Capítulo 24- Férias na Toca (?)

Já se fazia um mês que Gina tinha ido embora da casa da Mansão Malfoy. Draco dormia tranqüilamente em seu quarto, até quando um elfo (que ele logo reconheceu como sendo Oggy) o acordou.

- Jovem Malfoy perdoe Oggy. Sra Malfoy mandou que Oggy acordasse Jovem Malfoy. Oggy veio.

- Não enche o saco, Oggy e saia da minha frente.- foi o que o loiro tentou pronunciar. Oggy por sua vez só conseguiu distinguir as palavras 'saco' e 'saia' nos meios do grunhidos que ele emitiu.

O elfo, que conseguiu decodificar a mensagem mandada por Draco, saiu do quarto. O garoto, por sua vez, se virou na cama, colocando seu travesseiro de penas sobre o rosto.

Sua tranqüilidade não durou cinco minutos. Sua mãe irrompeu pelo quarto, sem se preocupar em não fazer barulho.

- Levante, Draco.

- Já disse pra parar de encher o meu saco, Oggy!- grunhiu Draco.

- Vou acreditar que o fato pelo qual você me confundiu com um reles elfo seja relacionado ao fato de que você ainda está dormindo e não sabe o que está falando...- Narcisa disse calmamente, mas soando como se já tivesse perdendo a paciência.

- Ah, mãe... É a senhora...- murmurou virando para o lado.

- Levante-se Draco.- mandou mais uma vez.

- Se a senhora me der um bom motivo pra levantar da cama, eu o farei.

- Tudo bem... Se você não se levantar em trinta segundos mandarei seu pai vir te acordar...

Draco sentou-se na cama.

- Isso foi golpe sujo.- reclamou.

- Eu sou sua mãe e sou uma Malfoy. Eu posso.- disse, displicente.- Agora se levante dessa cama e venha tomar café. Seu pai quer te dar algumas coordenadas antes que você vá pro chiqueiro que os Weasley chamam de casa.

- Eu realmente preciso ir?

- Ninguém mandou que você fizesse o papel de um bom samaritano e aceitasse passar uma semana na casa daquele povo só para posar de um bom rapaz pra sua namorada. Aceitou o convite? Agora terá que cumpri-lo.- Narcisa disse como se colocasse um ponto final na história. Draco levantou-se da cama murmurando algo muito parecido como 'eu estou me sentindo um carneiro preste a ser abatido', e seguiu pro seu banheiro, onde bateu a porta com força, involuntariamente.

Trinta minutos depois, já de banho tomado, Draco se sentou à mesa, junto com seus pais. Tomaram o café da manhã, invariavelmente em silêncio, e depois seguiram para a sala de estar.

- Creio que você já sabe de tudo que tem que fazer não é, Draco?- Lúcio perguntou enquanto desdobrava o 'Profeta Diário'.

- Sei... Preciso ir para aquele fim de mundo onde infelizmente minha namorada mora e preciso ficar de olho a todo e qualquer comentário que seja feito com relação ao Harry Potter, Lord das Trevas, Comensais e suas variações.- comentou sem entusiasmo.

- Exatamente. Precisamos saber o que eles estão planejando fazer e contra quem.

- Contra quem é meio óbvio, não acha?- Draco perguntou, sem se preocupar se soava irônico.

- Esse é seu grande defeito. Acha que todas as respostas estão na frente do seu nariz e não precisa procurar por elas. Você está muito errado, garoto. Nem todas as estratégias de ataque são feitas a partir do nó central. Geralmente, o ataque é iniciado pelas extremidades, até atingir o objetivo...

Draco manteve-se em silêncio enquanto Narcisa deu um sorriso fraco, para depois perguntar:

- Que horas você marcou com eles?

- Às dezessete horas.

- Na hora do chá? Que indelicado...- Narcisa fez uma expressão de desgosto.

- Pensei que você não se surpreendesse mais com a falta de educação dos Weasley.- Lúcio comentou, sem retirar os olhos do Profeta Diário.

- A Gina é uma Weasley...- Draco lembrou.

- Creio que você saiba que quando nós nos referimos aos Weasley, queremos dizer todo o resto. Certamente, Gina não está enquadrada nos nossos comentários.- Narcisa explicou e Draco assentiu com a cabeça.- Já fez suas malas?

- Sim. Estou levando somente uma.

- Ótimo. Não é elegante ficar expondo todos os seus bens pessoais.

Draco apenas concordou com a cabeça. Pensava mais no que iria ter que passar durante a semana. Seus pensamentos não conseguiam ser mais otimistas do que achar que essa semana seria a realização do seu pior pesadelo. Conviver no mesmo ambiente que Ronald Weasley era tarefa praticamente impossível e em poucas horas estaria rodeado por várias cabeças vermelhas e sardas que não eram tão agradáveis de se ver quanto à da sua namorada. Ainda se perguntava porque aceitou ir para lá se sabia que não seria bem recebido e muito menos gostaria de estar lá. É... Gina Weasley realmente tinha controle sobre ele e este passava a perceber isso...

