Capítulo 25- Os maus também amam
As férias passaram voando, embora para Draco os dias tivessem se arrastado mais do que o normal. No entanto, já era primeiro de setembro e ele já estava parado na Plataforma Nove e Meia, junto com seus pais. Seu estômago revirava, parecendo que tinha comido três vezes mais do que seu corpo poderia suportar. E sabia que tudo isto era relacionado ao fato de que sabia que mais cedo ou mais tarde encontraria Gina. Ainda não havia terminado com ela, mas prudentemente, não respondera a nenhuma carta que ela tentara lhe enviar. Soube, por intermédio de seu pai, que ela andava lhe procurando e que estava preocupada. Por dentro, se corroeu de aflição, mas segurando a vontade que tinha de sair correndo dali, abraçá-la e beijá-la, Draco apenas deu de ombros, como se não se importasse com nada disso. A hora em que terminaria tudo estava chegando, e ele não parecia mais tão certo disso. Não sabia se seria corajoso o suficiente ou se conseguiria desempenhar bem o seu papel. No fundo, queria que não conseguisse, e Gina se jogasse em seus braços, dizendo que ele era um tolo e que nada aconteceria com eles dois. Só que ele sabia que isso não era possível. Seus pais eram espertos. Por mais que fingissem que não estavam mais juntos, sempre teria alguém que poderia dedurá-los, e a vida de Gina valia muito mais do que qualquer capricho. Ele a amava muito para perdê-la de um modo tão brutal. Sabia que sempre a amaria, não importando se ela estivesse ao seu lado ou longe. Já que ela não poderia ser feliz ao seu lado, que fosse longe dele. Isso já era o suficiente para que ele sobrevivesse. Só não aceitaria se essa felicidade tivesse um nome: Potter.
Era seu último ano em Hogwarts e nunca pensou que o iniciaria desse modo tão depressivo. Mas era como estava se sentindo. Não adiantava o que dissessem, não conseguia se esquecer de que em poucos minutos estaria abdicando do que mais amava em sua vida, tudo por causa de seus pais. Draco olhou para eles por um momento.
Desejava por tudo nesse mundo odiá-los. Tudo seria mais fácil. Só que não conseguia. Sabia que estavam fazendo o que eles achavam que era o melhor para sua vida, mesmo que usassem de um meio tão baixo para isso. Mas esse era o jeito deles, e Draco sempre os amara assim. Na realidade, Draco se perguntava se estivesse na posição deles, se não faria exatamente a mesma coisa.
Alguns minutos depois, algo atraiu a atenção de Draco. Eram os Weasleys atravessando a barreira. Talvez por ser o último ano deles, o trio-maravilha parecia mais empolgado do que o normal. Não entendia o por quê de tanta felicidade, já que se importavam tanto com o bem-estar do Mundo Mágico, e ele não estava lá grande coisa. Voldemort voltara a atacar de um modo mais cruel e não poupava nem bruxos e nem trouxas. Ignorando completamente o Ministério, o Lord já havia atacado diversas famílias e muitos já haviam se mudado da Inglaterra, o que não adiantava muito, já que os contatos dele haviam se expandido, tendo Comensais em praticamente toda a Europa, Ásia e América do Norte. Era a pior fase do mundo mágico em dezesseis anos, e muitos já esperavam pelo pior. Aurores trabalhavam a todo vapor para evitar a expansão das Trevas e estavam tendo alguns míseros resultados, mas todos sabiam que isso não duraria muito. A única salvação estava mesmo nas mãos do Menino-Que-Sobreviveu embora muitos já tivessem perdido as esperanças.
Logo atrás deles, apareceu Gina Weasley. Por mais que tivesse pedido aos deuses que não fosse falar com ele, a primeira coisa que ela fez ao pisar na plataforma foi correr em sua direção. Cumprimentou seus pais cordialmente. Lúcio não respondeu, e Narcisa balançou a cabeça vagarosamente, deixando transparecer todo seu descontentamento em suas feições. A ruiva estranhou, lógico, mas relevou, claro que Draco devia ter contado do episódio em sua casa. Virou-se para ele e disse:
- Draco... Como fiquei preocupada com você! - Gina tentou abraçá-lo, mas ele deu um passo pra trás.- O que houve? - perguntou preocupada. Draco engoliu em seco. Iniciaria seu teatro e daria mais um passo em direção ao fim.
