Título: Estratégias de abordagem
Autora: Bélier
E-mail: belier.aries@bol.com.br
Categoria: Romance Yaoi
Retratação: Eu não possuo Saint Seiya/Cavaleiros do Zodíaco. Infelizmente (ou felizmente) eu não os possuo, pois do contrário eles teriam namorado mais do que lutado... De qualquer forma, eles são propriedade de Kurumada, Toei e Bandai.
Resumo: Miro está apaixonado, mas não sabe como abordar a pessoa que ama. Talvez se ele perguntar a Kamus, ele possa lhe dar alguns conselhos...
Estratégia 2 - Curioso
No templo de Escorpião, Miro cochilava displicentemente na entrada. Em sua face, repousava um leve sorriso. O cavaleiro dormira lembrando do beijo que dera em Kamus, daí a razão da felicidade...
- Miro?
O cavaleiro não acordou, apenas se mexeu levemente e seu sorriso alargou-se mais ainda.
- Miro! Acorda, seu preguiçoso!
Miro deu um pulo, assustado, e deparou-se com o seu objeto de desejo observando-o com ar de reprovação em sua face.
- Oi, Kamus! Tudo bem? - Miro mudou rapidamente as feições, olhando a pessoa mais inocente do mundo...
- Tudo... - Kamus olhou desconfiado para o amigo. Afinal de contas, que cara era aquela que ele estava fazendo enquanto dormia? - Atrapalhei alguma coisa?
- Nãããão... - Miro não pode evitar, mas ficou vermelho. - Eu só estava dando um cochilo...
Miro observou o amigo, que estava usando seus trajes de treinamento. Mesmo o dia estando quente, Kamus parecia ter acabado de sair do banho, seu cabelo não tinha um fio fora do lugar. "Sorte a dele ter o privilégio de usar o seu poder em favor próprio. ..", Miro pensou, com inveja.
Por outro lado, Kamus observou o Escorpião. Tudo bem que o Santuário parecia o inferno sobre a Terra, mas o amigo também não precisava exagerar... Miro estava com uma túnica branca, de tecido leve, e ainda por cima, extremamente curta, que deixava boa parte de suas coxas bronzeadas à mostra, e sandálias de couro. Só. "Esses gregos... Como são exibidos!", pensou.
- Vim ver como você está... - Como já havia se passado três dias desde que Escorpião o procurara, decidiu ver o que tinha acontecido depois daquilo. - E então? Conseguiu falar com aquela pessoa?
"Acho que o meu peixão foi fisgado!" Miro pensou, alegremente. "Se ele está curioso, é porque ficou pensando no assunto. Vou dar mais linha pra cansá- lo um pouco..."
- Ah, Kamus, até conversei com ela, mas não tive coragem de lhe contar...
- Porque não? - Kamus estranhou.
- Não sei se estou preparado pra isso...
- É por causa da história do beijo, ainda? Já te falei que não tem erro.
- É, mais ainda não estou muito convencido... Mas até o final de semana eu resolvo isso, nós combinamos de nos encontrar na sexta-feira...
- Sei... - Kamus pareceu meio distante. Tinha vontade de perguntar quem era a moça em questão, mas se o amigo não tinha revelado o nome, era porque queria manter segredo. Resolveu respeitar o silêncio de Miro, apesar de que se fosse o contrário, o outro ia atazaná-lo até descobrir... - Bem, nesse caso, já vou indo, então, só fiquei mesmo curioso para saber o desfecho da história.
Miro viu o cavaleiro de Aquário dar meia volta e rumar para o lado oposto à entrada do templo. Ficou desesperado, tentando bolar alguma coisa para segurá-lo lá. Infelizmente, ele não estava tão inspirado quanto naquele dia em que subira até a décima primeira casa.
Na verdade, Miro não estava muito satisfeito em enganar Kamus, mas sabia que a única forma de convencer o sisudo cavaleiro a corresponder o seu amor era fazer pequenos movimentos, para que ele não fugisse. Naquele dia em que fora falar com ele, planejou tudo nos mínimos detalhes. Teve certeza absoluta que Kamus não ia deixar que ele procurasse Afrodite, e ia propor alguma coisa para evitar. Miro confiou muito na sua sorte, pois se Kamus não o tivesse segurado, ele teria que ir falar com Afrodite. Ia ser um desastre...
Mas agora, ele não encontrava desculpas para segurá-lo ao seu lado...
- Kamus, espera! - Acabou chamando o outro, mas ainda sem saber o que falar. - Eu... eu...
Aquário virou-se para encará-lo, franzindo as sobrancelhas. Notando o nervosismo do outro, voltou para o interior do templo.
- Eu já não te falei que você não precisa ficar preocupado... - Kamus se aproximou de Miro, que arregalou os olhos até quase saírem das órbitas.
