Título: FLCL - like a long time ago

Autores: Seiken Densetsu (Radical Dreamer) / Dack Ralter

Gênero: Saga/ação/comédia/romance

E-mail para feedback: igor_animemaniac_br@hotmail.com / chsb@solitario.com.br

FLCL (Furi Kuri) é uma obra da Gainax e tem seus direitos reservados, isto é apenas um fan fiction e nosso objetivo não é violar os direitos autorais.

FLCL (Furi Kuri) is a work of Gainax and has its all rights reserved, that is only one fan fiction and our objective is not to violate the copyrights.

Traduções de termos em japonês no fim do texto.

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Epílogo - The Days Of Our Lives

Era uma noite fria. Apesar da primavera já haver chegado, as noites ainda eram frias. O rapaz desceu do ônibus, levantou a gola do casaco e olhou em volta. Haviam se passado seis anos, mas a estação de ônibus continuava a mesma, como se ele houvesse saído da cidade no dia anterior. Após recolher a sua mala, dirigiu-se a um telefone público e fez uma ligação.

"Mochi-mochi! Residência Nandaba."

"Lain, é você?"

"Onii-san! Lain está surpresa. Não é o dia de você ligar."

"Otousan está em casa? É que eu acabei de chegar e..."

"ACABOU DE CHEGAR?!? 'TOUSAN!! 'KASSAN!! ONII-SAN ESTÁ EM CASA!!!"

***

Pai e filho conversavam, encostados na murada de uma das várias pontes que cruzavam o rio que cortava Masbase.

"Foi nessa ponte, Ta-kun onde tudo começou..."

"Foi aqui que a Haruko apareceu?"

"Hai. Apareceu e me infectou... E também foi aqui que o Kanti saiu da minha cabeça."

"Não conseguimos tê-las 'tousan... E elas sumiram... Mas francamente eu não sinto saudades daquelas malucas."

"Ainda bem que a Haruko sumiu... Senão você não estaria aqui comigo. E vou fazer o possível e o impossível para que a sua irmã não tenha chifres. Os seus ainda crescem?"

"Ora, nada que uma boa guitarrada na cabeça não resolva"

Os dois gargalham, enquanto Naota passa o braço ao redor do ombro de Tasuko e o puxa para perto.

"'tousan..."

"Hai."

"E o vovô? Ele deu notícias?"

"Ele me ligou ontem à noite. E disse que já tinha enviado mais um cheque, para a educação da Lain. Sua mãe ficou contente, lógico, e não parava de dizer que foi a única que continuou a acreditar no sonho dele."

"Então deu certo aquele negócio? Qual o nome do cara mesmo?"

"É um tal de Hideaki Anno. Parece que ele chegou a ler um dos fanzines do velho e o chamou para trabalhar junto. Mas me diga... o que fez você voltar mais cedo para Masbase?"

"Bom... eu queria contar na frente de todo mundo, mas não consigo esperar... Eu consegui aquela vaga no programa de intercâmbio da UCLA... Além de uma bolsa para jogar baseball no time deles."

"O quê? Você vai para Los Angeles jogar baseball?"

Naota dá um longo abraço no filho.

"Que noticia maravilhosa filho... A sua mãe vai ficar orgulhosa e... Tasuko?"

"O que foi 'tousan?"

"Por que você não me parece contente? Você nunca quis jogar baseball na América, como o seu tio?"

"Eu... Eu... realmente não sei... Às vezes eu sinto como se... Como se eu estivesse perdendo algo."

"Você deveria ter se decidido antes de sair da cidade."

"Como eu poderia? Até hoje ainda não sei em quem pensar. No início eu queria distância das duas. Depois, não queria viver longe de nenhuma delas... Até que precisei sair da cidade... eu precisava esquecer a Kimy ou eu acabaria perdendo as duas."

Tasuko se debruçou sobre a murada e olhou fixamente o horizonte.

"Eu até parei de escrever para as duas, achando que uma deles iria acabar desistindo de mim. Assim eu poderia ficar com a outra..."

"Tasuko! Que coisa horrível. Parece até o seu tio, que assim que chegou na América..."

"É, eu sei... arrumou uma namorada loira... Mas eu sou diferente dele... Me arrumei com quatro loiras..."

"É, você re... Quatro!?"

"Sim... parece que eu tinha um imã para mulheres loiras... Bom, na verdade são apenas três, porque a Chise-chan só virou loira porque eu pedi."

Naota soltou um longo suspiro.

"Você não tem apenas o nome do seu tio."

"Mas eu não esqueci das minhas duas malucas..."

"E quando você vai ter que se apresentar na UCLA?"

"Daqui a um mês."

Naota coloca a mão na cabeça do filho, e desarruma o cabelo dele.

"Então Ta-kun, você tem um mês para escolher uma delas."

"É 'tousan... um mês..."

***

Tasuko passou pelo portão da escola primária de Masbase. Faziam muitos anos, mas o lugar continuava o mesmo. Ele já havia estudado ali, assim como os seus pais e até mesmo o seu avô. Entretanto, ele não estava ali para matar saudades ou recordar o passado. Ele estava na escola para pegar a pequena Lain-chan. A menina parecia ser a mais "normal" daquela família. Na verdade, vindo daquela família, podia-se esperar qualquer coisa.

Ele caminhou na direção do playground, onde Lain estava brincando. Era estranho... mesmo ali, na escola primária, ele não tinha muitos amigos. Apenas companheiros de brincadeiras... Ele esperava que Lain fosse diferente. Ao percebê-lo, ela desceu do balanço e foi correndo abraçá-lo.

"Onii-san!!! Que bom que você veio! Lain está feliz!"

Tasuko prometeu a si mesmo que algum dia faria ela perder essa mania de falar na terceira pessoa.

"Vamos Lain-chan... pegue suas coisas e vamos embora. 'kassan prometeu fazer um prato de curry, especialmente para você."

"OOBAAA!!!!"

Naota e Ninamori ficaram surpresos, quando descobriram a estranha paixão da filha por molho curry. É que isso os lembrava de um certo alguém.

Os dois caminhavam, com Lain contando com detalhes como foi o seu dia. Ela segurava a mão de Tasuko, e de vez em quando dava pequenos pulos, enquanto caminhava. Subitamente Lain parou e apontou em direção da piscina.

"Onii-san... Lain gostaria de dizer sayonara para a sensei. Lain pode ir?"

Tasuko já estava imaginando uma daquelas chatas professoras de primário. Mas como não estava com pressa de voltar para casa, resolveu acompanhar a irmã. Logo estavam na borda da piscina. Do outro lado, próximo dos vestiários, estava uma mulher alta, de longos cabelos verdes e que usava um maiô de natação. Lain gritou e acenou na direção da mulher.

"Hirae-sensei!!!"

