Esta é a continuação do fic Os Sentimentos Confusos de Kha. Eu achei este fic "meio musical", mas espero que vocês gostem. Lembrando mais uma vez que dúvidas, sugestões, críticas ou xingamentos enviem para e reviews. A opinião de vocês é muito importante para a construção da minha história !

Kha estava na varanda de casa. Refletia bastante em tudo o que estava acontecendo com os seus sentimentos. Mas ele fica horrorizado com o que vê.
- A cadeira está se desintegrando !
- O que você falou, Kha ?
- Olha mãe, olha para a cadeira !
- Meu Deus ! Será uma carta Sakura ?
- Sim, é a Névoa.
- Pai ! Ótimo, por que o senhor não vai buscar Lita em casa para ela fazer os sortilégios, antes que a casa toda seja destruída ?
- Já envolvi a casa com um escudo mágico, mas tudo o que estiver no jardim pode ser perdido.
- Não Eriol ! Aquela cadeira de balanço não pode ser destruída ! Era uma lembrança da minha mãe, que pediu para cuidar dela com todo carinho e cuidado !
- Kha, vá imediatamente chamar Lita. Vou tentar fazer com que a carta não se espalhe muito.
- Tudo bem.
Kha sai correndo de casa e, quando vira a esquina, tromba com alguém.
- Desculpe-me, mas é que eu estava com pressa ...
- Kha !
- Lita !
- Eu estava indo para sua casa. Senti a presença de uma carta lá.
- Sim, é a Névoa !
- Precisamos ser rápidos !
Os dois voltam a toda velocidade. No meio do caminho, já que a rua estava deserta, Lita transforma a chave em báculo.
- Finalmente chegaram ! Não conseguiria impedir mais a carta de avançar !
- Lita, faça algo depressa ! Aquela cadeira não pode ser desintegrada !
- Carta Sakura, envolva esta névoa com seu manto negro. Sombra !
- Volte a forma humilde que merece, carta Sakura !
- A cadeira foi salva ! Muito obrigada, Lita !
- Esta é a minha missão, tia Tomoyo. Mas nunca deixaria que a senhora sofresse por que algo ou alguém quisesse. A senhora é muito importante para mim !
- Obrigada mais uma vez ! Não quer bolo ?
- Eu quero bolo !
- Kero-chan, você veio !
- Claro que sim Tomoyo. Não podia deixar Lita sozinha e eu sabia que ia ter bolo aqui !
- Kero, seja mais educado !
- Kero sempre gostou muito de doces ! Aqui está o seu pedaço.
- Muito obrigado, Tomoyo !
- Agora já devo ir andando ... Eu nem avisei ao meu pai, pois vim assim que senti a presença.
- Tudo bem. Kha acompanhe Lita até em casa, meu filho.
- Tudo bem, papai.
Kha sentia-se tímido por estar perto de Lita. Ela que sempre fora a paixão de sua vida, agora ele só a sentia como amiga. Mas ainda achava Lita muito bonita.
- Kha, o que era que você queria tanto me dizer nestes últimos meses ?
- O que ! Não ... Nada não. Já nem me lembro mais ...
- Mentira sua, eu te conheço muito bem. Mas já que não quer dizer, eu não vou forçá-lo.
- Ehh ... Chegamos !
- Obrigada por me acompanhar.
- De nada. Te vejo amanhã.
- Tchauzinho !
- Tchau.
"Por que que Lita foi lembrar-se disso logo agora, se já não sei mais se gosto dela ? Ai, tá tudo tão confuso ..."
Lita entrou em casa.
- Filha ! Aonde você foi ?
- Fui até a casa da tia Tomoyo. Apareceu mais uma carta Sakura, não sentiu a presença ?
- Eu senti a presença, mas não sabia onde você estava. Qual era a carta ?