Quando mais se quer adiar algo inadiável, mais rápido ele chega. E foi assim que quando Draco olhou pro relógio viu que faltavam cinco minutos para viajar via Flu. Esse era o único modo de chegar até a casa do Weasleys, afinal, ele não podia aparatar já que nunca tinha ido lá, os Weasley não tinham carro e Draco achava que andar no Nôitibus era vergonhoso. A única opção restante era viajar através das lareiras embora odiasse muito. Ficava todo sujo de fuligens e desconjuntado o que já era terrível, acrescentando que ele apareceria assim diante das pessoas que mais desprezava no mundo se tornava quase intragável.

Foi com muita dor no coração, que Draco jogou o pó de Flu na lareira e disse: 'A Toca'. ('Que diabos deve parecer esse lugar pra se chamar A Toca? Só pode ser porque eles se reproduzem tão rápido que são comparados aos coelhos', havia comentado Lúcio Malfoy uma vez após um jantar. Draco tinha sorrido, mas não entendera muito bem porque havia ficado incomodado). Em poucos segundos, o loiro já estava tentando se equilibrar pra não cair em plena sala dos Weasley.

Quando Draco olhou para cima, assustou se com a quantidade de cabeças vermelhas que o rodeava. No centro, estava a matriarca: uma mulher gorda, feia e mal vestida, em sua opinião. Ao lado dela, Gina sorria alegremente pra ele, que fez com que ele se esquecesse por um momento onde estava e devolver-lhe o sorriso. Do lado esquerdo estava Ronald Weasley, com cara de pouquíssimos amigos, as mãos cerradas, e a face muito vermelha, parecia que esperava o momento para explodir. E do lado direito estavam dois idênticos até a última sarda (' Que tipo de sina é essa? Já não basta ser Weasley, tem que nascer em dobro? ', ele pensou). Ainda tinha um mais velho, que Draco não se lembrava, provavelmente não era de sua época em Hogwarts. Parecia muito intimidador e possuía uma espécie de tatuagem no braço, nada que pudesse ser comparada à Marca Negra, lógico.

Draco se empertigou e disse de um modo bastante audível:

- Boa tarde a todos.

- Não sei o que ela tem de boa.- disse o mais velho.

- Se você não tivesse vindo ela seria boa.- Ronald também comentou, cerrando mais os punhos.

- Seria melhor se você tivesse se perdido pelas lareiras...- Um dos gêmeos se pronunciou.

- E saísse em alguma bem longe daqui...- O outro gêmeo completou.

- Parem de dizer besteiras!- A mãe ralhou.- Boa tarde, jovem Malfoy.- disse cordialmente.

- Enfim alguém que tenha algum pingo de educação nessa sala.- Draco viu-se comentando. Depois, puniu-se mentalmente. Não era prudente afrontar os outros quando estava visivelmente em desvantagem.

- Desculpe pelas reações dos meus irmãos, meu querido. Eles ainda não aceitaram muito bem sua estadia aqui.- Gina se aproximou dele e retirou um pouco de fuligem do seu rosto antes de dar um beijo selinho nele.

- Eu percebi. Mas eles vão ter que se acostumar, não é?- disse sorrindo falsamente. Olhou um por um e percebeu que se um olhar matasse, ele estaria morto há muito tempo.

- Sim. Eles vão.- respondeu a Sra. Weasley, nitidamente a contragosto.- Mas venha, vamos colocar as suas coisas no quarto do Rony.

Draco não conseguiu disfarçar a sua surpresa diante do fato. Dormiria no mesmo quarto que Ronald Weasley? Isso já era provocação demais. Diante da incredulidade do loiro, Rony se pronunciou:

- Não precisa se desesperar. Felizmente nós não vamos dormir no mesmo quarto. Você dormirá sozinho já que ninguém suportou a idéia de dividir o mesmo espaço com você.

- Fico realmente aliviado em saber disso...- Draco disse enquanto caminhava em direção às escadas. Ao passar do lado do Rony, murmurou -Talvez pobreza pegue e aí, eu estaria ferrado...

Rony ainda tentou avançar, mas a Sra. Weasley, que estava um pouco atrás, o impediu.

- Onde estão os conselhos que eu dei, Ronald?

O ruivo, não querendo levar um sermão da mãe na frente de um Malfoy, manteve-se quieto.

...