A mulher olha na direção deles e responde de volta. Mas a voz parece sumir...

"Lain-cha..."

Ela parece chocada. Fica parada por alguns instantes, mas inesperadamente ela age.

Tasuko não consegue se lembrar do que aconteceu. Apenas se recorda que foi atingido por algo, algo pesado, mas ao mesmo tempo macio, terno e reconfortante. Depois disso, ele lembra de ter caído na água. Ao abrir os olhos, ele percebe que está deitado no chão, ao lado da piscina, com a mulher ajoelhada ao seu lado. Ela parece preocupada, como se estivesse com medo de perder o seu bem mais precioso...

"Ta-kun, você está bem?"

Essa voz...

"Itsuko??"

Como se fosse uma senha, ela pula em cima de Tasuko.

Novamente ele volta a sentir todas as emoções que tinha na pre-adolescência... mas dessa vez ele reagiu de forma diferente.

Ele correspondeu ao beijo.

Os dois só foram interrompidos pela voz de Lain, que rolava no chão de tanto rir.

"Onii-san e Hirae-sensei são namorados!!! Lain vai contar para 'kassan e 'tousan!!"

***

Os três caminhavam pelas ruas de Masbase. Lain, feliz como nunca, caminha entre Tasuko e Itsuko, segurando na mão dos dois.

Ela não fala nada, mas presta atenção na conversa dos dois. Já haviam passado em uma sorveteria e agora eles estavam andando na direção da padaria da família Nandaba.

"... E lá estava eu... No último tempo e o jogo estava empatado. O lançador já tinha eliminado os nossos batedores e achava que ia me eliminar também. Eu era o último rebatedor, assim tinha que fazer o homerun de qualquer jeito. Então ele lançou a bola, com efeito. Apenas me concentrei e rebati!"

"Ooohhhh... Onii-san jogou a bola para fora do estádio?"

"Não Lain... Eu rebati direto na cara do lançador... Foi uma confusão dos diabos, sobrou até para o juiz..."

"Ahh... Só você mesmo Ta-kun. E como ficou decidido o campeonato?"

"Bem... esse foi o único ano em que o campeonato intercolegial de Osaka ficou empatado. Não quiseram correr o risco de ter outra partida igual a essa."

Itsuko estava com um sorriso no rosto, que sumiu como num passe de mágica.

"Por quê você parou de responder as nossas cartas?"

"Na-nani?!?"

"As nossas cartas... Tanto eu quanto Sakurai vínhamos recebendo as suas respostas todos os meses. Mas de repente você parou de responder. A não ser que você tenha passado a responder apenas as cartas da quatro-olhos, Ta-kun!". Ela olhou para ele com o canto dos olhos. "A nossa única fonte de noticias era a sua mãe, que contava alguma coisa."

"Na-não... Eu... Eu estava muito ocupado e sabe, bem... Eu..."

Ela olha na direção de Tasuko e mostra um largo sorriso.

"Mas de qualquer forma, eu estou feliz de você ter voltado. Valeu a pena atrasar em um ano a minha ida para a faculdade."

"Faculdade?!?"

"Hai... Instituto Nacional de Desportes, em Okinawa. Não posso mais ser uma atleta, afinal recusei todos os convites que tive pois não queria sair de Masbase. Mas pelo menos ainda posso me tornar uma treinadora."

"Mas... por quê você recusou os convites? Você sempre foi muito boa em qualquer modalidade... Não entendo..."

A garota para, cruza os braços atrás do corpo e responde com os olhos fechados e um sorriso.

"Ta-ku, seu tolinho... apenas porquê havia alguém a quem eu amo mais do que o esporte. E eu precisava esperar essa pessoa voltar. Agora, é só aguardar que ela se decida."

Tasuko nada respondeu. Ficou parado, olhando para aquela bela mulher de 1,85m. Nesse período que ele esteve fora de Masbase era como se ela houvesse desabrochado. O rosto ainda lembrava a adolescente, mas o corpo era de uma atleta profissional, perfeitamente esculpido com horas e horas de treino árduo.

"Bom... eu sei que você ainda precisa se encontrar com a "quatro-olhos", assim eu vou indo. Sayonara Ta-kun. Sayonara Lain-chan".

Ela dá um pequeno beijo no rosto de Tasuko e acena rapidamente para Lain. Logo, desaparece em uma esquina.

Ele ficou ali parado, observando o vazio que há pouco era ocupado pela Itsuko. Lain olha para o irmão de forma preocupada.

"Onii-san, tudo bem?"

Ele responde com um longo suspiro.

"Hai Lain... Vamos para casa..."

***

Alguns dias depois, Tasuko aproveitou o fato de ter deixado Lain no colégio e resolveu caminhar pelo centro da cidade.

Masbase sempre foi uma cidade de tamanho médio, assim sempre possuiu as comodidades de uma grande cidade, mas sem a grande concentração de pessoas. Ele estava caminhando absorto, ainda pensando no que Itsuko havia dito no dia anterior, quando sentiu que havia batido em algo. Ele não conseguiu manter o equilíbrio e acabou caindo por sobre uma pessoa, na verdade uma garota.

Ele contornou a esquina, mas não percebeu a garota que caminhava, absorta na leitura de um grosso livro.

"Gomen! Gomen-na..."

Se os olhos dela fossem armas, Tasuko estaria morto naquele instante, pelo olhar ameaçador dela. E para piorar, ele havia caído por cima e entre as pernas da garota. Uma posição constrangedora. Tasuko se levanta e com um sorriso amarelo no rosto e uma grossa gota de suor na cabeça estende a mão para ela. Ela continua caída, olhando por cima dos óculos, fuzilando Tasuko com o olhar. A saia dela estava levantada, mostrando uma boa parte das belas coxas da garota. "Baka!". Foi à única coisa que ela disse antes de se levantar e ir embora.

Tasuko ficou parado, a mão ainda estendida. Havia algo estranho na voz dela... na verdade, aquela voz era conhecida, ele conhecia aquela voz, aquele tom enérgico de quem está acostumado a comandar. "Sakurai-chan... é você?"

Ela já estava um pouco longe, mas ouviu as palavras do rapaz. Parou e virou-se instantaneamente. O seu olhar era de surpresa.

Ela veio se aproximando lentamente, estudando o rosto de Tasuko, como se estivesse tentando reconhecê-lo. Tasuko, por outro lado, começou a perceber as "mudanças" que Sakurai havia passado por todos esses anos. Agora ela estava com os cabelos curtos, negros. Ela costumava ter o cabelo cor violeta e usava uma longa trança, que chegava ao meio das costas. Ela havia crescido, não tanto quanto Itsuko, estava mais alta e mais forte, nada lembrando aquela adolescente magrela que costumava comandar com mão-de-ferro o corpo estudantil.

"Nandaba-kun... gomen... não pude reconhecê-lo".