- Era a Névoa, olha ela aqui.
- Muito bem Lita, agora está na hora de jantar, mocinha. Precisa se alimentar direito para ter ânimo para continuar.
- Tem comida para mim ?
- Tem sim, Kero. Eu tinha que fazer mesmo ...
- Oba !
- KERO ! Você já comeu bolo na casa da tia Tomoyo !
- E aposto que ele ainda vai detonar com o estoque de doces de hoje.
- Vou sim tá seu moleque !
- Não me chama de moleque, eu já tenho 42 anos !
- Já tá decrépito, hein ?
- O que decrépito, Kero ?
- Olha aqui, seu bonequinho de pelúcia, eu não tô caduco não ! Quem está caduco é você, que já deve ter muito mais de 100 anos !
- Ai, ai, ai. Eu vou comer.
- Tá bom. Eu não quero discutir com seres inferiores como você.
- Quem é inferior aqui !
- Kero -diz Lita quase como um sussurro - tem bolo de chocolate e pudim.
- Oba, oba, oba !
- Finalmente se calou.
- É só oferecer doce que ele sossega o facho. Não vai jantar, pai ?
- Claro que vou.
Em casa, Kha estava em seu quarto quando Eriol entra.
- Pai ?
- Kha, eu já havia conversado com sua mãe e com todos os outros que se envolvem com as cartas mágicas e tomamos uma decisão.
- Qual ?
- Oi, Kha.
- Spinel Sun ?
- Spi ficará com você. Assim como Lita fica com Kero, ele ficará com você, dando-lhe assistência.
- Tudo bem. Quer doce, Suppi-chan ?
- Você sabe muito bem que não como doces.
- Tem de se acostumar. Mas tome esses salgadinhos. Não terás qualquer reação incontrolável.
- Tá bom, eu estou com fome mesmo.
Kha observa Spi. A partir de agora ele o acompanharia na jornada das cartas Sakura.
Na casa de Lita o telefone toca.
- Alô ?
- Alô ! Lita é o Kha.
- Ah, oi Kha !
- Lita, meu pai disse que Spinel Sun será agora o meu protetor, assim como Kerberus é seu protetor.
- O Suppi-chan !
- Sim.
- Lita, o que é que tem o Spi ?
- Peraê, Kero. Kha, cuidado com ele. Sorte sua ele não adorar doces.
- Sorte minha ! Já pensou se ele come algum doce dado pelo Kero. Ai de mim !
- É verdade.
- Nos vemos segunda. Tchau.
- Tchauzinho !
- Vai Lita. O que é que tem o Spi ?
- Ele vai ser guardião do Kha.
- E vai desempenhar o mesmo papel de Kero.
- Papai, você já sabia ?
- Só quem não sabe ainda é Tellu e Nanaka. Eriol reuniu todos os outros para conversar e decidiu fazer isto.
- E é só agora que você diz isso !
- Paciência, Kero, paciência !
- Papai, amanhã eu posso fazer uma torta, já que o Kero acabou com o estoque de doces que tinha aqui ?
- Pode sim. Faça uma torta de morango. Como é você quem vai fazer, com certeza ficará uma maravilha.
- Diferente das que você faz.
- Tá reclamando do quê ? Eu poderia não fazer doces e deixar você sem comer. O que achas ?
- A Lita não ia deixar você fazer isso, né ?
- Não me mete nesta história. Agora parem de discutir. Boa noite pai, boa noite Kero. Eu vou dormir.
- Boa noite filha.
- Eu também vou com você, Lita.
Lita tira uma boa noite de sono, pois o dia de amanhã será bem longo.
- Meu Deus !
- O que foi, Lita ?
- Hoje é aniversário da mamãe !
- É verdade ... 1º de Abril ... hoje Sakura faria 43 anos ...
- Não fica triste. Eu tenho certeza que ela quer ver todo mundo sorrir !
- Tem razão ! E a torta ?
