Título: FLCL - like a long time ago
Autores: Seiken Densetsu (Radical Dreamer) / Dack Ralter
Gênero: Saga/ação/comédia/romance
E-mail para feedback: igor_animemaniac_br@hotmail.com / chsb@solitario.com.br
FLCL (Furi Kuri) é uma obra da Gainax e tem seus direitos reservados, isto é apenas um fan fiction e nosso objetivo não é violar os direitos autorais.
Star Wars é obra da Lucasfilm e tem seus direitos reservados, isto é apenas um fan fiction e nosso objetivo não é violar os direitos autorais.
FLCL (Furi Kuri) is a work of Gainax and has its all rights reserved, that is only one fan fiction and our objective is not to violate the copyrights.
Star Wars is a work of Lucasfilm and has its all rights reserved, that is only one fan fiction and our objective is not to violate the copyrights.
Traduções de termos em japonês no fim do texto.
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[Capitol 6 - The Return Of Naota]
Há muito tempo atrás,
Em uma galáxia muito, muito distante...
F L C L
EPISODE VI - THE RETURN OF NAOTA
É um período de guerra civil. Após obter os poderes do Rei Pirata, HARUHARA HARUKO nomeou-se imperatriz e instituiu a NOVA ORDEM, governando a galáxia com mão de ferro. Porém, um pequeno grupo de revoltosos liderados pela jovem KIMY KIRISHIMA, iniciou uma incansável luta contra a tirania da Imperatriz. Em uma desesperada tentativa de derrotar a Imperatriz, Kimy se dirige ao planeta TERRA, esperando encontrar ali a chave para a vitória da rebelião e restaurar a paz e a ordem na galáxia...
Uma mulher para a sua vespa e olha ao redor.
"Estranho! Eu podia jurar que havia uma ponte aqui... Mas isso não vai impedir que eu atravesse o rio..."
Ligando a moto, ela dá meia-volta e começa a se afastar. Após percorrer quase cem metros, ela faz outra meia-volta e começa a acelerar furiosamente em direção a margem do rio. Quando falta pouco para a vespa mergulhar nas águas, ela empina a pequena moto e surpreendentemente executa um salto por cima do rio.
"KIIIIIIMMYYYYYYYYY... HAAARUUUHAAAARAAAA HAAARUUUUUKOOOO ESTÁ CHEEGAAAAAANNNDOOOOOO!!!"
* * *
"Aiaiaiaiaiaiaiaiaiaiaiaia"
"Não seja frouxo Ta-kun! Estamos quase lá"
"Não Kimy, não... Eu... Eu... Ahhhhhh...."
"Isso Ta-kun, relaxe mais um pouco... Isso... Ótimo... Humm... Que ótimo..."
"Ahhh... Kimy... Eu..."
"Quase lá Ta-kun, quase lá... Eu..."
"Ahhh... Kimy..."
"Huuuumm... Ta-kun, você é ótimo..."
Os dois estavam suados. Por mais de meia hora eles estiveram ali, no meio da sala. Juntos. E a pequena platéia em volta aguardava ansiosamente o final do ato.
"Terminaram?" Perguntou uma impaciente Ninamori.
"Sim. Essa foi à última peça." - Respondeu Kimy, enquanto observava o pequeno componente eletrônico contra a luz.
(Autor 2: O que vocês pensavam que fosse? Eu hein... Que povinho ecchii... :P ).
"E você tinha que puxar todas as peças de dentro da minha cabeça? Por quê você não o usou?" - Reclamava um irritado Tasuko, enquanto terminava de tirar da cabeça o estranho equipamento que manteve o portal na cabeça do garoto aberto.
"É porque o corpo dele não possui FLCL. E onde mais eu conseguiria um modulador temporal de fase?"
Kimy encaixou a peça no lugar e ligou mais alguns fios. O estranho equipamento havia sido montado na varanda, pois não caberia na pequena sala. Sua superfície externa era feita um metal de cor negra e parecia possuir quase dois metros de altura.
Um dos seus lados era coberto por um material transparente como o vidro, porém mais resistente. Podia-se observar o seu interior, uma espécie de câmara. Conectado a máquina através de um grosso cabo estava uma espécie de capacete. Após mexer no interior capacete, Kimy se aproxima de Ninamori.
"Ninamori-san, não quero lhe dar esperanças... Mas acredito quer posso tentar transferir algumas de suas lembranças para o Naota."
"Transferir... Lembranças?"
"Não é garantido... Mas pelo menos ele aceitaria melhor o fato de estar casado com você."
Ninamori baixou os olhos, como se estivesse recordando lembranças amargas.
"Eu... Nós... Bem, quando éramos mais novos ele não gostava de mim. Somente quando nós estávamos nos formando no colegial é que eu consegui conquistá-lo..."
"Procure lembrar apenas dos bons momentos que vocês estiveram juntos. Aqui, coloquei isso."
Kimy entregou o capacete para Ninamori. Ela começou a ajustá-lo na cabeça, enquanto Kimy conduzia Naota para o interior da máquina.
"Agora, todos para trás. Vou ligar o equipamento e não quero ninguém por perto bisbilhotando."
Kamon observa atentamente cada item do estranho equipamento. "Com um milhão de anjos! Essa garota parece ser mais inteligente que a Rit-chan!!"
"Rit-chan?!?"
"Não me pergunte nada... 'Kassan disse que ele ficou desse jeito de tanto esperar pelo final do mangá..."
"Bom... Lá vai! SWITCH ON!!!"
Ao acionar o botão no controle do equipamento, todas as luzes da casa apagaram-se instantaneamente. E logo foi a vez de todo o bairro ficar sem eletricidade. Naquela escuridão, via-se apenas algumas luzes que piscavam na estranha máquina. Logo, um zumbido começou a ser ouvido, que a cada vez se tornava mais alto. Quando atingiu um nível ensudercedor, ouviu-se um enorme estrondo. A máquina ficou em silêncio, enquanto soltava uma densa fumaça branca, parecida com a que saia diariamente da fábrica da Medical Mechanical. Subitamente as luzes se acenderam, e então se pode perceber que no lugar de um menino, havia um homem dentro da máquina. Aflita, Ninamori pergunta pelo seu amado.
"Naota! Naota! Você está bem?"
"Hai, Ni-chan... Mas... Poderia me trazer roupas?"
"Roupas?!"
"É... Bem... È que as que eu estava usando... Bom... Não me servem mais..."
"Naota... Meu amor..."
"Hã... Ni-chan..."
"Sim?!"
"Você não sabe que fica horrível com esse corte de cabelo? E essa roupa? O amarelo não combina com a sua pele"
* * *
"Kimy, deixa-ver se eu entendi bem... Então, o 'Otousan' está com a personalidade de 'Kassan?"
Kimy suspirou e coçou a cabeça. "Não Ta-kun... Ele está com as lembranças dela. Eu pedi para a sua mãe lembrar de todos os momentos que os dois tiveram juntos, mas junto deve ter ido um pouco da visão do mundo que ela tem."
"Ótimo... Agora ao invés de um pai e uma mãe agora eu tenho duas mães..."
"Não fale assim do seu pai!" - Ninamori parecia estar recuperada. E Tasuko sentiu isso na pele.
"Ui! Hai, 'Kassan..." falou enquanto esfregava a cabeça. Havia um grande galo ali.
"Bom... Vai ser difícil, mas vou precisar..."
"Ora, ora, ora... Não sabia que a minha filhinha querida agora estava trazendo os mortos de volta à vida...". Todos que estavam na sala pararam e olharam na direção de onde vinha à voz.
"Quem é ela? E quem é a 'filhinha' dela? É você Kimy?"
"Não... Você de novo!"
"Grrr.. Se não bastasse uma... Agora são duas!"
!!!!
A figura caminhou até o centro da sala. Tirou o capacete e o colocou em cima da mesinha de centro. Ela vestia calças de couro pretas, uma camisa da mesma cor e um estranho colete de cor vermelha. Além de um par de botas de cano longo e sola grossa.
"Olá Kanti... Há quanto tempo. E então você é o filho do Ta-kun. Graças a sua ajuda, consegui localizar a minha filhinha querida..."
"Afinal, quem é?"
"Ora, ora... Quem mais seria... Kimy, filhinha do coração!"
"NÃO ME CHAME ASSIM!"
RESPEITE A SUA MÃE! ALÉM DE SER A IMPERATRIZ TAMBÉM SOU SUA MÃE!'
"MÃE POR ACIDENTE!!!"
"MAS AINDA SIM MÃE!!"
Os gritos eram cada vez mais altos. E atraíram um intrigado Naota, que gelou ao reconhecer a figura ali parada."
"Oh... Olá, Ta-kun!"
"EU SOU O TA-KUN"
"Cala a boca pirralho... Ele já era 'O' Ta-kun bem antes de você pensar em nascer."
"Ha-Ha-Haruko!"
"Não Ta-kun, é só Haruko. Mas estou de passagem. Só vim pegar a minha, quer dizer... A nossa filha..."
"'Nossa' quem, Haruko?"
"Ora, minha e sua... Ah... Eu esqueci... Você estava morto e não tinha como saber."
Dessa vez o coro foi geral.
"NANIIII?!?!?!?!"
"Então... A Kimy é minha irmã?!"
"Você nunca contou quem era o meu pai!"