"Na verdade eu é que tenho que pedir desculpas... por tudo... Mas... você está bo... err, quer dizer, diferente..."

"Você também... está bem... kawaii...". Ela coloca uma das mãos por cima da boca, escondendo o pequeno riso, um pouco envergonhada.

"Eu... eu... bem... mas... o quê você andou fazendo?"

***

Os dois estão sentados na grama, próximos da margem do rio, próximos também da ponte que havia sido "deletada" por um mouse vivo há seis anos atrás. Haviam estado conversando desde o "encontro". Tasuko estava surpreso, não esperava tantos anos depois ainda conversar normalmente com as duas, principalmente com Sakurai.

"E como foi o encontro com a 'monstrenga'?"

"Monstrenga?!"

"Não se faça de desentendido... Eu tenho um ótimo serviços de informações... ela não parava de falar que "onii-san e sensei estão juntos"."

"Hã?? Como você sabe disso?"

"Ora... eu trabalho no consultório da sua mãe... E Lain-chan gosta de conversar comigo..."

Ela assume uma expressão séria e encara Tasuko.

"Você não respondeu mais as minhas cartas... Resolveu se dedicar apenas a ela?"

"Não... não é isso... eu apenas, não tinha tempo... e também..."

"Também?!"

"Eu não sabia quem escolher... Vocês duas faziam e fazem parte da minha vida. Não posso simplesmente escolher uma e deixar a outra de lado. Eu poderia ter muito bem escolhido uma de vocês no dia em que saí de Masbase, mas eu estava confuso, ainda estou confuso..."

"Tasuko, você não pode adiar mais essa decisão. Nós duas estivemos esse tempo todo esperando por você. Não estou dizendo que você empatou nossas vidas, mas por conta disso nós ficamos 'marcando passo'. Eu sei que a Itsuko teve ótimas ofertas para se tornar uma atleta, mas resolveu recusar por acreditar que você a ama. Comigo não foi diferente... mas não quero deixar você com pena de mim. Quero que você fique comigo porque realmente me ama..."

Ela se aproxima de Tasuko.

"Porque realmente se importa comigo, porque quer cuidar de mim, me salvar de todos os perigos do mundo e ficar comigo pelo resto da minha vida..."

A mão de Sakurai desliza pelo rosto de Tasuko, chegando até a nuca do rapaz. Ela aproxima o seu rosto, e docemente cola os seus lábios nos lábios dele. Um beijo doce, quente, terno. Tasuko corresponde ao beijo abraçando Sakurai, trazendo-a para mais próximo do seu corpo.

Tão suavemente quanto ela se aproximou, ela se desvencilha do abraço e se levanta.

"Lembre-se Tasuko... Eu te amo do fundo do meu coração, e tenho certeza que você vai me escolher. Mas por favor... não adie demais essa decisão."

Ela se afasta, deixando Tasuko mergulhado em pensamentos, olhando fixamente para a margem do rio, que reflete a luz do sol poente.

Ele havia voltado para Masbase para tomar uma decisão. Mas não sabia que ela seria tão difícil de tomar.

***

Tasuko havia caminhado o dia inteiro. Havia percorrido boa parte de Masbase a pé. Ele precisava decidir. Decidir não apenas que garota ele amava, mas com quem passaria o resto da sua vida. Não era apenas especulação, ele realmente acreditava que poderia viver até o fim da vida com qualquer uma delas. Duas. Duas garotas que mexeram com ele, fazendo-o viver o maior dilema da sua vida. E a escolha não era fácil.

O sol já ia baixo no horizonte, e agora ele observava o rio. A tarde era parecida com à tarde em que ele fez o primeiro teste para o time de baseball da escola. Apesar de ser apenas o primeiro teste, as arquibancadas estavam ocupadas por alguns grupos de estudantes, principalmente garotas. Tasuko estava na área onde ficavam os jogadores reservas, aguardando ser chamado. Dalí ele pode observar um grupinho de garotas, com cinco ou seis estudantes. E entre elas, havia uma garota que se destacava das outras. Seja pelo seu belo cabelo verde, seja pela gritaria que ela fazia cada vez que um candidato fazia a sua tentativa.

Isso deixou Tasuko nervoso, pois se ela comemorava cada vez que alguém acertava ela também vaiava cada erro. Na sua tentativa, Tasuko estava com dois strikes esta seria sua última chance. A seleção era simples, bastava o candidado rebater e conseguir chegar até pelo menos a terceira base. Até agora nínguem havia feito o homerun, porque o pitcher era o titular do time. Assim, foi com surpresa que Tasuko percebeu que a sua rebatida havia jogado a bola para fora além dos limites do pequeno campo. Num incrível golpe de sorte, o pitcher havia posto tanto efeito na bola que bastou ela encostar no taco de Tasuko para ganhar velocidade. E lá estava, homerun! Meio envergonhado (mas feliz) ele deu a volta no campo... Só não esperava que ao retornar ao plate ele fosse derrubado, abraçado e beijado pela garota de cabelo verde.

Já era quase noite e a cidade começava a acender as suas luzes. Tasuko continuava ali, na margem do rio. Pegando algumas pedras, ele começou a jogá-las dentro do rio. A cada arremesso, as pedras batiam duas, três vezes na água antes de desaparecer nas águas. Alguns dias depois dos testes para o time de baseball, ele conheceu Sakurai. Por ter as maiores notas, ela acabou sendo designada como presidente do corpo estudantil. O primeiro encontro não havia sido muito bom, afinal ela estava exercendo o seu cargo e Tasuko nunca gostou de receber ordens. Ele estava louco para voltar para casa e treinar junto com Kanti, quando na saída da escola foi parado pela Sakurai. Era o dia em que Tasuko estava encarregado de realizar a limpeza da sala de aula, após as aulas. Mas ele estava com tanta vontade de voltar para casa e treinar a sua rebatida com o Kanti, que ele havia esquecido completamente da sua escala. E lá ele foi obrigado pela garota a voltar para a sala e realizar o serviço. Sem falar que ela pessoalmente supervisionou a execução da limpeza, fazendo com que ele esfregasse o chão três vezes. Sakurai parecia ter o dom de lidar com alunos rebeldes e com Tasuko não seria diferente, mas algo estalou nele e quando ela deu o serviço como concluído ele fez uma longa reverência e humildemente pediu desculpas. Desde esse dia eles mantiveram uma certa distância, até o evento do bilhete.

Itsuko e Sakurai. Uma alegre, divertida e ativa. A outra era firme, decidida e autoritária. E as duas eram ao mesmo tempo doces, afetuosas e românticas. E justamente esse "outro lado" de cada uma delas é que deixava Tasuko indeciso. Ele não poderia apenas escolher uma. Não havia como.