Ao chegar no quarto, Draco teve a dimensão real do que estaria esperando: a porta estava com a tinta descascada e uma placa, extremamente brega na sua opinião, informava que aquele era o quarto do Ronald. Tudo isso já era o suficiente para sua mãe desmaiar de desgosto. Mas, nada foi comparado com a sensação que teve ao entrar no quarto. Seu primeiro pensamento foi que estava entrando no Inferno. Tudo, completamente laranja, dava uma sensação de estar sob o sol mais forte de um verão e isso lhe incomodava. O teto era inclinado e sentia a necessidade de andar com a cabeça abaixada, pra não correr o risco de bater no teto, e isso estava se tornando cada vez mais claustrofóbico. A bagunça se evidenciava nos livros de segunda mão, empilhados de qualquer jeito num canto, acumulando poeira. Havia historinhas em quadrinhos de pouquíssima qualidade espalhada pelo quarto e num canto, tinha um sapo com uma aparência asquerosa, conseguindo o feito de ser pior que Trevo, sapo do Longbottom. A cama era de solteiro e ele não sabia como iria fazer pra caber ali, mas não poderia esperar muita coisa que viesse de um quarto tão minúsculo. Sim... Realmente estava no Inferno. Desde o momento que havia pisado naquela casa. E ainda se perguntava por que estava fazendo aquilo.

Olhou para Gina, que segurava a sua mão. Ela mantinha um olhar apreensivo mantido nele. 'Será que havia deixado transparecer toda a sua repugnância nas suas feições?', deu um sorrisinho fraco, que não convenceu nem a si mesmo, e foi colocar a sua mala em cima da cama. A Sra. weasley se retirou, sem dizer nenhuma palavra, e Gina se aproximou dele.

- O que foi? Não gostou do quarto?- perguntou, receosa.

- Ah...Bom... Não é que eu não tenha gostado... Mas é diferente do que eu estou acostumado...

- Nós somos diferentes, Draco...- murmurou, olhando pra baixo.

- Não... Não somos.  Ou ao menos não precisamos ser.

Draco se aproximou e deu um beijo terno na namorada. Ela realmente não tinha culpa de ser uma Weasley e muito menos merecia morar naquilo que eles chamavam de casa. Sempre soube que Gina merecia muito mais do que aquilo que tinha, mas depois que a viu lindíssima e elegante, isso passou a ser praticamente uma obsessão. O dia que ela se tornasse sua esposa, e fosse uma Malfoy, ela nunca mais passaria por essas situações constrangedoras. ' Espera... Estou pensando no dia que a Gina for a minha esposa? Casamento? Estou ficando sonhador e romântico demais...'

Depois, Gina mostrou a ele onde era o banheiro, que para desgosto dele, o quarto não era uma suíte. Tomou um banho, ficou ainda algum tempo no quarto enrolando, porque por mais que odiasse aquele quarto, qualquer coisa era melhor do que enfrentar sabe-se lá quantos Weasley furiosos.

Desceu somente uma hora antes de quando o jantar normalmente era servido na sua casa, o horário padrão britânico. Qual não foi sua surpresa quando viu que o jantar se atrasou. Porém, relevou, afinal, aquela mulher não tinha empregados e precisava fazer a comida para várias pessoas sozinha. Isso não era uma tarefa muito fácil.

A mesa fora posta do lado de fora. Gina havia comentado por alto que não cabiam todos na cozinha. Haviam chegado mais dois Weasley: o pai e mais um irmão, que Draco logo soube que era Percy Weasley, o monitor-chefe mais chato que Hogwarts já viu.

Draco iniciou seu jantar em silêncio, como era seu costume, enquanto os Weasley a sua volta falavam o tempo inteiro. Percebendo isso, Sra. Weasley comentou:

- O que houve Draco? Algum problema com a comida?

- Não. Nenhum. Está ótima.- respondeu a contragosto, mas com sinceridade.- Por que a senhora acha que há algum problema?

- Você está em silêncio desde que começamos a jantar. É por isso. Pensei que tivesse algum problema.

- Ah, mamãe... É porque o Draco tem costume de fazer as refeições em silêncio.- Gina explicou.

- Você não está querendo que a gente pare de falar só pra agradar o namoradinho, não é Gina?- Rony provocou.

- Não, Rony... Eu não quis dizer---

Rony interrompeu.

- Ah, porque tudo o que seu namoradinho faz é lei. Desde quando você voltou daquele ninho de cobras que você só faz nos criticar e exaltar a família podre dele.

Draco levou a mão à cabeça e permaneceu um tempo assim. Concentrava-se pra não voar no pescoço do Rony e socá-lo até ele aprender a não se meter nem com a Gina e nem com ele. Porque ainda não tinha feito? Simplesmente porque não tinha coragem para tanto. Poderia pensar mil vezes em fazê-lo, mas era prudente o suficiente pra saber que ali estava em desvantagem. Enquanto permanecia assim, forçava-se pra não prestar atenção no que ocorria à sua volta. Mas isso foi impossível de se manter, quando as vozes começaram a se alterar e as palavras começaram a penetrar na sua cabeça, sem pedir permissão.

'JÁ QUE VOCÊ OS ACHA TÃO PERFEITOS VÁ MORAR COM ELES!', ele escutou Rony esbravejar. Cerrou um pouco mais os punhos e tratou de olhar para a toalha. Se escutasse mais um pouco, não poderia responder pelos seus atos. Poderia ser cauteloso, mas sabia que não era a pessoa mais controlada do mundo. Quando estava nervoso poderia fazer coisas inimagináveis e não era isso que ele queria que ocorresse ali. Precisava se manter fora daquilo...

