Esta é a continuação do fic E a jornada continua ... . Espero que gostem da história. Dúvidas, sugestões, críticas ou xingamentos enviem para e reviews. A opinião de vocês é muito importante !

Sala 1-2. (esse 1 é de 1º ano, não de 1ª série)
Na sala a Profª Mizuki assumia a turma, já que a Profª Rika foi transferida junto com seu marido, o Profº Terada, para outra escola.
- Muito bem. Vocês sabem que daqui a duas semanas é a nossa Semana Cultural e vamos apresentar uma peça sobre a vida de Édipo. É necessário fazer um sorteio para a definição dos personagens. Todos devem por o seu nome onde quiserem e depois veremos com quais papéis vocês ficaram.
Quando a Profª retirou a faixa que cobria os nomes dos personagens, Lita ficou com o papel de Jocasta, Kha com o de Édipo, Nanaka ficou como Esfinge, Tellu seria a narradora. Sae e Takeo, dois amigos dos garotos, ficaram com os papéis de sacerdotisa e de Laio, respectivamente. Sae era ruiva, de olhos amendoados e Takeo tinha olhos e cabelos negros.
- Não, eu não quero ficar com o papel da Esfinge ! Eu quero o papel de Jocasta !
- Calma Nanaka. Eu falei com a professora, mas ela disse que sorteio é sorteio e não devemos alterar o resultado ...
- Ai, que raiva !
Os ensaios para a peça eram constantes. Era necessária perfeição na apresentação e, para isso, todos ensaiavam com muito empenho. Num desses ensaios ...
- Peraê, mas que som é esse ?
- Som, mas que som Lita ? Ei é mesmo, agora estou escutando ...
- Vem da sala de música. Vamos lá ver quem está cantando tão bem !
- Espera aí, Sae !
- Eu conheço essa música. - diz Kha, seguindo Lita que corria atrás de Sae.
- Eu também.
- Essa música é ... Não, não é possível ...
- Sae !
Sae havia aberto a porta. Kha, Lita e Nanaka puderam ver uma presença se deslocando. Mas graças a Sae eles descobriram qual a música cantada.
- Mas, não tem ninguém aqui !
- Sae, por favor. Acudam, a Sae desmaiou !
- Deixe que eu a levo para a enfermaria !
- Obrigada Takeo.
Kha estava reflexivo.
- Sim, era a música que eu pensava. É Yoru No Uta, ou Canção da Noite.
- E a voz é idêntica a da tia Tomoyo, Kha.
- Mas quem estava cantando com a voz da minha mãe ?
- Era a carta Canção.
- KERO ?
Todos olham para Lita
- Ai, gente. Sabe o que é, é que eu às vezes tenho costume de falar com este bichinho de pelúcia. Liga não ... .
Todos voltaram as suas ocupações. Era recreio.
- Kero ! Ai que susto que você me deu !
- Você é igualzinha a sua mãe.
- Kero, como você sabe que é a Canção ?
- Já fez isso uma vez, é fácil deduzir. E o mais impressionante é que esta carta ainda se lembra da canção que cantou com Tomoyo !
- Ah, então o dueto gravado que tem na minha casa era a minha mãe e a Canção ?
- Era sim. Mas devemos capturar logo esta carta antes que a história do fantasma que vive na sala de música volte, que nem na época em que sua mãe capturava as cartas.
- Chave que guarda o poder da minha estrela, mostre os seus verdadeiros poderes sobre nós, e ofereça-os a valente Lita que aceitou esta missão. Liberte-se !
- Carta Sakura, faça todos caírem num profundo sono com o seu pó mágico. Sono !
- Ai, Lita, como você é apressada. Tudo bem que eu falei que era para capturar logo a carta, mas não agora ...
- Agora já foi.
- A música está tocando novamente. Vem da cobertura do colégio.
- Ei, crianças !
- Mãe !
- Eriol me disse que precisariam da minha ajuda e vim o mais depressa possível !
- Ótimo tia Tomoyo. Vamos. É a carta Canção. Ainda se lembra da canção Yoru no Uta ?
