Capítulo 10 – A notícia
"A vesícula vitelínica está aqui, vejam... O saco gestacional...".
Cuddy só fazia chorar e chorar e House continuava em total catarse.
"Diga alguma coisa, House". Cuddy pediu.
"O embrião tem... um cabeção".
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Ao contrário do que possam imaginar, Cuddy não ficou chateada com o comentário do namorado, ela e Patrícia riram.
...
"Ouvi dizer que o seu embrião é saudável".
"Pois é Wilson, como um cara danificado como eu pode criar vida?".
"Mistérios da natureza".
"Algumas pessoas deveriam ser esterilizadas por essa mesma natureza".
"Pare de drama! Você será um papai coruja".
"Eu tenho material biológico que proporciona a criação de outro ser. E o sexo é o meio transmissor, eu fiz sexo. Nada além disso".
"Bobagem! Você mesmo sabe que é bobagem".
"Não romantize as coisas".
Wilson riu. "Você é inacreditável!".
"É fato! Cuddy chorou durante o ultrassom e eu não sabia o que sentir".
"É natural".
"Não, não é. Você teria se debulhado em lágrimas".
"Eu sou mais sensível, quer dizer... Eu demonstro a minha sensibilidade".
"E eu? O que eu sou?".
"Você vai descobrir o que sentir naturalmente. Dê tempo ao tempo".
House respirou fundo, será?
"Cuddy está radiante". Wilson observou. "Parece que ela anda em nuvens".
"Ela nem tem brigado comigo, nem nada. Estamos vivendo bem e até coloquei meu apartamento para vender".
"Ótimas noticias".
"Será?".
"House pare de esperar pelo pior a cada esquina. Vocês estão felizes, construindo uma vida juntos, não há nada de ruim por vir".
House ficou quieto, pois ele não conseguia ser tão otimista assim.
O fato é que Cuddy ainda tinha receio, mas a empolgação estava transcendendo todo o resto. Dra. Patrícia gravou os batimentos cardíacos de seu embrião, ela ouvia pelo menos dez vezes ao dia. House também, por outra razão, ele tentava captar alguma anomalia congênita cardíaca.
"Chase ouça... Não existe uma arritmia?".
Ele fez Chase ouvir com ele os batimentos cardíacos.
"De quem é o feto? Seu?". Chase se surpreendeu.
"Não vem ao caso".
Chase riu.
"House, os batimentos estão normais, é um coração saudável".
"Você não pode dizer isso com sete semanas gestacionais".
"Até agora tudo bem, relaxe". Chase riu, deu um tapinha no ombro de House e saiu.
"Mas tem uma batida extra...".
"Não há nada aí House, além do normal".
Mais tarde Wilson encontrou Chase no corredor do hospital.
"House também perguntou pra você sobre os batimentos cardíacos do feto?".
"Oh sim!".
Wilson riu. "Ele foi perguntar ao cardiologista e também ao pediatra".
Chase riu alto. "Ele não é nada além de um pai coruja".
"Ele fica andando por aí com o áudio mostrando pra todos que possam atestar uma anomalia".
"House sendo pai...".
"Estamos lascados!".
Naquela tarde Cuddy foi ao escritório dele.
"Ei".
"Ei, tudo bem?".
"Sim, você não precisa se preocupar toda vez que apareço ou que ligo pra você".
"Ok...".
"As meninas vão sair hoje à noite pra jantar, eu vou com elas. Tudo bem? Você pode ficar com Rachel?".
"Por meninas você quer dizer?".
"Leonora, Laura, Donna".
"Oh... As meninas velhas então".
"House!".
"É verdade".
"Ok, você fica com Rachel?".
"Ok. Posso levar os meninos pra casa também?".
"Pode convidar Wilson. Obrigada!". Ela o beijou. "Eu te amo!". Cuddy estava dizendo isso mais e mais desde aquela conversa.
"Cuide-se!". Ele falou antes da namorada sair.
Mas House não convidou Wilson, ele preferiu ficar sozinho com Rachel.
"Você não sabe montar essa torre, bobo".
"É claro que eu sei".
House estava montando o brinquedo propositalmente errado para provocá-la.
A menina ria porque a torre caia toda hora.
"O que foi? Por que essa torre cai toda hora? Esse brinquedo está com defeito".
"Não! Você não sabe fazer".
"Ah é? Então me mostre".
E a menina começou a empilhar os blocos.
"Você é boa nisso".
"Eu sei".
"E é exibida também".
"O que é ser exibida?".
"Uma pessoa que acha que é boa demais".
"Ah, eu sou mesmo".
House riu.