"Ora filhinha, você nunca perguntou..."
"Como assim nunca perguntei?! Toda vez que eu falava nisso você mudava de assunto!"
"Ah, mas vamos discutir isso em casa... Ainda tenho uma galáxia para governar..."
"Aterrorizar você quer dizer..."
"Bom, eu tenho que defender o que é meu. E se alguém morre no processo, paciência... E vamos embora Kimy. Essa sua brincadeira de 'revolução' já levou tempo e dinheiro demais..."
"Calma aí Haruko... Como você pode dizer que ela é minha filha. Nunca houve nada entre nós dois. E se houvesse eu lembraria"
"Ora... Você não lembra porque eu alterei a sua memória. Que pena que você não pode se lembrar da sua primeira experiência sexual."
Houve-se um estrondo e Ninamori cai no chão. Porém todos continuam espantados e ninguém se move.
Naota está pálido. Com a boca aberta, olha para Haruko, como se não acreditasse no que ela dizia.
"Por quê essa cara Ta-kun? Até que não foi tão ruim assim... Você fez tudo direi..."
"NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOO!!!!"
Manimi, que até então estava quieta, solta um grito desesperador.
"SUA DESGRAÇADA!!! MESMO DEPOIS DE TODOS ESSES ANOS, CONTINUA TRAZENDO SOFRIMENTO A FAMÍLIA DOS MEUS AMORES!!!"
Haruko cruza os braços, enquanto responde sarcasticamente, com um sorriso nos lábios:
"Ora, ora.. Se não é a 'chutada'. E quem é você para falar algo, que recusou o pobre do Ta-kun?"
"MAS NUNCA FIZ NADA TÃO BAIXO QUANTO VOCÊ!!!"
"QUEM É BAIXA SUA VACA?! VOCÊ FEZ ALGO PIOR! ENQUANTO NAOTA SE ESFORÇAVA PARA TE SALVAR, VOCÊ FICAVA CHAMANDO PELO IRMÃO DELE!!"
"NANI?!" - Maninmi mudou a sua expressão de raiva para misto de surpresa e tristeza. Aparentemente ela esta revivendo memórias que estava enterradas na sua mente.
Haruko se aproxima dela. Seus olhos estão brilhando, como se ela estivesse se deliciando com toda aquela situação.
"Eu estava lá, se lembra? Sem pensar duas vezes, Ta-kun correu para te ajudar e pulou para dentro do Kanti. E você continuou lá, chorando pelo irmão dele. O cara que te trocou por uma loira sem pensar duas vezes!"
Manimi encosta-se à parede, com as duas mãos na cabeça. Ela parece estar sofrendo. E enquanto ela continua soluçando, ela vai encolhendo as pernas até encostar o queixo nos joelhos. E continua ali, chorando baixinho.
Tirando uma mecha de cabelo da testa, Haruko comenta. "É, acho que já foi o suficiente por hoje. Vamos filhinha, vamos para casa."
"Não vou... Sua... Sua..."
"Não me desobedeça de novo KIMY! Será que vou precisar destruir outro planeta para te levar de volta para casa?"
"VOCÊ NÃO FARIA ISSO! A MEDICAL..."
"EU SOU A MEDICAL MECHANICAL! Sou a Imperatriz e dona da Medical Mechanical. Uma das vantagens de ser uma ditadora é que você pode nacionalizar uma empresa a qualquer momento!"
Haruko dá uma piscada de olho para a filha. Kimy parece chocada com a revelação e permanece calada.
Haruko se volta para Naota: "Ta-kun, foi um prazer te rever. Pena que eu estou com pressa, se não eu gostaria de checar se o seu corpo adulto é tão bom quanto o seu corpo adolescente".
Haruko pega no pulso de Kimy e começa a puxá-la em direção da porta. Esta, ainda surpresa com a revelação feita pela mãe, não oferece resistência. É quando Tasuko bloqueia a passagem.
"NÃO! Não sei quem você é, mas você não vai levar a Kimy."
"Ora, ora... Ta-kun, o seu filho parece com você..."
"Eu sou o Ta-kun!"
"Não falei com você moleque!"
"Não sou moleque, sua velha!"
"VOCÊ ME CHAMOU DE QUÊ?"
"VELHA!! SUA VELHA DESGRAÇADA!!!"
Haruko ficou furiosa. Os seus olhos pareciam soltar faíscas. Lentamente ela começa a tirar das costas um baixo de cor azul. Tasuko engole em seco. Ele parece ter entendido que não era muito seguro mexer com aquela alienígena maluca. Haruko segura o baixo pelo seu cabo, preparando-se para acertar Tasuko. É quando ele ouve um baque surdo e Haruko cai no chão. Ele olha e vê o seu pai, segurando uma guitarra.
"Ainda bem que a minha Gibson ainda estava onde eu tinha deixado. Tasuko, pegue a garota e a esconda. Vou tentar segurar a Haruko por aqui."
"Hai 'Tousan. Kimy, vamos!"
Ele segura a garota pela mão e a puxa para fora de casa.
* * *
Tasuko e Kimy estavam embaixo de uma das várias pontes que interligavam as duas partes de Masbase. Já estavam ali há quase meia hora e nesse período os dois continuaram quietos. Kimy estava sentada no chão, olhando os próprios pés. Naota estava sentado perto dela, observando-a. Nesse instante ela era uma Kimy totalmente diferente daquela que ele conhecia. O seu rosto mostrava que ela estava perdida em pensamentos ou que ela não sabia o que fazer. Naota começo a ter uma sensação estranha. Algo que ele não sabia bem como definir. Ele tinha vontade de proteger Kimy de tudo e de todos. Até da sua mãe, que dizia ser imperatriz de alguma coisa. Ele sabia que a Kimy que estava ali na sua frente, era uma Kimy diferente. Não mais aquela maluca destrambelhada, que nunca parecia estar em dificuldades. Era uma outra Kimy. Indefesa, apática. Naota se aproxima dela.
"A sua mãe é sempre assim?"
Kimy continua olhando para o chão, como se não ouvisse o garoto.
"Não se preocupe. Eu acho que ela não vai conseguir nos achar aqui."
Kimy continua calada, imóvel.
"Kimy, você está bem?"
Tasuko é surpreendido pela atitude da garota. Sem pensar duas vezes, ela se joga nos braços dele, abraçando-o fortemente. Ele então alisa os cabelos dela, que começa a chorar.
Em silêncio, ele toma a decisão de protegê-la. Para sempre. Mesmo sem saber como.
* * *
"KANTI, SEGURA ESSA MALUCA!!!"
"GRRRRRR!! ME LARGUEM SEUS VERMES!!!"
Sem muito esforço, Haruko empurra Kanti e Naota, livrando-se dos dois. Pegando o seu baixo, ela monta na sua vespa e sai em disparada.
"Espero que o Tasuko tenha se escondido."
" ! "
"Você ainda consegue voar?"
" Y "
"Ótimo", comenta Naota empunhando a sua Gibson. "Eu acho que aqueles dois vão precisar de ajuda."
* * *
Tasuko está correndo, puxando uma relutante e apática Kimy. "Não se (arf, arf) preocupe... Nós... (arf) Ela não vai nos (arf, arf) achar..."
É quando algo passa em alta velocidade, derrubando os dois no chão. Tasuko está meio tonto, e olha em volta tentando descobrir o que os derrubou. É quando ele descobre a origem: Uma alien usando botas brancas. Haruko empunha o seu baixo e se prepara para o golpe final. Tasuko fecha os olhos. Ele sabe que não há ninguém para impedir Haruko. É quando ele escuta o baixo bater em um outro instrumento de corda.
"'Tousan?!"
"UUugghh... Tasuko... Fuja..."
Milagrosamente Naota consegue bloquear o ataque de Haruko. Isso a deixa ainda mais enfurecida. Soltando um grito apavorante, ela roda o baixo duas vezes em cima da cabeça e investe contra Naota. Apesar da sua experiência como pitcher, Naota está em um corpo que não está acostumado a esforços físicos. E logo ele começa a sentir os braços pesados. Haruko continua golpeando cada vez mais e mais forte.
Tasuko ao invés de fugir, ele fica parado. Afinal, ele cresceu ouvindo sobre as façanhas do pai, da forma como ele rebatia as jogadas. Lógico que aquilo não era Baseball, e Naota estava em desvantagem. Mas o garoto podia perceber que em cada movimento do pai havia precisão e técnica. Até que Haruko consegue ser mais rápida e acerta o lado direito do corpo de Naota. Ele cai pesadamente no chão, esgotado.
"Hehehe... Você melhorou Ta-kun... Mas (puf), ainda está longe de mim." Haruko vira-se na direção de Tasuko. "Agora (puf), vamos cuidar do filhinho."
"Hehehehe... Está com medo garoto? Se não estiver, deveria... POIS EU VOU ACABAR COM VOCÊ! NUNCA MAIS ME CHAME DE VELHA!"
Tasuko engole em seco. Vê seu pai e Kimy estirados no chão enquanto Haruko avança vagarosamente, com um sorriso sádico no rosto. Novamente ela se posta para o golpe final. Mas desta vez ela ergue lentamente o baixo, como se mirasse o ponto em que iriam acertar. Porém o chão próximo dela explode, jogando-a para longe. Tasuko também é jogado pela explosão, caindo pesadamente ao solo. Uma nuvem de poeira oculta a sua visão, mas ele pode distinguir a silhueta de uma mulher.
