Capítulo 25

Missão Natal a Francesa

Dallas arrastava o seu malão enquanto caminhava para as carruagens que esperavam nos jardins nevados de Hogwarts,subindo em uma delas e esperando a sua partida.Minutos depois ela já se encontrava em Hogsmeade,mas não na parte da estação que condizia ao Expresso de Hogwarts,mas sim na outra parte que era o Expresso Bruxo Intercontinental,que tinha como uma de suas paradas o vilarejo,onde Harry já a esperava com a sua mala ao seu lado.A garota parou ao lado do moreno e soltou o malão pesadamente ao lado do malão dele,abraçando a si mesma para espantar o frio.Harry a olhou de solaseio e percebeu que ela ainda estava contrariada com a decisão da Ordem de eles cumprirem essa missão juntos.

-O que foi?-Perguntou enquanto esperavam o trem.

-Isso é ridículo Harry,eu não preciso de uma babá.O Davon e eu poderíamos fazer isso.-O moreno estreitou os olhos e rebateu irritado:

-Ah,mas será que vocês se concentrariam na missão ou em outra coisa mais…interessante?-Acrescentou malicioso.

-Do que diabos você está falando?-Dallas virou-se para ele com o rosto vermelho.Só não se sabia se era de frio ou da falta de paciência com o moreno ao seu lado.Ela era a única ali que tinha o direito de estar de mau humor por causa desse arranjo.Não ele.

-Eu não sabia que você e Davon tinham ido tão longe na relação de vocês.-Harry virou-se para encarar a jovem,seu rosto também vermelho.Mas no seu caso não era de frio.

-Oras,eu não tenho que dar todos os detalhes da minha vida amorosa a você.Não esperava que eu batesse em sua porta e lhe falasse sobre isso.Nem mesmo ao Patrick eu contei isso.

-Devo me sentir aliviado ou chateado?

-Você está com essa cara amarrada por causa disso?Eu não fico questionando seus relacionamentos e o que você faz com a Lilá entre quatro paredes.Então pare de questionar a minha vida particular.

-Eu sou seu amigo…eu a tenho como uma ir…-Rapidamente Harry calou-se,arrependendo-se do que estava prestes a dizer.Seria uma mentira falar que a tinha como uma irmã e estava preocupado com ela como tal.Quando na verdade ele estava se comendo de raiva e ciúmes por saber que não foi o primeiro de Dallas,em todos os sentidos.Em saber que o arrogante do Yale a tocou.Isso realmente o deixava possesso.

-Me tem como uma irmã.Eu sei disso Harry.Mas vale lembrar que você não precisa me sufocar como um irmão possessivo.-Retrucou,abraçando ainda mais a si mesma.Esperou a resposta de Harry mas esse simplesmente manteve-se calado até a hora em que o trem chegou e os dois embarcaram.

A França estava como qualquer outro país em época de Natal quando eles chegaram a Paris,iluminada e enfeitada.Pegaram um táxi onde com o seu francês perfeito Dallas indicou o caminho para a tal pensão escolhida pela Ordem.Assim que chegaram ao local pagaram o motorista e levaram as suas malas para dentro do calor da pensão.

-Bonjour.-Disse a morena à recepcionista atrás do balcão.

-Bonjour.-Respondeu a mulher,os analisando de cima abaixo.-Vocês serr o casal de bruxas que vierram para trabalho?Mas logo no Natal?Que munda injusta.-Falou em um inglês carregado e os dois estrangeiros entreolharam-se.Parecia que aquele era o contato deles que os levaria até a RF.

-Somos nós.-Respondeu Harry.

-Oh,entendo.-A mulher recolheu uma chave detrás do balcão e os pediu para segui-la.-A secretarria do senhor já deixou seu itinerrários com a gerrente – que sou eu – para vocês não se enrolarem e perderem seus compromissos.Afinal,vocês ainda querrem curtir o Natal apesarr do trabalho,não querrem?

-Queremos sim.-Respondeu Dallas,tentando não rir diante de todo aquele jogo de palavras para poder realizarem a missão.Chegava até a ser engraçado.Parecia mais aqueles filmes de espiões que ela via quando era pequena.

-Bem,aqui estamos.Mais tarde eu volto para conversarmos merror.Ah,o jantarr ser as oita.-A mulher sorriu e entregou a chave nas mãos de Harry,dando meia volta e partindo.Dallas entrou no quarto,mas assim que deu uma olhada no local,logo carranqueou.

