AUTHOR: Lady K. Roxton

DISCLAIMER: Todos os personagens da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World" são propriedade de John Landis, Telescene, Coote/Hayes, DirecTV, New Line Television, Space, Action Adventure Network, Goodman/Rosen Productions, e Richmel Productions (perdoem qualquer omissão). Algumas partes desta estória têm influência da lenda "A cruz do diabo" de Gustavo A. Bécquer.

SPOILERS: "Trapped", "Unnatural selection", "Out of time".

COMMENTS: Esta é minha primeira fanfiction, escrita em dezembro de 2003, graças à inspiração da época natalina. Peço que por favor, deixem seus comentários sobre este capítulo, ok? Review, please! E divirtam-se...

Capítulo 1

Nasce mais um dia no paraíso perdido. A aparente tranqüilidade da manhã parece indicar que será mais um dia como tantos outros na casa da árvore, não fosse certa agitação dos moradores. Finn e Verônica estão muito contentes enfeitando toda a casa com arranjos florais, guirlandas e, não se sabe quando nem de onde, conseguiram improvisar uma pequena árvore de Natal.

Challenger está completamente dedicado a seus experimentos. Mas não tentando consertar algum material estragado ou inventando novas fórmulas que os moradores da casa não entendem muito bem para que servem. Ele está preparando fogos de artifício, ou pelo menos, é o que pretende. Roxton já ajudou as "irmãs loiras" a pendurarem as meias ("e se Papai Noel aparecer na noite de Natal?", disse Verônica brincando) na sacada.

"Vê, onde está Marguerite?", pergunta Finn.

"Levantou de mau humor..."

"Isso não é novidade, eu digo por que ela não quer nos ajudar com os enfeites? Com certeza o mau humor dela iria pro espaço."

"O problema não é nos ajudar, Finn. Ela fica triste quando chega essa época porque é quando mais sente falta de ter uma família."

"Eu agora me sinto muito feliz, porque vocês são a minha família", disse carinhosamente Finn, recebendo um lindo sorriso de Verônica.

Roxton ao ouvir isso, sentiu-se ainda mais compelido a tornar este Natal o melhor de todos na vida de sua querida Marguerite. Antes era diferente, eles não estavam tão próximos e ele sentia a resistência dela à sua "invasão de privacidade"; mas agora que eles ficaram presos na caverna e seus sentimentos já estavam às claras ele sentiu uma necessidade que o devorava de tornar este, o melhor Natal da vida de Marguerite.

............................................................................

Ela tentava pensar em outra coisa que não fosse Natal, família, união... mas era impossível!!! Quantos Natais ela já não passou esperando, esperando...? Pareciam milhares, todos eles frios e vazios. Mesmo sabendo que agora tem amigos que a amam e principalmente, um homem que a ama apesar de todos os segredos de seu passado, ela ainda se sentia solitária e infeliz.

Ela sabia que, se simplesmente sumisse esta noite, dormisse fora, os outros ficariam muito magoados. Principalmente Roxton.

"Roxton, o meu cavaleiro de armadura brilhante merece mais do que isso", ela pensou.

Lembrou-se também de Summerlee. Sorriu. Ele sim soube ver seu lado mais humano, defendeu-a mesmo não tendo razões para isso e a tratou sempre como uma filha. Para os outros, sempre foi notória a maneira como Marguerite tratava o doce velhinho.

"Não posso ficar aqui o dia todo. Preciso fazer alguma coisa que tome minha atenção, que me faça pensar em outra coisa, que afaste de mim esses pensamentos que só me provocam ainda mais as feridas que nunca cicatrizam", pensou ela enquanto terminava de se arrumar.

........................................................

"Marguerite? Você está bem?" apareceu repentinamente Lord Roxton.

"Oh, John. Sim, estou. Aconteceu alguma coisa?"

"Bom.. é... não gostaria de dar um passeio? Nadar? Fazer um picnic? Pode escolher o que você quiser, minha querida" ele disse com um sorriso encantador. "Mas o que é isso? Até parece que é Natal!" ela brincou. "Acho que seria bom fazer alguma coisa fora daqui mesmo. Vamos até às cachoeiras".

Durante o caminho eles não puderam deixar de notar um vilarejo na campina, e ao longe, no alto da encosta, um castelo. Pela aparência, o povoado parecia ser de descendência espanhola, algo meio feudal. Tomados pela curiosidade, aproximaram-se para olhar melhor. As pessoas pareciam pacíficas, mas...

"Roxton, talvez fosse melhor irmos embora. Esse é o lugar mais triste e sinistro que já vi nesses 3 anos de plateau."

"Que isso Marguerite, onde está seu espírito de aventura? Temos que ver quem são nossos vizinhos. Ao menor sinal de perigo, vamos embora, eu prometo." Havia algumas casas queimadas, outras depredadas violentamente, atacadas, e as pessoas pareciam assustadas com alguma coisa.

Encontraram um velho sentado numa praça e Roxton se dirigiu a ele:

"Ehh... com licença senhor, mas que lugar é este?"

"Este é o vilarejo de Bellver" ele respondeu sem dar muita importância aos visitantes, quase como se nem notasse a presença dos dois.

"Senhor, por que há tantas casas destruídas? E esse jeito assustado das pessoas? Vocês estão com problemas?"

O homem pareceu despertar de um sono profundo. "É tudo por causa do Senhor de Aragon. Todas as noites ele vem com seu bando e o resultado vocês já puderam perceber."

"Senhor de Aragon?" indagou Marguerite. "E por que vocês não lutam contra ele?"

"Porque ele já está morto. Vocês não podem entender... é terrível."

"Bom, então conte-nos", disse Roxton.

