CAPÍTULO 02- ESPORTES RADICAIS...SÃO AQUELES QUE ARREPIAM A NUCA...

Após o uniforme de Vegeta ficar pronto, Kakarotto levou-o para o norte onde era mais frio.

_ Não vamos esquiar, não é? Tem planetas com montanhas muito maiores que essas, rampas melhores...

_ Não... Vamos fazer snowboard.

_ Como?

_ Descer nesta pranchinha aqui.

_ Ficou maluco?

_ Está com medo?

_ O príncipe de sua raça não tem medo de nada, fique sabendo... vamos lá, só me mostre como é...

Vegeta teve que reconhecer a habilidade de Kakarotto naquela "pranchinha". Ele desceu, passou rampas, deu loopings, depois voltou com o rosto vermelho do vento.

_ Agora é sua vez...

As primeiras vezes foram desastrosas, mas nada que ferisse muito o orgulho de Vegeta. Logo ele pegou o jeito e se divertiu. As pessoas da pousada da montanha vieram recebê-los ao cair da noite.

_ Senhor Goku!! É sempre um prazer para nós quando o senhor vem aqui.

_ Muito obrigado. Este é o nosso príncipe, senhor Vegeta. Liguei avisando que viríamos.

_ Oh, sim.- e o velho proprietário fez uma profunda reverência – espero que nossas acomodações estejam ao seu gosto e a altura de recebermos nosso príncipe. Por aqui, por favor.

Vegeta nem pensou em retrucar que aquela espelunca nunca ia estar a sua altura... Deixou passar, encantado com as paredes de madeira grossa, tapetes feitos à mão, e um cheiro de comida caseira vinda da cozinha da pousada delicioso... No quarto, perguntou ao Kakarotto enquanto tirava as roupas molhadas de neve:

_ Por que o velho chamou você de Goku?

_Ah, porque eles tem uma certa dificuldade em lembrar do meu nome sayadjin. "É muito difícil" dizem os terráqueos. Então me explicaram que existe uma lenda sobre um macaco chamado Son Goku por estes lados... Como eu tenho rabo, ligaram uma coisa a outra.

_ Gentinha folgada... e você permitiu?

_ Que mal há, Vegeta? Olhe, você está esfolado aqui perto do ombro. Espere, eu vou pegar um creme para não infeccionar...

Vegeta olhou no espelho a mancha vermelha. E pelo espelho viu Kakarotto se aproximar com o creme, colocar um pouco nos dedos e passar no seu ombro. A pomada era gelada, contrastando com sua pele que estava quente. A sensação era boa, pois além de tudo, o creme era analgésico e aquilo estava ardendo... Mas ao encontrar os olhos de Kakarotto pelo espelho, Vegeta viu que ele ficava vermelho. Segurou sua mão.

_ Que foi?

_ Nem sei se o protocolo permite que se toque um príncipe assim, com tanta intimidade... Desculpe.

_ Bobagem...

E ainda segurando a mão do outro sayadjin, Vegeta passou o outro braço pelo pescoço dele, fazendo ele se abaixar um pouco e beijou-o de leve no começo, depois abrindo a boca. Kakarotto ficou mais vermelho. Vegeta se afastou para olhar e pensou divertido "oras, o garoto não sabe de nada. Como é diferente de Radditz. Deve ser por isso que Bardock o trouxe para cá. Para protegê-lo. Mas eu vou dar um jeito nessa inocência..."

 _ Oras, Kakarotto... você não tem namorada neste fim de galáxia?

_ Te-tenho... – gaguejou o outro, sem graça.

_ E vai dizer que este povinho atrasado não beija  na boca.

_ Oh, sim. Quero dizer, nunca com a boca aberta... – Kakarotto se sentiu mais envergonhado por passar a imagem de um caipira... o que o príncipe iria pensar dele?

_ Então eu vou te ensinar algumas coisas que um sayadjin precisa saber... afinal, você não pode destruir nossa reputação de melhores amantes do universo –riu Vegeta, malicioso – Que foi, não quer?

_ Quero – o rapaz mais novo abaixou os olhos envergonhado. – Mas está na hora do jantar... Depois, com mais calma...

Vegeta riu mais alto, mas concordou. O cheiro que vinha da cozinha fazia seu estômago reclamar também... E Kakarotto tinha razão.... nada de interrupções, depois.