-Isso só pode ser brincadeira.

-O que foi?-Harry também entrou no quarto,fechando a porta atrás de si.

-Olhe só para isso…só tem uma cama.Que sacanagem é essa?Uma cama só?
     -Bem,você tem que convir que aqui nós somos um casal.

-Eu deveria ter vindo era com o Davon.-Disse a menina,sem pensar,e Harry explodiu.

-Por que,assim teria o que fazer nos tempos livres com ele?Com certeza a cama seria útil nessas horas e você não estaria reclamando sobre ela.

-Mas qual é o seu problema?-Dallas gritou de volta,jogando a sua capa sobre uma das cadeiras do quarto e cruzando os braços sobre o peito.

-Meu problema é você e as suas reclamações. "Por que eu não vim com o Davon?A missão seria mais interessante com ele".Caso você não se lembre não estamos aqui para nos divertir e sim trabalhar.

-Caso você não se lembre,você está sobrando aqui.Essa missão era minha,você se ofereceu e entrou de gaiato no navio.Então,pare de resmungar e pare de gritar comigo.

-Pronto,parei!-Deu um último grito e saiu do quarto,batendo a porta atrás de si.

-Ótimo!-Dallas gritou de volta e jogou-se na cama.

* * * * *

Quando foi oito horas da noite,Harry notou que o movimento no restaurante da pensão começava a aumentar e que alguém se aproximava de sua mesa e sentava-se a sua frente,tirando a bebida que estava em suas mãos e tomando um gole dessa.O moreno ergueu os olhos verdes e mirou Dallas,que olhava janela afora o ignorando completamente,e soltou um suspiro,pegando seu copo de perto da garota e voltando a bebê-lo.

-Dallas.-Chamou em um sussurrou e a garota virou-se para encará-lo.

-O que foi?

-Sobre o que eu disse no quarto…me desculpe.Essa confusão toda está me dando nos nervos.Acho que eu apenas estou cansado,estressado e descontei isso tudo em cima de você.-A jovem assentiu,concordando um pouco com ele.Realmente,a pressão de ser o herói e a esperança do mundo bruxo finalmente deveria estar acabando com ele.Como poderiam colocar toda a sua fé em um rapaz tão novo,que mal havia chegado à maturidade?Isso era um absurdo.

-Me desculpe também.Prometo que calo a boca e não reclamo mais do fato de que é você que está comigo nessa missão.-Murmurou,voltando a sua atenção para a janela.Longos minutos de silêncio se passaram até que Harry falou novamente.

-Dally?

-Hum?-Respondeu a garota,ainda entretida com a neve que caía lá fora.

-Sobre o que aconteceu em Madri no verão…-O rapaz percebeu que os ombros dela enrijeceram a menção do ocorrido.-…eu sei que você deve estar furiosa comigo…

-E se você não quiser que eu te amaldiçoe agora mesmo é melhor ficar calado.Eu bloqueei essa parte de minha vida,não quero me lembrar dela.-Retrucou,virando-se para encará-lo.

-Eu sinto muito.

-Eu mandei você se calar Harry.-Disse com a sua voz ganhando tons irritados e Harry se calou.Mais longos minutos de silêncio se passaram até que eles foram interrompidos pela chegada da gerente da pensão.

-Olá querridos…eu vim aqui para mostrarr o menu de hoje.-Falou com um sorriso e entregou uma folha de papel plastificada a eles com as opções de jantar,se retirando logo em seguida.Harry e Dallas olharam para a folha em suas mãos e viram que o que estava escrito lá não era o menu,mas sim uma mensagem.

Encontro da sala de conferências no final do corredor ao lado do balcão as 10pm

Dizia em um inglês carregado assim como o sotaque da gerente da pensão.

-Tão cedo?Pensei que eles iriam relutar mais um pouco.-Comentou Harry.

-Quanto mais cedo melhor.-Dallas respondeu,dando um pequeno sorriso logo em seguida.

-Por que desse sorriso?

-Oras,se tudo der certo nessa reunião,poderemos comemorar depois.Eu terei o prazer de lhe mostrar todas as belezas de Paris.-Harry sorriu de volta e ambos esperaram a gerente voltar,assentindo em compreensão a ela diante do recado dado e pedindo seus jantares.

