A Passagem
Por Naki
Capítulo 9 – O encontro
"E-ei! Acorde bela adormecida!" - uma vozinha infantil fazia a jovem despertar.
"Não... eu não quero acordar! Pelo contrário! Quero dormir para sempre!"
"Vamos, dorminhoca! Deixe de preguiça!" - dizia o pequenino enquanto sacudia a jovem deitada na cama.
"Não!" - dizia a jovem manhosa, virando-se para o outro lado da cama - "Eu quero dormir para quem sabe acordar longe deste pesadelo!"
"Ora, Chris... Pare com isso!" - dizia David saindo de cima da jovem e sentando-se na beira da cama.
Sakura abria os olhos com medo, observando o quarto em que estava. Virou seu rosto e deparou-se com as costas de David, seu "irmão". Que espécie de pesadelo era aquele? Como poderia descobrir tudo o que lhe estava acontecendo sem suas cartas? Aonde elas estariam por sinal? E sua chave mágica? Com certeza elas deveriam estar no Lago Queens. No local onde pousara após a viagem no tempo ao qual a Carta Retorno a havia submetido. "Como 'Ela' pôde errar?" - pensava Sakura.
Forçando sua memória, Sakura lembrava-se de sua conversa com Kaho, no dia do enterro de Shaoran...
"Shaoran está aqui, Sakura!" - dizia Kaho enquanto apontava pro coração da jovem flor - "Ele sempre estará aí! Busque-o! Shaoran está vivo dentro de você! Encontre-o!"
Aquelas palavras de Kaho soaram como um trovão. "Shaoran… vivo… dentro de mim!" - pensava Sakura. Ela fechava seus olhos e se lembrava de cada doce momento que passara ao lado de seu namorado.
"Se pudesse ter impedido isso… Se não tivesse esquecido minha bolsa…"
"Não adianta ficar se lastimando pelo o que ocorreu, Sakura! Deve continuar em frente! Pense na sua magia, no que tem para construir e aprender! Suas Cartas precisam de você e lhe ajudarão sempre que precisar! Enriqueça-as de sua Magia! Seu futuro está aí, diante de seus olhos, sorrindo pra você. Vá em busca dele, querida!"
"Se não tivesse esquecido minha bolsa… e se eu…" - Sakura refletia sobre suas últimas palavras e percebia o que elas estavam lhe dizendo..
"Suas Cartas precisam de você e lhe ajudarão sempre que precisar". As palavras de Kaho davam um brilho aos olhos de Sakura.
"As Cartas precisam de mim e me ajudarão sempre que precisar... Retorno não brincaria com algo tão sério. Ela sabia o que eu queria. Meus sentimentos eram tão óbvios. Por que ela foi me deixar aqui? Por quê?" - pensava Sakura após refletir sobre as palavras de Kaho. Era certo que estava ali por algum propósito, mas qual?
"Chri-is!" - dizia David manhoso, ainda de costas pra irmã.
"Vid... perdoe-me sim... Não estou me sentindo muito bem..." - dizia Sakura. Ela não entendia por que, mas era como se devesse satisfações para aquele pequenino.
"O que estais a me esconder, heim?" - disse David virando-se para Sakura, deitando-se de bruços e apoiando-se sobre os cotovelos. Deixou que suas pernas se esticassem ficando ao lado do corpo deitado de Sakura - "Eu te conheço... Não estais bem. Por que não me contas? Acho que posso ajudar-te mais do que o médico."
"Médico!" - disse Sakura espantada.
"Sim... Papai e Tio Steve estão preocupados. Tu desmaiaste de novo! Desde que encontraram-te está diferente. O Tio Steve estava até cogitando a possibilidade de algum ser maligno ter te dado algo pra beber e feito tu ficares assim... Meio estranha..." - a forma com que David dizia 'estranha' fez Sakura assustar-se. Teria que tomar cuidado ou poderiam interná-la em algum hospital e até mesmo dar-lhe como louca! Tinha que ser mais cautelosa - "Papai acha que tu perdeste um pouco das tuas lembranças... Amanda acha o mesmo. Mas eu e ela observamos tua cabeça a pouco e não encontramos nenhum sinal de pancada forte. Sentes alguma dor na cabeça?" - disse David colocando a palma de sua pequena mão sobre a testa da irmã.
"Não... não sinto nada..." - disse Sakura ao sentir a presença quente de David lhe envolver.
"Sabe o que eu acho, Chris?"
Sakura levantou-se e sentou-se na cama observando David fazer o mesmo e fitar-lhe com seus intensos olhos verdes. Ao reparar no brilho dos olhos do menino, Sakura pôde sentir-se confortada, como se naquele olhar encontrasse seu lar. Era estranho sentir-se afeiçoada por um menino que nunca vira antes, mas Sakura sentia-se assim. Talvez fossem pelos olhos iguais aos dela, ou talvez fosse o cabelo desalinhado e castanho escuro... Assim como os de um rapaz que ela tanto amava...
