Essa fic está em período indeterminado de luto pela morte INEXPLICÁVEL no livro Ordem da Fênix. Seria interessante que cada um fizesse um minuto de silêncio em respeito a esta pessoa tão admirável que nos deixa nesse momento tortuoso mas sempre viverá em nossos corações...
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Capítulo 19- A luz do luar
Gina não conseguia parar de pensar nas últimas palavras de Harry. E agora que estavam em guerra? O que aconteceria? Era hora de saber quem realmente era Draco Malfoy. Esse momento que ela vinha adiando por tanto tempo finalmente chegou e Gina queria poder ter a chance de adiá-lo mais um pouco. Estava realmente temerosa pelo que iria ouvir dele. Poderia ser o fim de tudo. Fim de toda a história que teve entre eles. Gina não namoraria alguém que lutasse contra ela, que quisesse matar seus pais, seus irmãos e seus amigos e sabia que Draco também não ficaria nada satisfeito em namorar uma menina cujos familiares querem a todo custo mandar seus pais para Azkaban.
Por quê eles estavam em lados opostos? Se tivessem do mesmo lado não seria tudo mais fácil? Mas qual lado escolher? Gina queria que ele viesse pro seu lado e ele queria que ela fosse para o lado dele, o que ela não faria. "Nunca... Nunca servirei a ele". O que mais a atormentava é que ela sabia que Draco tinha essa relação com Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, mas não queria acreditar. Em fato, existia uma voz no fundo da sua cabeça que dizia que Draco não era assim, que ele era uma boa pessoa, que ele não lutaria contra ela e sim lutaria com ela, ajudando inclusive Dumbledore e seus aliados na luta contra as Trevas. Mesmo sabendo que isso era um grande devaneio, Gina achava muito mais interessante acreditar nessa última hipótese e então uma outra voz, certamente mais notável (já que gritava dentro da sua cabeça) lhe dizia para parar de ser tola e ver o que era a verdade: Draco não faria isso. No máximo ficaria imparcial. E isso seria muita coisa para um Malfoy.
Outra coisa que martelava na cabeça de Gina era que ela achava que Draco sabia o que aconteceria em Hogsmeade e por isso a persuadiu a não ir. Realmente era estranho que ele quisesse ficar no castelo enquanto todos iam para o vilarejo. Se isso se concretizasse, certamente ela ficaria furiosa com ele. Ele poderia ter arranjado um método de avisar a todos o que aconteceria e não somente a ela! Era isso que uma outra pessoa faria se soubesse. Quer dizer, uma pessoa decente, com valores. Harry alertaria a todos. Ele fez isso quando o Lord voltou, mesmo que ninguém acreditasse nele. E Draco não poderia simplesmente fazer isso? Poderia ser feito anonimamente. Ninguém saberia que havia sido ele. Mas não... Ele somente alertou a ela. Muitos poderiam ter morrido hoje. Inclusive seu irmão. Será que ele achava que ela poderia ser feliz mesmo depois de perder tantas pessoas queridas nesse ataque? Não! Ela iria preferir ter ido junto a se sentir impotente diante dos fatos. A morte é irreversível mas é muito mais dolorosa para aqueles que ficam. Onde ele estava com a cabeça? Sabia também que não poderia acusá-lo sem antes conversar. Fez isso uma vez e se arrependeu amargamente por isso.Se ele confirmasse que sabia do ataque, Gina pensaria numa atitude a se tomar.
Dumbledore se levantou e fez com que todos os burburinhos parassem. Ficou um tempo em silêncio e olhou para cada um que estava presente naquele salão. Depois começou a falar.
- Creio que vocês já estão cientes do que aconteceu a poucas horas atrás. A grande maioria de vocês estava em Hogsmeade esta tarde e presenciaram o que ocorreu. Devemos, certamente, algumas explicações. Sim, eles estavam atrás dos alunos filhos de trouxas que estudam aqui em Hogwarts. Isso é o que Voldemort – Harry viu muitos alunos se encolherem – e seus seguidores pensam que é uma brincadeira. E infelizmente, isso foi longe demais. Nós perdemos mais um integrante da Lufa-Lufa nesse ataque. Peço que cada um de nós faça um instante de silêncio pela memória de nosso companheiro e aproveite para pensar onde e quais são as suas prioridades.
Todos ficaram um momento em silêncio, inclusive os alunos da Sonserina. Harry sabia que eles obedeceram não em respeito a Justino e sim porque sabiam que se desobedecessem, Dumbledore ficaria realmente bravo.
- Vocês também devem saber que Voldemort declarou guerra a nós. É necessário que cada um agora crie dentro de si a vontade de acabar com toda essa injustiça que nós estamos sendo obrigados a engolir neste momento e querermos acabar com ela, sem que mais nada deste nível ocorra conosco. Certamente, nós não queremos perder mais nenhum amigo nesta guerra sem precedentes, como aconteceu com Cedrico, Justino e Hagrid. Espero que não seja necessário que mais alguém se vá para que tomemos conhecimento no que estamos envolvidos. Vejam bem, não estou exigindo que nenhum de vocês tome esta guerra para si, apenas estou alertando-os sobre o que está para vir e aqueles que quiserem combater, estaremos esperando-os.- Dumbledore respirou fundo. Mais uma vez se demonstrou cansado.- Em respeito à memória de Justino Finch-Fletchley, a festa de hoje está cancelada. É só. Estão dispensados.