Pediram uma pizza e, quando Rachel foi dormir, ele abriu um uísque enquanto assistia a um programa tosco de televisão.
...
Enquanto isso... No restaurante...
"Wilson não é mal, ele é fofo". Donna fala.
"Dr. Wilson?". Leonora pergunta surpresa.
"Sim, mas... Ele é fofo demais". Laura comenta e elas riem.
"Ele é tão fofo que deve perguntar 'querida, posso introduzir meu pênis em sua vagina?'". Leonora complementou.
"Ai que maldade". Cuddy defendeu o amigo. "Leonora é sempre a pior de nós".
"Mas deve ser mesmo assim que Dr. Wilson faz". Donna concordou rindo.
"Tenho que dizer algo... Eu estou namorando". Laura assumiu.
"Sério? E você não disse nada?". Leonora contestou.
"Eu estou dizendo agora".
"Quem é ele? Ou ela?". Cuddy perguntou.
"William".
"Conte tudo". Donna exigiu.
Ela contou sobre como se conheceram, mostrou fotos. "Só tem um detalhe".
Todas olharam pra ela curiosa.
"Ele é adepto ao celibato".
As mulheres tiram alto. "Ok Laura...".
"É sério".
"Como assim? Ele não quer fazer sexo?". Leonora estava indignada.
"Temos intimidade, mas não sexual".
"Que tipo de intimidade?". Cuddy perguntou.
"Mental".
Leonora riu alto.
"Isso é mais importante e mais difícil. Sexo qualquer um te dá". Laura se defendeu.
"Desculpe mas... Eu não concordo". Leonora contestou.
"Por isso eu não queria falar pra vocês...".
"Nos desculpe Laura, mas é que é algo novo pra nós". Cuddy se justificou.
"Eu estou feliz!".
"É isso que importa então. Dane-se a sua vagina abandonada". Leonora disse.
"Ok, eu estou indo". Laura se levantou.
"Laura não...". Donna tentou conte-la inutilmente.
"Desculpem, mas eu não pude evitar".
"Nós temos que respeitar a decisão dela". Cuddy falou.
"Você acredita mesmo nessa relação?". Leonora perguntou.
"Não sei... Pra mim não funcionaria. Mas talvez pra ela...". Cuddy disse.
"Pra ela também não. Laura nunca foi uma freira". Donna falou.
"Mas ela terá que decidir isso por si mesma". Cuddy disse.
...
Quando chegou em casa, House estava no sofá esperando por ela.
"Pensei que iam até depois da meia noite".
"Acabou cedo... Houve um problema". Ela disse enquanto deitava no sofá com a cabeça na perna boa dele.
"Está tudo bem? Você está bem?".
"Sim. Você não precisa pensar que eu tenho um problema toda vez".
"Desculpe por isso...".
"Eu sei que é sua maneira de se importar".
Ele cortou um pouco. "O que houve então?".
"Foi Laura". E Cuddy contou a história. House caiu na gargalhada.
"Concordo com Leonora. Aliás, ela podia ficar com Wilson também se o negócio dela é celibato".
Cuddy balançou a cabeça.
"Eu não conseguiria ficar perto de você sem pular em você, mulher".
Cuddy sorriu. "Nem eu".
"E isso definitivamente não é uma coisa ruim".
"Definitivamente não é".
E eles deixaram a sala para fazer amor no conforto da cama.
Nos próximos dias a libido de Cuddy estava alta e não era raro ela e House trocarem mensagens apimentadas durante o expediente.
Eu só queria te montar agora e cavalgar até gozarmos fortes.
House leu a mensagem durante um diferencial e começou a tossir.
"O que houve?". Masters estranhou.
"Nada...".
Todos olharam suspeitos. Eu só preciso responder a uma mensagem.
Você quase me deu uma ereção no meio do diferencial, mulher.
Cuddy estava ansiosa pela resposta, assim que chegou ela leu e riu.
Me encontre no banheiro desativado do quarto andar em 10.
House tentava focar no diferencial, mas quando viu o visor de celular piscando, ele sabia que era mensagem dela, então ele leu e corou com um adolescente.
"House, você está bem? Algum problema?". Foreman perguntou.
"Nenhum. Então vamos fazer mais exames... Faça tudo o que vocês estavam sugerindo e alguns mais. Me encontrem aqui quando os resultados saírem". E ele deixou a sala apressadamente.
"Acho que ele vai mostrar os batimentos cardíacos do feto pra alguém". Chase respondeu divertido antes de sair.
House chegou em cinco minutos ao banheiro interditado e Cuddy já estava lá.
"Alguém te viu entrar?".
"Não".
"Tem certeza disso?".