"Eu acho que perdeste tuas lembranças sim. Mas não por pancada nenhuma. Tu és distraída, até por demais! E ver-te levando um tombo não é algo muito difícil de se imaginar." - David sorria com o comentário, assim como Sakura, que passava a imaginar Christine um tanto quanto parecida com ela nesse aspecto - "Acho que perdeste tuas lembranças por algum motivo emocional." - David aproximou-se mais de Sakura, ficando sobre seus joelhos para que seu rosto fitasse a irmã bem de perto - "Tu sabes bem do que eu estou falando, não?"
Sakura balançou a cabeça negativamente. Sobre o que David estava falando? Seu olhar questionador fez David abaixar seu rosto e balançar a cabeça em sinal de decepção. "Tu se esqueceste disso também, não foi? Esqueceste de nosso segredo..." - dizia David tocando as mãos de Sakura - "Chris... de que tu se lembras, heim?"
"Eu... eu não me lembro de nada realmente." - disse Sakura. Seria melhor mentir dizendo que não se lembrava de nada, o que de fato não era realmente uma mentira, uma vez que ela não se lembrava de nada sobre esta vida ao qual tinha sido submetida. Neste momento, omitir sobre suas verdadeiras lembranças, sobre o fato de ser Sakura era, sem dúvidas, o melhor a se fazer. - "Só me lembro de conhecê-los... Mas não ao certo da onde... Entende?"
David resumiu-se a um aceno com a cabeça. Sua irmã tão adorada havia de fato perdido a memória. E mais, havia se esquecido do que provavelmente a tinha feito perder suas lembranças. Será que se ele contasse o segredo que ela mesma havia lhe revelado dias atrás as suas memórias voltariam? Levantando o olhar, David deparou-se com o brilho dos olhos de Sakura, levemente opaco, confuso. Talvez não agora... Deixaria o tempo lhe dizer quando seria mais prudente fazer tal revelação. Ou melhor ainda! Deixaria o tempo criar a oportunidade para fazê-la lembrar-se por si própria.
"Nada é por acaso..." - disse David num murmúrio.
"Só existe o inevitável..." - completou Sakura num impulso, sem perceber a mudança na expressão do rosto de David.
"Eu sei, Chris... Tu sempre me diz isso! Estás vendo? Está tudo aí, basta que tu se lembres!" - dizia David apontando a cabeça de Sakura, como se quisesse afirmar que suas lembranças estavam apenas perdidas dentro de sua mente. Bastava que ela as encontrasse.
Sakura sorria ao perceber a vivacidade e a esperteza de seu irmão. E o que mais lhe surpreendia era o fato dele, mesmo pequeno, já ser tão maduro. "Devemos ser muito amigos...." - pensava Sakura - "Ele sabe o motivo que talvez tenha causado a minha perda de memória. Quer dizer, da Christine! Ah... enfim, talvez o que ele saiba possa me explicar alguma coisa a respeito do que está acontecendo..."
"Com licença, Srta." - dizia Amanda ao entrar no quarto - "O Dr. Andersen está aqui para ver-lhe."
David pulou da cama indo de encontro a Amanda. A jovem senhorita tomou o menino pelas mãos e, curvando-se delicadamente em sinal de respeito, saiu do quarto. Logo em seguida, uma figura nunca antes vista por Sakura, entrou. Um homem, em torno dos 60 anos, cabelos grisalhos, expressão séria. Maleta nas mãos e um olhar de preocupação. Acompanhado por O'Connell, o homem aproximou-se da cama onde Sakura estava sentada.
"Como vais, Christine?" - perguntou o homem.
Sakura não respondeu. Tinha medo de dizer qualquer coisas àquele estranho que pudesse vir a piorar a situação na qual se encontrava.
"Querida..." - dizia O'Connell - "Não te lembras do Dr. Andersen? Pai de teu noivo?"
Sakura balançou a cabeça negativamente. Uma aflição tomou conta de seu coração. Sentiu-o apertar. Levando as mãos ao peito numa forma de controlar a dor que estava sentindo, respirou fundo. Pequenas lágrimas ameaçaram rolar em seu rosto, mas Sakura segurou a respiração. Não queria chorar... Não era conveniente.
"Charles, minha jovem... Pai de Steve...Não te lembras?" - dizia o homem com um olhar mais amável. Percebera a aflição da jovem e achou conveniente abrandar o tom de sua voz e sua expressão.
"Steve" - lembrava-se Sakura da fisionomia de seu suposto noivo. Era Touya na verdade. Seu irmão... Estava noiva de seu próprio irmão! Mesmo que não o fosse nesta vida, era este o sentimento que tinha por ele, um amor fraternal. Não fosse o fato de não estar com suas Cartas e com sua chave, este sem dúvidas seria o maior de seus problemas no momento. Mas Sakura sabia que tudo voltaria ao normal assim que encontrasse sua chave. Faria a Carta Retorno levá-la de volta ao tempo ao qual pertencia. Pediria ajuda à Eriol. Talvez juntos conseguissem reverter tudo. Assim teria Shaoran de volta à sua vida, e a sua vida de volta ao normal. Sakura talvez até aceitasse não ter a vida normal de antes, desde que uma condição prevalecesse nela: "Shaoran... Seria capaz de viver uma outra vida se você estivesse presente nela..." - pensou Sakura com lamento.