- Em Hogwarts conversamos.
- Mas, Draco--
Draco interrompeu.
- Já disse. Em Hogwarts.
Ele se virou para os pais, se despediu e sem lançar mais um olhar pra Gina, entrou no Expresso.
[...]
Chegaram em Hogwarts debaixo de uma chuva torrencial. Apenas um segundo debaixo daquela chuva era o suficiente para ficar completamente encharcado. Por um momento, Draco sentiu até uma pontada de pena pelos alunos do primeiro ano que atravessariam o lago, mas ao se lembrar que algum pirralho poderia cair e ser devorado por algum espécime aquático, sorriu. E impressionou-se ao ver que o sorriso fora o mais fraco que dera em toda sua vida. Realmente estava acabado, e pelo jeito, nem se Potter morresse, ele se alegraria.
Correu para a carruagem mais próxima, expulsou dois lufos quartanistas que já estavam dentro dele, e se acomodou. Em seguida, Crabbe, Goyle e Pansy entraram na carruagem.
- Olá, Draco! Como foram suas férias? - Pansy perguntou com sua voz esganiçada, sentando-se ao seu lado.
- Sem novidades. Passei longe de você e isso já foi o suficiente para minhas férias terem sido proveitosas - respondeu sem entusiasmo.
- Que grosseria, Draquinho - o loiro sabia que vinha uma afronta ou um deboche, pois era isso o que sempre acontecia quando Pansy se referia a ele no diminutivo. - Tudo isso é porque você não está mais junto da pobretona flamejante?
- O porque de eu estar de um jeito ou de outro, Pansy, não é da sua conta. Eu realmente não estou com vontade de conversar, portanto, faça um favor ao mundo: cale essa sua enorme boca e me deixe em paz.
Crabbe e Goyle riram rudemente. Pansy fez uma careta e limitou-se a olhar a paisagem durante todo o caminho até Hogwarts. E, internamente, Draco agradeceu.
[...]
Draco não prestara a mínima atenção na Cerimônia de Seleção. Passara o tempo inteiro observando Gina de um modo que ela não conseguia perceber. Viu que ela tampouco prestara atenção, e ficara lhe olhando da mesa da Grifinória. Ela parecia bastante intrigada e atemorizada, mexendo com ele, porque sabia que ele era a causa daquilo tudo. Poderia dizer até que a menina havia chorado, mas poderia ser só impressão. Estava chegando a hora, o momento em que trocaria toda a sua felicidade pela vida dela. Chegava o momento em que Draco Malfoy tomaria a primeira atitude generosa de toda sua vida, embora ela não fosse altruísta, já que o beneficiava diretamente. Vê-la viva e sorrindo era maior do que qualquer outro desejo que tinha nesse momento.
Quando o banquete foi iniciado, Draco levantou os olhos e a encarou. Fez um sinal pra que ela se retirasse do Salão e ele fez o mesmo. Pretendia estar de volta antes do fim do jantar, para poder dar a senha aos alunos mais novos, afinal era monitor-chefe da Sonserina.
Encontraram-se na saída do Salão Principal e seguiram em silêncio até a sala deles. A proximidade de Gina piorava tudo para ele, que sentia seu estômago afundar e suas mãos suarem frias. Nunca havia sentido isso por nenhuma garota, e isso só fez aumentar a sua certeza de que ela era especial.
Ao chegar lá, Draco seguiu direto pra janela e manteve-se de costas para ela. Não sabia se seria corajoso o suficiente pra dizer tudo o que precisava olhando diretamente nos olhos castanhos. Um silêncio nauseante tomou conta da sala. Ficou assim durante alguns minutos até que Gina resolveu falar:
- O que está acontecendo? - disse muito baixo, como se estivesse com medo de falar. - Me explica.