Então, ele começou:

"Estas terras já foram propriedade do Senhor de Aragon, daqui até o castelo, há mais de três séculos. Era um homem frio, duro e que sentia prazer em torturar seus servos.

Porém, um dia, começou a sentir-se entediado. Já não lhe dava mais tanto prazer torturar seus vassalos ou retirar mocinhas de suas casas durante a madrugada. Ele queria algo mais.

Foi quando ocorreu algo inesperado, no mínimo: ele deu liberdade a todos os seus vassalos e deu-lhes a posse sobre todas as terras de sua propriedade (onde hoje é, inclusive, esta cidade). Juntou todo o dinheiro que possuía e com mais um grupo de cavaleiros saiu em busca de novas aventuras.

Ninguém, a princípio, pôde acreditar. Mas pela primeira vez na vida todos puderam dormir em paz, sem a ameaça do Senhor de Aragon a rondar-lhes os sonhos.

Se não há mal que não dure para sempre, tampouco acredito que haja bem que dure para sempre também. Depois de um ano o Senhor de Aragon retornou sem um centavo e ainda mais cruel do que antes. Reclamava a todo custo suas terras e escravos e, assim, com seu terrível grupo de cavaleiros, voltou a infernizar a vida de todos.

Entretanto, ninguém mais estava disposto a viver nessa angústia, era preferível morrer se fosse assim. Então, numa noite, enquanto o Senhor de Aragon e seus homens estavam no castelo, depois de muito beberem, um grupo de homens do vilarejo, sem que os maléficos se dessem conta, fecharam todas as saídas do salão onde estavam e atearam fogo em tudo. Foi horrível.

Porém, foi assim que se livraram, definitivamente, do senhor mais cruel que já se teve notícia..."

"Mas se isso foi há mais de três séculos, como ele ainda os aterroriza?", perguntou Marguerite visivelmente intrigada.

"É nesse ponto que eu ia chegar milady", respondeu o homem com a mesma tranqüilidade com que contava a história.

"Pois então termine, o que acontece então?", disse Roxton.

.................................

Enquanto isso, na casa da árvore, chega Assai. Ela veio o mais rápido que pôde escoltada por dois guerreiros.

"Desculpem chegar assim, vocês parecem muito ocupados, mas é urgente" ela disse quase sem fôlego.

"O que foi Assai? Fale devagar? O que nós podemos fazer por você?" perguntou Verônica.

"É sobre uma mulher da aldeia. Ela está há muito tempo em trabalho de parto e o curandeiro da aldeia já tentou de tudo... Eu vim pedir ao professor Challenger se pode me acompanhar e ver se há algo que ele pode fazer."

"Não podemos perder tempo então. Verônica, Finn, me ajudem a separar algumas coisas no laboratório e partimos."

"É, parece que os preparativos de Natal já foram pro espaço", completou Finn.

"Agora não temos tempo para isso, duas vidas estão em jogo, vamos depressa", disse Verônica.

.....................................

"As pessoas começaram a dizer que o castelo tornou-se mal assombrado. Bom, mesmo antes disso, ninguém gostava de ir ao castelo e ele já estava abandonado, dessa forma, todos simplesmente continuavam a ignorar sua existência.

Como eu disse, não há bem nem mal que dure para sempre. Anos depois um grupo de cavaleiros voltou a aterrorizar os moradores. E o pior é que o chefe deles usava a mesma armadura do Senhor de Aragon. Teria ele voltado? Não, era impossível, diziam, era certeza que ele estava morto. Seria seu fantasma? Ninguém sabia. O fato era que ele parecia ter voltado e ainda mais impiedoso que antes. O medo voltou a invadir os lares de Bellver.

O mais sinistro veio a ocorrer quando num dos ataques à aldeia, foi abatido um cavaleiro do dantesco grupo. Muito ferido, ele contou-nos algo terrível: disse que antes, ele era o líder do grupo. Até que vieram parar no castelo abandonado. Lá, apareceu um cavaleiro misterioso dizendo que seria o novo líder e que quem estivesse contra, que o enfrentasse. Ele tornou-se o líder após matar dois dos melhores guerreiros do grupo. Quem iria contrariá-lo? Antes de morrer, o cavaleiro ainda disse o que o misterioso homem nunca tira sua armadura, não come, não dorme e só o que deseja é trazer o mal a todos. Essas foram suas últimas palavras, morreu em seguida o infeliz. Ninguém teve dúvidas de que o Senhor de Aragon, estava de volta.

Após sucessivos ataques os camponeses de Bellver já não tinham mais esperanças de verem-se livres do maldito demônio..."

"E vocês estão suportando isso de geração em geração, desde aquela época?????", Roxton não pôde mais conter sua indignação.

"Ele havia sido capturado, mas conseguiu que o libertassem e agora está de volta ainda mais forte. E a noite começa a cair. É melhor que vocês deixem a cidade ou procurem um lugar seguro. Uma vez aqui, vocês correm os mesmos riscos que nós."

"Roxton, o homem tem razão. Vamos embora e acampamos bem longe daqui já que a essa hora não chegaremos à casa da árvore antes do sol se pôr."

Nisso o homem se retirou.

"Ah Marguerite, você não vai me dizer que acreditou na história toda?"

"Bom... eu não sei se o tal fantasma é verdadeiro ou não, mas o estrago que ele fez me pareceu bem real, para você não?"

"Não se preocupe Marguerite, eu protejo você, ou já não sou mais seu cavaleiro de armadura brilhante?" ele foi dizendo enquanto a abraçava carinhosamente e com um olhar tão doce que Marguerite não teve outra opção se não aceitar o que seu amor dizia.

"John, você é o herói da minha vida e eu seguiria você a qualquer parte do mundo..."

CONTINUA...

Estão gostando? Review!!!