Capítulo 29

Verão Doce Verão

Minerva observou a jovem a sua frente sumir e dar lugar a um animal,um belo animal ela diria.Um lobo de pelagem branca e com os olhos azul-violeta miraram a mulher por poucos segundos até que o animal voltou a ceder sua forma a forma humana.Bem,ao menos agora,depois da ajuda do feitiço,elas já tinham uma idéia a qual animal Dallas estava mais inclinada a se transformar.Assim ajudaria muito.Era um animal inteligente,veloz e discreto,tudo o que eles precisavam.A mulher suspirou.Adoraria ter ensinado a aquela menina Animagia,mas nunca sob essas circunstâncias.Jamais sob essas circunstâncias.Tanto para ela como para seus outros tantos alunos que passaram pelo mesmo que ela estava passando agora.Outro suspiro cansado.A guerra finalmente estava pesando em seus ombros e a obrigando a ceder.

-Professora?-Dallas chamou e Minerva saiu de seu transe,mirando a menina.

-Sim?

-E então?

-Ah sim.Bem parece que teremos um lobo da sua parte srta.Winford e isso é muito bom.Agora o que precisamos é começar as práticas.Leu o livro que eu mandei?

-Sim senhora.

-Ótimo.Tome então.-McGonagall estendeu a ela um cálice de poção.-Isso liberará a magia de seu corpo e facilitará o processo de transformação.

-Sim senhora.-Dallas pegou o cálice e o tomou,torcendo o nariz diante do gosto horrível que aquela poção tinha.

-Ótimo,agora vamos começar.-E ficaram por três horas dentro da sala repetindo feitiços,técnicas,perigos,transformações,até que ao longe um dos relógios antigos de Hogwarts deu onze badaladas.-Está tarde,melhor você ir.

-Sim senhora.-Dallas começou a recolher as suas coisas quando Minerva a interrompeu.

-Dallas?

-Sim?

-Dumbledore pediu para avisar que esse verão você vai para casa.

-Como?-Dallas endireitou-se enquanto terminava de abotoar a sua capa.

-Seu treinamento acabou…

-Mas eu pensei que ficaria para os cursos extras que o professor Snape falou.Sem contar que agora tem as aulas de Animagia…-Minerva a interrompeu.

-O diretor achou melhor não.Melhor você ir.Todos os alunos,até mesmo os que estão treinando para a Resistência,irão para casa nessas férias de verão.-Dallas sentiu que havia algo de errado naquela declaração,que algo estava escondido dentro daquela ordem.

-Professora,o que há de errado?

-Como senhorita?

-Não sou idiota.Dá para perceber que há algo de errado.Dumbledore não mandaria os Agentes em treinamento,no momento que mais precisamos deles,para casa assim.

-Srta.Winford…-Minerva suspirou e caminhou até a sua mesa,sentando-se na cadeira dela.-…Parece que as coisas estão piorando e Voldemort está avançando.Falta muito pouco para ele conseguir quebrar o último ponto resistente nessa guerra.

-Hogwarts.Por isso estão mandando todos para casa?Temem que a escola seja atacada no verão?

-Não.Voldemort com certeza atacaria a escola quando ela estivesse cheia,para poder provar seu poder.Não é por isso que estamos mandando todos para casa.-Um silêncio caiu sobre a sala e Dallas piscou,até que a compreensão a abateu.

-Estão mandando todos para casa para verem as suas famílias,passar um tempo com elas,não é isso?-McGonagall continuou calada.-Está me mandando para casa…-Dallas abaixou o tom de voz para não mais que um sussurro.-…porque essa pode ser a última vez que eu verei minha família.Eu posso não sair viva caso Voldemort ataque Hogwarts no próximo ano.É isso?-Mais silêncio e essa era toda a resposta que Dallas precisava.

-Sei que você está com problemas familiares srta.Winford,mas creio que é o melhor.E quer um conselho?Acho melhor também não voltar a Hogwarts no próximo ano.