"Ele ainda acha que eu estou inseguro..." Resolveu incentivar o outro. - Você... você diz isso por que é uma pessoa experiente...
- Não sou tanto assim quanto você pensa... Mas se for pra te ajudar...
Sem aviso, Kamus segurou Miro pela nuca, como fizera da outra vez, mas com a outra mão segurou-o pela cintura, trazendo o corpo do outro para junto do seu. Tocou seus lábios da mesma forma que antes, com movimentos suaves e sedutores.
A cabeça de Miro girava, e ele achou por um momento que ia desmaiar. "Acho que estou sonhando, só pode ser sonho!" Circulou os ombros do amigo com os braços, brincando distraidamente com uma mecha do cabelo longo de Kamus. Escorpião se surpreendeu ao notar como a boca do amigo era quente, desmentindo sua fama de frio. Mesmo receoso que o outro interrompesse o beijo, como da outra vez, não resistiu e entreabriu os lábios, rezando para que Kamus aceitasse o convite.
Kamus não apartou, mas ignorou o convite. Prendeu o lábio inferior de Miro entre os seus, puxando-o levemente, para depois mordê-lo com cuidado. Miro deixou escapar um gemido rouco, e depois ficou morrendo de medo que Kamus o repelisse, ao ver que ele estava gostando tanto assim da "aula".
Ao contrário do que Miro imaginava, Kamus não se importou, e acabou fazendo a vontade do Escorpião, invadindo sua boca com a língua. Miro sentiu as pernas bambearem, e agarrou-se melhor no amigo. Começou a retribuir o beijo, contido, para que Kamus não desconfiasse da sua mentira, mas o cavaleiro de Aquário exigia tanto dele, que estava difícil resistir.
Kamus, ao notar a resistência de Miro, afastou seus lábios dos dele, por um instante, para chamar-lhe a atenção. - Assim não... - Sussurrou. - Você tem que se soltar mais... - Voltou a colar sua boca à do amigo.
As palavras de Kamus foram como exigir que uma criança devorasse um doce. Miro jogou as preocupações para o alto e correspondeu loucamente ao beijo. Kamus deixou a língua do amigo explorar sua boca durante algum tempo, para depois assumir o controle novamente, provando mais do gosto bom do veneno do Escorpião.
Beijaram-se durante alguns minutos, até que Kamus julgou ser suficiente. Agarrando os cabelos ondulados de Miro na altura da nuca, puxou-os, obrigando-o a se afastar. Miro mordeu de leve o lábio inferior, impedindo- se de gemer em protesto. Soltou relutantemente os braços do pescoço do amigo, sabendo que não tinha desculpa para continuar abraçando-o.
- Viu só? - Kamus perguntou, sua respiração um pouco alterada. - Não é tão difícil... - Olhou para o outro cavaleiro, reparando em seus olhos azuis brilhantes e em sua boca ligeiramente inchada do beijo. - É só deixar acontecer...
Miro olhava para Kamus meio abobado, não captando totalmente as palavras do outro. Não acreditava que aquele homem sério a sua frente havia beijado-o com tanto fogo... Finalmente ele compreendia o significado da expressão "beijo francês".
Kamus passou a mão de um lado para o outro na frente de Miro. - Ei, você está bem?
- Ãh? Estou sim! É claro que eu estou... - Miro respondeu, sem graça. - Então é isso... Não tem segredo!
- Não. Bom, veja se resolve logo a sua situação, que eu não vou mais ficar te ensinando... - "Mesmo porque, depois disso que eu te mostrei hoje, o caso fica mais... sério." Kamus pensou, afastando rapidamente a idéia da cabeça.
- Claro, claro! - Miro conseguiu resgatar o seu bom humor, afinal de contas, tinha sido bom demais. Ele não imaginara que sua segunda chance fosse surgir tão rápido, e que eles fossem tão longe. - Depois eu te conto o que aconteceu!
- Hum. Já deixei meu templo sozinho por muito tempo. Até mais! - Kamus virou-se novamente para partir.
- Tchau! - Miro acenou para o amigo, ainda meio em transe.
Kamus saiu do templo sem olhar para trás. Tocou os lábios com as pontas dos dedos, e sorriu levemente. Daquele dia em que Miro o procurara, não parara de pensar em como os lábios de Escorpião eram macios... Não acreditou quando ele deu brecha para que o beijasse novamente, e não desperdiçou a oportunidade, como fizera da outra vez. Até que o seu pretexto de estar curioso sobre o desfecho da história amorosa do amigo não fora tão ruim... A garota de sorte que o perdoasse, mas agora Miro estava devidamente beijado.
Continua
Nota da autora:
Esse capítulo veio para redimir o Kamus... Se o Miro pensa que só ele está tirando uma casquinha, está muuuuuito enganado! Afinal, dois podem jogar esse jogo...