"POR VIOLAÇÃO DE VÁRIOS ACORDOS PLANETÁRIOS E DO CÓDIGO DE IMIGRAÇÃO DA TERRA, VOCÊ ESTÁ DETIDA. COLOQUE O SEU INSTRUMENTO DE
CORDAS NO CHÃO E PONHA AS MÃOS NA CABEÇA!"
Haruko vira-se lentamente quem deu a ordem. Uma mulher, usando um uniforme de combate rajado, um capacete de metal com
aparelho de comunicação e segurando um pesado fuzil na mão é a dona da voz. "Vamos, não tenho o dia todo!".
"Ora, ora... Se não é a assistente do 'senhor tapete'. Onde ele está? Ou depois de virar um tapete ele assumiu a função de decorar a entrada da base de vocês?"
"Eu não sou assistente. Eu sou a comandante da Força Anti-Alien. E você está detida."
"Você sabe com quem está falando 'comandante'? Acho que você não está muito informada."
"Não venha com essa conversa de 'quem está falando'. Você é uma imigrante alienígena ilegal e deve ser detida."
"Imigrante? Só me faltava essa... Eu sabia que deveria ter explodido esse planeta naquela época... EU SOU A IMPERATRIZ
HARUKO! MAIS RESPEITO COMIGO."
"Imperatriz?! Essa é boa... Nunca ouvi falar de..."
A frase é cortada por uma explosão, que joga a comandante longe. Ela cai desacordada o chão.
"Droga... Isso está me irritando cada vez mais!". Haruko vira-se para Tasuko, mas descobre que o garoto sumiu. E junto com
eles desapareceram Kimy, Naota e Kanti. Sem falar uma palavra, ela coloca o baixo na costa e assovia para a sua vespa. Após subir na motoneta e colocar o capacete, ela sai em disparada, deixando uma nuvem de poeira para trás.
* * *
Tasuko abre os olhos devagar. Ele está se sentindo bem. Ele estranha a sensação, afinal até aonde se lembra estava para ser partido em dois por uma alienígena que dizia ser a mãe da Kimy. Então ele percebe que está em uma cama. Não sabe dizer aonde, mas é uma cama grande. Então ele percebe Kimy próximo dele. Ela está terminando de se vestir.
"Já não era hora Ta-kun. Logo a maluca da minha mãe vai estar aqui e é bom nós estamos preparados."
"On-onde eu estou? E como eu cheguei aqui? E o que houve com você?"
"Calma. Nós estamos na casa da sua namorada quatro-olhos. E nós só chegamos aqui porque o seu pai mandou o Kanti nos carregar. E vista-se logo, não quero que ela tenha uma crise histérica ao te ver nú."
"NÚÚÚ?!?! POR QUÊ EU ESTOU ASSIM??"
"Depois eu te explico... Anda, ainda temos que pensar em como derrotar a minha mãe."
Tasuko arregalou os olhos, sem entender direito. Mas a lembrança da imagem da Haruko segurando o baixo trouxe-o de volta a realidade.
* * *
"... E assim eu vim para a Terra. Eu esperava contar com a sua ajuda para roubar a força do Rei Pirata, mas você já havia
morrido. Então eu pensei em usar o Tasuko como o canalizador da força."
"Sabe Kimy, eu realmente não me lembro de nada disso. Quer dizer, me lembro de ter entrado no Kanti várias vezes, mas o que
acontecia lá dentro eu não me recordo."
"É por causa das lembranças da Ninamori. Ela se recorda apenas de você entrar no Kanti, mas o que você fazia ali dentro. Ta-kun, você também já entrou no Kanti... O que acontece ali dentro."
Tasuko coça a cabeça, enquanto responde meio desconfiado: "Eu não lembro de muita coisa também não. Nem sei de força que é essa... E por que você não contou tudo isso no início?".
"E você acreditaria?" Kimy olha Tasuko, que envergonhado desvia o olhar. "Já faz algum tempo que eu e o meu grupo temos combatido o regime da minha mãe. Nós tivemos algumas vitórias importantes, e achavamos que vínhamos levando vantagem nessa guerra. Nós éramos apoiados secretamente pela Medical Mechanical e eles afirmaram várias vezes que só tinham a ganhar com uma galáxia livre da tirania. E agora eu descubro que a minha mãe é a verdadeira dona da Medical Mechanical e ela manipulando a mim e a meu grupo desde o início". Ela encolhe e abraça as pernas, enquanto pouca o rosto por cima dos joelhos. Tasuko continua observando Kimy e volta a sentir um desejo dentro dele. Um desejo de ficar ao lado da garota e abraçá-la. Não importa mais se o seu pai, Sakurai e Itsuko estão ali, na mesma sala. Um desejo de tomá-la nos braços e enxugar as suas lágrimas. Ele não sabia como e nem porque, mas ela havia se tornado alguém muito especial para ele.
Foi quando Naota disse calmamente: "Você não deve desanimar Kimy. Você e o seu grupo não podem desistir agora. De alguma forma, eu e o meu filho iremos ajudar vocês."
"Ora, ora Ta-kun... Mesmo depois de voltar dos mortos, você não perde a sua mania de bancar o herói e salvar a mocinha. Mas lembre-se que ela também é sua filha". A voz era inconfundível e o seu tom era de deboche. Naota virou-se e viu Haruko encostada no muro. "Como ela chegou ali sem fazer barulho?" pensou ele, enquanto fechava as mãos com raiva. "Pare com isso Haruko. Ela me contou que você está escravizando a galáxia inteira. Qual a razão disso? Por que fazer as pessoas sofrerem?"
"Por uma única razão: VINGANÇA!!!". De deboche, o tom passou para um tom de ódio. Um ódio profundo. "A galáxia não pensou duas vezes em eliminar o meu amado. É por isso que todos vão sofrer na minha mão!"
"Mas... Eu não estou mais morto e..."
A gargalhada de Haruko deixou todos desconcertados. Tasuko e Kimy recuaram um pouco, enquanto Haruko continuava gargalhando.
Os três continuaram observando em silêncio, enquanto Haruko rolava no chão.
"Hahahahahahaha!!! Não me faça rir Ta-kun... Hehehehehe... Vo-você... Hehehe... Meu... Amado... HAHAHAHAHAHAAHAH!!!"
Haruko continuava rolando no chão e gargalhando alto. Até que algo estalou no cérebro de Naota e ele sem pensar duas vezes segurou Haruko e a suspendeu do chão.
"SUA MALUCA!!! DO QUE ESTÁ FALANDO?!?!?!"
Naota foi apanhado de surpresa e um soco de Haruko no plexo solar o deixou de joelhos.
"Eu estou falando do meu verdadeiro amado: Atomsk, o Rei Pirata! Por ele eu fui capaz de cruzar toda a galáxia para encontrá-lo. Por ele eu vim cair nessa rocha, nesse asteróide metido a besta, infestado de insetos. E por ele eu conheci você, seu pirralho. De onde você tirou essa idéia que eu trocaria o meu Atomsk por um verme como você? Enquanto você me foi útil, eu te tolerei, mas agora já chega. Vou me livrar de vez desse planeta!"
"Pa-pare... E a su-sua filha? Você ma-mataria o pai dela?". Naota levanta a cabeça, tentando recuperar o fôlego.
"E quem disse que eu misturaria os meus genes com um inseto como você? Se Kimy fosse sua filha, eu já a teria matado!"
"E por quê você anunciou ela era minha filha?"
"Por quê eu esperava contar com a sua ajuda e sair rapidamente desse planeta." Haruko aproxima-se de Naota e retira o baixo que estava na sua costa. "Mas agora não faz diferença..." Ela prepara-se para acertar a cabeça de Naota, quando algo impede
que ela use o baixo.
"Kanti!!!"
"!"
"Droga, isso está ficando cada vez pior. Sai da frente Kanti. Não se meta comigo!"
Haruko reparou que o andróide estava vermelho, uma cor diferente do seu habitual verde.
"A... Então o filhinho quer salvar o papai. Vamos ver como você se sai."
Usando a perna direta, Haruko consegue fazer com que Kanti soltasse o seu baixo. Girando-o rapidamente, ela tenta acertar Kanti pela direita. Ele bloqueia o golpe com braço esquerdo. Ela tenta fazer o mesmo pelo lado esquerdo. Novo bloqueio. Ela gira novamente o baixo e tenta acertar a cabeça de Kanti. Este cruza os braços, defende o golpe de Haruko e segura o seu baixo. Aproveitando a brecha, Kanti usa a mão livre e violentamente empurra Haruko para longe. Após se arrastar por vários metros no chão, ela levanta, meio tonta. Sem esboçar uma palavra, mas demonstrando ódio no rosto ela corre na direção de
Kanti e arma um golpe. Nova defesa e novo contra-ataque. Desta vez Kimy levanta-se mas não se move. Então Kimy grita para
Tasuko, que estava dentro de Kanti: "Ela vai invocar a força do Rei Pirata. Acerte o golpe final agora!"