-Professora!A senhora não deveria estar dando um conselho desses a um aluno.Não regressar a escola?A senhora seria a última pessoa de quem eu pensaria ouvir tal coisa.

-Ah srta.Winford,eu estou tão cansada.Não é a primeira nem a última vez que vejo alunos e ex-alunos meus morrerem ou se ferirem nessa guerra.Eu apenas estou cansada.Ignore o que eu disse então.-A sonserina olhou com uma certa pena aquela mulher que por anos sempre regeu a pulso firme,ao lado de Dumbledore,aquela escola.Agora ela apenas parecia uma senhora cansada de tudo.Totalmente diferente da Minerva durona que todos conhecem.A garota deu um passo a frente e depositou uma mão consoladora sobre a mão da professora,que ergueu seus olhos e lançou um olhar maternal a menina.

-A senhora está certa.Devo realmente ignorar seu conselho.Pode ter certeza que estarei aqui no próximo semestre professora,junto com os outros reclamando da quantidade de dever que a senhora passou.-Sorriu e McGonagall deu um pequeno sorriso de volta.-Boa noite.

-Boa noite.

* * * * *

O trem sacolejava enquanto seguia seu caminho de volta a Londres,abarrotado de alunos e alguns professores e ex-alunos que pareciam cuidar da segurança do Expresso durante a sua viagem de volta.A garota estava sentada em sua cabine relendo o livro sobre Animagia,quanto mais rápido ela aprendesse a se transformar melhor,quando a porta dessa abriu bruscamente e fechou-se de igual maneira com alguém sussurrando um feitiço de tranca na fechadura.

-Mas o que você está fazendo?-Perguntou,erguendo os olhos do livro e mirando o intruso.

-Privacidade.-Respondeu o rapaz com um sorriso traquinas dirigido a ela.

-Privacidade?-A jovem ergueu uma sobrancelha e colocou o livro de lado.-O que você está fazendo no trem para começo de conversa?

-Estou fazendo a segurança.

-Por que não me disse que iria fazer a segurança?Pensei que você tinha esquecido de aparecer na estação para se despedir de mim…Como sempre.

-Eu queria fazer uma surpresa.

-Olha a minha expressão de surpresa.-Retrucou com uma face séria e tentando a todo custo esconder o sorriso.

-Você reclama demais sabia?-Harry retrucou e a levantou de seu assento pelos braços,envolvendo a sua cintura e a beijando profundamente.Dallas rapidamente retribuiu o beijo,envolvendo seus braços pelo pescoço do moreno.Outro sacolejar do trem fez ambos perderem o equilíbrio e Harry cair sentado em um dos bancos da cabine e com Dallas em seu colo.

-Não estou reclamando.-A garota disse assim que quebraram o beijo.-Mas é que não é a primeira vez que você esquece de se despedir de mim.

-Pronto,aqui estou me despedindo.-Harry sorriu marotamente e voltou a beijá-la.

Ficaram entre conversas banais e beijos – mais beijos do que conversas – até que o Expresso chegou a Londres.Dallas arrastou seu malão para fora do trem e quando estavam perto da barreira que dividiam as duas estações Harry a parou e lhe lançou um olhar preocupado.

-O quê?

-Tem certeza que não quer passar umas semanas das férias comigo?-Perguntou preocupado.Sabe-se lá o que a avó da menina faria com ela.Com certeza traria a tona de novo o assunto do casamento com o garoto da tal rica família trouxa.E só de pensar nisso seu sangue fervia.Não deixaria a sua Dallas se casar com qualquer idiota.Se fosse para se casar ela se casaria com ele.Tal pensamento repentino o assustou.Até hoje ele nunca havia pensado em ir tão longe em uma relação com uma mulher e cá estava ele,na frente dessa menina que ele aprendeu a amar aos poucos e pensando em dividir o resto da sua vida com ela.Chegava a ser engraçado.