Ele estava frestado. Sentou-se no chão, no pequeno gramado e olhou para o alto. O céu já estava escuro e as estrelas ornamentavam aquela bela noite de primavera. A leste, uma imensa lua cheia anunciava que aquela noite seria mágica. Tasuko continua perdido em pensamentos, quando algo bateu no seu rosto. Na verdade ele demorou a perceber, pois o toque havia sido leve, suave. Levando a mão ao rosto, ele percebeu o que o havia atingido. Uma pequena pétala rosada... uma pétala de Sakura.

Como tomado por um raio, ele levanta e corre na direção do seu destino. Ele havia tomado a sua decisão.

*** [NOTA DOS AUTORES: Aqui a estória se divide. Por razões que são explicadas na nota ao final desse epílogo, resolvemos dividir esse final em duas partes. Agora cabe a você amigo leitor, decidir qual o destino do jovem Tasuko Nandaba. Ou se quiser, pode ler os dois finais.] ***

*** [FINAL 1 - ITSUKO NANDABA] ***

Tasuko corre como um louco, até finalmente chegar na casa de Itsuko. Ele passa pelo portão e logo está esmurrando a porta, gritando como um louco.

"Itsuko-chan! Abra por favor!"

Logo a professora de natação abre a porta, assustada.

"Ta-kun? O que houve de errado? O que aconteceu? Quem morreu?"

"Itsuko-chan... Eu..."

As palavras não pareciam sair. Ele havia conseguido chegar ali sem nenhum esforço, mas agora ele não tinha forças para falar.

"Eu... Eu... Eu..."

Ela fica ainda mais assustada e segurando Tasuko pelos ombros, o sacode violentamente.

"Ta-kun, o que houve? O que aconteceu?"

O choque parece ter tido efeito. Tasuko solta a frase de uma única vez.

"Itsukochanaishiteru"

Ela parece chocada.

"Nani!?!"

"Ai shiteru... Itsuko-chan!"

Ela então entende o que aconteceu. Ela fica parada, por vários instantes. Então ela cai no chão, com o rosto coberto de lágrimas.

"Itsuko? O que houve?"

Ela responde, entre lágrimas e soluços.

"Ai shiteru, Ta-kun"

Tasuko se abaixa, colocando uma das mãos no queixo da garota. Ele levanta o rosto dela e ali percebe que apesar das lágrimas que saem dos olhos cor de esmeralda, ela está feliz.

"Gomen Itsuko. Perdão por fazê-la esperar por todos esses anos, mas somente agora a pouco eu pude entender o quanto você é importante na minha vida. Somente agora eu percebi como a minha vida é vazia sem você. Nós nos conhecemos na primavera, e na hora em que você se jogou em cima de mim pela primeira vez não pude entender o que estava acontecendo. Mas hoje, quando uma pequena pétala de cerejeira tocou no meu rosto eu lembrei de você... Lembrei que você sempre achou lindo quando elas floresciam... E finalmente pude entender o quanto você faz parte da minha vida."

"Eu... Eu não sei o que dizer Ta-kun..."

A garota exibia um bonito sorriso, que junto com as lágrimas deixavam o seu rosto ainda mais encantador.

"Então não diga nada... Apenas seja você mesma..."

Ela responde com um sorriso. E o arrasta para dentro de casa.

***

É noite. E um dedicado pai de família e principal estrela do New York Yankies, carrega sua amada filha para o quarto. Ele ajeita a filha na cama. Apesar do cabelo verde, ela tem os olhos azuis do pai. Somente após cinco temporadas, dele como principal rebatedor e Itsuko como técnica do time (isso após vencer muitos preconceitos) eles finalmente puderam se afastar tempo suficiente para planejar a chegada da sua filha. Lógico que na volta da dupla, dois anos depois o Yankies iniciou uma série de sete vitórias seguidas na liga americana.

"'tousan..."

"Sim, Nyamo-chan..."

"Conte uma estória..."

"Uma estória? ok! Que estória?"

"Uma do Miyamoto Musashi"

"Huum... Bem, há muito tempo atrás..."

Tasuko começa a conta uma das inúmeras aventuras do grande samurai Miyamoto Musashi, quando escuta um barulho estranho vindo do lado de fora do quarto.

"Nyamo, fique aqui quietinha, ok? 'tousan volta logo."

"Ha-hai 'tousan."

"Ele olha o corredor e está vazio. Nínguem a vista. Pegando um taco de baseball, ele resolve explorar o restante do corredor.

Mas logo é surpreendido por uma voz de alguém que está por trás dele.

"Ei!"

Ele se vira rapidamente. E encontra uma mulher que também está com um taco de baseball na mão.

"Musashi Nandaba! Eu te desafio para uma luta!"

"Hai! Eu aceito o desafio!"

Logo Itsuko e Tasuko estão rolando no chão do corredor, com a pequena Nyamo rindo e gargalhando.

FIM

*** [FINAL 2 - SAKURAI NANDABA] ***

Tasuko corre como um louco, na direção da casa de Sakurai. Ele ainda lembra, como descobriu onde a garota morava. Ele havia sido jogado no rio por uma doida que pilotava uma espécie de mecha de duas pernas. E também lembrava a noite em que passaram juntos. Foi aí que ele descobriu uma Sakurai diferente. Diferente daquela Sakurai da escola, sempre autoritária. Ali, apenas os dois juntos, ela se desdobrou para deixá-lo à vontade, sendo carinhosa e gentil. A primeira vista uma pessoa maldosa acharia que era errado duas crianças de doze anos passarem a noite juntos, mas nada demais aconteceu naquela noite. Sem falar que os dois estavam sob a feroz vigilância da mãe de Sakurai. Mas a noite se limitou a conversas, risos, trocas de confissões e um inocente beijo no rosto.

Agora, seis anos depois ele voltava aquela casa, decidido. Quase sem fôlego, ele chega na porta da frente. Bate uma, duas, três vezes na porta, chegando até mesmo a esmurrar numa quarta tentativa. Nínguem em casa. Ele olha em volta. A noite já havia chegado, com a Lua mostrando toda a sua força e brilho. Então ele bate com a mão na própria testa.

"BAKA!!! Ela deve estar no consultório de 'kassan!"

E uma nova corrida é iniciada. Após longos e intermináveis minutos, ele chega ao consultório da mãe, localizado em uma pequena casa no centro de Masbase. Após esmurrar a portas por vários minutos, ele constata que também estava fechado. Ele se encosta na porta, exausto, respirando profundamente para recuperar o fôlego. Então, como se tivesse tomado pelo desânimo, ele se deixa escorregar até o chão, e senta com a cabeça entre as pernas.

"Sakurai-chan... Onde você está?"

Uma mão toca no ombro de Tasuko. Ele levanta a cabeça, assustado e surpreso. "Sakurai?"

A única resposta que ele obtêm é uma imagem na tela de Kanti.