'VOCÊ NÃO SABE O QUE ESTÁ DIZENDO, RONALD!', ouviu Gina dizer com a voz embargada. Faltava pouco para a menina explodir. O que aquele idiota estava dizendo pra ela? Será que ele não percebia o quanto aquilo a machucava? Ou talvez nem se importasse. Era isso... Ele não se importava com o que a menina estava sentindo. Só que Draco se importava e isso passava a ser um problema. Ainda escutava alguns gritos ou interjeições vindo das outras pessoas que estavam sentadas à mesa, mas nenhum dos dois parecia se importar com nada daquilo. Continuavam discutindo como se nada tivesse à volta deles.

' VOCÊ NÃO PODE MANDAR EM NÓS, GINA! TENHO VERGONHA DE VOCÊ!', Rony gritou. Draco, pela primeira vez desde quando a discussão se iniciou, levantou os olhos e olhou para o Weasley do outro lado da mesa. Estava muito vermelho, como nunca vira antes. As veias no pescoço já estavam expostas, parecendo que iriam saltar, e ofegava.  A última frase do ruivo fez a ira do Draco aumentar. Segurou o garfo que estava na sua mão com força. Nunca, em todos os seis anos que já estudara em Hogwarts, teve tanta raiva daquele grifinório. Talvez o que estava sentindo no momento superasse tudo o que havia sentido pelo trio maravilha em todos esses anos. Passou pela cabeça dele o que poderia fazer com aquele garfo, mas novamente sabia que isso não deveria passar de imaginação... Não deveria...

' EU ACHO QUE VOCÊ SEMPRE TEVE QUEDA PRO LADO DAS TREVAS! ACHO QUE VOCÊ GOSTOU DO QUE ACONTECEU COM VOCÊ NO SEU PRIMEIRO ANO! ACHOU DIVERTIDO, FOI?'

Tudo aconteceu muito rápido. Na realidade, achou que tinha perdido o controle sobre seu corpo e que ele agia involuntariamente. Em questão de segundos, já estava segurando o ruivo pelo colarinho e com a outra mão, pressionava o garfo contra a garganta dele.

- Nunca mais... Nunca mais, em toda a sua vida, fale da Gina neste tom novamente.- sibilou.- Eu já te disse uma vez que agora quem cuida dela sou eu e eu não estava brincando.- Draco e Rony se olhavam nos olhos, mas tinha uma grande diferença entre eles. Enquanto os olhos de Draco faiscavam de ódio, o de Rony expressava todo o medo que estava sentindo. Olhava à sua volta clamando por ajuda, mas ninguém poderia ajudar, porque temiam pelo que Draco faria com o garfo se alguém interferisse.- Vocês sempre falaram que eu era louco, sádico e cruel, pois bem... Fale com a sua irmã assim novamente e eu tratarei de fazer jus a tudo aquilo que vocês já me rotularam. Escutou bem?- Rony não respondeu.- Escutou bem?- Draco deu uma sacudida no garoto e apertou mais a gola da blusa. Rony assentiu com a cabeça, nervosamente.- Que você não se esqueça mais do meu recadinho...

Com violência, Draco largou o pescoço do menino, que caiu no chão. Jogou o garfo pela mesa, olhou pra sua namorada com um olhar indecifrável e foi em direção a casa, dando passos apressados. Gina esperou passar ao estado de incredulidade que havia entrado e que a havia mantido parada no mesmo lugar durante toda a cena que acabara de presenciar, pra depois, sair correndo atrás do namorado.

Encontrou-o no quarto, arrumando as suas coisas que haviam sido retiradas da mala há pouquíssimo tempo.

- O que você está fazendo, Draco?- perguntou, nervosa. Ele não respondeu. Esperou mais um tempo, e nenhuma resposta veio. Gina caminhou até ele, segurou a sua mão, mas ele não a olhou.

- O que você está fazendo?- repetiu.

- Está tão difícil assim de perceber? Estou indo embora.- respondeu, ainda sem olhar pra ela.

- Por quê? Você não pode ir embora!

Draco puxou a mão e continuou a arrumar suas coisas.

- Não...Nós não podemos conviver pacificamente aqui, afinal, quatro horas depois que eu cheguei na sua casa, eu ameacei seu irmão com um garfo... Imagine daqui a cinco dias...

Gina cruzou os braços.

- Eu compreendo. Sei o quanto deve estar sendo difícil para você. Eu entendo que você queira ir embora. Mas...- ela parou. Não sabia se tinha coragem de fazer aquela pergunta porque tinha muito medo da resposta que escutaria.

- Mas o quê?- perguntou, impaciente.

- Mas... Você está indo embora da minha casa ou...- respirou fundo.- Ou da minha vida?

