! Estou muito feliz com isso.

–Eu também. – falou o rapaz, dando um rápido beijo nos lábios dela.

o-o-o

A entrega dos diplomas transcorreu de forma normal, e depois o grupo de graduandos foi para um outro local, onde se realizaria a festa de despedida. Inuyasha dirigiu o carro aonde iam ele, Kagome, Rin e Sesshoumaru, e os dois escutavam a conversa das duas sobre os planos para o futuro. Um trecho da conversa chamou a atenção de Sesshoumaru, quando Rin falou:

"-Pretendo trabalhar em outra cidade..."

Rin falou tão rápida e despreocupadamente a frase que nem Kagome nem Inuyasha tinham percebido, entretanto, aquilo martelou na cabeça de Sesshoumaru durante o tempo todo até chegarem a festa.

"Por que... Em outra cidade?"

Todos entraram e escolheram logo uma mesa. O lugar estava agitado e Inuyasha reclamou do barulho para a namorada, mas esta fez que não escutou e o forçou a dança com ela. Ele bateu o pé e disse que não ia.

–Por que eu tenho que pagar um mico desses? – perguntou.

KAGOME, MEU DOCE! – Kouga apareceu do nada – Quer dançar comigo? – perguntou à garota.

Kagome já ia responder que sim para aprontar com Inuyasha, mas ele tomou a palavra antes.

–Claro que não, porque ela já vai dançar comigo! – e a puxou para dançar, fazendo Kouga voltar frustrado para a mesa onde estava. Na mesa onde estavam Inuyasha e Kagome, só ficaram Sesshoumaru e Rin, que não trocavam uma única palavra, mas que não deixaram de apreciar a cena que o outro casal protagonizou.

Cansado do silêncio, Sesshoumaru resolveu começar a falar.

–Então... Você pretende sair daqui?

A garota não respondeu, o que o fez sentir-se um pouco irritado.

–Mordeu a língua, Rin?

Rin lançou-lhe um olhar de desprezo, o que deixou o rapaz satisfeito por conseguir uma reação por parte dela.

–Você também gosta de dançar... Não quer ir lá?

Rin remexeu-se na cadeira, sentindo-se desconfortável por causa da pergunta. Sentiu o rosto corar e olhou para Sesshoumaru, que sorria ao ver a reação da garota.

–Você quer, né? – ele perguntou. Viu que ela olhou para o lado para esconder o rosto corado e resolveu levantar-se e aproximar-se dela -Vamos lá, menina... – ele praticamente a arrastou pela mão até a parte onde os casais dançavam. Ele sentia que Rin tentava escapar dele, e apertou ainda mais forte a mão que segurava.

Ao chegarem, ele praticamente forçou-a a abraçá-lo e ele ainda imaginou uma tentativa de fuga por parte dela e a segurou pela cintura, fazendo com que ela se arrepiasse, sorrindo diante disso.

–Vamos lá, Rin... eu sei que você gosta... – falou no ouvido dela.

–Gostar de quê? De ser arrastada até aqui? – perguntou, não conseguindo também conter outro arrepio ao sentir a respiração dele próxima dela.

–Até que enfim resolveu falar.

–Odeio dançar com pessoas que eu não gosto. – falou a garota, lançando um olhar fulminante a ele.

–Eu sei disso... – falou o rapaz com a habitual calma – Demo...

–Mas o quê?- ela perguntou, ainda tentando escapar.

–Você não me odeia, Rin. – ela ficou quieta uns instantes e ele deu outro sorriso e continuou – Você me ama...

Rin ficou olhando para ele e ele fechou os olhos e falou ao ouvido dela:

–Assim como eu amo você...

Rin não conseguia se mover, nervosa demais em tê-lo tão próximo de si. Ele a fez olhar naqueles olhos frios e depois fez com que dançasse com ele.

O coração dela batia mais rápido e ela não tinha coragem de pronunciar uma única palavra.

–Está gostando, Rin?

–H-Hai... – falou num sussurro.

Sesshoumaru sorria diante da reação dela. Fechou os olhos mais uma vez e sussurrou no ouvido dela.

–Volte pra casa, Rin...

Rin sentiu os olhos se encherem de lágrimas.

–Volte pra mim... – ele sentiu o corpo dela tremer e ela o abraçou forte, pressionando o rosto contra o peito dele.