"!"

"Kanti! Você sabe onde está Sakurai?"

Em resposta, o tv-boy entrega um envelope a Tasuko.

"Tasuko... Hoje finalmente entendi o quanto você sofreu por ter que escolher entre uma de nós duas. E o meu coração doeu, só de pensar no seu sofrimento. Assim, por não querer que você sofra mais, estou indo embora. Não venha atrás de mim... Aproveite e viva a sua vida com a Hirae-san. Eu me contento em saber que você será feliz. Um beijo do fundo do meu coração. Com Amor, Sakurai."

Ele parecia não acreditar no que estava escrito ali. Ela iria abandoná-lo? Justamente agora que ele havia decidido?

"Kanti, quando ela lhe entregou isso?"

"6:50 PM"

"E que horas são?"

"7:30 PM"

"Então... ela deve ter ido para a rodoviária... DROGAAAA!!!! A rodoviária é do outro lado da cidade... Nunca vou chegar a temp..."

Ele interrompe a frase, ao olhar para Kanti. O tv-boy continua parado, ao seu lado.

Um idéia passa pela cabeça do rapaz. Sim... Ele já tinha feito isso, mas apenas para enfrentar aquelas coisas... Entretanto,

agora também era uma emergência.

"KAAAANNNNNTTTIIIIIIII!!!!!"

Num instante, o andróide mudou a sua cor para um vermelho vivo e engoliu Tasuko. E com um pulo, ergueu-se em direção ao céu, utilizando jatos que estavam na sola dos pés, deixando uma nuvem de poeira e fumaça para trás.

Qualquer um que olhasse para o céu naquele instante, veria um estranho objeto, de formato humanóide cortando velozmente o céu de Masbase. E que ia diretamente para a estação rodoviária da cidade.

Próximo do destino, Kanti começa a manobrar para pousar. Já próximo do solo, ele "vomita" o seu passageiro.

Um Tasuko desorientado, medicado e enjoado rola pelo chão da área de manobra dos ônibus.

"Ui! Ai! Argh! Eca!! Vou me lembrar de nunca mais fazer isso..."

Ele se levanta, ainda desorientado, procurando por alguém. As pessoas olhavam assustadas, para ele. Realmente, era de se assustar ver alguém melecado, amarrotado, com um olhar maluco... e fedendo!

Ele continua procurando, até finalmente encontrá-la.

"sAKURAAAAIII!!! SAKURAAAAAIII!!!"

Ela finalmente a alcança. Ela estava parada, de costas para ele. Ele a segura em seus ombros e a faz virar-se de frente para

ele.

"Sakurai!"

"Tasuko?!"

"Ai shiteru... Sakurai-chan!"

"Nani?!"

"Eu estou muito bravo com você! Na verdade furioso! Você não deveria ter feito isso! Não deveria ter fugido e me jogado nos braços da Itsuko. Eu gosto dela, mas eu finalmente descobri que eu realmente amo você, Sakurai. Você não percebe o quanto eu seria infeliz, tendo de viver ao lado de alguém que eu não amo?"

"Ta-ku... Eu..."

"Eu estou furioso! Mas também, eu descobri que o amor que eu sinto por você supera qualquer outro sentimento que eu já tive, tenho ou possa vir a ter. Ai shiteru... Sakurai-chan!"

Ela o abraça e da mesma forma que aquela tarde alguns anos atrás, ela deixa as lágrimas escaparem dos seus olhos, embaçando os seus óculos.

"Ai shiteru... Ta-kun... Gomen... Eu... tinha medo... Medo de ser deixada de lado e você escolhesse ela ao invés de mim.

Onegai... perdão!"

Ele levanta o rosto dela, coberto de lágrimas. Ele beija levemente os lábios da garota. Ela corresponde ao beijo e logo os dois esquecem o mundo ao redor.

Enquanto isso, as pessoas que presenciavam a cena aplaudem e gritam, comemorando a união do casal.

"Ta-kun!"

"Hai Sakurai-chan..."

"Você está fedendo..."

"Eh... Gomen..."

***

Ela sai do prédio irritada.

"BAKA! Como pude contratar um irresponsável desse tipo?"

Ela entra na porta de trás do carro. O motorista fecha a porta e logo se senta ao volante do carro.

"Para onde Nandaba-sama?"

"Para casa Tsurumaki... E depois de guardar o carro, você pode tirar uma semana de folga."

"Nandaba-sama não vai necessitar dos meus serviços?"

"Não... Estarei viajando com Nandaba-kun e as meninas. Assim, você pode tirar a sua folga."

"Arigatou Nandaba-sama"

O resto da viagem é feito em silêncio. Sakurai sempre utiliza o tempo gasto do escritório para casa para realizar a sua transformação. Ao sair do escritório, ela é a Presidente e sócia de um time de baseball, o "Masbase's Heavy Rockers", campeão por três vezes consecutivas da World Series. O seu sócio e estrela do time é nada mais nada menos que o grande rebatedor Tasuko Nandaba. Isso sem falar na empresa que controlava as franquias do nome do time e do nome de Tasuko, que estavam estampados em desde roupas esportivas e tacos de basebal até comida energética e cereais matinais. Tudo isso controlado a mão de ferro pela empresária. Mas ao chegar em casa, ela se transforma... Passando ser a doce e meiga Sakurai Nandaba, esposa de Tasuko Nandaba e mãe de trigêmeas... Kazumi, Nabiki e Akane Nandaba.

"Tadaima!" - Sakurai pronuncia ao abrir a porta de casa.

"Ite.."

"Kema...

"Su...

"Mama!!!". Essa última palavra foi dita em coro pelas trigêmeas.

Sakurai já havia se acostumado com a mania das três filhas falarem como se estivessem em um jogral. Afinal, isso devia ser de familia, pois a sua cunhada constuma falar sobre sí mesma na terceira pessoa. E tanto o sogro quanto o marido costumavam a ter 'chifres' saindo da testa... No bom sentido, é claro!

"Itekemasu Sakurai-chan!"

Ela é recebida com um longo e carinhoso beijo do marido.

"Oooohhhh..."

"'kassan...'

"E..."

"'tousan..."

"Estão namorando!"

As três começam a rir, enquanto Tasuko e Sakurai continuavam o seu apaixonado beijo.

FIM

***

OMAKE

Tasuko está sentado, observando o rio. Ele está perdido em pensamentos, imaginando quem seria a sua eleita, a sua escolhida.

Ele está tão absorto em pensamento, que não percebe a chegada de duas pessoas.

"Ta-kun"

Ele demora um pouco para se virar... E toma um grande susto, ao ver Sakurai e Itsuko juntas... E de mãos dadas!

"Itsuko! Sakurai!"