"Eu lhe disse, Charles." - dizia O'Connell para o médico - "Ela perdeu suas lembranças. Mas não entendo porque! Não há sinal algum de tombo, queda, ou mesmo uma pancada em sua cabeça!"
"Edward, meu caro..." - dizia Charles virando-se para o amigo - "As vezes as perdas de memória ocorrem assim, sem motivo algum aparente. Talvez tenha sido algo que Christine presenciou, ouviu... Podem ser tantas coisas. O importante e tentar fazê-la recordar-se do dia. Talvez desta forma ela recupere suas lembranças..."
Charles virou-se novamente para Sakura. O modo com que fitava a jovem mostravam extrema preocupação e carinho por ela.
"Christine, meu anjo... Já tentaste se lembrar aonde estava? O que aconteceste antes de acordar aqui?" - perguntou Charles obtendo um aceno afirmativo como resposta - "E nada lhe veio a mente, certo?" - Sakura novamente assentiu - "E lembranças anteriores, teu pai, teu irmão? Nada, meu bem?"
Sakura respirou fundo e balançou a cabeça negativamente. "Sinto apenas que os conheço e que posso confiar neles, só isso..." - disse por fim.
"Compreendo..." - disse Charles voltando-se para Edward - "Acho que o que a sua filha presenciou, meu caro, foi muito forte e a fez esquecer de tudo, por completo. É normal quando perdemos a memória restarem apenas sentimentos, a simples sensação de conhecermos, mas não lembrarmos de onde, ou como, ou por quê." - pausou por um momento e continuou - "Quem sabe se a levarem para o local onde Steve a encontrou não aflore algo na sua mente."
"É... talvez..." - disse Edward receoso e chateado pela notícia que havia se confirmado. Sua filha havia perdido a memória.
"Eu acredito que talvez dê certo!" - disse Sakura. Os dois homens a observavam surpresos. O que eles não imaginavam era que na verdade Sakura estava interessadíssima em ir ao local onde fora encontrada. Quem sabe lá não encontraria sua chave, suas Cartas e assim resolveria todo problema?
"Estais mesmo disposta a ir, querida?" - perguntava O'Connell, que recebia como resposta o assentimento de Sakura - "Tenho medo que ao chegar lá possa vir a se lembrar do que lhe causou tudo isso e sentir-se pior..."
"Não acredito que algo realmente tenebroso possa ter ocorrido. Não sinto desta forma." - disse Sakura.
"Se ela está tão segura de si, acredito que será de grande valia a ida da jovem até lá, Edward." - disse Charles.
"Não hoje... Talvez amanhã pela manhã. Iremos todos juntos, estás bem para ti, Chris?"
"Sim... papai..." - disse Sakura.
"Excelente! Tenho certeza que logo todas as tuas memórias voltarão, Christine. Agora se aproxime mais, meu bem. Vou tomar tua pulsação. Quero ver se tua saúde está debilitada realmente ou se fora somente um susto. Desmaiaste muitas vezes.... É melhor prevenirmos, não?" - disse Charles sorridente.
"Tudo bem..." - disse Sakura aproximando-se do médico que agora abria sua maleta e pegava alguns de seus utensílios.
"Ai ai ai... Você está me espremendo, To... é... Amanda!" - dizia Sakura para a amiga que lhe apertava o espartilho.
Sakura tinha sido examinada por Charles, pai de seu 'noivo'. Estava tudo bem com ela, pressão, temperatura, reflexos... Agora Amanda tinha sido chamada pelo Sr. O'Connell para vestir a senhorita Christine. Amanda apertava um belo espartilho rosa escuro, cheio de detalhes em pequenas rendas brancas. Sakura não gostava muito da idéia de ser 'apertada', mas sorriu ao se lembrar das inúmeras roupas que sua amiga Tomoyo já a tinha feito usar.
"Cada colan apertado... E aquela roupa quando fui capturar a Carta Silêncio. Minha nossa, como foi difícil entrar naquilo...." - lembrava-se Sakura sorrindo.
"A Srta. reclama demais... Já lhe disse que tu engordaste muito nos últimos dias!" - dizia Amanda ao terminar de amarrar o espartilho, dando um pequeno nó com os fios, deixando-os cair pelas costas de Sakura.
"Não engordei, não!" - disse Sakura virando-se e soltando seus cabelos longos, fazendo com que o brilho mel que os mesmo possuíam iluminassem sua pele branca levemente rosada.
"Eu sei que não, Srta...." - disse Amanda sorrindo.