Bélier
Autora: Bélier
E-mail: belier.aries@bol.com.br
Categoria: Romance Yaoi
Retratação: Eu não possuo Saint Seiya/Cavaleiros do Zodíaco. Infelizmente (ou felizmente) eu não os possuo, pois do contrário eles teriam namorado mais do que lutado... De qualquer forma, eles são propriedade de Kurumada, Toei e Bandai.
Resumo: Miro está apaixonado, mas não sabe como abordar a pessoa que ama. Talvez se ele perguntar a Kamus, ele possa lhe dar alguns conselhos...
Estratégia 2 - Curioso
No templo de Escorpião, Miro cochilava displicentemente na entrada. Em sua face, repousava um leve sorriso. O cavaleiro dormira lembrando do beijo que dera em Kamus, daí a razão da felicidade...
- Miro?
O cavaleiro não acordou, apenas se mexeu levemente e seu sorriso alargou-se mais ainda.
- Miro! Acorda, seu preguiçoso!
Miro deu um pulo, assustado, e deparou-se com o seu objeto de desejo observando-o com ar de reprovação em sua face.
- Oi, Kamus! Tudo bem? - Miro mudou rapidamente as feições, olhando a pessoa mais inocente do mundo...
- Tudo... - Kamus olhou desconfiado para o amigo. Afinal de contas, que cara era aquela que ele estava fazendo enquanto dormia? - Atrapalhei alguma coisa?
- Nãããão... - Miro não pode evitar, mas ficou vermelho. - Eu só estava dando um cochilo...
Miro observou o amigo, que estava usando seus trajes de treinamento. Mesmo o dia estando quente, Kamus parecia ter acabado de sair do banho, seu cabelo não tinha um fio fora do lugar. "Sorte a dele ter o privilégio de usar o seu poder em favor próprio. ..", Miro pensou, com inveja.
Por outro lado, Kamus observou o Escorpião. Tudo bem que o Santuário parecia o inferno sobre a Terra, mas o amigo também não precisava exagerar... Miro estava com uma túnica branca, de tecido leve, e ainda por cima, extremamente curta, que deixava boa parte de suas coxas bronzeadas à mostra, e sandálias de couro. Só. "Esses gregos... Como são exibidos!", pensou.
- Vim ver como você está... - Como já havia se passado três dias desde que Escorpião o procurara, decidiu ver o que tinha acontecido depois daquilo. - E então? Conseguiu falar com aquela pessoa?
"Acho que o meu peixão foi fisgado!" Miro pensou, alegremente. "Se ele está curioso, é porque ficou pensando no assunto. Vou dar mais linha pra cansá- lo um pouco..."
- Ah, Kamus, até conversei com ela, mas não tive coragem de lhe contar...
- Porque não? - Kamus estranhou.
- Não sei se estou preparado pra isso...
- É por causa da história do beijo, ainda? Já te falei que não tem erro.
- É, mais ainda não estou muito convencido... Mas até o final de semana eu resolvo isso, nós combinamos de nos encontrar na sexta-feira...
- Sei... - Kamus pareceu meio distante. Tinha vontade de perguntar quem era a moça em questão, mas se o amigo não tinha revelado o nome, era porque queria manter segredo. Resolveu respeitar o silêncio de Miro, apesar de que se fosse o contrário, o outro ia atazaná-lo até descobrir... - Bem, nesse caso, já vou indo, então, só fiquei mesmo curioso para saber o desfecho da história.
Miro viu o cavaleiro de Aquário dar meia volta e rumar para o lado oposto à entrada do templo. Ficou desesperado, tentando bolar alguma coisa para segurá-lo lá. Infelizmente, ele não estava tão inspirado quanto naquele dia em que subira até a décima primeira casa.
Na verdade, Miro não estava muito satisfeito em enganar Kamus, mas sabia que a única forma de convencer o sisudo cavaleiro a corresponder o seu amor era fazer pequenos movimentos, para que ele não fugisse. Naquele dia em que fora falar com ele, planejou tudo nos mínimos detalhes. Teve certeza absoluta que Kamus não ia deixar que ele procurasse Afrodite, e ia propor alguma coisa para evitar. Miro confiou muito na sua sorte, pois se Kamus não o tivesse segurado, ele teria que ir falar com Afrodite. Ia ser um desastre...
Mas agora, ele não encontrava desculpas para segurá-lo ao seu lado...
- Kamus, espera! - Acabou chamando o outro, mas ainda sem saber o que falar. - Eu... eu...
Aquário virou-se para encará-lo, franzindo as sobrancelhas. Notando o nervosismo do outro, voltou para o interior do templo.
- Eu já não te falei que você não precisa ficar preocupado... - Kamus se aproximou de Miro, que arregalou os olhos até quase saírem das órbitas.