Todos saíram falando bastante alto. Em grupos, muitos seguiram para o Salão de suas casas, alguns foram para biblioteca e outros seguiram para falar diretamente com os professores. Gina, no entanto, procurou Draco e ao cruzar o seu caminho, deu-lhe um sinal significativo com a cabeça, e seguiu para a sala do quarto andar.
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Não demorou nem cinco minutos que Gina entrou na sala, Draco apareceu. Parecendo que já sabia o que vinha pela frente, ele nem tentou abraçá-la, apenas se aproximou.
- Aconteceu algo, Gina?
- Não vou enrolar. Eu quero que você me diga a verdade. Você está me entendendo bem? Eu quero TODA a verdade. Se você mentir pra mim, eu ficarei muito chateada.
- Tudo bem. A verdade. Sobre o quê?- Draco se fez de desentendido.
- Sobre o passeio de hoje. Você não quis ir e me convenceu a não ir também. Você certamente sabia o que iria acontecer, não sabia?
Draco ficou um momento em silêncio, pensando bem rápido. Poderia dizer a verdade pra ela, mas ele era esperto o suficiente para saber que ela ficaria completamente revoltada com ele se soubesse. Por outro lado, poderia mentir, dizendo que não sabia de nada, ela não tinha provas sobre isso, mas se um dia ela descobrisse que ele havia mentido pra ela, ele estaria em maus lençóis. Voltando pra primeira opção, Draco sabia que seria bem difícil da Gina perdoá-lo. Ela alegaria que seria muito melhor que ele tivesse contado a verdade pra ela, antes do passeio e não tê-la enganado. Ou então, ainda alegaria que ele deveria ter avisado Dumbledore. Na segunda opção, Draco poderia mentir até mesmo quando ela descobrisse que ele sabia, podendo assim enrolá-la por mais tempo. Draco logo descobriu o que deveria fazer.
- Lógico que não, Gina! O que você está insinuando? Que eu tenho ligações com o Lord ou com algum Comensal?
- Não me faça de estúpida, porque eu não sou. Eu sei muito bem do que seu pai é e não precisa mais me enganar, ok?
- Você não sabe de nada! Você pensa que sabe! Todos pensam que sabem, mas na verdade estão acusando-o do que ele não é.
- Tá bom, Draco. Todos são malucos então...- Gina disse, irônica.
- Pois devem ser. Se você me apresentar uma prova... Não quero nem três... Quero apenas uma prova de que meu pai é um comensal, eu paro de te importunar com isso. Vamos! Me diga!
- O Harry! Harry viu seu pai na reunião dos Comensais naquele cemitério! – Gina quase gritou.
- Ele é um louco! Nem sei se aquilo foi mesmo verdade ou fruto da fértil imaginação do Potter! E além do mais, alguém tem uma prova do que ele disse é verdade? HEIN?- Draco estava se alterando de verdade, pois ele sabia que precisava fazer Gina acreditar nele.
- Não. Não tem. Mas Dumbledore acredita nele.
- Dumbledore acredita em tudo o que Santo Potter diz. E você sabe que isso é verdade.
- Mas...Mas...- Gina estava fraquejando. Draco possuía um grande dom de persuasão e isso, ninguém poderia negar. Mesmo estando errado, ele conseguia fazer as pessoas acreditarem no contrário.- Mas Dumbledore é um sábio. O maior bruxo dos últimos tempos!
- Eu sei, Gina.- Draco não concordava com a afirmação feita pela namorada, mas se retrucasse, a coisa poderia ficar muito pior e eles ficariam horas discutindo quem era o maior bruxo do século.- Mas lembre-se que o nosso diretor ainda é humano e sendo assim ele possui todo o direito de errar.
Gina parou por um momento, pensando. Draco parecia estar certo e dizer a verdade. Ainda não havia acreditado muito bem na história que ele lhe disse sobre o pai dele, mas havia de convir que ele não havia deslizado em nenhum ponto. Só tinha uma última carta na manga e se Draco rebatesse essa, ela não teria mais como retrucar.
- Então... Se seu pai não é um Comensal ou não tem ligação alguma coma Arte das Trevas, por quê todos dizem isso dele?
- Minha querida...- Draco disse, meio que irônico, meio que suave.- Compreenda...Eu sou um Malfoy, meu pai também é, logicamente. A fama da minha família vem de anos e anos. Muito antes de o meu tataravô nascer. No nosso caso, as pessoas têm a tendência de achar que somos maus antes de pensarmos que somos bons. E certamente, nossas atitudes às vezes, não nos ajudam a limpar a nossa imagem. Não serei hipócrita...- Draco teve que se segurar para não rir da própria afirmação.- Tenho que admitir para você que nós não somos as melhores pessoas do mundo, aliás, você mesma sabe que eu não sou um modelo de conduta a ser seguido. Mas daí, a você vir me dizer que temos ligações com as Trevas... Isso não é verdade, Gina. Acredite. Por favor...
Pronto. Draco havia respondido (e de um modo muito convincente) o que ela havia perguntado. Não tinha outra alternativa a não ser, acreditar. Gina balançou a cabeça, afirmativamente. Draco avançou e lhe deu um forte abraço.
- Draco... Então me explique por quê você não quis ir para Hogsmeade hoje...- Gina pediu, ainda abraçada com ele.