Haruko solta um grito e o seu corpo começa a irradiar uma intensa luz. A luz aumenta de intensidade até dar a impressão que o corpo da Haruko é todo feito de luz. Naota, Kimy e Kanti olham para ela. E tem-se a impressão de que ela está maior. Ela ergue o baixo e investe na direção de Kanti. O droide apenas tem tempo de segurar Naota e Kimy e levantar vôo. No lugar onde
Haruko acertou, estava um imenso buraco.
"Ta-kun, nos deixe perto do rio. E use a minha gibson". Naota passa a sua guitarra para o filho, que estava dentro do Kanti.
O.K.
Após deixar os dois em segurança, Kanti parte na direção de Haruko. Mas desta vez a desvantagem é grande. A cada golpe de Haruko, Kanti vai golpeando com dificuldade. E ela não dá espaço para uma reação. Golpe após golpe, ela vai minando a resistência de Kanti.
"Kimy", grita Naota. "O que nós podemos fazer?"
"Eu... Eu não sei..."
"Como não sabe?! Você não veio para roubar os poderes da sua mãe?"
"È, mas eu não achava que ela ia aparecer..."
"E o que você vai fazer?"
"Eu não sei..."
"COMO NÃO SABE?! É O MEU FILHO QUE ESTÁ ALÍ!"
Kimy morde um dos lábios em aflição. Kanti continua defendendo os golpes, que parecem cada vez mais aumentar de intensidade.
Ela não sabe o que fazer. Todo o seu planejamento, todos os seus planos foram por água abaixo. Ela havia sido confiando demais, se expôs demais. Devia ter sido mais cuidadoso, sem falar que deveria ter previsto que uma hora a própria imperatriz em pessoa apareceria. E agora ela... Ela vê horrorizada o baixo da sua mãe acertar Kanti uma, duas, três, quatro vezes seguidas. O quinto golpe joga o andrôide longe, fazendo com que a sua perna esquerda seja cortada fora. Haruko se aproxima e começa a golpear o Kanti, que fica ali jogado no chão. O horror de Kimy começa a se transformar em raiva. E vai aumentando, a cada golpe que acerta o peito de Kanti. Até que a raiva explode em um grito.
Isso atrai a atenção de Haruko, que observa o corpo da filha passar por uma transformação parecida com a sua. O corpo de Kimy começa a brilhar. Um brilho ofuscante, que faz Haruko cobrir os olhos. Nesse estado, as duas permanecem mudas, como se não possuíssem bocas. Mas não é preciso palavras para perceber que a filha estava desafiando a mãe. E parece que ali as duas iriam decidir as diferenças. Kimy se aproxima do que restou de Kanti e retira um desacordado Tasuko de dentro do andróide. E enquanto ela o mantém nos braços, aproveita para retirar algo do hipercampo. Um instrumento de cordas. Um baixo Hofner. Ela entrega o garoto ao pai, e aponta para longe. Naota balança a cabeça, concordando. Kimy não queria ninguém por perto. Ninguém que pudesse se ferir ou interferir na luta. Afinal, o destino da galáxia seria decidido ali.
Quando ela percebe que os dois estão bem afastados, Kimy vira-se para enfrentar a mãe. Mas, com surpresa, descobre que ela não está ali por perto. Ela olha em volta, mas não consegue vê-la. É quando algo a atinge pesadamente na cabeça. Haruko havia saltado e enquanto caia ela armou o golpe e acertou a filha violentamente. Kimy é jogada longe, e só tem tempo de rolar para o lado e escapar do ataque seguinte da mãe. E Haruko continua golpeando, mas Kimy ou defendia os golpes ou conseguia esquivar-se deles. Até que em um determinado momento, Kimy conseguiu uma esquiva para esquerda e encontrou o flanco da mãe desguarnecido. Um duro golpe na altura das costelas fez Haruko cambalear. E Kimy aproveitou para iniciar uma série de ataques. E a situação se inverteu, com Kimy investindo com golpes violentos e Haruko na defesa. A cada golpe desferido por uma das duas, uma violenta onda de choque se fazia sentir em volta. É como se o universo todo tremesse a cada golpe dos dois seres. Kimy continuou sua investida violenta, até que um golpe consegue arrancar o braço da mão de Haruko. Kimy em seguida acerta as pernas da mãe, que cai pesadamente no chão. Levando as mãos na direção do rosto, Haruko tenta se proteger da fúria da filha. É quando Kimy percebe horrorizada que junto com o baixo arrancou a mão direita da mãe. O choque é suficiente para ela deixar o baixo cair da sua mão, enquanto ela volta instantaneamente ao normal. Ela cai de joelhos, inerte.
Haruko levanta-se e volta ao normal. Ela deixa o braço ferido próximo ao corpo, tentando proteger o ferimento. Apesar da dor, um sorriso sádico aparece no seu rosto. "Então Kimy... Como foi sentir o gosto do poder do Rei Pirata? Não é inebriante? Você não teve vontade de ir até o fim, de saciar a sua raiva, o seu ódio acumulado em todos esses anos?"
Kimy continua parada, sem falar nada. Haruko aproxima-se da filha e estende a mão. "Vamos filha. Vamos governar essa galáxia juntas! Mãe e Filha! Com mão de ferro! Esmagaremos todos aqueles que se opus..."
"NÃÃÃÃÃÃOOOOO!!!". O grito de desespero de Kimy deixa a mãe sem palavras. Ela levanta o rosto, banhado em lágrimas e encara a mãe. "Como? Como você consegue ter prazer com esse... Essa... Essa coisa? Eu me senti suja, pervertida, o mais vil de todos os seres do Universo. E você ainda diz que tem prazer com... Essa coisa?"
A resposta de Haruko foi um tapa na cara da filha. "BAKA! Essa 'coisa' que você diz é a essência do seu pai, do meu amado Atomsk. Foi o que ele me deixou e que me permitiu chegar aonde estou. Governado e colocando ordem nessa galáxia imunda."
"Por muitos anos eu sonhei com o meu pai. Imaginando como ele seria, afinal você nunca me contou nada dele. E agora... Você me diz que o que eu senti a pouco era a essência do meu pai? Mãe... EU TENHO NOJO DE VOCÊS DOIS!! EU PREFIRO MORRER A CONTINUAR VIVENDO COM ISSO!"
Haruko olha seriamente. O seu olhar duro, parece conter toda a raiva que ainda a pouco ela desferia contra a filha. "Se é o que você deseja... Assim será! Você vai deixar de existir aqui e agora, junto com essa rocha infestada de parasitas."
"NÃO! Deixe eles em paz! Eles não fizeram nada contra a senhora. Eles merecem viver..."
"Eles ou um certo garotinho em especial? Você é parecida comigo quando tinha a sua idade. Pena que você não vai poder reencontrá-lo."
Kimy sentiu a angustia crescer dentro dela. Apesar de combater a mãe, apesar de toda a opressão causada por ela... Ela continuava sendo a sua mãe. E ela estava a ponto de tirar a vida de alguém que também era muito especial para a garota. Com
muita dor ela fez a sua decisão. E com um rápido golpe, a galáxia perdeu a sua imperatriz.
* * *
Já era noite, quando Naota e Tasuko se aproximaram do local da batalha. No centro havia uma grande fogueira. Próximo a ela, Kimy estava ajoelhada. Em pé, próximo a ela, Kanti observava a tudo.
"Kimy! Kanti! Vocês estão bem? Onde está a Haruko?" Naota pergunta angustiado, enquanto Tasuko abraça Kimy, em lágrimas.
Kanti apenas aponta para a fogueira. Pai e filho observam uma figura humana ardendo nas labaredas.
Kimy levanta-se e enquanto olha para a fogueira fala em um tom grave. "Terminei o que vim fazer aqui na Terra. Não da forma como eu queria, mas pelo menos a galáxia está livre da opressão." As lágrimas começam a rolar da face da garota. "Está livre
... Embora... O preço... Foi alto demais..."
Tasuko se aproxima dela e pega sua mão. "Kimy... Eu... Você pode ficar com a gente... Por favor, fique."
Ela continua olhando para a fogueira. "Não Ta-kun. Eu preciso voltar para o meu planeta natal. Eu e o meu grupo agora temos muito trabalho pela frente. Precisamos agir logo, ou alguém pode tentar tomar o lugar que era da minha mãe e iniciar um banho
de sangue. Mas como despedida, eu consertei o Kanti. Ele está melhor que antes..."
Kanti levanta o polegar, fazendo o sinal de positivo.
Ouve-se um barulho muito alto, um zumbido, como se fosse produzido por uma espécie de motor. Um objeto, que se parece com uma grande nave para em cima do grupo. Uma forte luz foca em cima de Kimy. Ela solta a mão de Tasuko, e diz em tom triste. "
Sazonara Ta-kun. Domo-arigatou."
"NÃO KIMY! NÃO VÁ! EU TE AMO!"
Ela sorri docemente. Mas a voz continua triste.
"Não Ta-kun. Você ama Sakurai e Itsuko. Elas é que vão realmente fazê-lo feliz."
"ENTÃO ME LEVE COM VOCÊ. NÃO VOU SUPORTAR VIVER SEM VOCÊ!"
"Por mais que me doa, eu não posas fazer isso. Mas não se preocupe..." Kimy alisa carinhosamente o seu ventre. "Vou levar você dentro de mim!"
A luz some repentinamente. E com ela, Kimy desaparece, como se nunca houvesse pisado no planeta Terra.
A nave começa a subir, até desaparecer no céu.