Ele, enfim, parou de arrumar suas coisas. Olhou pra sua mala por um momento, parecendo pensar. Depois olhou para a sua namorada, que estava ao seu lado com toda a sua aflição estampada em seu rosto. Sua expressão se tornou mais amena e ele andou em direção a ela, parando bem na sua frente. Ficou fitando-a, até que falou:

- Quando nós começamos a namorar, sabíamos que isso não seria fácil. Sempre tive essa consciência. Sabia que nunca me daria bem com a sua família e não me surpreenderia se você não tivesse se dado bem com a minha. Na realidade, fiquei assustado ao ver que tudo correu bem.- Gina sorriu fracamente.- Por mais que eu quisesse, eu não conseguiria sair da sua vida. Porque... Isso é impossível... Você se tornou a minha vida.

Gina parou e ficou olhando, pasma, para o seu namorado. Isto foi a coisa mais linda que ele já havia dito pra ela. Sua reação não fora beijá-lo, como imaginava, mas sim abraçá-lo com força, numa tentativa desesperada de sentir que ele estava ali e que ele era o grande amor da vida dela.

- Eu não posso te perder, Draco...- murmurou com a voz abafada pela camisa dele.

- Nem eu. Nós vamos ficar juntos pra sempre e não há ninguém nem nada nesse mundo que possa nos separar.

Ficaram assim por um bom tempo, alimentando internamente aquela promessa feita e mesmo que negassem, haviam segurado nela com todas as forças, achando que se soltassem um pouco ou se deixassem de acreditar, ela poderia se esvair por entre os dedos, deixando apenas o vazio. Eles precisavam ser fortes para derrubar todas as barreiras que poderiam aparecer no caminho e eles sabiam que juntos, eram muito mais fortes.

Depois, Draco terminou de arrumar a sua mala e desceu, junto com a namorada, as escadas. Na sala, estavam todos reunidos, com a aparência acabada. Todos voltaram à atenção ao casal, quando este chegara na sala. O clima ficou tenso e Gina pigarreou ao apertar mais a mão do namorado. Só não sabia se era em apoio ou se era pra buscar apoio. Draco, mesmo estando bastante tenso, não demonstrava nada em suas feições. Mantinha-se impassível e seus olhos, enigmáticos. Olhou um por um e pousou os olhos no Sr. Weasley, pai de sua namorada, e depois disse:

- Sr. Weasley, o senhor me convidou para passar uma semana na sua casa com o intuito de me conhecer melhor. Creio que não há mais clima e nem por que eu continue hospedado aqui, portanto, se ainda o senhor quiser me perguntar algo, estou a sua disposição, mas tem que ser breve, já que pretendo voltar a minha casa ainda esta noite.

O Sr. Weasley se manteve em silêncio, apenas fitando-o. Até que começou a ficar vermelho e disse, nervosamente:

- Não creio que tenhamos algo pra conversar, Sr. Malfoy. Você já me deu exemplos o suficiente para que eu perceba que você não é, e nunca será, um homem para minha filha. Não possui controle emocional e não responde pelos seus atos. Eu, como toda a minha família, não apóio mais esse namoro.

Draco não esperava por essa resposta, mas não deixou transparecer. Apenas olhou para Gina antes de responder:

- Pois bem. Vocês não aceitam mais o namoro... É o direito de vocês... E nós dois temos o direito de aceitar ou não. Eu não aceito porque, vocês querendo ou não, eu sei que posso fazer a Gina feliz. Só resta saber o que ela acha.

Gina pensou por um momento. Olhou sua família e depois olhou para Draco. Todos os anos da sua vida pareciam passar como um flash na sua cabeça. Lembrava-se de todos os momentos bons e todos os momentos ruins que passara com a sua família e o mesmo fez com Draco. Até que disse:

- Eu não tenho que escolher entre os dois. Draco, - e se virou para o namorado - quero que você saiba que eu amo muito a minha família e que não importa o que aconteça ou o que eles me digam, eu nunca vou deixá-los ou ficar contra eles. E, minha família, - disse voltando-se para os ruivos à sua frente.- Quero que vocês saibam que eu amo o Draco e que eu não o deixarei. Eu amo todos vocês e, por favor, não me peçam para escolher porque eu não conseguiria fazê-lo. Espero que vocês me compreendam e que nunca mais me peçam algo do tipo. Nesse episódio não existiram certos, todos nós estávamos errados. Eu, por manter uma discussão com meu irmão. Rony, por manter uma discussão com a irmã, vocês, por não fazerem praticamente nada para impedir e não terem nem ao menos tentado ser sociáveis com o meu namorado e o Draco, por ter perdido o controle. Portanto, ninguém nesta sala pode julgar alguém. Peço apenas que respeitem minha opção.

Todos se mantiveram em silêncio, parecendo que não tinham mais o que argumentar. Draco, então, deu um beijo de leve na testa da namorada e murmurou: 'Me escreva.'. Gina assentiu com a cabeça e ele aparatou.

[...]

Quando Draco chegou em casa, seus pais estavam na Sala de Estar, conversando. Resolveu ir até lá cumprimentá-los.

- Olá...- disse, desmotivado, ao abrir a porta.

- Draco? O que está fazendo aqui?- Narcisa perguntou espantada, levantando da cadeira.

- Tive um pequeno problema lá...