"O que se tem para fazer por aqui?" - perguntou Sakura.
"Tu não recordas de nada, não é?" - disse Amanda com pesar em sua voz.
"Queria poder te contar o que sinto... Mas creio que não entenderia..."
"Esqueceste da nossa relação também..." - disse Amanda baixinho, num suspiro.
"Sinto que éramos muito amigas." - disse Sakura. Suas palavras iluminaram o rosto de Amanda que a fitou nos olhos - "E aposto que me conhece como a palma de sua mão. Que eu te contava todos os meus segredos e..."
"Tu se lembrou, Chris!" - dizia Amanda interrompendo e abraçando Sakura.
"Não... não me lembro... Só sinto... Digamos que sempre soube que independente de onde estivesse, da situação que me encontrasse, da vida que fosse submetida..." - Sakura pausou e olhou dentro do mar violeta que tanto lhe acolhera nas suas situações difíceis - "Qualquer que fosse ela, Amanda... Sempre seríamos amigas..."
"Oh... Chris..." - disse Amanda com os olhos marejados. A jovem aia sentia-se da mesma forma. Sua melhor amiga não havia mudado. Sabia que nunca sua jovem senhora a esqueceria. Tantos momentos, segredos, sonhos confessados uma à outra. Christine era a única amiga que tinha e sempre seria assim, sempre!
"Amanda..." - disse Sakura ao puxar a amiga até sua cama e fazê-la se sentar ao seu lado. Respirou fundo, secou algumas lágrimas que insistiam em cair pela emoção e encarou Amanda. "Se te contasse um segredo, seria capaz de guardá-lo e mais! Seria capaz de acreditar em mim?"
Amanda a encarou estranha. Nunca tinha visto Christine tão séria. Estaria ela fingindo tudo? Só restava concordar para saber. E foi o que Amanda fez, assentiu prontamente. "Pode confiar em mim, Chris... Sempre soube que pôde..."
"Eu não sou Christine!"
"Ai... Chris!!! Tu não tens jeito." - disse Amanda suspirando aliviada levando ambas as mãos ao peito - "Eu pensando que era algo sério e tu ficas aí a brincar comigo!"
"Não estou brincando!" - Sakura parecia estar decepcionada com a atitude de Amanda.
Amanda parecia não lhe ouvir. Ria com graça, vontade e até alívio por ver a amiga brincalhona de sempre de volta ao normal. Sakura no entanto ficava cada vez mais perdida. Queria tanto alguém para confiar e ajudá-la a sair daquele pesadelo ao qual se encontrava. Acreditava que Tomoyo estava dentro de Amanda, e que ela iria ajudá-la como fez outras tantas vezes. Mas não! A amiga não acreditava. Sentia-se vulnerável por não saber como convencê-la... Queria tanto que a amiga acreditasse nela...
E foi com este desespero brotando dentro do coração de Sakura que a jovem foi tomada de um choro compulsivo. Sentia-se sozinha... Perdida...
"Não... Oh, não senhorita! Por favor, não chore!" - dizia Amanda tentando consolar Sakura.
"Você não acredita em mim... Eu não sou Christine! Sou Kinomoto Sakura! Filha de Kinomoto Fujitaka!" - dizia Sakura tentando controlar o choro, encarando Amanda nos olhos - "Sou do século XXI, possuo magia, e foi por causa disso que vim parar aqui!"
Amanda estava assustada. Os olhos de sua querida senhorita contavam-lhe a verdade. Mas era difícil demais de acreditar.
"É melhor chamarmos o Doutor Andersen. Tu estás delirando e..."
"Não!" - dizia Sakura com firmeza -"Você precisa acreditar em mim!"
Os olhos de Sakura estavam ansiosos por uma resposta afirmativa. Algo que brotasse dentro do puro coração de sua amiga e que lhe informassem quanto a credibilidade dela. Sakura levava a mão ao peito tentando controlar os batimentos acelerados de seu coração.
"Sei quando mentes, Chris... E sei que agora tu não o está." - disse Amanda tocando a face de Sakura.
"É Sakura... Eu me chamo Sakura!"
"Sakura..." - murmurou Amanda na tentativa de se familiarizar com o nome.
"Eu vim do futuro para cá por algum motivo. É como se estivesse vivendo uma outra vida! Uma vida que já vivi no passado!"
"E onde estás Christine? O que houve com ela?" - perguntava Amanda um tanto quanto aflita quanto ao paradeiro de sua adorada amiga.
"Eu não sei... Na verdade acredito que eu seja ela... Eu sou Christine com a memória de Sakura..."
"Se isso for verdade, então Chris está no futuro vivendo tua vida, Sakura!" - Amanda tinha medo em sua voz - "Oh, não! Christine! Ela é tão frágil, inocente... Como poderá viver num mundo tão diferente... Meu Deus!"