Após um delicioso jantar, quase um banquete, Kakarotto pediu desculpas, mas o príncipe estava cansado da viagem e da tarde de exercícios e eles iam se recolher mais cedo. Vegeta bocejou: "que coisa idiota, dar satisfação aos outros" mas concordou em dar boa-noite e foi atrás de Goku.

No quarto, Kakarotto estava esperando, sentado na beirada da cama, como uma donzela na sua noite de núpcias, ansioso por agradar. Vegeta tentou nem se incomodar com isso, mas Goku era tão inocente, tão gentil em seu toque, que Vegeta acabou sendo delicado ao ensinar a "arte do amor sayadjin" para ele.

Depois, durante as outras viagens, era muita adrenalina durante o dia, com rapel, rafting, skate, patins on-line, paraglide, ou simplesmente voar... E a noite, gemidos e sussurros, risos e emoção...

Vegeta se sentia muito bem, descontraído, e ficava observando como Kakarotto tratava as pessoas. No começo com impaciência com o jeito dele, mas logo percebeu que ninguém era capaz de negar alguma coisa ao "Son Goku". Ele não era obedecido e respeitado pela força, mas por saber pedir. Sua guarda de honra daria a vida por ele, só por ser ele. Vegeta sentiu uma ponta de inveja... depois foi percebendo que até ele mataria se alguém magoasse seu amigo.

"É um bruxo! Enfeitiça a todos com sua lábia..."

De volta ao palácio de Kakarotto, Vegeta conheceu a namorada dele. Uma jovem, cujo pai era rei de um pequeno país e se tornou governador do mesmo, porque gostava do jeito de Kakarotto e não se opôs a entregar a região. Kakarotto o manteve no lugar e o rei Cutelo lhe entregou a filha única. Chi-chi era o nome dela, uma garota, na opinião de Vegeta, sem graça, magrela e bobalhona... A secretaria de Kakarotto, sim, era uma garota que valia a pena olhar duas vezes.

_ Quem é essazinha de cabelo verde?

_ Minha secretária, a Bulma.

_ Filha de algum figurão decaído também?

_ Não. Ela é órfã, encontrei-a nos escombros de um terremoto. Cuidei dela e agora ela cuida de mim. Tem boas idéias, cuida da administração do castelo, despacha os incovenientes, agenda meus compromissos, não sei o que seria de mim sem ela.

_ Cuida de tudo mesmo? – piscou Vegeta.

_ Bem... – e Kakarotto ficou vermelho, sem saber o que dizer.

Vegeta riu. Três meses depois, Goku ainda era inocente de tudo..

Até que chegou a hora de partir. Vegeta odiou, mas seu pai estava chamando. E ele já estava sentindo falta de um pouco mais de ação. Foi sem um pingo de tristeza, se sentindo totalmente revigorado.

Bardock veio visitar Kakarotto seis meses depois e achou o filho triste, reclamando:

_ Porque eu tenho que viver neste final de galáxia? Porque eu não posso ser como meu irmão e servir no exército imperial?

"Todos os deuses do universo te protejam e não permitam que você fique na sombra do seu irmão, meu filho" – pensou o pai, horrorizado – "eu não quero tomar o lugar deles, mas enquanto eu puder evitar, vocês não ficarão juntos."

_ Está se sentindo entediado? Seus mestres não estão lhe ensinando mais nada?

_ Não sei, não tenho mais gosto em treinar. – e saiu, chateado, porque nem seu pai entendia...

Mas conversando com Chi-chi, Bardock começou a entender muito bem.. O que nem seu filho entendia era que ele estava apaixonado. E por uma pessoa fria, cujo humor mudava de acordo com a ocasião... Bardock resolveu jogar com um trunfo:

_ Chi-chi, você ama meu filho, não?

_ Claro, senhor. Mas ele não me ama.

_ Primeira paixonite... Passa logo. Jogue com suas armas de mulher, Chi-chi.

_ Eu... e se ele achar que eu sou uma vadia?

_ Arrisque, que eu cubro sua retaguarda.

Chi-chi foi se aconselhar com Bulma. Esta ficou vermelha, mas aconselhou o mesmo que Bardock: o jeito era avançar primeiro. E planejaram com cuidado.

Na noite seguinte, Chi-chi seduziu Kakarotto.