- Que problema?- Perguntou, Lúcio, cerrando os olhos.

Draco se sentou na cadeira e contou toda a história para seus pais.

- Nossa... Que falta de educação!- Narcisa exclamou.

- Sua reação não me surpreende, Draco.- Lúcio começou, aparentemente calmo.- Embora teria ficado muito mais satisfeito se você tivesse se mantido lá e voltasse com certas informações...

- Pai... Nem você, com o seu maior sangue frio, conseguiria se manter naquele lugar!!! Foi tudo junto... A casa era horrível, o quarto deprimente, bagunça pra todos os cantos, muitas pessoas...Não dava pra agüentar... Sinto-me feliz por estar em casa.

- Isso serve para você ver aonde se meteu. Nós tentamos te avisar.

- A Gina não tem nada a ver com isso, pai. Tudo o que eu vi lá e por tudo o que eu passei não mudaram o que eu sinto pela Gina.

Narcisa e Lúcio se entreolharam.

- E qual foi à reação dela?- Narcisa perguntou, tentando parecer desinteressada. Para isso, permaneceu olhando pra suas unhas, como se não se importasse com a resposta.

- Ela disse que não ficaria contra mim nem contra a família dela. Que ela ama dos dois, do mesmo jeito. E que nada nessa vida fará que ela mude de opinião.

Um silêncio se abateu na sala onde estavam. Draco, por estar muito cansado, e porque tivera um dia muito difícil e seus pais, por estarem preocupados, embora o menino não tenha reparado nisso.

- Bom... Vou dormir. Preciso descansar.- Draco se levantou, deu um beijo de leve na sua mãe.- Boa noite.

[...]

Incrivelmente, Draco perdera o sono depois de algumas horas dormindo. Não entendia muito bem o por que, mas as imagens da briga que tivera não lhe deixavam em paz, e pra tentar refrescar um pouco à mente, resolveu buscar algum livro na biblioteca para ler até que o sono voltasse. Porém, no meio do caminho, algo estranho lhe chamou a atenção.

A porta do Escritório de seu pai estava entreaberta, e isso raramente acontecia, já que ali eram tratados os assuntos mais confidenciais daquela casa. Conseguia ver o tremular das chamas das velas impressos na parede e o som de duas vozes, uma masculina e uma feminina, soando bem preocupadas. Certamente eram seus pais e não seria certo escutar a conversa, até porque se fosse pego, não ficaria vivo pra contar a história. Resolveu tornar ao seu caminho, mas algo o fez parar novamente. Escutou quando o seu pai havia dito:

- Precisamos tirar essa Weasley das nossas vidas, Nici!

Estavam falando da Gina! Estavam falando em tirar a Gina das vidas deles! Da sua vida! 'O que eles pretendem fazer?'. Seu coração acelerou e uma tensão tomou conta do seu corpo. Aproximou-se, tentando andar de um modo mais silencioso possível, até colar o ouvido no vão da porta.

- Eu sei, Lúcio... E eu achava que meu plano daria certo! Maldita seja!

- Parece que seu dom de persuasão não está mais tão afiado como antigamente...

- Já chega as vozes na minha cabeça me dizendo isso. Não preciso que você o faça  também. Estou desapontada.

- E eu estou perdendo o controle, Narcisa! Eu não agüento uma Weasley na nossa família e nosso filho parece embasbacado por ela! Ela é uma golpista, será que ele não vê?

- O amor é cego, querido. A sorte do nosso filho é que nós vemos por ele. E se depender de mim, essa garota não colocará a mão em um só galeão meu.

- Só que você gastou bem mais que um galeão com ela...

- Aquilo foi um investimento, Lúcio! Um investimento perdido, eu admito, mas essa não era a intenção.- Draco viu quando Narcisa deu a volta e sentou-se numa cadeira de frente para o marido, entrando agora no seu campo de visão.

- O pior não são os galeões perdidos e sim o nosso filho. Ele não é mais o mesmo. E não me admira se ele chegar até mim e dizer que não quer mais seguir o Lord. Na realidade espero por esse momento desde quando ele me disse quem ele namorava.

- Ele não seguir o Lord não é o maior problema, afinal, eu não acho que ele deva mesmo.- Draco escutou quando Lúcio soltou um muxoxo.- Eu penso que ele deve escolher o que é melhor pra ele e se---

- Ele sempre quis seguir o Lord!

Narcisa respirou fundo.

- Eu sei disso, Lúcio. E não me interrompa mais, por favor.- Draco escutou outro muxoxo.- Como eu dizia, ele deve escolher o que é melhor pra ele e se ele não quer mais ser um comensal, vamos respeitar a opinião dele. Eu só não aceito ter uma Weasley na minha família... Imagina... Ter netos ruivos...

- Eu me importo com a opção do Draco. Eu acho um absurdo que ele deixe de lado todos os seus conceitos por causa de uma mulherzinha...

- Sim... Concordo com você.- Narcisa disse, parecendo querer colocar um ponto final naquela discussão.

- E o que faremos?- Lúcio perguntou depois de um tempo.