- Claro que me lembro. Vão utilizar o mesmo processo que Sakura utilizou naquela época. Quantas saudades de filmar as incríveis façanhas da minha amiga Sakura ...
- Tia, eu sei que muitas saudades vêem a tona, mas devemos ir logo.
- Sim, claro.
Todos subiram correndo até a cobertura. Lá em cima, Tomoyo cantou com toda a confiança do mundo, fazendo um belo dueto com Canção.
A carta foi trancada. Tomoyo voltou correndo para o carro, de onde foi para casa. O sinal tocou e só deu tempo de todos entrarem na classe, cansados. Ao fim das aulas, Lita, sozinha, caminhava tranqüilamente para sua casa quando sentiu uma presença estranha.
- Essa presença é de uma carta Sakura.
- É sim, Kero.
- Mas eu não estou vendo nada de anormal.
- Ué, tá começando a chover ...
- Não Lita, olha pra cima.
- É a carta da Chuva. Eu tô me molhando toda !
Por mais que Lita corresse, a carta a seguia, fazendo chover em cima dela.
- Você estragou o meu penteado. Eu tive tanto trabalho para fazê-lo, tudo para agradar o meu pai, quando chegasse. Agora você vai ver.
- Liberte-se !
- Carta Sakura, acabe de vez com este chuvisco. Água !
- Volte a forma humilde que merece, carta Sakura !
"Meu Deus ! Essas mulheres quando se enfurecem ... Lembrei-me do dia em que Sakura perdeu o relógio ao capturar a carta da Neve. Quase que as faíscas dos olhos dela derretiam todo o gelo, sem precisar de Fogo !"
- Meu cabelo !
- Calma Lita. O moleque é chato, mas gosta de você.
- Kero, respeita meu pai.
- Desculpa, mas às vezes eu esqueço. .
Lita chega em casa.
- Mas o que houve, filha. Está toda ensopada !
- Perdeu a sua habilidade mágica ?
- Ah, é você boneco de pelúcia.
- Ai, quando é que vocês vão parar de discutir ?
- Foi à carta da Chuva, Lita ?
- Até que enfim pensou, moleque !
- Olha aqui, é melhor você me respeitar viu, boneco de pelúcia !
"Eles não vão parar nunca ! Eu vou é comer. Eu tô com uma fominha !"
Lita comia serenamente, enquanto Kero e Shaoran quase derrubam a casa discutindo.

Finalmente chegou o momento da tão esperada Semana Cultural. Todos estavam presentes no auditório, podia até distinguir uma presença, muito pequena, mas uma presença, mágica que pertencia a Sakura. Ah, não podemos nos esquecer que Kero estava dentro do estúdio, com Tellu. Lita estava empenhada a dramatizar com perfeição.
- Ai, ai, ai, a peça já vai começar !
- Acalmem-se crianças. Todos em seus lugares. Tellu já deve dar início a narração !
Há muito tempo atrás, nascia um menino, filho do rei de Tebas, Laio e da rainha, Jocasta.
- Como nosso príncipe é lindo, Laio ! Devemos levá-lo para a sacerdotisa ver o oráculo sobre o futuro deste pequeno ! - dizia com muito empenho Lita, que de vez em quando olhava ternamente para o pai, na platéia.
- Claro, minha rainha. Vamos levar o pequeno príncipe agora mesmo ! - dizia Takeo, que estava no papel de Laio.
Ao chegarem no local onde a sacerdotisa estava, pediram urgentemente que ela lesse o oráculo sobre o futuro da criança.
- Grande sacerdotisa, veja o oráculo. Queremos saber o futuro de nosso filho !
- Claro majestade. Verei o oráculo sobre o seu filho. - reverenciava Sae, a sacerdotisa.
Depois de cumprir os rituais, a sacerdotisa pronunciou o oráculo.
- Oh, mas como é cruel o destino do pequeno príncipe que acaba de nascer ! Segundo os deuses, ele irá matar o pai e casar com a própria mãe ! Que destino terrível !
- Não posso acreditar ! Este menino irá matar-me e depois desposará a própria mãe ?
- Infelizmente este é o destino desta criança, Majestade.
- Meu filho... Um assassino !