"Ta-kun... Nós cansamos de esperar. Nesse tempo que esteve fora, começamos a nos falar e acabamos descobrindo que temos muitas coisas em comum... Os mesmos gostos, as mesmas paixões, até mesmo..." Sakurai cobre a boca com uma das mãos. "Até mesmo os mesmos 'pontos sensíveis...' "

"E ontem a noite finalmente nos descobrimos que estamos apaixonadas... uma pela outra.". Enquanto fala, Itsuko passa um dos braços pelo ombro de Sakurai, que prontamente se aproxima da namorada.

"NANI?!?!"

"Sayonara Ta-kun... It-chan e eu estamos indo embora da cidade, para vivermos o nosso amor. Até qualquer dia..."

E as duas saem, deixando um Tasuko em estado de choque.

Um ano depois, ao abrir o seu e-mail da UCLA, ele recebe uma mensagem de Itsuko e Sakurai.

"Tasuko, estamos vivendo aqui em San Franciso desde o início do ano e somente agora descobrimos que você está em Los Angeles. Que feio Ta-kun, se escondendo das suas amigas... :P Assim que for possível, iremos visitar você. Um beijo da Itsuko e da Sakurai. P.S. Em anexo, mandamos uma foto nossa, junto da criança que adotamos... Qual o nome dele? Tasuko, é lógico..."

FIM

***

NOTAS DOS AUTORES

[Comentários Dack_Ralter. O "Autor2"]

Bem gente... Finalmente chegou ao final. Depois de meses de trabalho duro e muita discussão, chega ao fim essa "continuação" de FLCL. Procuramos manter o espírito dos OVAS, mas não foi possível utilizar todas as idéias que tivemos. A explicação para esses dois finais é um tanto besta... Desde o início, estava certo que Tasuko iria terminar junto de Itsuko, mas durante a elaboração do epílogo, Sakurai-chan teve uma "atuação" tão comovente, que acabou por nos deixar em dúvida... E agora? Pensou-se em tudo, até mesmo em despachar o Tasuko para jogar no Irã, assim ele poderia ter duas esposas. Mas acabamos por decidir um final duplo. O pior, é que até mesmo no final duplo, ela acabou roubando a cena.

O final 1 (Itsuko Nandaba) foi todo idéia do Seiken. O final 2 (Sakurai Nandaba), a idéia base também foi dele, mas quando eu estava escrevendo, me lembrei de um dos finais de "Season Of Sakura" e acabei ficando inspirado na hora. Infelizmente, não consegui mexer no final da Itsuko, par deixar pelo menos no mesmo nível do final da Sakurai. No final das contas, ela acabou ficando com um final melhor que o da rival.

O Omake, foi uma idéia que eu tive enquanto lia a versão impressa das "reuniões". Em um ponto, chegamos a comentar que elas nunca poderiam esperar tanto tento pelo Tasuko. Então eu pensei... Por quê não fazer uma brincadeira com isso? Afinal, já que elas se odeiam tanto...

Para criar as personagens Itsuko e Sakurai, utilizamos como base duas "irmãs" do jogo "Fatal Relations". Quem já jogou, deve descobrir quem são elas. O nome da Itsuko, foi retirado mangá "I's", de Masakazu Katsura. O nome da Sakurai é uma brincadeira com palavras. O nome da cadela Martha, foi retirada da música "Martha My Dear", dos Beatles (na verdade, Paul McCartney fez essa música em homenagem a sua cadela, que se chamava Martha). Nyamo, a filha de Itsuko e Tasuko, teve o nome retirado do mangá "Love Hina", de Ken Akamatsu. E as trigêmeas de Sakurai e Tasuko, Kazumi, Nabiki e Akane tiveram os nomes retirados do mangá "Ranma 1/2" da Rumiko Takahashi. Chise, uma das "namoradas" loiras de Tasuko teve o nome retirado do anime "Saikano". Já o motorista de Sakurai, tem o nome de Tsurumaki, criador de FLCL. E por último, mas não menos importante, a irmã mais nova de Tasuko, Lain, teve o seu nome retirado do anime "Serial Experiments Of Lain"

O título do capítulo 3, é o título de uma música dos Beatles, "A Hard Day's Night", que pode ser traduzida como "A Noite de Um Longo Dia". A letra da música fala do cara que após um longo e duro dia de trabalho, tem alguém em casa para recebê-lo e tratá-lo bem. Bom, naquele capítulo Tasuko teve um longo e duro dia... mas não teve ninguém para tratá-lo bem, exceto as quatro malucas de Masbase...

O título do epílogo, é o título de uma música do Queen, "These Are The Days Of Our Lives".

A estória do hipercampo, foi que nós precisávamos explicar como o Naota iria aparecer 25 anos depois da sua morte. Clone? Óbvio demais. Era preciso algo estranho... Algo diferente... Então, quando eu estava revisando um dos rascunhos do capítulo 5, me veio à idéia "E se nesse espaço que faz a ligação entre o planeta da Kimy com a cabeça do Naota e do Tasuko, ficasse um pedaço do DNA dele?" Lógico que nas CNTP (Condições Normais de Temperatura e Pressão - alguém lembra de Química?) e na nossa realidade isso nunca aconteceria. Mas isso é um fanfic... uma obra de ficção... E de FLCL, o que significa que tem que ser maluco!!! Só faltava criar um nome para designar essa ligação. Para não chamar de hiper-espaço (Novamente Star Wars), foi batizado de hipercampo (C).

FLCL (ou Furi Kuri) saiu da cabeça de Kazuya Tsurumaki e foi produzido em conjunto pela Gainax e pela Production I.G. Tsurumaki foi diretor assistente de "Evangelion " (talvez por isso as referências que FLCL faz a esse anime) e ao final deste, recebeu um pedido de Hideaki Anno para escolher o próximo projeto. Quando finalmente Tsurumaki terminou o roteiro de FLCL, Anno estava ocupado com a pré-produção de "Kareshi Kanojo No Jijou" (Karekano) e deu luz verde para ele realizar o projeto sozinho.

Agora chega a parte da rasgação de seda... Falando sério, você escrever a quatro mãos é uma experiência fascinante. Primeiro que você nunca fica sem idéias. É difícil um dos dois não ter idéias para continuar a estória. Segundo, você já tem alguém com quem pode discutir sobre o fic. Sem falar nas discussões, que por si só já valem o trabalho de escrever o fic. Essa saga é mais do Seiken que minha (embora eu tenho escrito dois capítulos, é dele a idéia original e grande parte do seu desenvolvimento. Eu auxiliei apenas na perfumaria.) Meus agradecimentos ao Seiken, por me convidar a escrever essa saga (Acreditem, melhorei muito a minha forma de escrever), ao Kazuya Tsurumaki por ter sido louco o suficiente de criar o FLCL, a minha família (Gerci-chan e Bia-chan... Vocês duas moram no meu coração) e a você leitor, que teve saco de ler esse comentário até o fim. Agradecimentos e comentários (os xingamentos mandem para o Seiken) e Cheques (com fundos!) são bem vindos.