"Acalme-se... O meu corpo não está lá. Eu não fiz apenas uma viagem com a minha alma. Esta sou eu, por completo. Voltei a viver uma vida que de fato já foi minha! Como lhe disse, usei magia. "
"Magia... Não... Christine não sabia usar magia! Magia é algo maligno!"
"Não... escute, Amanda. Eu vou lhe explicar tudo mas primeiro preciso encontrar a minha chave e..."
"Eu já entendi! Algum bruxo fez um encantamento em ti e tu estás dominada por algum espectro." - Amanda dizia isso se levantando da cama. Caminhava sem passos certos para trás. O medo em seu olhar de que algo desta gravidade tivesse realmente acontecido dominava todo o seu ser.
"Não uso este tipo de magia... Tenho Cartas Mágicas e..."
"Não! Capitão Andersen sempre teve razão! Existem seres malignos que ficam realizando bruxarias horrendas por aí! Devem todos queimar no fogo do inferno! Pagãos!!!"
Amanda saia correndo do quarto deixando Sakura perturbada com aquelas palavras. Tomoyo tinha entendido tão facilmente o fato dela ter magia. "Se ao menos tivesse como mostrar à ela..." - pensava Sakura.
Tinha imaginado Amanda como Tomoyo. E de fato ela devia o ser. Mas uma Tomoyo de muitos anos atrás. E como Sakura ouvia de seu pai nos contos históricos a humanidade era pouco evoluída dentro deste aspecto nesta época na qual possivelmente se encontrava. A magia antigamente era vista como algo demoníaco. E foi lembrando-se deste detalhe que Sakura foi interrompida pelo 'pai'.
"O que aconteceu, Christine!" - o Sr. O'Connell acabava de entrar no quarto deparando-se com Sakura sorrindo.
"Não lhe disse, Sr. Ela está sorrindo... Está tomada por uma magia demoníaca!" - dizia Amanda atrás de seu Sr.
"Oras, não diga bobagens, Amanda!" - disse David entrando no quarto - "Aposto que Chris está sorrindo por que se lembrou de algo, não é?" - dizia David que acabava de entrar no quarto.
"Não se aproxime dela, David!" - gritava Amanda.
"Não se preocupe, Vid..." - dizia Sakura ajoelhando-se e abraçando o pequenino que se aproximara - "Amanda está assustada com o que disse à ela."
"O que disseste à ela, minha filha?" - perguntava O'Connell.
"Não foi nada papai... Ela assustou-se apenas com possíveis histórias que surgiram em minha mente sobre magia acreditando que as estava praticando. Só isso." - respondeu Sakura encarando Amanda.
"Foi apenas isto mesmo, Amanda?" - disse O'Connell ao fitar sua empregada.
"Sim, Sr. Pensei que fosse verdade. Está tudo muito confuso, o fato da Srta. perder suas memórias e..."
"É melhor ir repousar, Amanda. Todos estamos desgastados com toda esta história." - disse O'Connell.
"Papai... por favor..." - chamou Sakura.
"O que foi, querida?"
"Quando iremos ao Lago Queens?"
"Quando estiveres melhor, meu bem."
"Por favor, papai. Acredito que quanto antes for, melhor será."
"Amanhã falaremos sobre isso, Chris..."
"Mas..."
"Sem mas, Christine! Quantas vezes terei de lhe dizer para nunca argumentar com um homem. O que digo está decidido, e ponto. Vamos David! Christine precisa descansar." - O'Connell parecia aborrecido com o questionamento indevido de sua filha.
O Sr. O'Connell saiu acompanhado do filho. Amanda ainda permaneceu no quarto para fechar a cortina, uma vez que seu Sr. havia dito que a jovem senhorita iria descansar.
"Eu te assustei, não foi? Me desculpe. Sei que Christine não faria isso... É que não sou ela exatamente, e irei te provar. E antes que você pense besteiras minha magia é boa. Vem do coração. Sou regida pela estrela e guardada pelo Sol e a Lua. E sei que no fundo acredita nisso."
Amanda observou Sakura. Fechou seus olhos rapidamente para tentar sentir melhor o que a envolvia. Uma sensação confortável e quente envolvia Amanda. Sentia que seu coração estava leve e que uma brisa suave soprava dentro de si, esquentando seu corpo e fazendo-o flutuar numa sensação de liberdade. Sorriu. Abriu os olhos e viu Sakura. Sim.... Não era Christine, ela sabia. A energia poderia até ter a mesma procedência, mas era mais intensa, mais madura. Muito diferente da de Christine.
"Acredito, Sakura..." - as duas palavras de Amanda foram suficiente para fazer Sakura pular em seus braços, abraçando a amiga carinhosamente. "E me desculpe... Fiquei assustada com tudo isso e preocupada com Christine."
"Tomoyo... Obrigada!"
"Amanda... me chamo Amanda, Srta."
Sakura abriu seus braços soltando-se do abraço e sorriu. "Eu vou lhe contar tudo e você irá entender. Espero que me ajude a voltar pra casa e assim trazer a Christine de volta para vocês."