- Abandonemos esta criança. Não irei morrer por suas mãos !
- Mas Laio, ele é nosso filho !
- Pode ser nosso filho, mas será o meu assassino, e isto eu não permitirei ! Levem-no daqui e o deixe nas montanhas.Não quero vê-lo nunca mais !
- Meu filho !
- Acalme-se, rainha. Eu sei que o destino é cruel, mas nada podemos fazer.
A guarda do rei levou o pequeno bebê para as montanhas e o amarraram pelos pés numa árvore. Um pastor o encontrou e o levou para o Rei Corinto.
- Majestade, encontrei este bebê pendurado pelos pés numa árvore, nas montanhas.
- Cruel destino deste bebê ! Ficará aqui, eu cuidarei dele como um filho. Seu nome será Édipo, que significa pés inchados. Será tratado como um príncipe, para compensar o destino cruel que teria preso naquela árvore.
Muito tempo se passou desde o dia em que Édipo foi morar com o rei Corinto. Édipo era agora um homem.
- Meu pai, vou consultar os oráculos de Delfos, para ver o que dizem a respeito de meu futuro. - interpretava com graciosidade Kha, que estava meio tímido quando viu a filmadora da mãe, na platéia.
- Vá Édipo. Desejo-lhe boa sorte.
Édipo procurou os oráculos e foi de encontro à mesma sacerdotisa que recebera a resposta trágica dos deuses no dia em que nasceu.
- Grande sacerdotisa, gostaria que consultasse os oráculos para saber sobre o meu futuro. Ser-me-á possível este favor ?
- Claro meu jovem. Como se chama ?
- Chamo-me Édipo.
A sacerdotisa cumpriu os rituais de praxe e, horrorizada, disse a Édipo a resposta.
- Os deuses disseram que tu ainda há de matar teu pai e desposar sua própria mãe.
- O quê ? Mas não pode ser ! Que destino cruel me aguarda. Não voltarei para junto de meu pai ! Vou correr o mundo e ficarei bem longe de minha cidade !
Horrorizado Édipo cumpriu o que dissera a sacerdotisa. Saíra em uma viagem pelo mundo, para não cumprir o seu destino cruel. No palácio, em Tebas ...
- Jocasta, vou viajar para cuidar de assuntos do reino. Tomarei a estrada de Tebas hoje mesmo. Cuide-se minha doce rainha.
- Tome muito cuidado na estrada, Laio. Seja prudente e siga o caminho correto.
No mesmo instante, Édipo se dirigia para Tebas. Na estrada, Laio encontrou um viajante e acabou por matá-lo. Mal sabia ele que este viajante se tratava de Laio, o seu pai. Quando o reino soube da morte de Laio, a Esfinge assolou a cidade de Tebas, matando todos os viajantes que não a decifravam. Édipo passava por Tebas, naquele momento ...
- Decifra-me ou te devoro ! - dizia Nanaka, achando-se ridicularizada pelo papel da Esfinge.
- Diga-me o teu enigma, esfinge !
- De manhã tem quatro patas, ao meio-dia tem duas e no fim da tarde tem três patas. De que animal eu falo ?
"Ah, agora eu entendi porque Nanaka se lembrou do Sr.Yamazaki quando soube que a peça era sobre Édipo ..."
Édipo não precisou pensar muito e disse-lhe a resposta.
- É o homem. No início da vida é um bebê, por isso engatinha. Quando adulto anda ereto, com as duas pernas. E quando fica mais velho necessita de um bastão para se apoiar.
- Eu não posso acreditar ! Meu enigma foi decifrado !
Movida pelo desgosto, a Esfinge que assolava Tebas se suicidou. O povo tebano aclamava Édipo.
- Como prêmio por ter nos livrado da temida Esfinge, Édipo recebes agora a mão da rainha Jocasta !
O oráculo se cumpria. Édipo havia matado o seu pai e desposado sua mãe. Com Jocasta, Édipo possuía uma filha, Antígona. Algum tempo se passou desde o casamento, quando os deuses puniram Tebas.
- Por que devastam Tebas com a peste, deuses ?
- Você matou o seu pai, Laio, e casou-se com sua mãe, Jocasta.