[FIM DO CAPÍTULO 6]
Autores: Seiken Densetsu (Radical Dreamer) / Dack Ralter
Gênero: Saga/ação/comédia/romance
E-mail para feedback: igor_animemaniac_br@hotmail.com / chsb@solitario.com.br
FLCL (Furi Kuri) é uma obra da Gainax e tem seus direitos reservados, isto é apenas um fan fiction e nosso objetivo não é violar os direitos autorais.
Star Wars é obra da Lucasfilm e tem seus direitos reservados, isto é apenas um fan fiction e nosso objetivo não é violar os direitos autorais.
FLCL (Furi Kuri) is a work of Gainax and has its all rights reserved, that is only one fan fiction and our objective is not to violate the copyrights.
Star Wars is a work of Lucasfilm and has its all rights reserved, that is only one fan fiction and our objective is not to violate the copyrights.
Traduções de termos em japonês no fim do texto.
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[Capitol 6 - The Return Of Naota]
Há muito tempo atrás,
Em uma galáxia muito, muito distante...
F L C L
EPISODE VI - THE RETURN OF NAOTA
É um período de guerra civil. Após obter os poderes do Rei Pirata, HARUHARA HARUKO nomeou-se imperatriz e instituiu a NOVA ORDEM, governando a galáxia com mão de ferro. Porém, um pequeno grupo de revoltosos liderados pela jovem KIMY KIRISHIMA, iniciou uma incansável luta contra a tirania da Imperatriz. Em uma desesperada tentativa de derrotar a Imperatriz, Kimy se dirige ao planeta TERRA, esperando encontrar ali a chave para a vitória da rebelião e restaurar a paz e a ordem na galáxia...
Uma mulher para a sua vespa e olha ao redor.
"Estranho! Eu podia jurar que havia uma ponte aqui... Mas isso não vai impedir que eu atravesse o rio..."
Ligando a moto, ela dá meia-volta e começa a se afastar. Após percorrer quase cem metros, ela faz outra meia-volta e começa a acelerar furiosamente em direção a margem do rio. Quando falta pouco para a vespa mergulhar nas águas, ela empina a pequena moto e surpreendentemente executa um salto por cima do rio.
"KIIIIIIMMYYYYYYYYY... HAAARUUUHAAAARAAAA HAAARUUUUUKOOOO ESTÁ CHEEGAAAAAANNNDOOOOOO!!!"
* * *
"Aiaiaiaiaiaiaiaiaiaiaiaia"
"Não seja frouxo Ta-kun! Estamos quase lá"
"Não Kimy, não... Eu... Eu... Ahhhhhh...."
"Isso Ta-kun, relaxe mais um pouco... Isso... Ótimo... Humm... Que ótimo..."
"Ahhh... Kimy... Eu..."
"Quase lá Ta-kun, quase lá... Eu..."
"Ahhh... Kimy..."
"Huuuumm... Ta-kun, você é ótimo..."
Os dois estavam suados. Por mais de meia hora eles estiveram ali, no meio da sala. Juntos. E a pequena platéia em volta aguardava ansiosamente o final do ato.
"Terminaram?" Perguntou uma impaciente Ninamori.
"Sim. Essa foi à última peça." - Respondeu Kimy, enquanto observava o pequeno componente eletrônico contra a luz.
(Autor 2: O que vocês pensavam que fosse? Eu hein... Que povinho ecchii... :P ).
"E você tinha que puxar todas as peças de dentro da minha cabeça? Por quê você não o usou?" - Reclamava um irritado Tasuko, enquanto terminava de tirar da cabeça o estranho equipamento que manteve o portal na cabeça do garoto aberto.
"É porque o corpo dele não possui FLCL. E onde mais eu conseguiria um modulador temporal de fase?"
Kimy encaixou a peça no lugar e ligou mais alguns fios. O estranho equipamento havia sido montado na varanda, pois não caberia na pequena sala. Sua superfície externa era feita um metal de cor negra e parecia possuir quase dois metros de altura.
Um dos seus lados era coberto por um material transparente como o vidro, porém mais resistente. Podia-se observar o seu interior, uma espécie de câmara. Conectado a máquina através de um grosso cabo estava uma espécie de capacete. Após mexer no interior capacete, Kimy se aproxima de Ninamori.
"Ninamori-san, não quero lhe dar esperanças... Mas acredito quer posso tentar transferir algumas de suas lembranças para o Naota."
"Transferir... Lembranças?"
"Não é garantido... Mas pelo menos ele aceitaria melhor o fato de estar casado com você."
Ninamori baixou os olhos, como se estivesse recordando lembranças amargas.
"Eu... Nós... Bem, quando éramos mais novos ele não gostava de mim. Somente quando nós estávamos nos formando no colegial é que eu consegui conquistá-lo..."
"Procure lembrar apenas dos bons momentos que vocês estiveram juntos. Aqui, coloquei isso."
Kimy entregou o capacete para Ninamori. Ela começou a ajustá-lo na cabeça, enquanto Kimy conduzia Naota para o interior da máquina.
"Agora, todos para trás. Vou ligar o equipamento e não quero ninguém por perto bisbilhotando."
Kamon observa atentamente cada item do estranho equipamento. "Com um milhão de anjos! Essa garota parece ser mais inteligente que a Rit-chan!!"
"Rit-chan?!?"
"Não me pergunte nada... 'Kassan disse que ele ficou desse jeito de tanto esperar pelo final do mangá..."
"Bom... Lá vai! SWITCH ON!!!"
Ao acionar o botão no controle do equipamento, todas as luzes da casa apagaram-se instantaneamente. E logo foi a vez de todo o bairro ficar sem eletricidade. Naquela escuridão, via-se apenas algumas luzes que piscavam na estranha máquina. Logo, um zumbido começou a ser ouvido, que a cada vez se tornava mais alto. Quando atingiu um nível ensudercedor, ouviu-se um enorme estrondo. A máquina ficou em silêncio, enquanto soltava uma densa fumaça branca, parecida com a que saia diariamente da fábrica da Medical Mechanical. Subitamente as luzes se acenderam, e então se pode perceber que no lugar de um menino, havia um homem dentro da máquina. Aflita, Ninamori pergunta pelo seu amado.
"Naota! Naota! Você está bem?"
"Hai, Ni-chan... Mas... Poderia me trazer roupas?"
"Roupas?!"
"É... Bem... È que as que eu estava usando... Bom... Não me servem mais..."
"Naota... Meu amor..."
"Hã... Ni-chan..."
"Sim?!"
"Você não sabe que fica horrível com esse corte de cabelo? E essa roupa? O amarelo não combina com a sua pele"
* * *
"Kimy, deixa-ver se eu entendi bem... Então, o 'Otousan' está com a personalidade de 'Kassan?"
Kimy suspirou e coçou a cabeça. "Não Ta-kun... Ele está com as lembranças dela. Eu pedi para a sua mãe lembrar de todos os momentos que os dois tiveram juntos, mas junto deve ter ido um pouco da visão do mundo que ela tem."
"Ótimo... Agora ao invés de um pai e uma mãe agora eu tenho duas mães..."
"Não fale assim do seu pai!" - Ninamori parecia estar recuperada. E Tasuko sentiu isso na pele.
"Ui! Hai, 'Kassan..." falou enquanto esfregava a cabeça. Havia um grande galo ali.
"Bom... Vai ser difícil, mas vou precisar..."
"Ora, ora, ora... Não sabia que a minha filhinha querida agora estava trazendo os mortos de volta à vida...". Todos que estavam na sala pararam e olharam na direção de onde vinha à voz.
"Quem é ela? E quem é a 'filhinha' dela? É você Kimy?"
"Não... Você de novo!"
"Grrr.. Se não bastasse uma... Agora são duas!"
!!!!
A figura caminhou até o centro da sala. Tirou o capacete e o colocou em cima da mesinha de centro. Ela vestia calças de couro pretas, uma camisa da mesma cor e um estranho colete de cor vermelha. Além de um par de botas de cano longo e sola grossa.
"Olá Kanti... Há quanto tempo. E então você é o filho do Ta-kun. Graças a sua ajuda, consegui localizar a minha filhinha querida..."
"Afinal, quem é?"
"Ora, ora... Quem mais seria... Kimy, filhinha do coração!"
"NÃO ME CHAME ASSIM!"
RESPEITE A SUA MÃE! ALÉM DE SER A IMPERATRIZ TAMBÉM SOU SUA MÃE!'
"MÃE POR ACIDENTE!!!"
"MAS AINDA SIM MÃE!!"
Os gritos eram cada vez mais altos. E atraíram um intrigado Naota, que gelou ao reconhecer a figura ali parada."
"Oh... Olá, Ta-kun!"
"EU SOU O TA-KUN"
"Cala a boca pirralho... Ele já era 'O' Ta-kun bem antes de você pensar em nascer."
"Ha-Ha-Haruko!"
"Não Ta-kun, é só Haruko. Mas estou de passagem. Só vim pegar a minha, quer dizer... A nossa filha..."
"'Nossa' quem, Haruko?"
"Ora, minha e sua... Ah... Eu esqueci... Você estava morto e não tinha como saber."
Dessa vez o coro foi geral.
"NANIIII?!?!?!?!"
"Então... A Kimy é minha irmã?!"
"Você nunca contou quem era o meu pai!"
"Ora filhinha, você nunca perguntou..."