- Não tenho mais planos. Você ainda tem algum?- perguntou, passando a mão pelos cabelos loiros.

- O único que me vem à cabeça é o plano Z.

Narcisa pareceu pensar por um momento. Passou a mão pelos cabelos mais duas vezes até que disse:

- Quando mataremos a Weasley?

Draco sentiu as pernas fraquejarem. Sua boca se abriu e seu coração bateu tão forte no peito que ele achou que ele poderia saltar do seu corpo. 'Matar a Gina? Eles disseram que vão matar a Gina?'. Não conseguia acreditar. Seus pais estavam planejando matar o grande amor da sua vida! E o pior... Ele sabia que eles eram capazes! O que ele faria? Não poderia deixar que isso acontecesse! Gina era dele! E o que ele seria sem ela???

Draco se afastou da porta e se apoiou no corrimão da escada. O sorriso da Gina invadia a sua mente e ele sorriria junto se fosse em outra ocasião. Aquele sorriso tão belo talvez não existirá mais se ele não fizer algo... As frases povoavam na sua cabeça: 'Eu te amo, Draco...' , 'Nunca vou te deixar... E mesmo se um dia a gente se separar, eu vou continuar te amando. Eu nunca vou te esquecer.', 'Eu não consigo viver sem você, Gina...'

Levou a mão à cabeça... Precisava fazer algo... Não suportaria vê-la morrer por sua causa... Era egoísta sim. Era muito. Mas preferia ver Gina viva e casada com Potter do que... Morta. Até porque, se ela tivesse viva, poderia ter o prazer de tirá-la dos braços do Potter, pela segunda vez. Já sabia o que fazer. Não era o que mais queria, mas era o mais correto. 'Retroceda um passo para avançar dois', seu pai havia dito uma vez. E era isso que faria. E se seus pais se achavam espertos, Draco provaria que era mais. Ninguém era filho de Lúcio e Narcisa Malfoy por acaso.

Respirou fundo, uma, duas, três vezes. Até que bateu na porta do escritório. Viu que ficou um silêncio mortal, deixando escutar até o mais leve dos barulhos. Até que sua mãe abriu a porta.

- Draco... O que está fazendo aqui?- perguntou. Pela primeira vez na vida conseguiu ver o quanto sua mãe poderia ser cínica.

- Posso entrar? Preciso conversar com vocês.

- Seu pai e eu estamos tendo uma conversa particular...

- Eu sei... Mas eu preciso comunicar uma decisão que tomei.- completou sério. Narcisa olhou pra dentro da sala, como se buscasse uma autorização. Até que se voltou pro filho e disse.

- Entre.

Draco entrou na sala e pôde ver seu pai agora. Estava com os cabelos presos em um leve rabo-de-cavalo baixo, com um laçarote negro. Seu bastão estava apoiado do lado da cadeira e estava com uma expressão traiçoeira, como uma cobra, pronta pra dar o bote.

- O que é de tão importante pra nos interromper a essa hora, Draco?- perguntou num tom falsamente preocupado.

- Eu tomei uma decisão.- disse, unicamente.

- Isso nós já sabemos. E que decisão é essa?

- Bom... Depois de muito pensar, percebi que realmente a Gina não é pra mim. Gosto dela sim. Gosto muito até. Mas estou perdendo tempo com algo que não terá futuro. Nunca vou querer me misturar com os Weasley e ela nunca aceitará isso. Além do que, tenho um futuro pela frente como comensal, algo que ela abomina. Pensando nisso, preferi cortar o mal pela raiz. Vou terminar com ela e seguir o meu caminho.- disse, usando da sua expressão mais cínica.

Um longo silêncio se instalou na sala. Lúcio o fitava com os olhos semicerrados. Draco sabia que ele o avaliava. Manteve então o olhar, nem ao menos piscava. Não conseguia ver sua mãe, que estava atrás dele. Viu quando seu pai lançou um olhar pra ela antes de falar:

- Essa é a decisão mais sensata que você tomou nesse último ano, meu filho. Meus parabéns!

Lúcio se levantou e apertou a mão do filho.

- Espero que você leve isso tão à sério quanto eu estou levando. Quero que você seja feliz e sua felicidade está bem longe desse povo. Sabia que você cairia em si.

Draco forçou um sorriso.

- Estou feliz em saber que o senhor gostou da minha decisão.

- Sim... E amanhã mesmo conversarei com o Lord e marcarei a sua apresentação. Você já tem dezessete anos. Está na hora.

- Amanhã?- Draco engoliu em seco. Fazia tempo que ele pensava em desistir de seguir o Lord. Não soava mais interessante pra ele ter alguém o mandando. Mas agora, não podia mais voltar atrás.

- Sim. Amanhã. Alguma objeção?- Lúcio perguntou, desconfiado.

- Não, nenhuma. É que não acho justo terminar com a Gina por carta, por isso o farei no primeiro dia de aula.