- Meu pai é Corinto !
- Não, Édipo você é meu filho segundo o qual o oráculo dizia que mataria seu pai e desposaria a sua mãe ! O oráculo se cumpriu. Não posso viver !
Tragicamente, Jocasta se enforcou e Édipo arrancou os seus próprios olhos (claro que ninguém dramatizou isso !). Expulso de Tebas, Édipo foi levado pela sua filha, Antígona, para terminar os seus dias no bosque sagrado de Eumênides, em Colona, perto de Atenas.
Todos aplaudiram freneticamente aos alunos. A peça fora maravilhosa, excepcional. Mas, de repente, uma mulher avança diante de Lita, com uma espada na mão. Ao sentir a presença, Eriol fez todos adormecerem.
- Não é possível ! - gritou Tellu, com terror na face.
- Obrigada tio Eriol.
- Não perca tempo, Lita. Ela pode destruir todo o auditório.
- Certo.
- Chave que guarda o poder da minha estrela, mostre os seus verdadeiros poderes sobre nós, e ofereça-os a valente Lita que aceitou esta missão. Liberte-se !
- Carta Sakura, reflita a imagem desta mulher. Espelho !
- Não, Lita, não faça isso !
- Calma Kero. Kero ! Você tava aí, é ?
- Concentre-se na carta, Lita.
- Tudo bem, pai.
Ao ver a sua própria imagem, a mulher recuou. Não poderia atacar a si própria. Ela estava muito confusa, momento ideal para que Lita retirasse a espada da mão dela.
- Volte a forma humilde que merece, carta Sakura !
- Mãe !
- Tellu !
- Mãe, acorda, mãe !
- Não se preocupe, Tellu. Ela acordará em breve.
- Tellu, você disse que ela é a sua mãe ?
- Sim, senhor Shaoran.
- Meu Deus, mas ela é Sue Yang !
- Como conhece a minha mãe, Sr. Shaoran ?
- Muito simples, minha filha. Eu e Shaoran éramos colegas de classe em Hong Kong e eu sei utilizar a magia pela qual se interessou tanto nestes últimos meses. Você também possui magia, querida Tellu.
- Foi por isso que senti algo estranho a Tellu quando ela foi lá em casa pela primeira vez ... Mas não detectei qualquer magia !
- A magia dela está muito adormecida. Tellu, não quer praticar ? Acho que seria bom.
- Uma boa idéia, Eriol. Filha, você necessita praticar. Você possui um único poder : o da cura. Mas para conseguir usá-lo sem problemas é necessário treinar muito. Saberá sentir a presença mágica, mas não tens a magia suficiente para lutar como Lita. A magia desta menina me impressiona !
- Tem acompanhado a jornada de minha filha ?
- Não desgrudei de você um só momento desde que veio morar definitivamente aqui no Japão. Quando o pai de Tellu faleceu, vim morar aqui com ela. Achei que seria melhor.
- E acertou. Sue Yang, você sempre teve mania de me seguir. Já não tenho tempo para isso. Devo concentrar-me unicamente em minha filha.
- Sei que és fiel a Sakura, mas este assunto não deve ser discutido aqui, em meio a todos. Mas saiba que respeito a sua decisão, Li.
- Tellu, não está feliz em possuir magia também ?
- Estou bastante surpresa com os poderes que possuo.
- Não se preocupe. Vai conseguir. Será difícil no começo, mas vai resistir à prova.
- Obrigada Nanaka.
- Onde está o Kha ?
- Olha, Lita, eu o vi lá fora.
- Eu vou lá.
Kha estava absorto em seus pensamentos. "Devo ou não confessar os meus sentimentos para Lita ? Acho que ainda não é o momento apropriado para isso, mas ..."
- Oi Kha !
- Lita !
- Pra que o espanto ?
- Não, nada. Por que não senta ?
- Claro.
- Olha, Lita, tem uma coisa que eu queria te dizer, mas sempre eu sou ...
- Kha, Lita ! Todos já vão embora. Vamos !
- Já estamos indo, Nanaka !
- Deixa pra lá, outro dia eu digo. É melhor irmos.