* * * * *

As dez em ponto,quando os poucos hóspedes da pensão estavam já dormindo ou se divertindo na vida noturna parisiense,Dallas e Harry desceram até o térreo do local e entraram no corredor estreito que tinha ao lado do balcão,indo até o final desse e parando em frente a porta que lá tinha.Lentamente Harry ergueu o punho e bateu na porta,que se abriu minutos depois revelando a face da gerente,que abriu um grande sorriso a eles.

-Entrem,entrem.-Convocou e os dois entraram,tendo a porta fechada assim que eles passaram pelo batente.Dallas olhou melhor para a sala.Não era exatamente uma sala de conferências,não na sua concepção e pelo que ela já viu dentro do enorme prédio das empresas Winford.Na verdade,era apenas uma pequena sala,com uma mesa e várias cadeiras em volta dessa.Onde nas cadeiras estavam sentados alguns senhores já de idade e alguns mais novos.Remanescentes da Resistência.Os paranóicos como Sirius chamava,por ainda manter tal movimento mesmo com o fim da guerra trouxa.Nesse momento a jovem agradeceu por esses paranóicos.Eles poderiam ajudar e muito na guerra mágica.

-Bem,sentem-se.-Falou o mais velho dentro daquele grupo,indicando os lugares vazios aos dois jovens.Dallas e Harry sentaram-se e esperaram que o homem iniciasse a conversa.-Eu sou Pierre.-Disse e surpreendentemente o inglês dele era perfeito.-E vocês são?

-Harry Potter.-O homem assentiu e reconhecimento ao jovem bruxo.

-Dallas Winford.-Pierre olhou para ela de um modo estranho antes de abrir um longo sorriso.

-Do clã inglês Winford?Que interessante.A herdeira dos Winford uma bruxa?Uma bruxa fazendo parte da Resistência da Fênix.

-Conhece a minha família?

-Minha carra…-Um outro entrou na conversa.-…quem não conhecerr os Winford por esses lados da Eurropa?É o mesmo que não conhecerr a Princesa Diana.

-Olha só Dally,você é mais famosa do que eu.-Escarneceu Harry.

-Também conhecemos a fama do Menino-Que-Sobreviveu.-Falou Pierre.

-O que você estava dizendo mesmo sobre fama Harry?-Dallas riu divertida e ele.

-Me diga uma coisa…-Pierre começou,avaliando os dois bruxos com o olhar.-…quantos anos vocês têm?Parecem-me tão jovens.

-Er…vinte e dois.-Disse Harry e nisso ninguém estranhou.Muitos de seus antigos companheiros haviam entrado na RF com essa idade.

-Dezesseis.-Disse Dallas e dessa vez todos a olharam um pouco surpresos.-O que foi?

-Não é muito jovem para se fazer parte da guerra?

-Não creio.Pessoas mais jovens e menos treinadas do que eu estão morrendo nessa mesma guerra,sem nem ao menos estar participando dela inteiramente.-Rebateu em um tom sério,lembrando do ato de Patrie ao salvar aquela menina no shopping.-E o que está em questão aqui não é a minha idade.E sim saber se vocês irão colaborar.

-Depende de quê.

-Como assim?-Interveio Harry.

-Não vamos entrarr em uma guerra mágica sem saberr os riscas.Não estamos totalmente a parr de tudo o que está acontecendo.Como sempre o governo mágico inglesa prefere omitir tuda.

-Não temos culpa se o nosso Ministro é um imbecil que vive na terra da negação.Ainda estamos tentando tirar esse cara do poder.-Retrucou o inglês em um tom irritado.Os franceses estavam começando a se mostrarem inflexíveis.

-Senhores,senhores.-Dallas interveio.-Não vamos nos alterar.-E lançou um olhar significativo a Harry.-Senhores a questão é a seguinte:Voldemort está se aliando a trouxas.Terroristas,traficantes,máfia e todo esse tipo de trouxa.Dos menores ladrões até os grandes ladrões.Mesmo que ele despreze trouxa e a sua ideologia seja da pureza da raça bruxa,ele está buscando colaboração neles.Antigamente conseguíamos até impedir seus planos com sucesso.Mas acontece que ser espião agora é missão suicida.Nossos espiões estão morrendo como insetos.Estamos sendo obrigados a tirá-los da ativa para a sua própria segurança.Estamos perdendo homens.Agora a regra é matar ou morrer.A Ordem não mais captura,mata Comensais,porque isso é uma guerra.Antes eles do que a gente.Pessoas inocentes estão sendo pegas no fogo cruzado tudo por causa de um homem.Por acaso essas descrições todas lembra vocês alguma coisa?-Terminou,cruzando as mãos sobre a mesa e encarando Pierre.