"Como assim nunca perguntei?! Toda vez que eu falava nisso você mudava de assunto!"
"Ah, mas vamos discutir isso em casa... Ainda tenho uma galáxia para governar..."
"Aterrorizar você quer dizer..."
"Bom, eu tenho que defender o que é meu. E se alguém morre no processo, paciência... E vamos embora Kimy. Essa sua brincadeira de 'revolução' já levou tempo e dinheiro demais..."
"Calma aí Haruko... Como você pode dizer que ela é minha filha. Nunca houve nada entre nós dois. E se houvesse eu lembraria"
"Ora... Você não lembra porque eu alterei a sua memória. Que pena que você não pode se lembrar da sua primeira experiência sexual."
Houve-se um estrondo e Ninamori cai no chão. Porém todos continuam espantados e ninguém se move.
Naota está pálido. Com a boca aberta, olha para Haruko, como se não acreditasse no que ela dizia.
"Por quê essa cara Ta-kun? Até que não foi tão ruim assim... Você fez tudo direi..."
"NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOO!!!!"
Manimi, que até então estava quieta, solta um grito desesperador.
"SUA DESGRAÇADA!!! MESMO DEPOIS DE TODOS ESSES ANOS, CONTINUA TRAZENDO SOFRIMENTO A FAMÍLIA DOS MEUS AMORES!!!"
Haruko cruza os braços, enquanto responde sarcasticamente, com um sorriso nos lábios:
"Ora, ora.. Se não é a 'chutada'. E quem é você para falar algo, que recusou o pobre do Ta-kun?"
"MAS NUNCA FIZ NADA TÃO BAIXO QUANTO VOCÊ!!!"
"QUEM É BAIXA SUA VACA?! VOCÊ FEZ ALGO PIOR! ENQUANTO NAOTA SE ESFORÇAVA PARA TE SALVAR, VOCÊ FICAVA CHAMANDO PELO IRMÃO DELE!!"
"NANI?!" - Maninmi mudou a sua expressão de raiva para misto de surpresa e tristeza. Aparentemente ela esta revivendo memórias que estava enterradas na sua mente.
Haruko se aproxima dela. Seus olhos estão brilhando, como se ela estivesse se deliciando com toda aquela situação.
"Eu estava lá, se lembra? Sem pensar duas vezes, Ta-kun correu para te ajudar e pulou para dentro do Kanti. E você continuou lá, chorando pelo irmão dele. O cara que te trocou por uma loira sem pensar duas vezes!"
Manimi encosta-se à parede, com as duas mãos na cabeça. Ela parece estar sofrendo. E enquanto ela continua soluçando, ela vai encolhendo as pernas até encostar o queixo nos joelhos. E continua ali, chorando baixinho.
Tirando uma mecha de cabelo da testa, Haruko comenta. "É, acho que já foi o suficiente por hoje. Vamos filhinha, vamos para casa."
"Não vou... Sua... Sua..."
"Não me desobedeça de novo KIMY! Será que vou precisar destruir outro planeta para te levar de volta para casa?"
"VOCÊ NÃO FARIA ISSO! A MEDICAL..."
"EU SOU A MEDICAL MECHANICAL! Sou a Imperatriz e dona da Medical Mechanical. Uma das vantagens de ser uma ditadora é que você pode nacionalizar uma empresa a qualquer momento!"
Haruko dá uma piscada de olho para a filha. Kimy parece chocada com a revelação e permanece calada.
Haruko se volta para Naota: "Ta-kun, foi um prazer te rever. Pena que eu estou com pressa, se não eu gostaria de checar se o seu corpo adulto é tão bom quanto o seu corpo adolescente".
Haruko pega no pulso de Kimy e começa a puxá-la em direção da porta. Esta, ainda surpresa com a revelação feita pela mãe, não oferece resistência. É quando Tasuko bloqueia a passagem.
"NÃO! Não sei quem você é, mas você não vai levar a Kimy."
"Ora, ora... Ta-kun, o seu filho parece com você..."
"Eu sou o Ta-kun!"
"Não falei com você moleque!"
"Não sou moleque, sua velha!"
"VOCÊ ME CHAMOU DE QUÊ?"
"VELHA!! SUA VELHA DESGRAÇADA!!!"
Haruko ficou furiosa. Os seus olhos pareciam soltar faíscas. Lentamente ela começa a tirar das costas um baixo de cor azul. Tasuko engole em seco. Ele parece ter entendido que não era muito seguro mexer com aquela alienígena maluca. Haruko segura o baixo pelo seu cabo, preparando-se para acertar Tasuko. É quando ele ouve um baque surdo e Haruko cai no chão. Ele olha e vê o seu pai, segurando uma guitarra.
"Ainda bem que a minha Gibson ainda estava onde eu tinha deixado. Tasuko, pegue a garota e a esconda. Vou tentar segurar a Haruko por aqui."
"Hai 'Tousan. Kimy, vamos!"
Ele segura a garota pela mão e a puxa para fora de casa.
* * *
Tasuko e Kimy estavam embaixo de uma das várias pontes que interligavam as duas partes de Masbase. Já estavam ali há quase meia hora e nesse período os dois continuaram quietos. Kimy estava sentada no chão, olhando os próprios pés. Naota estava sentado perto dela, observando-a. Nesse instante ela era uma Kimy totalmente diferente daquela que ele conhecia. O seu rosto mostrava que ela estava perdida em pensamentos ou que ela não sabia o que fazer. Naota começo a ter uma sensação estranha. Algo que ele não sabia bem como definir. Ele tinha vontade de proteger Kimy de tudo e de todos. Até da sua mãe, que dizia ser imperatriz de alguma coisa. Ele sabia que a Kimy que estava ali na sua frente, era uma Kimy diferente. Não mais aquela maluca destrambelhada, que nunca parecia estar em dificuldades. Era uma outra Kimy. Indefesa, apática. Naota se aproxima dela.
"A sua mãe é sempre assim?"
Kimy continua olhando para o chão, como se não ouvisse o garoto.
"Não se preocupe. Eu acho que ela não vai conseguir nos achar aqui."
Kimy continua calada, imóvel.
"Kimy, você está bem?"
Tasuko é surpreendido pela atitude da garota. Sem pensar duas vezes, ela se joga nos braços dele, abraçando-o fortemente. Ele então alisa os cabelos dela, que começa a chorar.
Em silêncio, ele toma a decisão de protegê-la. Para sempre. Mesmo sem saber como.
* * *
"KANTI, SEGURA ESSA MALUCA!!!"
"GRRRRRR!! ME LARGUEM SEUS VERMES!!!"
Sem muito esforço, Haruko empurra Kanti e Naota, livrando-se dos dois. Pegando o seu baixo, ela monta na sua vespa e sai em disparada.
"Espero que o Tasuko tenha se escondido."
" ! "
"Você ainda consegue voar?"
" Y "
"Ótimo", comenta Naota empunhando a sua Gibson. "Eu acho que aqueles dois vão precisar de ajuda."
* * *
Tasuko está correndo, puxando uma relutante e apática Kimy. "Não se (arf, arf) preocupe... Nós... (arf) Ela não vai nos (arf, arf) achar..."
É quando algo passa em alta velocidade, derrubando os dois no chão. Tasuko está meio tonto, e olha em volta tentando descobrir o que os derrubou. É quando ele descobre a origem: Uma alien usando botas brancas. Haruko empunha o seu baixo e se prepara para o golpe final. Tasuko fecha os olhos. Ele sabe que não há ninguém para impedir Haruko. É quando ele escuta o baixo bater em um outro instrumento de corda.
"'Tousan?!"
"UUugghh... Tasuko... Fuja..."
Milagrosamente Naota consegue bloquear o ataque de Haruko. Isso a deixa ainda mais enfurecida. Soltando um grito apavorante, ela roda o baixo duas vezes em cima da cabeça e investe contra Naota. Apesar da sua experiência como pitcher, Naota está em um corpo que não está acostumado a esforços físicos. E logo ele começa a sentir os braços pesados. Haruko continua golpeando cada vez mais e mais forte.
Tasuko ao invés de fugir, ele fica parado. Afinal, ele cresceu ouvindo sobre as façanhas do pai, da forma como ele rebatia as jogadas. Lógico que aquilo não era Baseball, e Naota estava em desvantagem. Mas o garoto podia perceber que em cada movimento do pai havia precisão e técnica. Até que Haruko consegue ser mais rápida e acerta o lado direito do corpo de Naota. Ele cai pesadamente no chão, esgotado.
"Hehehe... Você melhorou Ta-kun... Mas (puf), ainda está longe de mim." Haruko vira-se na direção de Tasuko. "Agora (puf), vamos cuidar do filhinho."
"Hehehehe... Está com medo garoto? Se não estiver, deveria... POIS EU VOU ACABAR COM VOCÊ! NUNCA MAIS ME CHAME DE VELHA!"
Tasuko engole em seco. Vê seu pai e Kimy estirados no chão enquanto Haruko avança vagarosamente, com um sorriso sádico no rosto. Novamente ela se posta para o golpe final. Mas desta vez ela ergue lentamente o baixo, como se mirasse o ponto em que iriam acertar. Porém o chão próximo dela explode, jogando-a para longe. Tasuko também é jogado pela explosão, caindo pesadamente ao solo. Uma nuvem de poeira oculta a sua visão, mas ele pode distinguir a silhueta de uma mulher.