"Conte comigo... Sei que tudo voltará ao normal em breve."
As duas amigas voltaram a se abraçar. Sakura sentia a aura pura e singela de Tomoyo presente em Amanda. Assim como Amanda sentia a presença de Christine dentro de Sakura. Amigas independentes do tempo, da época. Amigas por toda uma vida... Por todas as vidas as quais poderiam existir...
Sakura não tinha conseguido descansar nos últimos dois dias. Já estava longe de casa a muito tempo... Pode parecer pouco, mas dois dias significavam muito pra ela. Afinal não sabia o quanto estes dois dias significavam no seu tempo real. Não sabia como tudo tinha ficado por lá, o que todos estariam pensando? Além disso estava perdendo tempo na sua 'missão' ao passado: Reverter o destino cruel de seu amor.
"Bom dia!" - dizia Amanda entrando no quarto.
"Bom dia!" - respondeu Sakura.
As amigas haviam conversado ontem até tarde da noite. Nenhuma das duas de fato conseguia ter sono diante daquela inusitada situação. Sakura havia contado tudo sobre sua vida, sua magia, das pessoas as quais conviviam e que nesta vida tinham outro nome, o que veio por deixar Amanda aflita ao ver que Steve era irmão de Sakura na vida da qual ela tinha lembranças, a vida futura que Christine viveria em uma próxima encarnação...
Amanda aproveitou para lhe contar algumas coisas da vida de Christine, para assim evitar que Sakura agisse de forma errada, pois caso assim o fizesse, todos desconfiariam que ela não era a 'Christine com falta de memória'. Contou sobre os gostos, vontades, desejos, o que fez Sakura perceber o quanto era parecida com Christine, que na verdade elas eram a mesma pessoa em tempos diferente.
Sakura também lhe contou o motivo de sua viagem no tempo. Contou sobre Shaoran, seu grande e único amor. Amanda achou estranho pois Christine sempre dizia que amava Steve. Sakura concluiu que deveria ser um sentimento parecido com o que teve pelo Yukito, o mesmo amor que sentimos por um membro da família. Amanda também questionou quem poderia ser Yukito nesta vida, uma vez que a descrição dada por Sakura não batia com a de ninguém conhecido daquela época.
"Todos já estão acordados?" - perguntou Sakura enquanto se vestia com a ajuda de Amanda.
"Sim. Teu pai saiu para resolver alguns negócios e teu irmão foi brincar no jardim."
"O Lago Queens fica muito longe daqui, Amanda?"
"Quase duas horas."
"Tudo isso?" - perguntou Sakura decepcionada.
"Oras, Sakura! Se galopar tão bem quanto Christine deves chegar lá em menos de uma hora. Quando disse duas horas me referi ao tempo que levamos quando vamos de carruagem."
"Carruagem... Com certeza com a moto de Touya chegaríamos em menos de vinte minutos..." - pensava Sakura lamentando não ter nenhuma das facilidades do tempo moderno.
"Será que iremos hoje?"
"Queres muito encontrar tuas cartas, não é?"
"É sim..." - concordou Sakura.
"Quem sabe teu pai não volta animado e resolva levar-te?" - disse Amanda animada.
"É... quem sabe..."
Após uma hora e meia sentada em uma carruagem*, sentindo trepidações devido à estrada de terra batida ao qual passavam, Sakura desceu desconfortada pelas roupas e pelo cansaço. Ela havia convencido o pai durante o almoço a levá-la ao Lago Queens. Foram Sakura, O'Connell, David e Amanda, mais um empregado que conduzia a carruagem.
David caminhava de mãos dadas com Amanda e Sakura ia mais a frente com O'Connell. Todos observavam o Lago Queens. Este era muito belo, rodeado por grama verde, árvores e flores coloridas. Parecia um imenso jardim onde famílias passavam tardes de domingo realizando pic-nics. Sakura tentava sentir a presença de suas Cartas, mas não conseguia.
"Papai!" - chamou Sakura - "Gostaria de caminhar sozinha..." O'Connell pareceu não aceitar bem aquele pedido e já ia contra argumentar quando Sakura continuou - "Preciso ficar sozinha para tentar me lembrar. Da mesma forma que estava quando tudo provavelmente aconteceu!"
A justificativa de Sakura pareceu convencer O'Connell - "Está bem... Mas não vá para longe."
Sakura assentiu e começou a caminhar. Fechava seus olhos em alguns momentos tentando sentir a aura do local, buscando encontrar algum vestígio da magia que havia levado-a até ali. Nada. Concentrou-se mais, tentou sentir suas Cartas, mas nenhuma indício de que elas se encontravam ali foi encontrado. "Será que alguém as encontrou antes de mim?" - pensava - "E se alguém está com elas, e se nunca mais as ver..." - um desespero começava a tomar conta de Sakura.