-A 2ª guerra foi muito parecida com isso.Eu era muito jovem naquela época.Meu pai fazia parte da Resistência,mas era a mesma coisa.

-Não estamos mais conseguindo prender os ataques dentro do mundo mágico.Informações estão vazando,os trouxas estão começando a tomar conhecimento de nosso mundo e precisamos parar isso antes que percamos o controle.Se trouxas souberem da existência de magia,mais uma guerra irá estourar.Nós contra eles.E não queremos isso,queremos?Por que é o que Voldemort quer.Jogar uns contra os outros e assim conseguir o seu intento.Poder,soberania do mundo mágico e outras coisas piores.-Sentenciou Harry.

-Não entendo então.-Disse um dos integrantes da reunião.-Se vocês temem tanto as trouxas,por que querrem a nossa ajuda?

-Não os tememos.-Explicou Dallas.-Mas é da natureza humana o indivíduo temer e desprezar aquilo que não pode explicar.-Disse,olhando significativamente para os presentes naquela sala.

-Nisso ela tem razão.Mas…entrar de cabeça assim em uma guerra mágica não é fácil.Não temos tantos homens na reserva por causa do longo tempo de paz que passou em nosso mundo.Sabemos que os poucos que sabem da nossa existência nos chamam de velhos caquéticos e paranóicos.

-Mas vocês têm contatos.-Harry interrompeu Pierre.-Contatos no alto escalão do poder trouxa.Vocês podem conseguir aliados com isso e assim parar os aliados de Voldemort.

-Nisso você tem razão.Mesmo assim é arriscado.Lutamos pelo que acreditamos sr.Potter…e essa causa não é nossa,vale lembrar.-Harry abaixou a cabeça e começou a contar até dez.Estava desesperado e,assim como os outros,já estava quase perdendo as esperanças.Conseguir aliados hoje em dia era um marco e,mesmo que ele detestasse admitir e levando o fato de que estava ficando irritado com eles,precisavam desses homens ao seu lado.

-Pessoas estão morrendo.Humanos!-O moreno levantou a cabeça de supetão,com os olhos verdes brilhando em fúria.-Trouxas ou bruxos,ainda sim são pessoas.Sabe o que vocês são?Uns trouxas autênticos,aquilo contra o que Voldemort tanto luta…-Gritou,levantando-se de supetão da cadeira.Já estava cansado,cansado dessa guerra.Cansado de todo dia acordar e agradecer o fato de estar vivo.Cansado de sempre ter que andar nas ruas olhando para trás e para qualquer sombra que se movesse.-…um bando de medrosos por causa da nossa magia.-Terminou,saindo da sala e batendo a porta assim que saiu.Dallas ficou olhando para a porta e depois voltou o seu olhar para os ainda presentes,soltando um suspiro.

-Pardon.-Disse a menina.

-Seu namorado…-Pierre começou e percebeu que a jovem ficou vermelha diante disso,mas ignorou o fato.-…tem um temperamento difícil.

-O senhor mesmo disse que conhecia a fama do Menino-Que-Sobreviveu.Então deve saber que para ele tudo é mais difícil.Ele é considerado o alicerce do mundo mágico.Até os onze anos ele era apenas um garoto que fazia coisas estranhas acontecerem a sua volta e que era desprezado pelos tios.Depois disso,descobrir que era um herói sem ao menos se lembrar direito do porquê,e ter um bruxo das trevas atrás de si,não foi fácil.

-Entendo que o seu amigo está sob pressão,mas tente entender o nosso ponto de vista.Temos o direito de querer proteger a vida do nosso povo desse maníaco.Não queremos ver mulheres novamente chorando por causa de seus maridos indo para uma guerra que não se sabe o fim.Não queremos ver mães entrando em desespero por causa da morte dos filhos,não queremos ver crianças chorando pela perda dos pais.

-Uma pena.-Disse Dallas,levantando-se calmamente de seu assento.-Pois é exatamente isso que nós vemos todos os dias.-Terminou e saiu da sala.

* * * * *

Dallas entrou no quarto e caminhou até Harry que estava sentado na cama,com o rosto entre as mãos e os cotovelos apoiados nos joelhos,e ajoelhou-se na frente dele,tirando as suas mãos de seu rosto e lhe dando um breve sorriso.

-Estraguei tudo,não foi?

