Tokaku não sabia exatamente quando que isso começou
Sempre que olhava para aquela ruiva principesca, ela podia jurar que ouvia sons distantes de sinos, o que era estranho já que não havia igrejas próximas da Myoujo Academy.
Ela se perguntava se Chitaru podia ouvi-los também.
Às vezes a azulada se pegava imaginando as duas em um futuro distante, trocando alianças...
Nessas horas ela sentia que seu coração acompanhava o ritmo das badaladas dos sinos e talvez batesse com um pouco de força.
Maldição, ela definitivamente não deveria estar pensando nisso e nem ouvindo esses malditos sinos, mas não dava pra ela controlar isso...infelizmente.
Tokaku sabia que essas badaladas eram algo que ela devia ignorar, mas ficava complicado quando ela e Chitaru estavam sozinhas na área aberta da academia, fazendo as suas corridas matinais e seus aquecimentos, um dos poucos momentos que a azulada sem perceber observava a ruiva, sua postura correta, seu jeito de correr elegante...
E obviamente seus peitos que balançavam a cada passo.
Bem, essa parte era a que Tokaku menos focava, sua atenção ficava no rosto de Chitaru na maior parte do tempo, isso é, até a ruiva perceber que estava sendo observada, era nessa hora que ela perguntava se tinha algo errado e Tokaku tinha que negar.
O que não era mentira, não tinha nada de errado em Chitaru
Mas Tokaku acreditava firmemente que tinha algo de errado com ela mesma, para ter essas sensações estranhas, esses devaneios e esses malditos sinos que a distraiam e faziam com que o seu coração batesse no ritmo e com força por causa daquela ruiva principesca.
Ela também acreditava que isso não deveria estar acontecendo, que isso era errado.
E era por isso que ela preferia manter esses pensamentos trancados á sete chaves, guardados lá no fundo de sua mente para não saírem.
Porque ela não sabia o que podia acontecer se os deixasse sair, então os trancava, na esperança de que eles perdessem força e sumissem com o tempo.
Mas eles nunca iam, só ganhavam mais força, e assim como eles não iam, os sinos também não paravam de tocar.
E Tokaku escutava, enquanto sentia o seu coração seguir o ritmo das badaladas.
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The End