- Não sei. Realmente não sei.- Draco a soltou um pouco do abraço, ele ainda mantinha as mãos na cintura da menina. Olhou-a nos olhos. Tinha a capacidade de conseguir mentir sem deixar nada transparecer. Muito menos no olhar. Uma das vantagens de ser um Malfoy e principalmente de ter sido criado vendo Narcisa Malfoy utilizando seu poder de convencimento.- Eu senti algo estranho.Como se fosse um pressentimento acho. Na realidade, me deu uma vontade imensa de permanecer aqui no castelo, com você. E isso não é nenhum crime. É?
- Não. Não é. - Gina o abraçou novamente.- Fico tão satisfeita que você não tenha nada a ver com isso. Fiquei tão apavorada... Você nem faz idéia. Lembra da minha amiga Cindy?
- A trouxa?- Draco perguntou, inocentemente.
- Ela é bruxa! Mas se você se referia aos pais dela, sim, ela é a filha de trouxas.
- Você me entendeu. O quê tem ela?
- Ela foi atacada. E teria morrido se não fosse pelo Harry.
- Santo Potter...
- Não seja irônico, Draco. Ele a salvou e sou muito grata a ele por isso. Cindy é minha única amiga.
- E eu? Não conto?- Draco fez uma cara de ofendido, que fez Gina sorrir.
- Lógico que conta, meu amor. Só que a nossa relação é bem diferente da que eu tenho com a Cindy né?
- Ah, graças a Merlin! Eu não sou avançado nesses termos não... Cruzes! – Draco emitiu um som, claramente em repulsa às relações homossexuais. Gina gargalhou, mas parou, logo em seguida. Draco não sorriu com ela. Olhava-a profundamente, como se a admirasse.
- Eu te adoro, sabia?- Draco acariciava o rosto dela - Não sei o que eu faria se você tivesse ido hoje, nesse passeio, e alguma coisa tivesse acontecido a você...
- Eu estou com tanto medo. Toda a essa guerra. Não sei o que pensar. Estou apavorada, Draco.
- Não se preocupe. Como te protegi hoje, eu irei te proteger pra sempre. Nada de ruim acontecerá a você, está bem?
Gina poderia continuar reclamando por horas. Poderia dizer que não adiantaria nada que ele a protegesse e a família dela continuasse desprotegida, porque se algo acontecesse com eles, ela sofreria do mesmo modo. Poderia perguntá-lo o que ele queria dizer com "Como te protegi hoje" e mais um monte de coisas. Porém, ela estava tomada por um sentimento forte, que apagou todas essas perguntas e comentários na sua cabeça. Ela só conseguia pensar no que Draco havia acabado de lhe dizer. Inconscientemente, ele havia dito pra ela que eles ficariam juntos para sempre e o fato dele ter afirmado que a protegeria a fez se sentir forte, como nunca havia se sentido antes. Era uma promessa. Promessa de dias felizes ao lado dele. Ah, como ela o amava. Agora sabia que o que sentia por Harry não era nada mais do que um simples gostar. Sabia que o quê ela sentia por ele era apenas uma mera necessidade de afirmação que Harry certamente a daria. Nada comparado do que Draco dava pra ela. Uma felicidade fora do comum, companheirismo, amizade... Amor. Sim, eles brigavam e, talvez era isso que fazia o relacionamento deles dois ser tão completo. Nunca caía numa rotina. Quem disse que o sinônimo da perfeição, é ser completamente bom? A perfeição é um conjunto de todas as coisas boas e todas as coisas más, até conseguir um equilíbrio, formando um todo, sem que nada prevalecesse. E assim, Gina poderia dizer, tranqüilamente, que ela tinha um relacionamento perfeito.
Ela o beijou com ânsia. Como nunca havia beijado antes. Logo percebeu que este era um beijo completamente diferente do que havia dado antes. Era sedutor, forte... Sexy. E aquilo não parecia errado naquele momento. Ela tinha certeza que não estava vermelha e que o fato de estar quente não era nada relacionado a sua timidez. Gina sabia que ele a completava. E ela queria se sentir completa. Não sabia muito bem até onde teria que ir para conseguir se sentir satisfeita mas tinha a completa certeza de que iria até onde fosse preciso. Era a hora. Ela sabia.
Draco se sentiu surpreso ao ver a intensidade do beijo que Gina havia iniciado e logo mil coisas vieram na sua cabeça. "Ela somente está fazendo isso porque está assustada ou porque apenas quer se sentir protegida." Ou "Será que eu estou entendendo bem? Vai ver não é isso que ela está querendo nesse momento e este beijo seja um como qualquer outro.". E ainda " Por Merlin... E se algo der errado? E se eu não souber o que fazer?". Todos os pensamentos saíram da sua cabeça, quando Gina, ainda mantendo o beijo, deu um giro de 180 graus e se encostou à mesa, onde Draco estivera apoiado.
Gina não tinha total consciência do que tinha que fazer, apenas seguia os seus instintos. Sua mão deslizava pelas costas e pelos braços de Draco, como nunca havia feito antes. Subiu sua mão até o cabelo dele e o despenteou um pouco. Ele não deu o mínimo sinal de se importar. Na realidade, ele colocou as mãos, uma em cada perna dela, acariciando-as. Gina não se importou. Tudo parecia certo naquele momento. As mãos deles se dirigiram para a parte de baixo da perna e com um impulso só, Draco a levantou e a colocou sentada da mesa. Ela se afastou do beijo e sorriu um pouco. Ele não sorria. Ainda a olhava, sedutoramente, deixando claro que a desejava. Ela a puxou para outro beijo, tão ou mais intenso que o anterior. Draco foi deslizando-a pela mesa, até que ela ficasse completamente deitada. No entanto, quando ia se deitar por cima dela, Draco parou. Gina demorou um tempo para perceber, até que abriu os olhos.