-Eu vou ficar bem Harry,juro.E esse será a último verão que passarei com a minha família.Depois disso eu me formo e ajudarei assiduamente na Resistência.Com certeza não terei tempo em vê-los.-Disse.Essa com certeza era uma boa desculpa,mas a outra também era a conversa com McGonagall que não saía de sua cabeça.Sua avó poderia ser tudo,mas não gostava da idéia de poder partir desse mundo – o que ela esperava sinceramente levar muito tempo para acontecer - estando brigada com a mulher.E ainda tinha o seu pai.Fazia um ano que não via o seu pai.

-Certo.Você tem galeões?-Dallas deu um aceno positivo.-A chave de minha casa?-Outro aceno.-Lembra como pegar o Nôitibus Andante?Qualquer problema manda Osíris direto para mim e eu busco você em um piscar de olhos.

-Eu vou ficar bem Harry.-Ela acariciou uma das bochechas dele e sorriu.

-Eu espero.Bem,então boas férias.Eu volto daqui.-Disse e inclinou-se,dando um leve beijo nela.

-Boas férias.Me escreva,okay?Nem que seja para dizer uma bobagem.

-Pode deixar.-Ela ia virar-se para atravessar a barreira quando Harry a segurou pelo pulso a virando bruscamente e a puxando de encontro a si,lhe dando outro beijo,só que dessa vez muito mais apaixonado.

-Tchau,Harry.

-Tchau.-Despediram-se e Dallas atravessou a barreira,já encontrando Montgomery do outro lado.

* * * * *

Entrou pelas grandes portas da mansão,parando no meio da sala e largando seu malão sobre o tapete persa que essa tinha.Olhou a sua volta como em um certo reconhecimento.Afinal,nunca passou tanto tempo longe de casa.Um ano inteiro e isso realmente era um marco.Clarisse entrou na sala e olhou para a jovem que lá estava,dando um grito de susto e tapando a boca com as mãos.Dallas virou-se bruscamente e ergueu uma sobrancelha confusa a mulher que ainda a encarava com os olhos largos.

-O que foi?-Perguntou a garota.

-Da-Da-Dally é você mesma?-Clarisse aproximou-se dela e tocou de leve seu rosto.

-Quem você esperava?-Perguntou Dallas confusa.-Minha nossa parece até que você viu um fantasma?!-Bem,tecnicamente Clarisse havia visto um fantasma.Para ela Dallas estava tão linda.Os cabelos cor de mel escuros estavam descendo lisos pelas costas parando na curva da cintura bem delineada.As pernas longas eram definidas pela calça jeans justa e o dorso era modelado pela blusa branca.A pele,sempre pálida,agora estava um pouco morena.Ela estava alta,as sardas acentuavam um pouco a beleza e os olhos violeta brilhavam.Ela estava exatamente como a mãe dela era nessa idade.

-Minha nossa querida,você está tão…tão…

-Tão o quê?

-Tão bonita!-Dallas deu um sorriso e uma pequena volta.

-Você acha?-Disse cheia de si.Clarisse piscou,agora confusa.Geralmente quando alguém dizia que Dallas estava bonita essa negava veemente dizendo que a pessoa estava cega ou só queria agradar.Agora ela concordava descaradamente com o seu elogio?!Bem era melhor assim do que aquela mania de rebaixamento que ela tinha.Dallas sorriu para a mulher,finalmente todo aquele tempo de treinamento físico debaixo do sol quente deram um certo resultado.Ela não havia ganhado muitos músculos,mas ao invés disso estava cheia de curvas,o que enlouquecia Harry porque essas mesmas curvas estavam chamando a atenção de muitos garotos.Para desagrado do moreno de olhos verdes.

-Espere até a sua avó te ver.Minha nossa,você está tão parecida com a sua mãe.Ela era igualzinha a você quando tinha essa idade.-O sorriso de Dallas aumentou mais ainda.

-Sério mesmo?