- Tudo bem.
"Gosto muito de Lita, mas não vou deixar ela se dar bem !"
- Para que tanto ódio em seu coração ?
- O quê ?
- Não se assuste. Lembre-se que a amizade verdadeira é um tesouro, Nanaka.
- Certo srta. Mizuki.
Nanaka não entendia. Como ela podia ler seus pensamentos ?
- Apenas imaginei. Já vou indo. Cuide-se Nanaka !
"De novo ! Ela leu os meus pensamentos ! Os poderes da srta. Mizuki são realmente impressionantes ou ela pode ver meus sentimentos através do meu comportamento ?" Nanaka voltava para casa com esta interrogação na cabeça.

Tellu estava empenhada. Treinava duro e agora possuía um mestre : Shaoran. Ele a treinaria até que estivesse bastante forte para Eriol dar-lhe alguns conselhos.
- Sr. Shaoran, o que devo fazer ?
- Tellu, primeiro tente sentir a magia que flui no seu corpo, corre nas suas veias junto com seu sangue ... Isso exige muita concentração. Quando sentires a sua magia e a dos outros, estará apta para passar ao passo seguinte.
- Mas como sentirei a magia ?
- Você perceberá algo estranho. Esta sensação se prolongará e, ao descobrir de onde vem, provavelmente você sentiu a magia. Tente Tellu. Irá conseguir. Basta acreditar em si mesma.
- Eu vou conseguir, Sr. Shaoran !
- Tudo bem, continue treinando. Vou falar com a sua mãe.
Shaoran entrou na casa. Como era grande ! Sue Yang tinha mantido toda a fortuna que possuía antes. Não, ela estava cada vez mais rica !
- Shaoran !
- Sue Yang !
- Não deveria estar com Tellu ?
- Ela está no jardim treinando. Está bastante empenhada. Ela puxou a determinação da mãe.
- Obrigada. Acha que minha filha tem futuro na magia ?
- Claro que tem ! Você a subestima demais. Acredite no potencial dela.
- AAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHH !
- Mas o que foi isso ?
Shaoran e Sue Yang saem correndo e chegam a tempo de ver um terrível estrago no jardim da casa. Tellu gritava por socorro.
- Sr. Shaoran, eu sinto a presença, é uma carta Sakura !
- Tellu, você conseguiu !
- Não é hora para congratulações, Shaoran. Precisamos ajudar a minha filha.
- Deus do raio venha !
- Não adiantou !
- O que eu faço ?
- Fogo ataque-o !
- A sua rajada de fogo não adiantou, Sue.
- Socorro !
Tellu havia sido pega pelo misterioso ser. Ela foi levantada para bem alto e começou a despencar.
- Bolha de ar !
Uma bolha envolveu Tellu, evitando a queda.
- Obrigada por salvá-la, Li.
- Era o meu dever. Tellu venha antes que a carta lhe pegue novamente ! É a carta da Força !
A carta veio na direção deles. Mas o que fazer num momento tão crítico ? De repente uma chuva de flechas começou a cair perto da carta, que acabou mostrando a sua identidade.
- Lita !
- Está bem, Tellu ?
- Estou sim. Mas prenda logo a carta !
- Claro !
- Olha Lita, a carta está querendo te desafiar.
- O que você disse, Kha ?
- Olha aí !
- Você quer ... Desafiar-me ?
A carta assentiu com a cabeça e apontou para uma corda. De um lado, Força. Do outro, Kha, Lita, Shaoran, Tellu, Sue Yang e até Kero.
- Sem mim vocês não ganham.
- Nanaka !
- Vem nos ajudar logo !
- Mas é claro que vou.
A disputa foi acirrada, mas a carta acabou perdendo.
- Volte a forma humilde que merece, carta Sakura !
- Muito obrigada Nanaka !
- Não tem de que. Sem mim vocês não conseguiriam.
- Não se gabe tanto !
- Desculpe-me senhora Yang.
- O que foi isso na sua perna !
- Nada não, Kha. Apenas me machuquei a caminho daqui.
- Deixe-me tentar usar a magia.
- Tellu ...