- O que houve?
Draco ficou um tempo em silêncio, somente admirando-a. Até que respondeu.
- Você sabe realmente o que você quer?
Gina sacudiu a cabeça afirmativamente.
- Você não pareceu muito convencida disso.
Gina se sentou.
- Tenho certeza absoluta do que eu quero. Quem não parece ter muita certeza aqui é você.
- Eu quero desde a primeira vez que te beijei. Você não faz nem idéia do quanto que eu tenho pensado, imaginado, até sonhado com isso. Mas nunca nem te pressionei. Esperei que você se decidisse.
- Então por quê você parou?- Gina perguntou confusa.
- Somente porque fazer amor com você em cima de uma mesa não foi exatamente o que eu imaginei. Eu não quero que seja assim. Não quero que daqui a anos você se lembre que foi feito assim. Quero que você nunca se arrependa.- Draco se aproximou do ouvido dela e sussurrou - Quero que seja inesquecível.
Gina sentiu os pêlos do seu pescoço se arrepiarem, mas ficou aborrecida.
- Por quê você não parou logo? Poderia ter poupado muita coisa.- Gina se sentia envergonhada, até porque ela tinha iniciado tudo aquilo e agora se sentia como se Draco tivesse uma impressão errônea sobre ela.
- Simplesmente porque eu não conseguia pensar. Você me enfeitiça... Eu já lhe disse isso.
Gina sorriu e se sentiu aliviada. "Não... Ele não pensou nenhuma besteira".
- Você realmente quer, Gina?
- Quantas vezes você vai perguntar isso, Draco? Tô começando a achar que você está querendo me demover da idéia.
- Eu? Eu seria um completo louco se eu fizesse isso. Eu só quero ter certeza que é isso que você quer.
- Eu quero. Tenho certeza que esta é a hora certa e a pessoa certa.
Draco deu-lhe um beijo leve nos lábios.
- Então amanhã não jante. Venha aqui pra sala no horário do jantar. Farei uma surpresa pra você.
- Ah... Certo. Já entendi que você pretende me deixar nervosa.
Ele sorriu.
- Nunca. Quero que você esteja bem calma pra te dizer a verdade. Mas faça isso que você não vai se arrepender.
Gina deu-lhe um selinho.
- Acho que já está na hora de seguirmos pras nossas Casas.
- Bem lembrado.
Draco desceu Gina na mesa e seguiram pra o Salão Comunal de suas casas.
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Draco sentou-se na sua cama. Tinha muito que pensar. Finalmente havia chegado a hora que tanto havia esperado ao longo de quase um ano que estavam juntos. "Um ano... Já estamos há tanto tempo juntos. E pra mim que entrei por aquela porta tentando acabar com tudo e iniciei um namoro com uma Weasley.". Draco sorriu se lembrando dos encontros de quando ainda tentavam se enganar de que não queriam ficar juntos. "A Weasley que me fez amar uma garota como nunca amei ninguém antes...". Draco até sentiu um arrepio na espinha ao afirmar isso. Mesmo sendo somente para si, ele sabia que essa era uma sentença importante. Ainda mais quando se lembrava das palavras de seu pai: " Você pode muito bem dizer alguma coisa para uma outra pessoa e isto pode não ser verdade. Mas a partir do momento que você afirma alguma coisa para si mesmo, não adianta negar, essa é a realidade e você não pode fugir dela."
E agora precisava fazer uma surpresa para ela. Porém desta vez não se sentia nervoso como se sentiu na noite anterior, quando tinha que fazer um piquenique. Não se sentia porque já havia imaginado tudo o que deveria fazer. Todas as vezes que imaginava o dia em que teria Gina só para si, ele realizava também como seria e o que ele faria . Portanto, já tinha tudo certo na sua cabeça o que iria fazer no outro dia de manhã.
A única coisa que precisava era de uma menina que o ajudasse. Afinal, ele sabia o que fazer mas não como fazer. E nisso, as meninas são profissionais. Esse era o grande problema. Que menina? A única com quem ele tinha intimidade, além de Gina, é lógico, era Pansy Parkinson, que estava completamente monossilábica com ele desde quando ele havia dado um fora nela. Pensou com todas as forças em alguma, mas nenhuma vinha na sua cabeça. Quando estava quase adormecendo, um nome, como se fosse um sinal, apareceu na sua cabeça: Cindy Landew. "É lógico! Cindy sabe sobre nós, é amiga da Gina! Ela não vai se importar".
Virou-se de lado e começou a dormir. Teria muito que fazer pela manhã.
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Acordou bem cedo e correu para o corujal, onde enviou um bilhete para Cindy. Ele teria que ser entregue ainda durante o café da manhã, para que ela o encontrasse no corredor da Sala de Transfiguração. Assinou como Michael Corner, pro caso de Gina ver o bilhete.
Ao ver que Cindy recebeu o bilhete, Draco (enquanto Gina e ela liam o bilhete, sorrindo) saiu do salão.
Logo depois, Cindy, sorridente, apareceu no corredor. E chegou perto dele já sem sorrir.
- O que você está fazendo aqui?- perguntou desconfiada.