- Ai, Kero. Já tá pensando em comida ! Eu vou tomar café. Vem.
Lita desceu as escadas correndo. Na mesa havia um retrato de Sakura.
- Bom dia papai ! Feliz aniversário, mamãe !
Lita dá um beijo na foto.
- Mais tarde todos irão até o túmulo da sua mãe, fazer-lhe uma visita. Faça a torta para que todos lanchem.
- Tudo bem.
Lita tomou o café da manhã e foi fazer a torta. Estavam lá todos os ingredientes.
- Como eu adoro morango ! Vou comer um.
Lita comeu o morango, fez uma careta e o jogou fora.
- Tá doce demais. O que será que houve ? Peraê, mas o que é isso ?
- Isso o que, filha ? Ei, mas é a carta Doce !
- Temos de capturá-la, rápido.
- Chave que guarda o poder da minha estrela, mostre os seus verdadeiros poderes sobre nós e ofereça-os a valente Lita que aceitou esta missão. Liberte-se !
- Lita, onde está o sal ?
- Tá aqui pai.
- Anda Lita, me dá isso depressa ?
- Pra quê ?
- Me dá isso aê !
- Toma.
Shaoran jogou um monte de sal em cima da carta.
- Agora !
- Volte a forma humilde que merece, carta Sakura !
- Que gritaria é essa ?
- Olha Kero. Capturamos mais uma carta.
- Doce ... E VOCÊS NEM ME AVISARAM !
- Por que não sentiu a presença, boneco ?
- Já vão começar ...
- Hoje não. Em memória da Sakura.
- Exatamente, Kerberus.
- Eu não acredito no que os meus olhos vêem ! Meu pai e Kero se abraçando ! Isto é um sonho !
- É não. Já nos abraçamos para destrocar os corpos, lembra ?
- Claro que me lembro. Foi horrível ficar trancado dentro de uma máquina de videogame !
- Sim, mas e a torta ?
- É verdade, vamos fazer.
Mais tarde todos se reuniram para irem visitar o túmulo de Sakura. Aquela legião de amigos todos frente ao túmulo, conversando com a amiga, deixando flores de lembrança, chorando e lembrando dos acontecimentos passados. Até que milhares de pétalas de flor de cerejeira começaram a cair do céu e uma mulher de cabelos cacheados aparece, deixando um buquê de flores no túmulo.
- Mas, é a Flores.
- Sim Lita. Capture-a.
- Chave que guarda o poder da minha estrela, mostre os seus verdadeiros poderes sobre nós e ofereça-os a valente Lita que aceitou esta missão. Liberte-se !
- Volte a forma humilde que merece, carta Sakura !
- Isso foi uma obra sua, meu amor. Eu tenho certeza que foi você quem atraiu Flores até aqui. Porque não aparece para todos .
- Mas o que está dizendo, Shaoran ?
- Olá !
O rosto de Tomoyo iluminou-se. Ela não podia acreditar no que estava vendo. Sim, seu sonho se realizara. Era a sua amiga Sakura que estava ali e que viera falar com todos.
- Sakura ! Eu nem posso acreditar que você esteja aqui ! Mas como posso vê-la, já que não possuo magia ?
- Você pode não possuir magia propriamente dita, mas todos vocês têm uma magia dentro de si que os deixa vivos. E é através dessa magia, através desta energia que me comunico com vocês agora. Quero que saibam o quanto estou feliz em revê-los. Estou passando muito bem. Posso dizer isto apesar de estar morta. Eu amo a todos vocês.
- Nós também te amamos muito, mamãe !
- Tomoyo, poderia fazer-me um favor ?
- Mas é claro que posso.
- Cante para nós a canção Tomo e, que fala da amizade. Devemos estar sempre unidos por estes laços invisíveis.
- Certo.