-Sim.-Clarisse falou pegando na alça do malão esquecido no meio da sala.

-Ah você finalmente chegou.-Uma voz interrompeu a conversa das duas.

-Grandmère.-Dallas cumprimentou a senhora que entrava na sala.Clarisse fez o mesmo e depois se retirou,levando o malão da jovem para o seu quarto.

-Finalmente você resolveu nos honrar com a sua presença?Cansou de fugir?-Dallas sorriu de uma maneira sinistra,andou pela sala,como se possuísse todo o local,e sentou-se em uma das cadeiras,cruzando as pernas.

-Quem disse a senhora que eu estava fugindo?A senhora sempre me ensinou que os estudos e a sabedoria é o que faz o homem,o que o levava a fortuna,respeito e poder.Pois era isso o que eu estava fazendo,estudando.Mesmo no verão.

-Leva ao respeito e ao poder quando se estuda coisas de gente normal…-Amélia caminhou altiva pela sala e sentou-se na cadeira oposta a de Dallas.-…e não aquelas coisas que você estuda naquela escola de esquisitos.-Disse com uma expressão torta.

-Grandmère,qual é o seu problema?Morrerá envenenada se disser que a sua neta é uma bruxa?Medo de morder a própria língua em desgosto?-Disse maliciosamente e as expressões de Amélia entortaram mais ainda.

-Você cada vez que volta daquela escola volta mais despeitada.Onde aprendeu essas grosserias senhorita?

-Meus colegas de casa são um tanto quanto…rudes.-Para não dizer arrogantes.Se bem que ela mal falava com eles,mas a convivência deveria estar lhe dando uma certa influência.Não,melhor dizendo,a convivência com Davon a estava influenciando.Ela não conhecia ninguém mais arrogante que aquele garoto.Talvez o Malfoy,mas isso eram outros quinhentos.

-Pois deveria trocar de casa dentro daquela escola.-Amélia sabia pouco sobre o sistema de casas de Hogwarts,mas sabia que a casa a qual Dallas pertencia era a casa mais orgulhosa da escola.Dallas só esqueceu de mencionar que a sua grosseria provém das brigas que arrumava com os colegas de casa por causa de toda aquela história de sangue – puro.

-Grandmère não faça tempestade em um copo d'água.Escândalos não combinam com a senhora.-Disse,acenando com a mão de maneira displicente.

-Mas combina com você.E espero sinceramente que você não faça mais nenhum escândalo daqui a duas noites.-Dallas perdeu o sorriso de desdém em seu rosto de maneira espantosa ao ouvir a insinuação de Amélia.

-O que a senhora quer dizer?

-O jantar que darei para comemorar meu aniversário.-Dallas mordeu a bochecha para impedir-se de soltar uma tirada sarcástica e esperou que a mulher continuasse.

-E o que isso tem a ver com escândalos?

-Eu sinceramente espero que você não bata novamente no jovem Haliwell.

-Oh!-Dallas segurou o sorriso malicioso que insistia em querer surgir em seu rosto.-Claro que não farei algo desse tipo.Sou uma dama,o que a senhora pensa de mim?

-E sobre o que a minha pequena dama está falando?-A voz soou atrás da cadeira da morena que em um pulo estava em pé e abraçava o homem a sua frente.

-Papai eu senti tanto a sua falta.

-Também senti a sua.Mas do que vocês estavam falando?

-Falando do jantar que darei em meu aniversário e no qual convidarei os Haliwell para virem.-O semblante sorridente de Albert mudou para algo sério e intimidador.

-Não pode estar falando sério,não é mamãe?Ainda está com essa idéia imbecil de casamento,depois de tudo o que conversamos?

-Temos um contrato com os Haliwell,Albert,não podemos quebrá-lo.

-Mamãe,estamos falando de uma pessoa aqui…

-Deixa papai,é caso perdido.-Dallas o interrompeu e deu um pequeno sorriso a ele.