- Se você não conseguir, não fique desapontada e tenha ânimo para continuar.
- Pode deixar, Sr. Shaoran.
Tellu se concentrou. Uma luz azul começou a emanar de sua mão que estava sobre a perna de Nanaka. Alguns segundos e...
- Não sinto mais dor !
- Eu consegui !
- Tellu, eu sabia que você ia conseguir, minha amiga !
- Obrigada pelo apoio !
- Tellu, eu acho que agora a pessoa mais indicada para lhe treinar é Sue Yang. Meu trabalho já foi feito. Sua mãe terminará a sua aprendizagem, mas lembre-se de treinar sempre.
- Não vou me esquecer.
Kha e Nanaka haviam sumido temporariamente. Estavam no parque do Rei Pingüim, conversando :
- Nanaka, eu queria que você me ajudasse numa coisa.
- O que ?
- Bem, eu acho que eu estou apaixonado pela Lita, mas não sei como dizer isto a ela. Você pode me ajudar ?
- Olha Kha, eu tenho uma coisa pra te dizer. Eu te amo muito ! Sempre sonhei com você todas as noites, desde o dia em que te conheci - Nanaka começa a chorar e Kha se aflige - eu não paro de pensar em você, isso já se tornou um vício. Eu sempre soube que você gostava da Lita, o que me fazia sofrer ainda mais, mas por mais que eu tente, não consigo odiá-la.
- Nanaka, desculpe-me por fazer-te chorar, eu não queria ...
- A culpa não é sua, Kha. - Nanaka se levantou do balanço - eu é que devo esquecer-te, mas é quase impossível não pensar em ti.
- Não se revolte. - Kha levanta e fica diante Nanaka, encarando-a profundamente - você não deve se culpar. Aconteceu ...
- Tenha certeza de uma coisa, Kha : Lita te ama muito, como você a ela. Não quero ser um empecilho na vida de vocês dois, portanto não se importe comigo e vá ser feliz ...
- Novamente me desculpe por fazer-te chorar, mas é que eu ...
- Kha, você poderia fazer o favor de me abraçar ? Pense nisso como uma forma de amizade, assim será mais fácil para eu aceitar o meu destino.
- Claro. É o mínimo que posso fazer pelo sofrimento que causei a você.
De longe, alguém observa a cena. É Tellu. Por sorte, ela havia dito a Lita que ficasse em sua casa esperando, pois ela ia procurar Kha e Nanaka sozinha. Tellu admirou-se com a compaixão de Kha, mas temia outro fim para aquela história ...
- Kha, é melhor irmos ... Já devem estar preocupados.
- Tudo bem.
Tellu voltou um pouco e fingiu procurá-los.
- Até que enfim os achei. Já havia procurado em toda a cidade.
- Fomos tomar um ar fresco, mas devemos voltar logo, não é Kha ?
- Exatamente.
Tomando banho numa banheira, Nanaka refletia.
"Kha, você foi tão gentil ! Por que não pode me amar ? Devo respeitar a sua decisão e esperar. Em breve os dois namorarão ..."
Deitado na cama, Kha estava absorto em pensamentos.
"Nanaka foi tão sincera ... Disse-me todas aquelas coisas ... Eu não sei o que fazer agora ... Estou muito confuso ..."
- Kha, o jantar está pronto !
- Posso jantar aqui em cima, mãe ?
Tomoyo olhou para Eriol, que assentiu.
- Tudo bem, já vou trazer.
- Obrigado por me compreender, Tomoyo.
- O que há com nosso filho ? Ele gostava tanto de Lita ...
- Uma pequena confusão de sentimentos, minha querida. Um pouco de reflexão e ele ficará bem. Agora leve o jantar dele com este bilhete.
- Tudo bem, querido.
Tomoyo subiu as escadas.
- Kha, o seu jantar !
- Obrigado mamãe.
- Fui eu mesma quem fez. Coma direitinho.
- Pode deixar, mãe.
Kha beija a face da mãe e entra em seu quarto. Quando estava comendo, vê o bilhete :

Kha,

Sabemos as dificuldades pelas quais está passando. A adolescência é uma época difícil, ainda mais na situação na qual se encontra. Reflita, analise bem os seus sentimentos e verá a realidade. Se quiser conversar pode me procurar, já que ficas envergonhado ao falar com tua mãe.