Tomoyo começa a cantar e todos a acompanham na parte onde era antigamente o coral da Escola Tomoeda. Todos se abraçam muito forte, inclusive o anjo da Sakura. Todos começam a chorar, principalmente Shaoran, que deixou de lado o seu jeito durão para se emocionar com a homenagem feita ao seu único amor : Sakura.

Agora eu devo ir. Tchau amigos !
- Tchau Sakura !
Todos repetem a última frase num único coro, até que terminem de cair às últimas pétalas das flores da única cerejeira florida em pleno inverno.

Passou-se uma semana desde o dia do aniversário de Sakura. Lita, Tellu, Kha, Nanaka, Kero e Suppi-chan estavam no jardim da mansão de Tomoyo. Eles estavam tentando capturar uma carta Sakura. A carta era bastante rápida e por isso Lita e Kha agarraram-na para que Nanaka jogasse um feitiço que enfraquecesse a carta. Como isso não foi possível, Lita teve de fazer o sortilégio assim mesmo, agarrada na carta com Kha.
- Volte a forma humilde que merece, carta Sakura !
Antes da carta ser trancada, uma luz envolveu Lita e Kha. Até que ... (Imaginem bem a cena que se segue)
- O que é que eu tô fazendo segurando a carta ? Era para Lita estar segurando ela e não eu !
- Peraê, que roupa é essa que eu tô vestindo ?
- Deixe-me ver qual carta que era. MEU DEUS ! ERA A CARTA DA TROCA ! - diz Suppi-chan, aterrorizado.
- Isso quer dizer que eu vou ter de passar um dia inteiro no corpo da Lita ?
- E eu no do Kha ?
- Exatamente.
- E para voltar ao normal, quem ativará a carta ?
- Você.
- Mas como ?
- Faz o sortilégio abraçado com Lita, quer dizer, Kha.
Lita e Kha coraram.
- Mas como vamos voltar para casa assim, com os corpos trocados ?
- Santa paciência ! Vocês vão assumir as identidades de cada um até amanhã. É só por um dia !
- Não pense que é tão fácil assim, Kero !
- Eu sei disso, moleque. Eu já passei por esta situação. Troquei de corpo com o outro moleque, o Shaoran. Foi até engraçado.
- Ri da desgraça dos outros, Kero-chan. Vai ficar sem sobremesa !
- Lembre-se que esta é agora a sua casa, por um dia ...
- Mas eu não te dou a sobremesa do mesmo jeito.
- Você é muito mau, moleque !
- Quanto mais me chamar de moleque é que eu não te dou mesmo a sobremesa ...
- Chantagista !
- Não, eu apenas sei me aproveitar da situação ...
- Parem de discutir. Temos de avisar logo para os nossos pais !
- Mas no colégio nós não poderemos dizer.
- É algo que teremos de enfrentar.
Tellu e Nanaka, que até agora estavam caladas, desatam a rir.
- Posso saber qual é a graça de eu e Kha estarmos com os corpos trocados ?
- É uma situação bastante divertida !
- Imaginem um fazendo o papel do outro na escola ! Meu Deus, nada vai sair perfeito ! - completa Nanaka.
- É verdade ... vai ser difícil me passar por uma menina ...
- Olhem pelo lado positivo : é uma experiência única na vida que nem todo mundo tem oportunidade de experimentá-la.
- Tellu tem razão. Por que não tiram uma lição de vida deste incidente ?
- Cala a boca, Suppi.
Todos foram para as suas casas. Primeiro Kha, quero dizer, Lita entrou em casa e foi falar com Eriol e Tomoyo.
- Oi tia Tomoyo.
- Tia ? Kha, você está bem ?
- Sou eu, Lita. Fomos capturar a carta da Troca e acabou que eu e Kha trocamos os corpos.
- Meu Deus ! - isso veio acompanhado de uma risada - Desculpa, não posso evitar. A situação é engraçada e me lembrei de quando Shaoran e Kero trocaram os corpos.

Flashback-

Ah, você não é o Shaoran.
- Como é que você sabe, Tomoyo ?
- Li nunca falaria de videogame.
- É verdade, Tomoyo. Ontem a tarde, eu e o Li estávamos capturando uma carta e ele e Kero trocaram de corpos.
Tomoyo desata a rir.
- A Mei Ling já sabe ?
- Ainda não. Tentamos disfarçar o máximo possível.

Meu Deus ! Cadê o Li ?
- Achei !
- Cadê ?
- Dentro da máquina de videogame.
- Isso é uma missão para mim !
- Mas você nunca jogou isso, Kero !
- Deixe-me tentar ! Aliás, é o meu corpo que está lá !

Fim do Flashback-

Ai, tia. Para de rir.
- Desculpe-me.
- Amanhã vocês voltarão ao normal.
- Tio Eriol !
- Não se preocupe. Será apenas um dia. - "Será difícil, mas apenas um dia."
O que será que vai acontecer com Lita e Kha de corpos trocados ? Que situações ridículas eles terão de enfrentar no dia em que se seguirá ? Eles conseguirão ser discretos ? Aguardem.