–Hai... – pronunciou, por fim.

Sesshoumaru parou durante alguns momentos e virou o rosto dela para encará-lo. Viu que a garota chorava, mas tinha um sorriso doce nos lábios.

–Eu quero muito voltar pra você... – disse ela.

o-o-o

–Cadê meu carro? – falou Inuyasha quase chorando para Kagome. A garota balançou a cabeça e sorriu. A festa já tinha terminado e todos voltavam para casa, entretanto Inuyasha não encontrou o nem o irmão nem Rin, e só depois que deram por falta do carro.

–Acho que Sesshy já levou Rin pra casa.

MAS NO MEU CARRO? NÃO PODIAM PEGAR UM TÁXI?

–Ah, Inu... vamos lá... É a primeira vez que se acertam... Vamos lá que eu pago o táxi pra voltarmos.

–Meu carro... – o rapaz lamentou – O meu carro!

–Tá bom, tá bom...- falou a garota, tentando consolá-lo.

o-o-o

Sesshoumaru pegou Rin nos braços assim que trancou a porta da sala para impedir que certos curiosos o interrompessem. Ele a levou para o quarto e a colocou sentada na cama, começando a beijar o pescoço dela.

–Eu senti tanta falta disso... –falou num sussurro, levantando um pouco a blusa que ela usava e tocando a pele delicada.

–Eu também… senti muita falta de você. -ela falou tocando no rosto dele e aproximando os lábios para beijá-lo.

Sesshoumaru tirou a camisa que usava e sentiu os braços dela envolverem o pescoço. Ele não parou de beijá-la e tentou tirar a blusa dela. Muito a contra-gosto, parou o beijo, o que a deixou curiosa:

–Rin...

–Nani?

–Que diabo de blusa é essa? 'Tá cheia de laços!– ele rangeu os dentes.

A garota deu uma risada e o beijou, ajudando-o a tirar a blusa. Ele a abraçava e sentia a língua dela procurando pela dele com o mesmo desejo que ele tinha.

"Nunca mais se afaste de mim, Rin…"

"Você também promete?"

"Pra sempre..."

Sesshoumaru a ouvia gemer enquanto ele a beijava nos lugares que ela mais gostava.

"Este Sesshoumaru a ama, Rin..."

–Atashi mou, Sesshoumaru-sama.

Sesshoumaru sorriu ao escutar aquilo e enxugou algumas lágrimas dela.

Algum tempo depois...

–No que está pensando? – Rin perguntou. Estava com a cabeça deitada no peito de Sesshoumaru e olhava para ele com curiosidade.

–Estava pensando... em você.

–Conte-me algo que eu não sei – falou ela com um sorriso. Ele a abraçou mais forte.

–Você não precisa trabalhar em outra cidade... Pode tentar arrumar alguma coisa aqui mesmo em Tokyo... pesquisas, essas coisas.

–Você estava preocupado com isso? – ela levantou o rosto, mas ele a fez com que se deitasse de novo.

–Estava sim... sem contar que durante o tempo que você ficou fora, eu percebi que você fez com que eu mudasse... eu nunca me senti tão sozinho nesta casa... E antes de ter você, eu... eu só tinha Inuyasha como minha família, mas agora...

Silêncio.

–… eu queria saber se você queria ser… - ela arregalou os olhos ao imaginar qual seria a pergunta – parte da minha família também...

Rin se levantou rápido e ficou de joelhos na cama. Por alguns instantes, Sesshoumaru imaginou que ela fosse falar não, mas ela levantou o rosto e olhou para ele.

–Nós já somos uma família, Sesshy...

–O que disse?

–Todos nós somos uma família... Miroku, Sango, Inuyasha, Kagome, você... eu... – os olhos dela brilhavam – Nós somos uma família unida... sabe que eu sempre serei parte de você... E serei sua família... se ficar comigo.

–Claro que sim, minha Rin… - respondeu, fazendo com que ela voltasse a deitar a seu lado e beijando a testa dela.

o-o-o

–Cadê a Rin? Não dormiu aqui hoje? – perguntou Miroku, olhando ora para Inuyasha, ora para Kagome, ora para a noiva.