"Ele ainda acha que eu estou inseguro..." Resolveu incentivar o outro. - Você... você diz isso por que é uma pessoa experiente...
- Não sou tanto assim quanto você pensa... Mas se for pra te ajudar...
Sem aviso, Kamus segurou Miro pela nuca, como fizera da outra vez, mas com a outra mão segurou-o pela cintura, trazendo o corpo do outro para junto do seu. Tocou seus lábios da mesma forma que antes, com movimentos suaves e sedutores.
A cabeça de Miro girava, e ele achou por um momento que ia desmaiar. "Acho que estou sonhando, só pode ser sonho!" Circulou os ombros do amigo com os braços, brincando distraidamente com uma mecha do cabelo longo de Kamus. Escorpião se surpreendeu ao notar como a boca do amigo era quente, desmentindo sua fama de frio. Mesmo receoso que o outro interrompesse o beijo, como da outra vez, não resistiu e entreabriu os lábios, rezando para que Kamus aceitasse o convite.
Kamus não apartou, mas ignorou o convite. Prendeu o lábio inferior de Miro entre os seus, puxando-o levemente, para depois mordê-lo com cuidado. Miro deixou escapar um gemido rouco, e depois ficou morrendo de medo que Kamus o repelisse, ao ver que ele estava gostando tanto assim da "aula".
Ao contrário do que Miro imaginava, Kamus não se importou, e acabou fazendo a vontade do Escorpião, invadindo sua boca com a língua. Miro sentiu as pernas bambearem, e agarrou-se melhor no amigo. Começou a retribuir o beijo, contido, para que Kamus não desconfiasse da sua mentira, mas o cavaleiro de Aquário exigia tanto dele, que estava difícil resistir.
Kamus, ao notar a resistência de Miro, afastou seus lábios dos dele, por um instante, para chamar-lhe a atenção. - Assim não... - Sussurrou. - Você tem que se soltar mais... - Voltou a colar sua boca à do amigo.
As palavras de Kamus foram como exigir que uma criança devorasse um doce. Miro jogou as preocupações para o alto e correspondeu loucamente ao beijo. Kamus deixou a língua do amigo explorar sua boca durante algum tempo, para depois assumir o controle novamente, provando mais do gosto bom do veneno do Escorpião.
Beijaram-se durante alguns minutos, até que Kamus julgou ser suficiente. Agarrando os cabelos ondulados de Miro na altura da nuca, puxou-os, obrigando-o a se afastar. Miro mordeu de leve o lábio inferior, impedindo- se de gemer em protesto. Soltou relutantemente os braços do pescoço do amigo, sabendo que não tinha desculpa para continuar abraçando-o.
- Viu só? - Kamus perguntou, sua respiração um pouco alterada. - Não é tão difícil... - Olhou para o outro cavaleiro, reparando em seus olhos azuis brilhantes e em sua boca ligeiramente inchada do beijo. - É só deixar acontecer...
Miro olhava para Kamus meio abobado, não captando totalmente as palavras do outro. Não acreditava que aquele homem sério a sua frente havia beijado-o com tanto fogo... Finalmente ele compreendia o significado da expressão "beijo francês".
Kamus passou a mão de um lado para o outro na frente de Miro. - Ei, você está bem?
- Ãh? Estou sim! É claro que eu estou... - Miro respondeu, sem graça. - Então é isso... Não tem segredo!
- Não. Bom, veja se resolve logo a sua situação, que eu não vou mais ficar te ensinando... - "Mesmo porque, depois disso que eu te mostrei hoje, o caso fica mais... sério." Kamus pensou, afastando rapidamente a idéia da cabeça.
- Claro, claro! - Miro conseguiu resgatar o seu bom humor, afinal de contas, tinha sido bom demais. Ele não imaginara que sua segunda chance fosse surgir tão rápido, e que eles fossem tão longe. - Depois eu te conto o que aconteceu!
- Hum. Já deixei meu templo sozinho por muito tempo. Até mais! - Kamus virou-se novamente para partir.
- Tchau! - Miro acenou para o amigo, ainda meio em transe.
Kamus saiu do templo sem olhar para trás. Tocou os lábios com as pontas dos dedos, e sorriu levemente. Daquele dia em que Miro o procurara, não parara de pensar em como os lábios de Escorpião eram macios... Não acreditou quando ele deu brecha para que o beijasse novamente, e não desperdiçou a oportunidade, como fizera da outra vez. Até que o seu pretexto de estar curioso sobre o desfecho da história amorosa do amigo não fora tão ruim... A garota de sorte que o perdoasse, mas agora Miro estava devidamente beijado.
Continua
Nota da autora:
Esse capítulo veio para redimir o Kamus... Se o Miro pensa que só ele está tirando uma casquinha, está muuuuuito enganado! Afinal, dois podem jogar esse jogo...
Bélier