"Ninguém estava reparando em mim enquanto eu entrava aqui".
"Ótimo. Tire a roupa".
"Assim?".
"Temos que ser rápidos".
"Mas eu preciso de preliminares, você sabe...". Ele reclamou.
"Você fica duro em um segundo".
"Obrigado pelo elogio".
Eles entraram juntos na cabine e Cuddy começou a beijá-lo e a se esfregar nele, não demorou nada para que ele estivesse no ponto.
"Eu te disse!".
"Isso é graças a você".
"Isso me lisonjeia". Ela disse sussurrante no ouvido dele então mordia sua orelha.
Em pouco tempo ela estava cavalgando nele nada silenciosa.
Ao final ela se limpou como pode e já colocava a roupa de volta. "Será que alguém nos ouviu?".
"Você uivava como uma loba no cio. Então... possivelmente".
"Oh Deus! Isso tem que parar".
"Foi você quem me instigou".
"Eu sei...".
"Você quer realmente parar?".
"Não".
House sorriu.
"Os hormônios ainda vão ser responsáveis por minha demissão". Cuddy disse preocupada.
"Pelo menos você será demitida como uma mulher satisfeita".
Ela balançou a cabeça, deu um rápido selinho nele. "Eu te amo!".
"Eu também".
"Mas precisamos ir. Eu vou... Espere meu sinal, mando mensagem quando você puder sair".
"Combinado".
Cuddy saiu olhando para os lados discretamente, ninguém pareceu notar, então alguns minutos depois House saiu.
Chase estava escondido e percebeu a movimentação toda. "Bastardo!". Ele disse sorrindo.
Nos dias seguintes o mesmo se repetiu, eles faziam sexo em várias partes do hospital, exceto na área de morgue, Cuddy se negava.
"Por quê? Já estão mesmo mortos, não vão se incomodar".
"Não, isso é nojento e uma falta de respeito".
"São só corpos".
"E é frio lá... Nunca!".
Mas aconteceu na sala deles, na clinica, no banheiro, no estacionamento dentro do carro. Até na sala de Wilson.
"Se ele descobrir nos mata".
"Ele nunca vai descobrir que eu deixei você debruçada sobre a mesa dele".
"Você acha isso muito excitante, claro".
"É óbvio".
"House, ele nunca pode saber. Ninguém pode saber. Por favor!".
"A minha boca é um tumulo".
"Se eu descobri que você falou pra alguém eu nunca mais confiarei em você".
"Promessa de escoteiro".
Cuddy estava feliz demais atualmente. Ela sentia-se bem, a gestação estava progredindo, aparentemente, e House estava em seu melhor comportamento. Eles estavam bem, melhor do que nunca. Então nada a perturbaria, nada! Nem Arlene?
"Lisa você não me liga, não me dá noticias. Daqui a pouco descobrirei que você tem dois filhos adolescentes e uma vida secreta como dama da noite".
"Oi mãe!".
"Oi mãe? É só isso o que você diz? Como está a gravidez?".
"Tudo bem". Cuddy estava tomando cuidado para não se empolgar demais, ainda era cedo.
"E o palerma?".
"Não conheço nenhum palerma".
"O seu palerma de estimação. Você sabe bem de quem eu falo".
"Se você refere-se a House, ele está bem e não é nenhum palerma".
"Ok, eu não vou discutir com uma mulher grávida".
"Oh sério? Posso esperar esse beneficio pelos próximos meses?".
Arlene bufou. O fato é que ela sempre quis o melhor para a sua filha mais velha, casar-se e reproduzir estava entre essas coisas.
"Está tudo bem mãe, tudo bem no hospital, em casa, com Rachel, com a gestação".
"Ótimo. Agora só falta o casamento".
"Ok mãe".
"Eu falo a verdade, se te incomoda nada posso fazer a respeito".
"Como está Jesus?". Cuddy queria mudar de assunto.
"Nós não estamos mais juntos".
"Oh...".
"Agora estou com Peter". Cuddy não sabia se ria ou se ficava indignada.
"Mamãe!".
"Ele é menos jovem e menos gostoso, mas é mais inteligente. Não se pode ter tudo...".
"Quem é esse Peter? Onde você o conheceu?". Cuddy perguntou preocupada.
"Case-se que eu o levo a festa e conto os detalhes".
"Ok mãe, preciso ir...". Cuddy disse quando notou que aquela conversa não levaria a nada.
"Você sempre precisa ir. Mas eu também estou ligando para dar uma notícia".
"Você vai se casar com Peter?".
"Não sei... Depende do câncer".
"O quê? Peter tem câncer?".
"Não. Eu tenho câncer".
Continua...