- Fui eu que te enviei aquele bilhete, Landew.
- Por quê?- perguntou incrédula.- Era pra Gina?
- Não. Era pra você mesmo por isso que assinei usando o nome do Corner.
- Ainda não entendi o por quê disso...
- Lógico, eu ainda não expliquei.- Cindy fez um muxoxo contrariado - Preciso da sua ajuda.
Cindy gargalhou.
- Eu? Te ajudar? Tá pedindo pra pessoa errada.
- Você não quer me ajudar?
- Não.
- Tô vendo que eu vou ter que implorar não é? Será que é tão complicado assim ou você ainda não percebeu que eu quero fazer uma coisa pra Gina? Ela é sua amiga não é? Evitando ajudar a própria amiga, tsc, tsc. Essas amizades de hoje em dia...
- Olha aqui, loiro aguado, eu não estou deixando de ajudar a Gina, estou deixando de ajudar você. Sacou a diferença?
- Você deixando de me ajudar, deixa de ajudar a Gina.
- Desde quando vocês dois passaram a ser a mesma pessoa? Aposto que foi você que virou a mulher, Malfoy.
Draco conteve o ímpeto de partir pra cima dela. Estava sendo mais difícil do que pensava.
- Eu estou pensando em realizar um jantar pra Gina e pra isso preciso da sua ajuda.
- AHHHHHHHHHH - Cindy emitiu, sonoramente.
- Entendeu agora? Pensei que seria preciso desenhar.
-
Não... Não foi preciso. Mas se você quiser
liberar seus dotes artísticos, siga em frente.Realmente preciso dar boas
risadas...
Draco revirou os olhos.
- Olha... Preciso da sua ajuda e se a gente ficar discutindo, nós não vamos a lugar nenhum. E então? Vai me ajudar ou não?
- Quando que é o jantar?
- Hoje.
- Hoje??? Por quê você não me disse antes? É preciso tempo pra fazer essas coisas!- Cindy disse, aborrecida.
- Simplesmente porque eu decidi fazer ontem. E já prometi pra ela. Não tenho como desmarcar.
- Tudo bem... Eu te ajudo. Mas...Por quê você quer fazer esse jantar, hein? Tô achando que tem cobra tentando dar o bote... Tá pensando em perversão é, Draquito?
- O que você acha não faz diferença. E não quero que me trate com tanta intimidade... Draquito... Ridículo.
- Tudo bem.- Cindy deu meia-volta, querendo ir embora. Parou quando Draco disse:
- Aonde você vai? Não vai me ajudar?
- Vou. Tava só fazendo um charme.
Draco revirou os olhos novamente. Estava achando aquela menina realmente estúpida.
- Então vamos logo, preciso te explicar o que quero fazer.
- Tudo bem. Você realmente é parecido com o seu pai, sabia?
- Por quê disso agora?- Draco perguntou enquanto caminhavam.
- Porque ele me respondeu assim, quando eu falei com ele no Beco Diagonal.
Draco sorriu. Mais pra si do que pra ela.
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Passaram o dia quase todo juntos. Depois de muitas brigas, respostas irônicas, gargalhadas (sempre vindas de Cindy, é lógico) e um pouco de conversa, conseguiram terminar de ajeitar a sala.
- Ufa! Pensei que nunca terminaríamos.- Cindy comentou, com as mãos nas costas.- Estou exausta.
- Eu nunca achei que preparar um jantar tão simples desse tanto trabalho.
- Quando o jantar é planejado não dá, mas quando algum ser inventa de fazer um em menos de vinte e quatro horas resulta nisso.
- Que interessante... Pela primeira vez desde que estamos juntos você demorou mais de uma hora pra me dizer isso.- Draco respondeu com um sorriso debochado.
Cindy retrucou com um sorriso mais debochado ainda. Draco se surpreendeu. Não achava que isso fosse possível.
- Bom... Acho que minha tarefa acaba aqui.- Cindy deu uma olhada geral na sala.- Realmente fizemos um bom trabalho, Draquito.
- Não vou mais perder o meu tempo tentando fazer você não me chamar mais dessa porcaria de apelido. Já te disse mil vezes que eu odeio.
- E por quê você acha que eu continuo te chamando assim?
- Não interessa. Sei que se eu não precisasse da sua ajuda eu já teria te mandado pra um lugar não muito interessante.
- Eu não quero visitar a sua casa, Malfoy.- Cindy riu.
- Tá legal. Acho que já está na hora de você sumir da minha frente e nunca mais voltar a aparecer. Como te parece essa idéia?
- É assim que você me paga por todo o meu esforço?- Ela perguntou com um tom falsamente chateado.
- Se você quiser se matar pra mim, seria melhor. Menos um sangue-ruim no mundo.- Depois que havia falado, Draco percebeu que a havia ofendido. E como sempre não se importou.
- Estava esperando a hora que você iria me dizer isso. Bom... Já vou indo. Parece que a nossa convivência finalmente passou do insuportável para o impossível.
- Concordo.
Cindy já ia se preparando para sair. Quando tocou a maçaneta, se virou.
- Ei...- Draco tornou a olhar para ela.- Não esperava mesmo que você me agradecesse por tudo que eu te fiz ou por ter te ajudado. Mas em troca do meu esforço, eu te peço... Faça-a feliz. Ela merece.
Draco apenas concordou com a cabeça. Seu instinto natural havia mandado que ele ficasse só nisso, mas quando a menina se virou novamente para sair, Draco, visivelmente num conflito interno, disse:
- Eu agradeço.