- Os grifinórios falam de justiça... Você é sonserino.- Lúcio deu uma pausa.- Mas faça do modo que achar melhor. Já sei que você é um garoto sensato.- deu uma outra pausa, enquanto contornava a mesa e parava do lado do Draco.- Você será um grande homem. Eu sinto isso.

Draco engoliu em seco e abaixou a cabeça. Havia assinado sua sentença. Nunca mais teria Gina em seus braços. Nunca mais sentiria seu perfume, escutaria seu sorriso ou mergulharia nos olhos castanhos. Nunca mais sentiria o calor dos lábios dela nos seus. E sentiu quando seus olhos começaram a arder. Estaria preste a chorar? Não era possível. Não poderia. Draco Malfoy não chora. Mas não era isso que seu corpo demonstrava. Estava cansado. Parecia que tinha levado uma surra. Precisava descansar.

- Agora que vocês já sabem, vou dormir.- Draco forçou-se a dizer, ainda olhando pra baixo.

- Sim. Vá!- Lúcio permitiu. Ele, então, se levantou e seguiu até a porta. Viu que sua mãe o acompanhava de perto e se deu conta de que ela não pronunciara uma palavra sequer durante o encontro. Virou-se e encontrou-a com um olhar estranho pra ele. Um olhar de triunfo e superioridade. Não tentou entender o que significava porque sabia que não conseguiria. Por fim, girou a maçaneta e saiu da sala. Ao longe ainda escutou o barulho de uma chave sendo rodada e uma porta sendo trancada.

[...]

- Eu só gostaria de saber como você sabia que o Draco desceria...

- Lúcio, querido... Eu conheço nosso filho. Sabia exatamente que ele não conseguiria dormir pensando na maldita Weasley...- Lúcio a olhou desconfiado, ela parecendo desistir, tornou a falar - E eu também murmurei um feitiço, pra que ele ficasse um pouco mais perturbado com seus pensamentos...- Lúcio deu um sorrisinho acusador.- O que me impressiona é saber que ele não percebeu que tinha algo de errado ao ver a porta aberta. Ele sabe que nós nunca a deixamos assim...

- Adolescentes são tolos. Não vêem um palmo na frente dos seus narizes. Acham que tudo é o que vêem...

- E você acreditou no que ele disse?

- Não... Acho que devemos nos precaver.

- Como assim?- Narcisa perguntou.

- Mataremos a Weasley do mesmo jeito. No segundo fim de semana em Hogsmeade.

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N/A 1: Well! Finalmente temos aqui o capítulo 24!!! Sei que demorou anos e mais anos pra ser postado, mas foi porque passei por uma fase difícil... Fiquei achando que ninguém lia a minha fic, por isso entrei em depressão e tentei me matar com cinco comprimidos de Aspirina. Como não deu muito resultado, resolvi ir pra terapia. Depois de meses travando uma guerra cruel e sangrenta contra meu eu interior, eu acabei voltando. Falando sério agora... Eu realmente fiquei achando que ninguém lia a fic e andei desmotivada... Depois que eu recebi algumas reviews maravilhosas, minha inspiração finalmente voltou e eu pude escrever esse cap! Mas a minha beta também teve problemas com a Internet, o que fez demorar mais... Prometo não me deixar abater mais e continuar a escrever decentemente.

N/A 2: O próximo capítulo não deve demorar, até pq, já tenho quase 8 páginas dele pronta! Em breve!!!! E o que vocês acharam desse capítulo??? REVIEWS!

N/A 3: Gostaria de agradecer a todo mundo que me ajudou nesse período tempestuoso: a minha beta, Nici, que sempre me apóia e sofre junto comigo quando as coisas não vão bem. Te amo, maninha!; A Prika que betou esse capítulo com a maior paciência e em dois dias! E de quebra diz que minha fic é a preferida dela! Valeu msm!; A Jules (autora de Rua Kent 177) que tbm me aturou muito, leu meus caps e deu várias opiniões;A Isa Malfoy (autora de Pretérito Imperfeito) por tbm ter me dado uma força pra voltar ao meu normal; A Laura, que tbm me ajudou bastante! Ao pessoal que mandou reviews e que leu a fic, mesmo não enviando nenhum comentário;

N/A 4: Dedico esse capítulo a Prika, que sempre que tem a chance, diz pra mim o quanto que ela gosta da fic. A review dela foi extremamente reconfortante e me fez parar pra pensar se o que eu estava fazendo era o correto. E tbm dedico a Nici, que me agüentou chorando durante dias no MSN...

N/A 5: Agradecimentos de reviews: Beijos para Drica Malfoy, Lessy, VeraCD, Lillith, Ângela Oliveira (essas três últimas que mandaram reviews maravilhosas! Txs), Trinity, Flávia e Mirabela Bolseiro (desculpe pela demora na atualização. Não acontecerá mais ok?)

N/A 6: O próximo capítulo é muito importante e cheio de emoções. Alguém morre e como a JK (com suas devidas proporções, lógico!), eu estou muito triste e devo chorar ao escrever a cena... portanto, fiquem de olho, pessoal! Bjx!