Ela começou a correr não dando importância para a recomendação do pai. Logo já estava longe dos olhos de todos. Correu próxima ao bosque que se encontrava nas proximidades do Lago, onde as enormes árvores encobriam os raios de sol. Sentiu o coração apertar, uma sensação de impotência e frustração. Seus olhos encheram-se de lágrimas. Adentrou mais no bosque, correu sem parar. Quando seu fôlego já lhe faltava sentou-se embaixo de uma árvore, recolhendo-se e abraçando seus joelhos. Deixou que o choro chegasse como se dissesse que tudo estava perdido.
O vento soprou forte e frio amedrontando Sakura. Ouviu um galope de cavalo se aproximando e encolheu-se ainda mais. Seus cabelos longos caiam sobre suas pernas encobrindo o rosto que mantinha encostado entre os joelhos. Ouviu passos sobre as folhas secas do chão, imaginou ser seu pai ou Amanda de princípio mas concentrou-se na presença. Ela era tão familiar e trazia consigo algo que tanto precisava, segurança...
Virou seu rosto devagar buscando ver quem se aproximava. Deparou-se com as pernas de um homem trajadas em calças escuras e botas.
"Estás ferida?" - disse o homem.
"Esta voz... Não... não pode ser..." - pensava Sakura confusa.
"Senhorita?" - disse o homem agachando-se perto de Sakura - "Tu és Lady Christine O'Connell, não és?"
Sakura sentiu mais de perto a aura daquele homem. Uma aura que ela jamais poderia confundir... A aura que tanto envolvia seu ser e fundia-se a sua alma. A presença que tanto amava e que saberia reconhecer onde quer que estivesse.
Tomada de uma nostalgia, onde a esperança parecia dar-lhe a certeza de que sempre existira, Sakura ergueu o rosto e deparou-se com àquele olhar... O intenso e tocante olhar... Àquele olhar que proferia o tom mágico das pedras de âmbar...
"Shao... Shaoran!" - disse Sakura quase num murmúrio envolvendo o pescoço de seu amado - "Eu sabia que o veria de novo... " - disse entregando-se a emoção daquele encontro onde as lágrimas expressavam toda sua dor e angústia que agora tornavam-se numa mescla de felicidade e paixão.
"Srta... Eu..." - dizia o homem afastando-se do abraço daquela jovem - "Estais a me confundir."
"Não... Não! Eu nunca o confundiria Shaoran..." - disse relutando àquele afastamento.
"Christine!" - o grito de O'Connell era ouvido pelos dois ao longe.
"É melhor que eu parta agora, Srta." - disse o homem se levantando ao ouvir o grito de O'Connell. Caminhou rapidamente até seu cavalo que estava a alguns passos dali.
"Não vá... Por favor, Shaoran! Não me abandone de novo meu amor..." - disse Sakura se levantando e correndo até aquele homem.
"Disse-te que não sou este Sr. que pensas que sou..." - disse o homem segurando as frágeis e trêmulas mãos de Sakura, que chorava compulsivamente. Forçou Sakura a dar uns passos para trás e montou em seu cavalo.
"Não vá!" – disse Sakura com um tom abafado na voz devido ao choro - "Shaoran..." - disse alcançando o cavalo. Tocou a perna dele desacreditando no que estava acontecendo - "Shaoran por favor... Não em deixe aqui..."
O homem fitou-a intensamente. Por um instante relutou em fazer o cavalo correr. "A beleza dela é definitivamente digna dos comentários de Andersen. Ela é realmente linda..." - pensou. Observou as lágrimas que rolavam pela face pálida e levemente rosadas de Sakura. Fitou-a com mais intensidade e o brilho esverdeado de seus olhos causou um pequeno aperto em seu coração, como se sentisse pena dela. Uma vontade súbita de colocá-la em seu cavalo e levá-la para longe tomou conta daquele homem. "Por que estou pensando nisso..."
"Christine!!!" - o grito de O'Connell era ouvido agora bem mais nítido, mostrando que ele se aproximava, o que fez o homem desviar seu olhar e dissipar seu pensamento anterior.
"Devo partir, Srta. Teu pai não gostaria de ver-te próxima a mim." - disse tocando as rédeas do cavalo, fazendo-o caminhar.
"Não!!!!" - gritou Sakura que começava a correr atrás do cavalo - "Shaoran!!!"
O homem fez o cavalo parar e voltou-se para a jovem que parava de correr ofegante. "Tu me confundes com outra pessoa, senhorita. Chamo-me Ryan*. Ryan Clow."
"Cl-Clow?" - perguntou confusa não acreditando no nome que tinha ouvido.
"Sim. E aconselho-te a não contar a teu pai sobre este encontro. Tua família não admira muito àqueles que carregam o nome Clow."
"Christine!" - gritou David que corria em direção a irmã. Um pouco mais atrás vinham O'Connell e Amanda.
David abraçou as pernas de Sakura e viu o homem com seu cavalo galopar rápido para longe dos olhos dos presentes. Sakura ainda chorava. Segundos depois era amparada pelos braços de um pai aflito.