[Comentários - Seiken Densetsu]

Finalmente concluímos essa coisa, após uma mistureba doida chegamos ao fim deste roteiro. O roteiro já estava definido, após ser perdido uma vez (culpa minha, quem manda formatar o computador) e depois reescrito acho que em melhores condições. Esse epílogo foi escrito após muitas discussões e antes do capítulo 6, porque além de termos "atropelado" ele também tivemos na cabeça que com o epílogo concluído o capítulo 6 seria desenvolvido de melhor forma.

Os capítulos nunca tiveram um roteiro básico, foram sendo 'vomitados' em seções de bate-papo e completamente fora de ordem, depois os capítulos foram reordenados e as cenas desenvolvidas por nós. A ordem de escritores dos capítulos foi:

-Prólogo: Seiken Densetsu

-Capítulo 1: Seiken Densetsu

-Capítulo 2: Seiken Densetsu / Dack Ralter

-Capítulo 3: Dack Ralter

-Capítulo 4: Seiken Densetsu

-Capítulo 5: Seiken Densetsu / Dack Ralter

-Capítulo 6: Dack Ralter

-Epílogo: Dack Ralter

*Alternativo extra : Seiken Densetu

Por fim, eu francamente queria que o Tasuko acabasse com uma delas em especial, após o capítulo 5 eu acho que entendi o Dack, eu me cativei pela outra e por uma terceira também, isso dificultou bastante, a idéia de 2 finais veio de que "se Itsuko e Sakurai virem de um jogo hentai, por que não terminar como um jogo hentai!?" e então decidimos por isso.

Sobre o final de Itsuko, quando a base deste foi imaginado, eu estava no meio de aula de informática (perdi 1 décimo por causa desse fic mas valeu a pena, fazer chamada para que?? Eu saí do Maternal 3 a uns 14 ou 15 anos já.) Já sobre o final de Sakurai, a idéia dela eu tenho certeza que já vi em algum lugar, só que eu não lembro. O Omake foi uma cortesia do seu Dack, preconceituosos não mandem e-mails invocados para mim! hehehehehe.

Para escolher o nome Lain para a irmã mais nova de Tasuko nós usamos um critério apenas: "Precisamos de mais uma doida personagem de anime!". Lain foi à primeira coisa que veio na minha cabeça.

Originalmente, no capítulo 6, imaginamos primeiro Haruko aparecendo como Lilith em The end of Evangelion, sendo alterado depois para a feroz luta de guitarras.

Bem, acho que após esse fic eu melhorei bastante minhas habilidades de escritor, principalmente em descrições, que antes eram grandes e monótonas. Devo agradecer ao Tsurumaki-sama, Ao Hideaki-sama, a Gainax e a Production I.G. que criaram o maravilhoso anime comédia non-sense FLCL no maravilhoso ano de 1999. Também agradeço a Masamu Kurumada, criador de Saint Seya que me inspirou como escrever cenas de luta e batalhas. Após isso, quero agradecer ao Dack Ralter que escreveu o fic comigo e que é uma simpática e maravilhosa pessoa de se trabalhar.

Contudo, um dia eu estava pensando numa coisa...se o Naota atravessou o hipercampo (isso aqui é patenteado, ok?), por que o Tasuko não iria atravessar? Será que ele atravessaria? E Kimy, o que aconteceu com a doida? E o filho dela com o Tasuko, o que aconteceu? - Para o bem dessas curiosidades foi escrito um extra que fecha este epílogo. O nome Asuka citado nessa continuação, baseia-se na pequena Asuka de Evangelion, e as assistentes de Kimy tem seus nomes baseados em Evangelion, Love Hina e Rurouni Kenshin. Ah, as habilidades culinárias delas são comparadas de Misato Katsuragi... Então vocês já devem ter uma noção das habilidades dela. Para montar esse cenário, em primeiro lugar eu a imaginei em um dos uniformes da estação que controla as atividades alienígenas na terra em FLCL, depois eu pensei nela como assistente do 'seu' Hideaki Anno (Desculpe Hideaki-sama, essa incompetente nunca mais passara pelo mesmo lugar onde o senhor já respirou), a seguir eu pesei nela como uma funcionária louca da NERV, e após isso me baseei em Star Wars, supondo que Haruko ficou só com 1/3 de seu império e os rebeldes tentavam estabelecer um governo estável, depois disso eu apenas joguei a kimy num cargo do governo fazendo trabalho burocrata.

Querem ver o trabalho? Ele está logo aí abaixo.

Até a próxima!

***********



Epílogo Alternativo

Titulo: Other World

- Eu odeio isso - A mulher olhou para a mesa do refeitório como se quisesse atravessar o prato em sua frente a tiros.



- Calma Kimy-san! Isso passa?



- Passa? Passa é!? Então mande aquela pirralha ir estudar! Droga, eu me divertia mas pelo menos tinha notas boas!

- Ah, mas isso é porquê você tinha um pai, e o desnaturado do pai da sua filha não está aqui para acompanhá-la e... - A mulher foi surpreendida com o pulo de Kimy em cima da cadeira e a guitarra pronta para acertá-la, as pessoas no refeitório olharam para ela.

- RETIRE O QUE DISSE! Ele é uma boa pessoa!

- HAAAAAAAAAAAAI! - Os olhos arregalados da mulher demonstravam medo.

Kimy se acalmou e sentou no lugar de novo e olhou para o prato, faziam alguns anos, doze para ser mais exato, que ela havia ido na terra. Na época era uma alienígena adolescente que só queria curtir, depois viu que a vida não poderia ser o que ela queria, e a atitude inconseqüente de ter tido uma filha sem permanecer com o pai da criança para ela foi o caos.

Naquela época Haruko dominava o universo com punho de ferro e ela lutava contra a ditadura. Depois com o passar dos anos foi colocada em um escritório do governo sobre o controle de uma seção inteira que resolvia problemas de relacionamento político interplanetários.

Lá estava agora, no meio do trabalho se preocupando com as notas da filha que por acaso era uma criança gentil e amável, porém rebelde quando se tratava de estudar.

- Kimy-san, quando você vai levar a Asuka-chan para o pai ver?

- Nunca o pai vai ver ela! Ele é pai dela por...argh, odeio admitir mas é minha culpa, e ele tinha que se decidir entre duas garotas. Deixe-o viver a vida dele!

- Será que algum dia ele poderia ultrapassar o hiper-campo?

- Aí ele poderia ver a filha dele e ... Não, é melhor não alimentar falsas esperanças sua baka! Acho que ele iria querer ver a mulher dele.

- Mas você me contou que ele gritou que te amava...