-Você está certa.Venha querida eu preciso falar com você em particular.-Albert falou e pegou a filha pela mão,a levando pela casa.

* * * * *

-O que queria falar comigo?-Dallas perguntou quando eles entraram no escritório de Albert,dentro da mansão Winford.O homem não respondeu de imediato,apenas andou pelo escritório e pegou uma chave de dentro de uma gaveta da mesa onde trabalhava e abriu as portas do armário atrás dessa com a mesma.Assim que se abriram,as portas revelaram uma estante cheia de livros com temas variados.Albert retirou alguns livros da terceira prateleira da estante e deixou a vista um cofre que estava ao fundo dessa.Agilmente ele digitou o código no painel que havia na porta do cofre e o abriu,retirando uma pasta de lá de dentro e refazendo o processo para fechar tudo assim que terminou.Quando finalmente fechou a porta do armário,ele virou-se para a filha e sentou-se à mesa.Dallas sentou-se em frente a ele e esperou.Olhando diretamente nos olhos da jovem ele deslizou a pasta a ela que a olhou confusa.

-Abra.-Comandou e a menina o fez.Dentro da pasta havia um pergaminho com uma espécie de título e junto desse havia uma chave.

-O que é isso?-Dallas leu o conteúdo do pergaminho e estranhou ao ver o selo de Gringotes no topo desse.Pelo que ela entendeu do que estava escrito,ela tinha uma conta em seu nome no banco.Uma conta e um cofre.A garota pegou a chave e a olhou mais confusa ainda.

-Dallas,desde pequena eu planejei a sua vida,quero dizer,a sua avó planejou a sua vida e eu tive uma certa participação nesse planejamento.Ela ficava com a parte social…-Fez uma expressão de desagrado diante do que disse.Deixar a sua mãe educar a sua filha provou-se ser um erro.-…e eu com a parte financeira.E um dos planos era te mandar para a Academia Montreale.Por isso desde que você entrou no primário eu já comecei a separar um dinheiro para os gastos que teria na sua educação em Montreale.E também para gastos pessoais.Durante esse tempo não pude manter o dinheiro parado no banco e por isso fiz investimentos com ele e felizmente os negócios renderam e você teve grandes lucros.

-Eu tive grandes lucros?Mas o dinheiro é seu.

-Meu?De jeito nenhum.O dinheiro que eu guardei para os seus estudos e o que eu investi eu fiz tudo em seu nome.

-E a vovó deixou?

-Vamos dizer que isso é um pequeno segredinho entre nós dois.

-A vovó não sabe?

-Não.Eu estava cuidando do futuro da minha filha.Sem contar que o dinheiro inicial que eu usei para começar esse investimento veio do meu bolso.Sua avó pode ser a sócia majoritária e possuir boa parte da fortuna da família em suas mãos.Mas eu também herdei uma grande fortuna de meu pai e nela sua avó não pode mexer e por isso é apenas de meu interesse o que eu faço com ela.E eu a investi em você.

-Eu não sabia que a riqueza dos Winford se estendia a tanto.

-Mas se estende.E,bem,quando a sua avó veio com essa idéia doida de casamento e eu vi que você não ficou muito feliz com isso e que está realmente disposta a lutar para se livrar desse compromisso,eu achei que já era hora de me manifestar um pouco.

-Como?

-Você voltará a Hogwarts dentro de dois meses e se formará.Logo depois disso fará dezoito anos e será dona de sua vida.Até lá terá que se manter de alguma forma.Porque eu sinceramente espero – mesmo que doa no coração de um pai dizer isso - não te ver no próximo verão descendo daquele trem.

-Papai…-A jovem murmurou,sentindo os olhos começarem a arder.

-É uma bruxa Dallas,faz parte de um mundo diferente agora.E por isso pode viver nesse mundo livre,coisa que você não conseguiria aqui.Por isso eu peguei todo o dinheiro que consegui durante esses anos de investimentos em seu nome e abri para você uma conta em Gringotes,o banco dos bruxos,com a ajuda de Billie,a sobrinha de Clarisse.Essa chave em sua mão é a chave de seu cofre.