–Sabem... eu estou com uma ligeira sensação de que... – Inuyasha parou de falar e de repente todos saíram da cozinha da casa de Inuyasha, onde esperavam pela aparição de Rin para fazer o café da manhã, e correram para a casa ao lado, onde sabiam que ela estaria fazendo um delicioso café, já que imaginavam que ela teria feito as pazes com Sesshoumaru.

-SUCO GELADO E BEM DOCE! – gritou Miroku.

-CAFÉ BEM QUENTE! – gritou Inuyasha.

-PÃO COM GELÉIA E MUITOS BISCOITOS! – desta vez, foi Sango que lambeu os beiços.

-SUCO BEM GELADO E DOCE, PÃO DE QUEIJO E BOLO DE CHOCOLATE! – Kagome ia à frente para entrar na casa.

-CHEGA DE COMIDA ESTRAGADA! – falava Miroku, abrindo o portão para os demais passarem.

-AGORA VAMOS COMER A COMIDA FEITA COM TODO O CARINHO DE RIN! – falava Inuyasha, seguindo Kagome que corria mais rápido que os demais.

Os amigos chegaram na cozinha e encontraram Sesshoumaru, sentado sério na cadeira e encarando alguém. À frente dele, Buyo estava sentado e parecia olhar fixamente para o rapaz.

–Será que ele voltou a fazer as pazes? Ele está muito sério... – comentava Kagome para os demais.

–Tente alguma coisa, Miroku...- falava Inuyasha.

–Por que eu?

–Você já está acostumado a apanhar dele, oras... – Inuyasha respondeu, mostrando o quanto era óbvio aquele pedido.

–Ano... Sesshy... – Sango resolveu arriscar.

O rapaz moveu uma das mãos e fez sinal para que não interrompessem.

–Sabem... – ele começou a falar – Eu acho que agora ele sabe falar "sake" e meu nome...

QUÊ? – gritaram os amigos.

–É sério, olha só... – pegou Buyo e colocou de volta para o lugar que costumava ficar na geladeira. – Buyo, o que tem guardado aqui?

–"Shaaaa"...

OHHHH! –falaram todos.

–"Kiiiii"...

-Muito bem, Buyo!falou Sesshoumaru. – Agora fale meu nome.

–"Shiiiiimaaaaruuu"... – e o gato ficou de barriga para cima.

–Isso, muito bem! – falou o rapaz, sorrindo como os amigos nunca tinham visto antes. Ele abriu a porta da geladeira e tirou uma garrafa de sake, abrindo logo em seguida e colocando um pouco na vasilha de leite do gato, sob os olhares de espanto dos amigos.

–Bom menino.

SESSHOUMARU! O QUE É ISSO? – gritou Rin, fazendo o rapaz largar a garrafa com o susto. Ela se espatifaria no chão se Miroku não tivesse socorrido a coitada e evitado a queda.

–Eu não 'tava fazendo nada, Rin... – falou como se estivesse pedindo desculpas.

–Ah, com certeza! Só ia deixar bêbado o pobre Buyo... E vocês? – perguntou ela para os amigos que ainda estavam parados sem pronunciar uma única palavra – Por que demoraram tanto pra filar o café aqui?

–Ah... – Miroku parecia extremamente confuso.

–Rin... – Kagome começou.

–O que temos para comer aqui? – perguntou Inuyasha, compreendendo que os dois tinham feito as pazes.

–Temos pão de queijo, pão com geléia, bolo de chocolate, café, suco e biscoitos. – disse a garota sorrindo.

-AHHHHH, RIN-CHAN! –gritaram todos com os olhos brilhando e sentando nas cadeiras vazias.

o-o-o

–Vocês não gostaram da idéia? – perguntou Miroku, mostrando-se triste para que os amigos sentissem pena.

–Houshi – começou Sesshoumaru – Esse negócio de comemorar a passagem do ano vai ficar esquisito...

–Mas o nosso Ano Novo foi tão sem-graça... – Sango deu uma tossida atrás de si e o fuzilou com o olhar – Quer dizer, teve momentos maravilhosos, mas... Bem, vocês entenderam que nem todos estavam juntos, por isso é que seria melhor nos fazermos uma festinha só pra gente, sabe...

–E o que você sugere? – perguntou Inuyasha.

–Que tal um churrasco amanhã?

–Péssima idéia. – falou Rin.

–Rin é vegetariana, Houshi. – falou Sesshoumaru.