- Ele tinha 12 anos!!! Crianças nessa idade não sabem o que dizem!

- Sua pedófila! E vocês fizeram ou não? - A assistente olhou com uma face um tanto excitada.

- Eu não vou te contar meus meios, e anda logo que a gente tem que trabalhar!

- Mas e a sua comida?

- Hoje eu dispenso, isso ta pior do que eu cozinho!

- Eu não acho...

- Baka-Kitsune... Desde quando você tem paladar!?

A resposta ficou no ar quando a revoltada assistente terminou de comer e se levantou. As duas voltara para a sala do computador onde continuaram monitorando o movimento das informações, o trabalho aumentou bastante desde que o líder das forças rebatedora do planeta morreu.

***

- Asuka-sama, aonde você vai? - uma garotinha de 3 anos perguntou olhando para a filha de Kimy. Asuka era bonita, olhos roxos como os do pai e o cabelo de mesma coloração era parecido com o da mãe.

- Para casa, 'kassan vai me matar quando ver esse boletim!

- O que é um boletim Asuka-sama?

- Você vai descobrir quando chegar na primeira série, agora vai ver seu irmão vai!

- Haaaaaai! - a criança saiu correndo em direção ao prédio da escola, Asuka foi embora para casa pensando no porquê daquela garota ter se apegado tanto a ela.

***



- EU QUERO MORREEEEEEEEEEEER! - Kimy olhou a pilha de relatórios em cima de sua mesa e ficou assustada. Era muita coisa para revisar, ela estava cansada e olhou aquilo com cara de tédio.

- Kimy-sama, aqui a maioria são baixas dos novos líderes das forças rebatedoras.

- JÁ CHEGA! - Kimy disse colocando a mão na cabeça atordoada - EU QUERO QUE VOCÊ PROCURE UM NOVO REBATEDOR AGORA KITSUNE! PÕE TODO MUNDO PRA PROCURAR, ELE TEM QUE SER BOM! USA A HIKARI, A RITSUKO, A HAYASE, A KAMIYA! QUEM QUER QUE SEJA! VAI!

- Mas Kimy-san, vai demorar...

- VAI LOGO! - Kimy sacou a guitarra (só não me pergunte de onde) e bateu na cabeça da funcionária.

- HAAAAAAAAAAAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIIIIIIIII! - Kitsune saiu voando pela porta até a sala dos outros funcionários onde, após recobrar a consciência deu as ordens e começou a trabalhar duramente.

***

A porta do elevador se abriu, Asuka se viu no andar que sua mãe trabalhava e foi andando com medo, quando chegou à porta do escritório de sua mãe, suas mãos tremeram. Ela apertou o botão e a porta abriu, ela entrou, sua mãe estava sentada na cadeira, enquanto praguejava assinando papéis.

- 'kassan!?

- Diga Asuka...

- 'kassan, assina o meu boletim?

- Me dê ele! - Kimy esticou o braço para trás em olhar no rosto de Asuka.

Rapidamente Asuka pegou o boletim e o entregou para sua mãe. Kimy pegou o boletim e olhou, sua cabeça subiu em uma raiva imensa e descontrolada. Ela queria levantar ali e espancar a menina até a morte, ela assinou e virou entregando o boletim para menina. Asuka pegou o boletim e guardou.

Kimy rapidamente pegou o pulso da menina e puxou para perto de sim, onde rangendo os dentes levantou a mão para dar-lhe uma surra.

A menina olhou para Kimy com os olhos tristes e cheios de lagrimas, um olha que a lembrava bem de alguém, um garoto há muito tempo, eram tristes mas eram confiantes também, um olhar vagamente determinado. Kimy não agüentou, segurou sua filha num impulso e a abraçou, o olhar furioso deu lugar a um córrego de lagrimas em sua face, os dentes a mostra mudaram para lábios entreabertos e pequenos gemidos de choro.

- Desculpa a mamãe, ok!? Foi sem querer...

- 'Kassan está chorando...por quê?

- Porque...como eu fui idiota em pensar em te bater! Isso acontece mesmo...só estuda mais...

- Com licença senhora... - Kitsune entrou na sala - Conseguimos!

- JÁ ERA HORA!!! Vamos ver! - Kimy levantou e carregou Asuka no colo.

- 'KASSAN!!! Eu já tenho 12 anos!!

- Não quero saber, você ainda é minha filha!!!!

- Kimy-san...você esta com algum problema?

- O QUE VOCÊ QUER DIZER COM ISSO? - Kimy sacou a guitarra e colocou na frente de sua funcionária enquanto os risos de Asuka eram altos.

***

Noite, mais uma noite que Kimy não voltaria para casa. Asuka dormiu no colo de Kitsune enquanto Kimy analisava as fichas, eram 3 fichas. Escolheu uma...uma em especial, a mais difícil de se conseguir.

- Como não estão achando as células dele? COMO?

- Kimy-san, ele está perdido no hipercampo!

- Não quero saber, ACHEM!

- ... Mas senhora nós...

- Escute, eu estou cansada e com sono. EU, a SUA CHEFE estou ORDENANDO que VOCÊ ache e O RECONSTRUA! EU vou tomar UM BANHO e beber um CAFÉ para ficar ACORDADA! Ok?

- Ok Kimy-san, mas...porque logo ele?

- ... olhe pra Asuka - a funcionária de frente para o monitor olhou para Asuka no colo de Kitsune - ...essa menina é a minha lembrança dele! É o tesouro que ele me deu...ela é a filha dele!

- Ele... É o pai da Asuka... Então é por isso... MAS ELE VAI MORRER NA LINHA DE FRENTE DA FORÇA REBATEDORA!

- Tenho que admitir que particularmente eu escolhi um pai que é um ótimo rebatedor.

- Você é estranha...

- O QUE DISSE? - a funcionária engoliu a seco.

***

- Asuka...Asuka...acorda Asuka! - Kimy balançou sua filha que se sentou.

- O que foi Kitsune?

- Já é de manhã...

- Ugh... AAAAAAHHHHHHHHH EU TENHO AULA!

- Hoje você não vai na escola!

- Por que Kitsune?

- Sua mãe tem uma surpresa para você, ela mandou você ir para casa e esperar.

- Então é melhor eu ir... você sabe o que é?

- Sei sim, mas é surpresa! Vai!



Asuka correu para sair do prédio e ir para casa assim que saiu da sala Kitsune comentou:

- Mas acho que vai demorar um pouco para ela ver a surpresa... E a mãe...

***

Num quarto, dentro do prédio dos militares, Kimy estava deitada de frente para um homem, com seus 17 anos aproximadamente, a cama estava desarrumada e ambos nus. Ele dormir, porém Kimy olhava para ele fixamente.

- Depois de 12 anos eu posso de responder Ta-kun... Ai shiterumo!







[Fim]