-Ah papai…-Dallas levantou-se de seu assentou e contornou a mesa,dando um grande abraço no homem do outro lado.-…obrigada.-Disse entre lágrimas.

-De nada querida.Eu apenas quero o melhor para a minha garotinha.

-Er…e o quanto de dinheiro tem nesse cofre?É o suficiente para eu me manter até conseguir um emprego?Não deve demorar um ou dois meses,depois que eu me formar.-Albert sorriu divertido a ela.

-Dally,querida,é dinheiro suficiente para você ficar sem trabalhar pelo resto de sua vida.-A garota arregalou os olhos e caiu de joelhos no chão,na frente do pai.

-É brincadeira,não é?

-Não.-Falou o homem,rindo da expressão da filha.

-Bem,não faz mal.Obrigada papai.-E o abraçou novamente.

* * * * *

 A brisa morna noturna entrava pela janela balançando as cortinas e chocando-se contra a pele dos presentes dentro daquela copa e que apreciavam o jantar.Amélia estava em uma conversa animada com a sra.Haliwell,enquanto Albert conversava sobre negócios com o sr.Haliwell.Dallas por outro lado comia silenciosamente e fazia um grande esforço para ignorar os olhares que Allen lhe dava.Até que chegou em um ponto em que a morena se cansou de ser secada assim tão descaradamente pelo rapaz.

-O quê?-Sibilou a garota para o jovem ao seu lado,que sorriu prepotente a ela.

-Finalmente resolveu descer do trono princesinha e falar comigo?Eu não guardo mágoa do que você fez naquele Natal.

-Pena.Queria que você guardasse mágoa e a dor juntos.Assim me faria feliz.-Disse desgostosa e voltou ao seu jantar.Sabia que apesar de estar entretida na conversa com a sra.Haliwell,Amélia a observava de perto.

-Alguém a cada ano volta mais afiada da escola.Interessante.O que eles ensinam nesse lugar tão misterioso?-Dallas não se segurou e abriu um grande sorriso malicioso,olhando de esguelha para onde estava Amélia e vendo que ela estava muito ocupada para prestar atenção em si.Marota,ela inclinou-se um pouco na cadeira e acenou para Allen chegar perto dela e assim sussurrar em seu ouvido.

-Quer saber o que eles ensinam mesmo?

-Estou curioso.

-Pois bem.Fique sabendo que semestre passado eu aprendi a transformar um canário em um copo.

-O quê?-Allen piscou.

-Eu já mencionei que eu estudo em uma escola de magia?-O garoto afastou-se dela e a encarou de maneira descrente,abrindo um sorriso logo em seguida.

-Muito engraçado Winford.Está querendo me dizer que…-Dallas ganhou uma expressão que garantia que o que ela falava era a mais pura verdade.

-Sou uma bruxa.-Sentenciou em um sussurro e em um tom que tornava totalmente verídico e impossibilitado de contestação o que havia dito.Allen engoliu em seco e deu um sorriso nervoso.Era claro que ela estava brincando.Mas do jeito que essa menina era esquisita,não se surpreenderia se um psiquiatra lhe desse atestado de maluquice.

-Grande piada Winford.-Disse Allen.

-Será que você ainda vai achar piada quando eu pegar a minha varinha e te transformar em uma formiga?Não gosto da idéia de me casar com você.E ser uma bruxa tem lá as suas vantagens.-A voz dela ganhou um tom sinistro.-Eu posso dar sumiço em você e ninguém nunca vai saber.-Discretamente Allen pegou seu prato e o colocou no lugar vago ao seu lado,afastando-se da garota.Dallas sorriu com o canto da boca e voltou a comer calmamente,sem criar mais nenhum incidente até o fim do jantar.