Do seu pai ,
Eriol

"Pai, está sempre preocupado comigo ...". Kha foi dormir mais tranqüilo. Sua cabeça estava muito quente com os acontecimentos e iria pensar nisto depois.

A última aula havia sido de culinária. Todos os alunos já haviam saído do colégio, exceto o nosso grupinho. Nanaka havia esquecido o seu prendedor de cabelo na sala e arrastou Kha com ela.
- Rapidinho Kha. Só vou pegar o prendedor e nós voltamos.
- Tudo bem.
- BAN !
- O quê ?
- A porta se fechou sozinha !
- Não dá pra abrir, Kha ?
- Está trancada, não dá pra arrombar, pois é a carta Cadeado. Temos de esperar que Lita e Tellu sintam a presença.
- Isso vai demorar ... Não quer sentar ?
- Acho melhor.
Passou-se uma hora.
- Kha, quando é que você vai falar com a Lita ?
- Eu não vou falar.
- Como assim ?
- Eu já não sei mais ... Estou muito confuso eu ...
Nanaka e Kha ficam um de frente para o outro. Kha olha intensamente para a boca de Nanaka.
- ... Eu já nem sei mais, posso acabar não me controlando e fazendo isso.
Kha beijou apaixonadamente Nanaka. Ao fim do beijo, os dois ficaram sem reação. Kha quebrou o gelo.
- Desculpe-me, mas eu estou confuso. Não devia ter feito isso ...
- Não se preocupe. Só assim terei uma lembrança do meu amor por você. Foi o meu primeiro beijo ... Mas não se sinta responsável, pois você é livre para tomar as decisões que quiser, não precisa lembrar deste beijo ...
- Nunca mais vou esquecer este beijo e respeito a sua decisão de me esquecer. Nós somos bons amigos. Mas acho que já não gosto de Lita ...
- Não tire conclusões precipitadas. Dê um tempo para a sua cabeça e para o seu coração e verá seus verdadeiros sentimentos.
- Obrigado.
Batem a porta.
- Nanaka, Kha ! Vocês estão aí ?
- Estamos sim Lita ! É uma obra da carta Cadeado ! Coloque a chave na fechadura e arrombe a porta !
- OK !
Lita pôs a chave na fechadura e a carta apareceu.
- Etokafe Nan !
Um raio vindo do báculo de Nanaka acertou a carta, fazendo-a tombar. Neste exato momento, Lita abre a porta.
- Volte a forma humilde que merece, carta Sakura !
"Aconteceu o que eu temia ... Mas Kha e Nanaka não estão namorando. Porém ele não gosta mais de Lita, percebe-se pelo seu olhar..."
- Vocês estão bem ?
- Você demorou hein, Lita !
- Desculpe-me, mas é que eu sou muito voadora ...
- Igualzinha a mãe ...
- Kero-chan !
- Ai, como tu demora a perceber que eu estou na sua mochila, Lita ! Sakura percebia logo que a mochila estava pesada !
- Eu nunca vou ser igual a minha mãe, mas vou ser o melhor que eu puder ! Ah, eu senti a mochila pesada sim, mas não comentei nada...
- É melhor voltarmos, já devem estar preocupados !
- É verdade ... Finalmente falou alguma coisa útil, Kero-chan !
- Como é que é ? Repita o que disse, Lita !
- Eu disse : Finalmente falou alguma coisa útil, Kero-chan ! E não vamos brigar agora não. Precisamos voltar !
- Ai, tá certo. Mas eu quero sobremesa dupla !
- Ai, ai, ai Kero !
"É surpreendente como Lita age igual a Sakura. Quanta saudade da minha amiga ! Mas Lita será uma boa dona, igualzinha a mãe !"
Cada vez mais cartas estão sendo capturadas por Lita. Quais serão as próximas cartas a serem capturadas ? Qual a decisão definitiva que Kha tomará em relação aos seus sentimentos ? Aguardem o próximo capítulo.