–Ah, mas pode ser churrasco e salada, o que acham?

–Sei não... Comemorar Ano Novo quase uma semana depois... – falou Kagome.

–Ora... Mas nós nem somos cristãos e comemoramos o Natal!

–Foi só troca de presentes, Houshi... – Sesshoumaru comia um pedaço de bolo.

–Mesmo assim! A maioria é budista... – escutou uma tossida de Kagome e resolveu completar depressa – e xintoísta, mas o Natal nem é japonês...

–Certo, certo... vamos fazer... – falou Rin.

–Valeu, pessoal! Amanhã na casa do Inuyasha!

Dia do Churrasco

–Experimente este vestido, Rin... – Kagome mostrou uma peça para a garota. Estavam ambas de toalha enrolada no corpo, pois uma vasilha com molho de churrasco derramou e sujou as roupas que usavam, tendo que ir até o quarto de Inuyasha -que tinha algumas roupas de Kagome guardadas – para se trocarem.

–Acho que vai ficar bem, Kagome-chan... Mas...

–O que foi?

–O que é isso? – ela apontou assustada para uma das peças sujas que estavam jogadas na cama e que tinha algo que tinha algo por baixo que se movia. Elas se assustaram e deram um grito, com medo de ser um bicho perigoso. Mas depois o que apareceu saindo por entre o amontoado de roupas foi Buyo.

–Ah, é só o Buyo... –elas suspiraram

–O que foi, meninas? – Miroku entrou no quarto de repente – Vocês gritaram e... -ao perceber que estavam de toalha, Miroku (imaginem só!) corou. -Ah... me.. me desculpem, foi sem querer... – ele estava para sair quando sentiu um arrepio na espinha.

MIIIIIIROOOOOKUUUU! – gritaram três vozes atrás dele. Miroku gelou e a muito custo conseguiu virar o rosto. Ele deu um berro ao ver Sango, Inuyasha e Sesshoumaru cuspindo fogo.

–Miroku... – Sango começou.

–...seu... – Inuyasha continuou.

–...safado. – Sesshoumaru terminou.

C-CALMA AÍ! FOI SEM QUERER, NÉ, MENINAS? – o rapaz lançou um olhar suplicante para Rin e Kagome, que agora tremiam de medo ao ver os amigos daquele jeito.

–Pessoal, o prato principal de hoje é Houshi assado com muito molho! – falou Sango.

–Parece uma delícia – Inuyasha falou lambendo os beiços – Cadê a faca pra cortar?

–'TÁ NA MÃO! – respondeu Sesshoumaru, segurando uma faca de cortar carne em cada mão.

-AIEEEEEEEEEEEE! – Miroku fugiu e eles correram atrás.

Rin e Kagome olharam uma para a outra.

–Tadinho do Miroku-sama... – falou Kagome.

–Pobre Miroku... – lamentou Rin - Foi sem querer desta vez...

–Será que ele vai sobreviver?

–Acho que sim. Se ele sobreviveu quando o Sesshoumaru o pegou me espionando quando tomei banho uma vez...

–É, acho que tem razão.

–Nós somos uma família. Não vai acontecer nada com ele.

Kagome deu um sorriso para a amiga.

–Hai, Rin-chan!

o-o-o

Vocabulário: Acho que não deixei passar nenhuma... -.-;; Mas qualquer coisa, mandem um e-mail que eu digo o significado.

Akemasute Omedetou: Feliz Ano Novo;

Atashi mou: Eu também (expressão feminina);

Minna, minna-san: Pessoal, gente.

Mou:Caramba!;

Onegai:Por favor;

Yatta: Consegui!.

o-o-o

Oi, pessoal!

Ah, Feliz Ano Novo para todos!

Aqui está a conclusão do songfic! Espero que tenham gostado e que tenham se divertido bastante! Recebi poucos comentários, mas foram de coração! Arigatou, minna!

Arigatou especial à Priscila, que me alertou sobre uma coisa muito importante...' Domo, Pri! E domo também para Naru-dono e Lally-dono por confirmarem...

E agora uma boa notícia... Os personagens deste fic continuarão em outro fic só pra eles que começarei a fazer... ainda não escolhi o título, mas provavelmente em fevereiro eu já deva estar publicando o primeiro capítulo!

Beijinhos e até a próxima!

Shampoo-chan