"Aonde estavas, querida?" - dizia O'Connell afagando os cabelos da filha - "O que houve contigo? Quem era aquele homem que a pouco partiu em seu cavalo?"
"Era..." - começava Sakura a dizer quando foi interrompida por David.
"Era o Sr. Camppbell, papai." - respondeu David rapidamente temendo que a irmã dissesse algo inconveniente.
"Camppbell? O que ele fazia aqui?" - perguntou-se O'Connell.
"Ele... Ele..." - começava Sakura a dizer, porém não sabia bem ao certo o que. Seu irmão havia dito que era outra pessoa que ela nem ao menos conhecia. Sakura fitou David e o viu balançar a cabeça negativamente para ela.
"Deve ter ouvido os gritos de Chris..." - disse David tentando ajudar a irmã a sair daquela situação delicada.
"Oh... Lady Christine..." - disse Amanda tomando a pequena mão de Sakura. - "Estávamos tão preocupados com a senhorita. Desapareceste tão de repente..."
"Por que tu estavas chorando, Chris?" - perguntou O'Connell afastando-se do abraço e fitando os olhos molhados da filha.
"Fiquei assustada!" - disse Sakura rapidamente. Por algum motivo David não queria que ela comentasse sobre o incidente de instantes atrás. Ryan tinha lhe dito o mesmo, que era melhor não comentar sobre este encontro. - "Me assustei com o cavalo! Ele veio galopando tão rápido... E como não reconheci quem o montava tive medo e comecei a chorar."
"Mas por que ele foi embora assim, sem ao menos ajudar-te?" - O'Connell parecia confuso com aquela explicação de sua filha. Algo estava errado. Camppbell era um conhecido seu de muitos anos e ele sabia que não deixaria a filha sozinha naquele bosque.
"Eu gritei quando o vi se aproximando e devo tê-lo assustado..." - disse Sakura
"Estranho..." - disse O'Connell para si.
"Mas diga-nos, Chris..." - disse Amanda percebendo o modo estranho de Sakura e David, tentando desviar os pensamentos de seu Sr. deste assunto - "Lembrou-te de algo?"
"Não... infelizmente não..." - disse Sakura após um longo suspiro.
"Vamos para casa. Deves estar cansada, querida." - disse O'Connell recebendo o assentimento de Sakura.
"Ele não meu reconheceu... Shaoran, sinto tanto a sua falta." - pensava Sakura enquanto caminhava em silêncio ao lado de todos em direção à carruagem - "Ryan... Ryan Clow. Ele é um Clow! Terá sido um antepassado do Mago Clow? Será que o Mago Clow vive nesta época? Ele poderia me ajudar! Eu preciso encontrar Ryan de novo..." - pensava Sakura que não apenas queria encontrar Ryan para chegar até o Mago Clow, mas sim também pelo desejo íntimo de seu coração de estar perto dos seus tão amados olhos castanhos...
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Carruagem*: Não trata-se de uma carruagem como a da Cinderela. Quis referir-me as carruagens abertas que ainda existem em alguns parques para realizarmos passeios.
Ryan*: Lê-se Raian, mas com o 'r' sem o som fechado normal da língua portuguesa, mas sim com a pronúncia inglesa.
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Olá...
Devo imensas desculpas para os leitores que acompanham esta série... Muitas desculpas mesmo!!! Nem sei quando foi a última vez que postei um capítulo novo...
Estive atarefada com o final da faculdade nos últimos meses do ano. Sei que postei já dois ou três capítulos de Stairway to Heaven neste período (minha outra série) e deste, nada... Mas acreditem, este fic me dá mais trabalho... Não garanto que poste toda semana um capítulo novo como faço com Stairway to Heaven, mas um a cada 15 dias prometo tentar.
Talvez estejam achando confuso este fic, mas garanto que logo as coisas ficarão mais claras. Qualquer dúvida que forem tendo me perguntem, mandem um e-mail... Ok?
Bom, neste capítulo Sakura encontrou com Shaoran, quer dizer, com Ryan, provavelmente sua vida passada. E o mais surpreendente, ele é um Clow! Será que ele poderá ajudar Sakura a encontrar suas Cartas e voltar para o seu tempo real? E mais! Será que a paixão entre eles explodirá e colocará em dúvida a vontade de Sakura voltar para o seu tempo presente?
E no tempo presente de Sakura? Como todos estarão lhe dando com a ausência dela? Será que de fato ela realizou a passagem? Nossas! Quantas perguntas!!!
Tudo isso e muito mais será esclarecido nos próximos capítulos!
Até lá!
Beijos
Naki
Obs: Os personagens de Card Captor Sakura apresentados neste capítulo não me pertencem. Eles são de propriedade do grupo Clamp ©.
Os demais personagens são de minha autoria, propriedade de Naki ®. Caso queiram utilizar algum destes personagens, por favor, peçam a minha autorização. Obrigada!