Cindy olhou para ele, sorriu e saiu da sala.
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Gina estava completamente nervosa. Precisava se arrumar mas não podia exagerar já que, apesar de tudo, ainda estava numa escola. Não sabia se iria se maquiar ou se manteria apenas um batom comum. Estava totalmente confusa e perdida e na hora que mais precisava de Cindy, não a encontrava.
Depois de mais ou menos meia hora tentando decidir o que fazer, optou por apenas um batom e uma roupa simples e seguiu para a sala do quarto andar.
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Gina avistou Draco encostado na porta, descontraído. Durante todo o percurso até ele, Gina foi analisando-o. "Céus... Como ele é lindo!", era a única coisa que conseguia pensar. Sua beleza não era somente física, como muitos diziam. Era muito mais. Ele estava sempre tão bem arrumado e ao mesmo tempo despojado. Tinha atitude, não se importava com o que os outros pensavam ou deixariam de pensar (com suas devidas exceções). Mantinha sua opinião não importando a condição... Sim, ele era único e isso fazia com que Gina se sentisse assim também.
Ela parou na frente dele e lhe deu um beijo leve nos lábios. Sem dizer uma palavra, Draco tampou os olhos dela e a dirigiu para dentro da sala. Parou-a no centro da sala, deu-lhe um beijo no pescoço e depois tirou as mãos dos olhos dela. Gina ficou completamente admirada com o que via. Nunca conseguira imaginar que Draco iria lhe fazer uma surpresa desse porte.
As cadeiras da sala haviam sumido. Ao invés, tinham um grande número de almofadas jogadas pelo chão (o que fez Gina achar que ele transfigurou as cadeiras nas almofadas) e uma mesa redonda na sua frente, com duas cadeiras, bem no centro da sala. A mesa coberta por uma toalha branca, até os pés, estava belamente arrumada. Os pratos sobrepostos, junto com os talheres, taças, uma garrafa de suco de abóbora e o que chamou mais atenção a ela: seis velas flutuavam sobre a mesa, três de cada lado, sendo separadas por um singelo vaso de flores. Um aroma de jasmim invadia a sala.
Ela olhou pra cima e viu que o teto da sala também estava enfeitiçado. Utilizando um feitiço parecido com o que foi colocado no Salão Comunal, Draco fez com que parecesse um céu estrelado acima deles. Uma lua cheia, muito bonita, pairava do lado esquerdo do "céu". Gina estava abismada.
- Eu resolvi apelar para o fictício já que o céu não nos ajudou muito hoje...- Draco sussurrou no ouvido dela.
- Você fez tudo isso, Draco? Só pra mim?- Draco sabia que essas perguntas não necessitavam de respostas. Era como se ela tentasse fazer com que ela mesma acreditasse no que estava vendo.- Fez sozinho?
- A grande parte sim...- Respondeu com sinceridade.
- Quem te ajudou?
- Isso realmente importa nesse momento?- Draco deu-lhe um beijo leve na mão dela.
- Não importa mas a minha curiosidade é maior.
- Bom... Espero que você não se chateie...
- Não me diga que foi a cara de buldogue!- Gina colocou as mãos na cintura de um modo inquisidor.
- Lógico que não! Foi a sua amiga Landew. Eu sou Michael Corner, muito prazer.- Draco sacudiu a mão dela, em cumprimento. Gina sorriu.
- Por isso que ela sumiu o dia inteiro! Olha o que vocês dois ficaram fazendo aqui nessa sala, hein..? Num tô gostando disso não!- Ela disse em tom visível de brincadeira.
- Se você visse quantas vezes a gente quase assassinou um ao outro aqui dentro, isso nem passava pela sua cabeça.
- Imagino.
- Bom... Chega desse papo. Vamos comer?
Gina não estava com nem um pingo de fome porque ela sabia o que viria depois. Porém não poderia fazer essa desfeita para ele.
Jantaram em silêncio. Draco fazia isso simplesmente porque era o costume que ele tinha desde criança, já Gina era porque estava nervosa demais para falar. Estava com medo de comer alguma coisa que afetasse o seu hálito, inclusive imaginou cenas horríveis, como ter um imenso pedaço de alface grudado no seu dente. De uma coisa ela estava certa: assim que acabasse o jantar, correria para o banheiro. Imaginava também o que aconteceria depois, se tudo daria certo, se ela saberia o que fazer, enfim, as mesmas dúvidas que tinha antes do seu primeiro beijo, com suas devidas proporções, é lógico.
Assim que acabaram de jantar, tinha pediu licença e foi até o banheiro que tinha no mesmo corredor. Enquanto isso, Draco aproveitou para transfigurar a mesa do professor (que ele sempre se encostava ou se sentava, que ele havia deixado estrategicamente no canto), numa cama. Só torcia pra que Gina quando visse não morresse de vergonha e saísse correndo da sala.
Gina retornou, tão vermelha que chegava a ficar da cor dos seus cabelos. Draco se aproximou dela e deu-lhe um beijo nos lábios. Gina murmurou:
- Você sabe o que fazer, não é? Digo... Para se proteger...
- É lógico. Já pensei em tudo. Fique tranqüila... Nunca colocaria você em perigo.
[[Atenção: Pra aqueles que não desejam ler uma cena mais quente entre eles, role um pouco mais a tela, até achar um outro aviso como esse.]]