"POR VIOLAÇÃO DE VÁRIOS ACORDOS PLANETÁRIOS E DO CÓDIGO DE IMIGRAÇÃO DA TERRA, VOCÊ ESTÁ DETIDA. COLOQUE O SEU INSTRUMENTO DE
CORDAS NO CHÃO E PONHA AS MÃOS NA CABEÇA!"
Haruko vira-se lentamente quem deu a ordem. Uma mulher, usando um uniforme de combate rajado, um capacete de metal com
aparelho de comunicação e segurando um pesado fuzil na mão é a dona da voz. "Vamos, não tenho o dia todo!".
"Ora, ora... Se não é a assistente do 'senhor tapete'. Onde ele está? Ou depois de virar um tapete ele assumiu a função de decorar a entrada da base de vocês?"
"Eu não sou assistente. Eu sou a comandante da Força Anti-Alien. E você está detida."
"Você sabe com quem está falando 'comandante'? Acho que você não está muito informada."
"Não venha com essa conversa de 'quem está falando'. Você é uma imigrante alienígena ilegal e deve ser detida."
"Imigrante? Só me faltava essa... Eu sabia que deveria ter explodido esse planeta naquela época... EU SOU A IMPERATRIZ
HARUKO! MAIS RESPEITO COMIGO."
"Imperatriz?! Essa é boa... Nunca ouvi falar de..."
A frase é cortada por uma explosão, que joga a comandante longe. Ela cai desacordada o chão.
"Droga... Isso está me irritando cada vez mais!". Haruko vira-se para Tasuko, mas descobre que o garoto sumiu. E junto com
eles desapareceram Kimy, Naota e Kanti. Sem falar uma palavra, ela coloca o baixo na costa e assovia para a sua vespa. Após subir na motoneta e colocar o capacete, ela sai em disparada, deixando uma nuvem de poeira para trás.
* * *
Tasuko abre os olhos devagar. Ele está se sentindo bem. Ele estranha a sensação, afinal até aonde se lembra estava para ser partido em dois por uma alienígena que dizia ser a mãe da Kimy. Então ele percebe que está em uma cama. Não sabe dizer aonde, mas é uma cama grande. Então ele percebe Kimy próximo dele. Ela está terminando de se vestir.
"Já não era hora Ta-kun. Logo a maluca da minha mãe vai estar aqui e é bom nós estamos preparados."
"On-onde eu estou? E como eu cheguei aqui? E o que houve com você?"
"Calma. Nós estamos na casa da sua namorada quatro-olhos. E nós só chegamos aqui porque o seu pai mandou o Kanti nos carregar. E vista-se logo, não quero que ela tenha uma crise histérica ao te ver nú."
"NÚÚÚ?!?! POR QUÊ EU ESTOU ASSIM??"
"Depois eu te explico... Anda, ainda temos que pensar em como derrotar a minha mãe."
Tasuko arregalou os olhos, sem entender direito. Mas a lembrança da imagem da Haruko segurando o baixo trouxe-o de volta a realidade.
* * *
"... E assim eu vim para a Terra. Eu esperava contar com a sua ajuda para roubar a força do Rei Pirata, mas você já havia
morrido. Então eu pensei em usar o Tasuko como o canalizador da força."
"Sabe Kimy, eu realmente não me lembro de nada disso. Quer dizer, me lembro de ter entrado no Kanti várias vezes, mas o que
acontecia lá dentro eu não me recordo."
"É por causa das lembranças da Ninamori. Ela se recorda apenas de você entrar no Kanti, mas o que você fazia ali dentro. Ta-kun, você também já entrou no Kanti... O que acontece ali dentro."
Tasuko coça a cabeça, enquanto responde meio desconfiado: "Eu não lembro de muita coisa também não. Nem sei de força que é essa... E por que você não contou tudo isso no início?".
"E você acreditaria?" Kimy olha Tasuko, que envergonhado desvia o olhar. "Já faz algum tempo que eu e o meu grupo temos combatido o regime da minha mãe. Nós tivemos algumas vitórias importantes, e achavamos que vínhamos levando vantagem nessa guerra. Nós éramos apoiados secretamente pela Medical Mechanical e eles afirmaram várias vezes que só tinham a ganhar com uma galáxia livre da tirania. E agora eu descubro que a minha mãe é a verdadeira dona da Medical Mechanical e ela manipulando a mim e a meu grupo desde o início". Ela encolhe e abraça as pernas, enquanto pouca o rosto por cima dos joelhos. Tasuko continua observando Kimy e volta a sentir um desejo dentro dele. Um desejo de ficar ao lado da garota e abraçá-la. Não importa mais se o seu pai, Sakurai e Itsuko estão ali, na mesma sala. Um desejo de tomá-la nos braços e enxugar as suas lágrimas. Ele não sabia como e nem porque, mas ela havia se tornado alguém muito especial para ele.
Foi quando Naota disse calmamente: "Você não deve desanimar Kimy. Você e o seu grupo não podem desistir agora. De alguma forma, eu e o meu filho iremos ajudar vocês."
"Ora, ora Ta-kun... Mesmo depois de voltar dos mortos, você não perde a sua mania de bancar o herói e salvar a mocinha. Mas lembre-se que ela também é sua filha". A voz era inconfundível e o seu tom era de deboche. Naota virou-se e viu Haruko encostada no muro. "Como ela chegou ali sem fazer barulho?" pensou ele, enquanto fechava as mãos com raiva. "Pare com isso Haruko. Ela me contou que você está escravizando a galáxia inteira. Qual a razão disso? Por que fazer as pessoas sofrerem?"
"Por uma única razão: VINGANÇA!!!". De deboche, o tom passou para um tom de ódio. Um ódio profundo. "A galáxia não pensou duas vezes em eliminar o meu amado. É por isso que todos vão sofrer na minha mão!"
"Mas... Eu não estou mais morto e..."
A gargalhada de Haruko deixou todos desconcertados. Tasuko e Kimy recuaram um pouco, enquanto Haruko continuava gargalhando.
Os três continuaram observando em silêncio, enquanto Haruko rolava no chão.
"Hahahahahahaha!!! Não me faça rir Ta-kun... Hehehehehe... Vo-você... Hehehe... Meu... Amado... HAHAHAHAHAHAAHAH!!!"
Haruko continuava rolando no chão e gargalhando alto. Até que algo estalou no cérebro de Naota e ele sem pensar duas vezes segurou Haruko e a suspendeu do chão.
"SUA MALUCA!!! DO QUE ESTÁ FALANDO?!?!?!"
Naota foi apanhado de surpresa e um soco de Haruko no plexo solar o deixou de joelhos.
"Eu estou falando do meu verdadeiro amado: Atomsk, o Rei Pirata! Por ele eu fui capaz de cruzar toda a galáxia para encontrá-lo. Por ele eu vim cair nessa rocha, nesse asteróide metido a besta, infestado de insetos. E por ele eu conheci você, seu pirralho. De onde você tirou essa idéia que eu trocaria o meu Atomsk por um verme como você? Enquanto você me foi útil, eu te tolerei, mas agora já chega. Vou me livrar de vez desse planeta!"
"Pa-pare... E a su-sua filha? Você ma-mataria o pai dela?". Naota levanta a cabeça, tentando recuperar o fôlego.
"E quem disse que eu misturaria os meus genes com um inseto como você? Se Kimy fosse sua filha, eu já a teria matado!"
"E por quê você anunciou ela era minha filha?"
"Por quê eu esperava contar com a sua ajuda e sair rapidamente desse planeta." Haruko aproxima-se de Naota e retira o baixo que estava na sua costa. "Mas agora não faz diferença..." Ela prepara-se para acertar a cabeça de Naota, quando algo impede
que ela use o baixo.
"Kanti!!!"
"!"
"Droga, isso está ficando cada vez pior. Sai da frente Kanti. Não se meta comigo!"
Haruko reparou que o andróide estava vermelho, uma cor diferente do seu habitual verde.
"A... Então o filhinho quer salvar o papai. Vamos ver como você se sai."
Usando a perna direta, Haruko consegue fazer com que Kanti soltasse o seu baixo. Girando-o rapidamente, ela tenta acertar Kanti pela direita. Ele bloqueia o golpe com braço esquerdo. Ela tenta fazer o mesmo pelo lado esquerdo. Novo bloqueio. Ela gira novamente o baixo e tenta acertar a cabeça de Kanti. Este cruza os braços, defende o golpe de Haruko e segura o seu baixo. Aproveitando a brecha, Kanti usa a mão livre e violentamente empurra Haruko para longe. Após se arrastar por vários metros no chão, ela levanta, meio tonta. Sem esboçar uma palavra, mas demonstrando ódio no rosto ela corre na direção de
Kanti e arma um golpe. Nova defesa e novo contra-ataque. Desta vez Kimy levanta-se mas não se move. Então Kimy grita para
Tasuko, que estava dentro de Kanti: "Ela vai invocar a força do Rei Pirata. Acerte o golpe final agora!"
Haruko solta um grito e o seu corpo começa a irradiar uma intensa luz. A luz aumenta de intensidade até dar a impressão que o corpo da Haruko é todo feito de luz. Naota, Kimy e Kanti olham para ela. E tem-se a impressão de que ela está maior. Ela ergue o baixo e investe na direção de Kanti. O droide apenas tem tempo de segurar Naota e Kimy e levantar vôo. No lugar onde
Haruko acertou, estava um imenso buraco.