-Nem tanto.Eles vão pensar na nossa proposta,pode apostar nisso.

-Como você pode ter tanta certeza?

-Harry,eu sou uma Winford.Eu fui criada desde pequena para ser uma dama e…uma empresária.Sei algumas coisas sobre negociações.

-Você é uma caixinha de surpresas sabia?

-Eu sei.

-Mesmo assim ainda acho que estraguei tudo.-Suspirou e Dallas levantou-se,sentando ao lado dele na cama e passando um braço sobre os ombros dele.

-Não estragou.Eles entendem Harry.Eles já passaram pelo que você está passando.Então,não fique se martirizando mais ainda.Porque eu sei que você adora um martírio.-Harry riu um pouco e deu outro suspiro,retirando os óculos e massageando as têmporas.

-Ah,eu apenas estou cansado.-Falou,deitando-se sem cerimônia no colo da jovem.Pela primeira vez em sua vida Dallas não corou diante da atitude de Harry.Ela apenas sorriu e começou a afagar os cabelos rebeldes dele.

-Não seria melhor tirar um cochilo então?Eu posso dormir no sofá.-Falou,olhando para o sofá do outro lado do quarto que não tinha uma aparência muito confortável mas no momento não era isso o que contava.

-Não era desse tipo de cansaço que eu estava falando.

-Mas mesmo assim você parece cansado.Melhor dormir.-Falou a jovem,levantando-se da cama e desalojando Harry.Ela já iria se afastar para poder se arrumar de algum modo no sofá,quando o moreno a segurou pelo pulso.

-Fique.-Murmurou.

-O quê?-Perguntou,vendo que ele se ajeitava de uma maneira mais confortável na cama e a levava consigo.

-Fique,aqui,comigo.

-Harry…-Ela iria protestar mais mas o rapaz deu um puxão em seu braço e a trouxe para cima de si.Agora estavam ambos deitados na cama,com Dallas por cima de Harry e sentindo seu rosto esquentar,como antigamente,pela posição íntima em que estavam.

-Shhh.-A calou,colocando um dedo sobre os lábios dela e depois os substituindo pelos seus lábios.Dallas arregalou os olhos quando ele a beijou.Dessa vez a bebida não poderia ser a culpada pois ambos estavam bem sóbrios.Harry afastou-se dos lábios dela e ela ainda estava de olhos arregalados de choque,mas ele ignorou isso.Apenas continuou trilhando beijos pelo rosto dela,pelo pescoço e expôs um pedaço da pele do ombro,plantando um beijo lá.

-Deus,Harry,o que você está fazendo?-Perguntou arfante,quando finalmente conseguiu se recuperar um pouco do choque.

-Eu realmente não sei,mas não estou com disposição para parar.-Sussurrou,depositando outro beijo nos lábios dela e dessa vez Dallas retribuiu.

Beijos ficaram mais intensos,carícias mais ardentes,controle se perdendo em meio à mente nublada pelas sensações.Dallas só se deu conta do que estava acontecendo quando sentiu as mãos geladas de Harry tocarem a pele exposta de seu abdômen e abruptamente quebrou o beijo.

-Isso não é certo.-Ofegou a ele e o moreno sorriu.O rosto rubro pelo que aconteceu há segundos.Era a primeira vez que Dallas via Harry tão entregue assim,tão aberto a ela.Mesmo com os anos de amizade,ele sempre parecia tão reservado principalmente em relação a sentimentos,a emoções.

-Por que não?

-Harry…eu não vou me arrepender se continuarmos daqui.Mas e você?

-O que você quer dizer?-Perguntou com os olhos vivamente verdes brilhando com uma certa expectativa.Talvez esse fosse um bom momento para dizer a ele aquilo que está em seu coração por longos cinco anos,desde a primeira vez que ela o viu.

-Eu…eu…eu te amo Harry.Por isso não vou me arrepender mas…

-Quem disse que eu vou me arrepender ou fingir que isso não aconteceu?Dallas…

-O quê?-Ele inclinou-se um pouco e sussurrou em seu ouvido:

-Adivinha só o que eu descobri esses dias.

-O quê?

-Eu te amo.-Murmurou e a beijou de novo.Uma lágrima rolou pela bochecha da jovem e Harry a recolheu com um beijo,retomando de onde eles pararam.

As luzes de Paris entraram pela janela do quarto,iluminando os dois corpos na cama,que por aquela noite uniram-se em um só esquecendo que o mundo lá fora existia e estava ruindo.