Ele a envolveu com os braços, apertando-a forte. O abraço fez com que ela se sentisse querida e confortável. Ele parecia apenas querê-la nos braços. Com a cabeça pousada nos ombros dele, Gina deixou escapar um suspiro cheio de felicidade.
Draco levantou o rosto de Gina com a ponta dos dedos. A boca dele fechou-se sobre ela, dando um beijo ternamente apaixonado. Ela sentiu um calor, espalhando-se pelas suas veias, no mesmo tempo que sentia o ardor amoroso de sua carícia. Ele desviou um momento da boca dela para mordiscar o lóbulo da sua orelha e voltou para a boca, beijando-a intensamente. A carícia errante das suas mãos lhe provocava um desejo febril.
Durante o beijo, Draco a levava para perto da cama, sem que esta percebesse. Ao soltá-la, ele olhou-a profundamente e ela pôde ver aqueles olhos azuis, desarmados, sem nenhuma barreira que ali normalmente tinha. Só conseguia ver sentimentos doces e isso fez com que ela se sentisse segura. Com um toque leve, ele fez com que ela se sentasse na cama, e em seguida, ajoelhou-se de frente pra ela. Começou a retirar sua camisa lentamente, não tendo nenhuma pressa. Conseguia refrear seus instintos porque apenas queria fazer que este momento entre eles se tornasse único.
Ele jogou a sua blusa no chão e se aproximou mais da menina, sem retirar os olhos dela. Não sorria, mas sua expressão era leve, como se estivesse imensamente feliz. Sentou de um modo onde suas pernas se tocavam e esse mínimo contato foi suficiente para que ele sentisse que cada parte do seu corpo ansiava por estar perto dela. Gina sentiu os dedos de Draco tentando desabotoar a frente da sua blusa. Por um momento pareceu hesitar, mas logo se lembrou que era isso que ela queria e deixou-se levar. Poderia sentir suas mãos, levemente trêmulas, ao tocar sua pele. Os dedos frios de Draco passearam por um momento pelo colo de Gina até que ele murmurou:
- Você é linda... Muito mais do que eu imaginava...
Ela apenas sorriu, nervosamente, mas agradecida. Sentia-se mais aliviada agora, era um temor a menos que tinha para se preocupar.
Draco iniciou um novo beijo, que ia aumentando cada vez mais de intensidade até que Gina se sentiu explodindo em chamas. Naquele momento, ela já tinha esquecido que havia um mundo do lado de fora e que agora, só existia eles dois. Somente eles, feitos especialmente um para o outro. Novamente, ele foi empurrando-a de um modo delicado, até que ela ficasse completamente deitada na cama. Jogou seu peso aos poucos em cima dela, afinal, tinha uma maior preocupação no que ela estava sentindo do que com ele mesmo. Seguindo o exemplo de como havia feito com a sua blusa, Draco retirou o restante da sua roupa calmamente e o mesmo ela fez.
Os lábios quentes dele desceram para o pescoço da menina, enquanto ela, com carícias trêmulas, percorria suas costas e ombros. As mãos exploradoras dele descobriram e sondaram suavemente as suas partes mais íntimas, fazendo com que Gina perdesse todas as suas inibições ou temores.
Um gemido leve escapou-lhe da boca quando sentiu as pernas dele deslizarem intimamente entre as suas e um arrepio alucinado percorreu-lhe o corpo. Em seguida, Gina foi envolvida por um turbilhão de sensações, sem conseguir distinguir o que era realmente que prevalecia. Um tremor atingiu os dois, até que ficaram fracos e esgotados.
- Eu te amo...- Gina murmurou, um pouco ofegante.
- Eu também, Gina, eu também.- Draco respondeu, com um sorriso nos lábios, para logo em seguida dar um beijo doce na sua namorada.
[[ Pode continuar daqui pra baixo]]
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- Gina... Posso te perguntar uma coisa?- Draco perguntou. Ainda estavam deitados na cama, olhando o "céu" estrelado acima deles.
- Se foi bom? Sim... Eu me senti um pouco incômoda no início mas depois foi ótimo...- Ela respondeu, suspirando.
- Eu não ia perguntar nada disso mas já que você respondeu, eu agradeço.
Gina ficou vermelhíssima.
- O que você ia perguntar então?
- Eu ia te perguntar se você realmente gosta de estar comigo...- Draco deixou de olhar para o céu, e olhou para a sua namorada, o que ele achava que era muito mais interessante.
- Lógico que gosto, Draco! Que pergunta!!! Por quê, você não gosta?
- Eu adoro. Você sabe disso. Eu só tive vontade de perguntar.- Draco disfarçou um pouco. Na realidade, estava se sentindo muito inseguro antes da resposta dela.
- Eu também tenho que te perguntar uma coisa.
- O que é?
- Por quê eu? Por quê você me escolheu?- Gina olhou profundamente nos olhos dele.