"Ta-kun, nos deixe perto do rio. E use a minha gibson". Naota passa a sua guitarra para o filho, que estava dentro do Kanti.
O.K.
Após deixar os dois em segurança, Kanti parte na direção de Haruko. Mas desta vez a desvantagem é grande. A cada golpe de Haruko, Kanti vai golpeando com dificuldade. E ela não dá espaço para uma reação. Golpe após golpe, ela vai minando a resistência de Kanti.
"Kimy", grita Naota. "O que nós podemos fazer?"
"Eu... Eu não sei..."
"Como não sabe?! Você não veio para roubar os poderes da sua mãe?"
"È, mas eu não achava que ela ia aparecer..."
"E o que você vai fazer?"
"Eu não sei..."
"COMO NÃO SABE?! É O MEU FILHO QUE ESTÁ ALÍ!"
Kimy morde um dos lábios em aflição. Kanti continua defendendo os golpes, que parecem cada vez mais aumentar de intensidade.
Ela não sabe o que fazer. Todo o seu planejamento, todos os seus planos foram por água abaixo. Ela havia sido confiando demais, se expôs demais. Devia ter sido mais cuidadoso, sem falar que deveria ter previsto que uma hora a própria imperatriz em pessoa apareceria. E agora ela... Ela vê horrorizada o baixo da sua mãe acertar Kanti uma, duas, três, quatro vezes seguidas. O quinto golpe joga o andrôide longe, fazendo com que a sua perna esquerda seja cortada fora. Haruko se aproxima e começa a golpear o Kanti, que fica ali jogado no chão. O horror de Kimy começa a se transformar em raiva. E vai aumentando, a cada golpe que acerta o peito de Kanti. Até que a raiva explode em um grito.
Isso atrai a atenção de Haruko, que observa o corpo da filha passar por uma transformação parecida com a sua. O corpo de Kimy começa a brilhar. Um brilho ofuscante, que faz Haruko cobrir os olhos. Nesse estado, as duas permanecem mudas, como se não possuíssem bocas. Mas não é preciso palavras para perceber que a filha estava desafiando a mãe. E parece que ali as duas iriam decidir as diferenças. Kimy se aproxima do que restou de Kanti e retira um desacordado Tasuko de dentro do andróide. E enquanto ela o mantém nos braços, aproveita para retirar algo do hipercampo. Um instrumento de cordas. Um baixo Hofner. Ela entrega o garoto ao pai, e aponta para longe. Naota balança a cabeça, concordando. Kimy não queria ninguém por perto. Ninguém que pudesse se ferir ou interferir na luta. Afinal, o destino da galáxia seria decidido ali.
Quando ela percebe que os dois estão bem afastados, Kimy vira-se para enfrentar a mãe. Mas, com surpresa, descobre que ela não está ali por perto. Ela olha em volta, mas não consegue vê-la. É quando algo a atinge pesadamente na cabeça. Haruko havia saltado e enquanto caia ela armou o golpe e acertou a filha violentamente. Kimy é jogada longe, e só tem tempo de rolar para o lado e escapar do ataque seguinte da mãe. E Haruko continua golpeando, mas Kimy ou defendia os golpes ou conseguia esquivar-se deles. Até que em um determinado momento, Kimy conseguiu uma esquiva para esquerda e encontrou o flanco da mãe desguarnecido. Um duro golpe na altura das costelas fez Haruko cambalear. E Kimy aproveitou para iniciar uma série de ataques. E a situação se inverteu, com Kimy investindo com golpes violentos e Haruko na defesa. A cada golpe desferido por uma das duas, uma violenta onda de choque se fazia sentir em volta. É como se o universo todo tremesse a cada golpe dos dois seres. Kimy continuou sua investida violenta, até que um golpe consegue arrancar o braço da mão de Haruko. Kimy em seguida acerta as pernas da mãe, que cai pesadamente no chão. Levando as mãos na direção do rosto, Haruko tenta se proteger da fúria da filha. É quando Kimy percebe horrorizada que junto com o baixo arrancou a mão direita da mãe. O choque é suficiente para ela deixar o baixo cair da sua mão, enquanto ela volta instantaneamente ao normal. Ela cai de joelhos, inerte.
Haruko levanta-se e volta ao normal. Ela deixa o braço ferido próximo ao corpo, tentando proteger o ferimento. Apesar da dor, um sorriso sádico aparece no seu rosto. "Então Kimy... Como foi sentir o gosto do poder do Rei Pirata? Não é inebriante? Você não teve vontade de ir até o fim, de saciar a sua raiva, o seu ódio acumulado em todos esses anos?"
Kimy continua parada, sem falar nada. Haruko aproxima-se da filha e estende a mão. "Vamos filha. Vamos governar essa galáxia juntas! Mãe e Filha! Com mão de ferro! Esmagaremos todos aqueles que se opus..."
"NÃÃÃÃÃÃOOOOO!!!". O grito de desespero de Kimy deixa a mãe sem palavras. Ela levanta o rosto, banhado em lágrimas e encara a mãe. "Como? Como você consegue ter prazer com esse... Essa... Essa coisa? Eu me senti suja, pervertida, o mais vil de todos os seres do Universo. E você ainda diz que tem prazer com... Essa coisa?"
A resposta de Haruko foi um tapa na cara da filha. "BAKA! Essa 'coisa' que você diz é a essência do seu pai, do meu amado Atomsk. Foi o que ele me deixou e que me permitiu chegar aonde estou. Governado e colocando ordem nessa galáxia imunda."
"Por muitos anos eu sonhei com o meu pai. Imaginando como ele seria, afinal você nunca me contou nada dele. E agora... Você me diz que o que eu senti a pouco era a essência do meu pai? Mãe... EU TENHO NOJO DE VOCÊS DOIS!! EU PREFIRO MORRER A CONTINUAR VIVENDO COM ISSO!"
Haruko olha seriamente. O seu olhar duro, parece conter toda a raiva que ainda a pouco ela desferia contra a filha. "Se é o que você deseja... Assim será! Você vai deixar de existir aqui e agora, junto com essa rocha infestada de parasitas."
"NÃO! Deixe eles em paz! Eles não fizeram nada contra a senhora. Eles merecem viver..."
"Eles ou um certo garotinho em especial? Você é parecida comigo quando tinha a sua idade. Pena que você não vai poder reencontrá-lo."
Kimy sentiu a angustia crescer dentro dela. Apesar de combater a mãe, apesar de toda a opressão causada por ela... Ela continuava sendo a sua mãe. E ela estava a ponto de tirar a vida de alguém que também era muito especial para a garota. Com
muita dor ela fez a sua decisão. E com um rápido golpe, a galáxia perdeu a sua imperatriz.
* * *
Já era noite, quando Naota e Tasuko se aproximaram do local da batalha. No centro havia uma grande fogueira. Próximo a ela, Kimy estava ajoelhada. Em pé, próximo a ela, Kanti observava a tudo.
"Kimy! Kanti! Vocês estão bem? Onde está a Haruko?" Naota pergunta angustiado, enquanto Tasuko abraça Kimy, em lágrimas.
Kanti apenas aponta para a fogueira. Pai e filho observam uma figura humana ardendo nas labaredas.
Kimy levanta-se e enquanto olha para a fogueira fala em um tom grave. "Terminei o que vim fazer aqui na Terra. Não da forma como eu queria, mas pelo menos a galáxia está livre da opressão." As lágrimas começam a rolar da face da garota. "Está livre
... Embora... O preço... Foi alto demais..."
Tasuko se aproxima dela e pega sua mão. "Kimy... Eu... Você pode ficar com a gente... Por favor, fique."
Ela continua olhando para a fogueira. "Não Ta-kun. Eu preciso voltar para o meu planeta natal. Eu e o meu grupo agora temos muito trabalho pela frente. Precisamos agir logo, ou alguém pode tentar tomar o lugar que era da minha mãe e iniciar um banho
de sangue. Mas como despedida, eu consertei o Kanti. Ele está melhor que antes..."
Kanti levanta o polegar, fazendo o sinal de positivo.
Ouve-se um barulho muito alto, um zumbido, como se fosse produzido por uma espécie de motor. Um objeto, que se parece com uma grande nave para em cima do grupo. Uma forte luz foca em cima de Kimy. Ela solta a mão de Tasuko, e diz em tom triste. "
Sazonara Ta-kun. Domo-arigatou."
"NÃO KIMY! NÃO VÁ! EU TE AMO!"
Ela sorri docemente. Mas a voz continua triste.
"Não Ta-kun. Você ama Sakurai e Itsuko. Elas é que vão realmente fazê-lo feliz."
"ENTÃO ME LEVE COM VOCÊ. NÃO VOU SUPORTAR VIVER SEM VOCÊ!"
"Por mais que me doa, eu não posas fazer isso. Mas não se preocupe..." Kimy alisa carinhosamente o seu ventre. "Vou levar você dentro de mim!"
A luz some repentinamente. E com ela, Kimy desaparece, como se nunca houvesse pisado no planeta Terra.
A nave começa a subir, até desaparecer no céu.
[FIM DO CAPÍTULO 6]