- Eu não te escolhi, Gina. Foi acontecendo. Fui gostando de você cada vez mais, sem perceber. Sabe... Eu cresci naquela casa sozinho. Quer dizer, tinha meus pais, só que era aquela coisa; meu pai trabalhava praticamente o dia inteiro e minha mãe tinha que cuidar da casa, o que eu admito que não é uma tarefa fácil, embora ela não fizesse nenhum trabalho manual, ela se preocupava bastante com o que era feito, entende?- Gina concordou com a cabeça. Estava prestando bastante a atenção. Era a primeira vez que Draco falava sobre a sua casa, seus pais, de um modo tão profundo.- E então, como eu não tenho irmãos, aconteceu de eu ficar sempre muito sozinho, brincando solitário. E o fato de ser filho único pesava bastante nas minhas vontades. Eu nunca me esforcei pra ter nada. Tudo que eu queria, eu falava ou pro meu pai ou pra minha mãe e prontamente eu já ganhava. E foi aqui em Hogwarts que eu comecei a aprender o que é me virar sozinho e você... Você foi a primeira coisa que eu parei e pensei que eu poderia conquistar por minha própria conta. Que eu poderia te ter sem que ninguém intercedesse por isso, só por mérito meu.
- Então quer dizer que eu sou uma conquista...- Gina falou, manhosa.
- Uma conquista não... A minha maior conquista.
Gina deu-lhe um beijo nos lábios, emocionada.
- E você?- Draco perguntou.- Algum motivo assim parecido com o meu?
Gina se ajeitou melhor na cama pra poder falar.
- Na realidade é completamente ao contrário. Como você sempre fazia questão de lembrar pelos corredores, nós, Weasley, somos muitos. Então, imagine como era a minha situação: quando eu tinha um ano, Rony tinha dois; Fred e Jorge, quatro; Percy, seis; além de Carlinhos e Gui. Então, mamãe não podia dar muita atenção pra cada um de nós, ainda mais porque os gêmeos precisavam muito mais da atenção dela do que os outros, já que um minuto sozinhos e a casa explodia.- Draco sorriu.- E outra coisa também... Você sabe, e sempre lembra isso também, de que a minha família é pobre. Realmente, nós temos pouco dinheiro e muita gente. Por causa disso, eu nunca tive nada meu. A maioria das coisas era de segunda mão, minhas vestes, meus livros, até meus brinquedos. E eu cresci assim... Sem muita atenção em cima de mim e sem poder ter nada que eu realmente queria. E quando eu vim pra Hogwarts, continuou sendo assim. Muitas pessoas da minha turma nem sabe quem sou eu...- Gina engoliu em seco e por mais incrível que possa parecer, Draco também.- E continuo usando coisas de segunda mão. Você era algo que eu poderia ter só pra mim, pela primeira vez na minha vida e não ter que dividir com ninguém. Ter alguém pra conversar, ter alguém que se importa com a minha presença...- Gina parou de falar porque uma lágrima inconveniente, na opinião dela, havia caído. Draco a beijou.
- Ouça... Te faço uma promessa. Nunca mais quero te ver triste por esse motivo. Não importa o que eu tenha que fazer, mas você nunca mais vai ter que passar por isso novamente. Você vai ser importante. Só me darei por satisfeito quando cada pessoa de Hogwarts e se bobear do mundo mágico conhecer o seu nome. Eu te prometo isso.
- Draco... Não é isso que vai me fazer feliz...
- Mas é isso que eu quero e vou fazer. Espere e verá.
Gina beijou-o apaixonadamente. Ela sabia que depois dessa conversa, suas vidas nunca mais seriam as mesmas.
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N/A 1: GENTE!!! Que capítulo gigante!!!!! Eu juro... Eu pensei que ele nunca fosse acabar!!!! Ele ficou maior que o capítulo especial... Só eu mesmo! Eu até pensei em dividi-lo em dois, mas aí o que eu prometi no cap. passado naum ia rolar e eu sabia q vcs iriam me matar, entonces... Espero que não tenha ficado cansativo!
N/A 2: Mudei a cena do "fuc-fuc" (como minha mãe carinhosamente descreve o pecado original...). Espero que vcs tenham gostado. Não me contentei em nda com aquilo que eu havia escrito anteriormente e resolvi mudar. Espero que vcs me perdoem, afinal, ainda sou uma adolescente com complexos, louca e frustrada por nunca ter conseguido pintar o cabelo de azul e ainda não ter encontrado um garoto que nem o Lúcio... sooo, resolvi descrever um pouco mais e peço MIL desculpas para as pessoas que não queriam que isso acontecesse. É difícil agradar a gregos e troianos, portanto fiz o que mandava minha mente insana...
N/A 3: Muito obrigada pelas reviews!!!! Obrigada por todo o apoio! Vcs são demais! E revisem este capítulo ok?
N/A 4: Algumas pessoas reclamaram que eu não narrei a cena do piquenique. Eu tento me explicar agora: Eu pensei que seria demais narrar a cena do piquenique e no próximo cap (esse) narrar o jantar. Achei que ia ficar exagerado. Só que como eu deveria ter percebido, pra todos os fãs de D/G (inclusive eu!), cena entre eles nunca são demais né?
N/A 5: Alguém já leu OdF??? Já viram que absurdo???? Ah, meu Deus!!! Vô morrer... (exagerei...)
N/A 6: A última nota mas não menos importante-- Agradeço aqui, em alto e bom som, por toda a ajuda que a Aline Malfoy (autora de Triângulos Amorosos e Draco Malfoy Quer Uma Namorada). Muito obrigada msm!!!! Como vcs devem saber, às vezes eu tenho alguns ataques e não consigo pensar em nada mais romântico do que tomar chope num boteco. Eu tive uma dessas crises nesse capítulo. E foi nesse momento tortuoso, que Aline me trouxe de volta à luz! Muito Obrigada msm!!!! Mil beijos pra vc!
Bjssssssssss