Draco não respondeu. Gina insistiu, dessa vez, aumentando o tom de voz.
- Por que você não respondeu minhas cartas? Por que me ignorou desde o momento que você me viu hoje, Draco? O que está acontecendo? Você pode me explicar?- enquanto falava, ela caminhou em direção a ele e por fim, forçou-o a virar em sua direção. Assustou-se com o que viu. Os olhos cinzentos de seu namorado não tinham nenhum resquício do amor que um dia ele poderia ter demonstrado. Estavam novamente frios e intransponíveis como costumavam ser a dois anos atrás, quando ela não passava de uma Weasley qualquer.
- Acabou - disse, unicamente.
Gina permaneceu um tempo parada, ainda. Assimilava o que ele dissera, presa àqueles olhos tão belos quanto frios que a fitavam. Depois que saiu do transe, murmurou:
- Como assim acabou? O que você quer dizer? - e por fim deu um sorrisinho fraco, como se fizesse um esforço para rir de uma piada sem a mínima graça.
- Isso mesmo que você escutou. Nosso namoro acabou.
- Que brincadeira é essa, Draco? Eu não gosto disso... - disse com lágrimas nos olhos.
- Não é brincadeira. Acabou. Nós nunca vamos dar certo juntos.
- Como não? Nós nos damos bem! - Gina elevou bastante a voz. Lágrimas já escorriam pelo seu rosto. Viu quando Draco fechou os olhos e olhou para baixo. Seria a demonstração de algum sentimento?
- Nós não nos damos bem. Foi tudo uma ilusão. Você viu o que aconteceu na sua casa. Vai ser sempre assim.
- Você disse que ficaria sempre ao meu lado! - dessa vez, Gina gritou. Levou as mãos à cabeça e se recostou em uma carteira, não conseguindo mais conter o choro. Enquanto o rosto dela estava encoberto, Draco desfez a máscara. Passou uma mão pelo cabelo e sentiu uma dor tão forte no peito que pensou que passaria mal se não parasse. Seu coração mandava que ele corresse para ela e a acalmasse, dizendo que tudo não passara de uma brincadeira de mau gosto, mas sua razão tratava de lembrar-lhe que era melhor vê-la chorando agora do que morta depois.
Ela levantou os olhos de repente, e ainda pegou-o desprevenido. Soluçou por um instante, mas fitou-o desconfiada. Será que ela tinha visto algum sentimento naqueles olhos, ou fora ilusão? Quando tornou a olhar, a barreira estava lá novamente.
- Por que, Draco? Porquê? - murmurou novamente.
- Você já sabe muito bem o porquê. Depois de tudo o que aconteceu, percebi que tudo o que eu sentia por você não era nada, e que eu não iria enfrentar todo mundo por causa disso. Não merecia. Não valia a pena. Acabou - Draco achava que repetia tanto essa palavra também no intuito de acreditar em si mesmo, de que acabara. De que não a teria mais em seus braços, que não a escutaria mais dizer 'eu te amo' em seu ouvido.
- Você disse que me amava... Mais de uma vez...
- Todos nos enganamos. Eu achava que te amava. Não vou dizer pra você que não senti nada. Seria hipocrisia. Eu só percebi que o que eu sinto não é suficiente para manter um relacionamento com você. Eu não quero mais.
- Draco, por favor... - Gina deu um passo em sua direção. Ele então percebeu que se ainda usasse palavras comedidas, ela nunca aceitaria o término do namoro. Agora, tinha a prova agora do grande amor que ela tinha por ele. Sabia muito bem que se ela não o amasse, nunca se humilharia deste modo. Não era justo. O mundo mais uma vez conspirava contra ele. Quando encontrara o amor de sua vida, e achava que seriam felizes juntos, tudo dava errado. Isso não podia estar certo.
- Eu não quero mais. Eu não te quero mais, Weasley.
Foi a cartada final. Gina levou a mão à boca e seus olhos se comprimiram. Olhou para ele com uma expressão desolada e enfim, caiu em prantos. Draco não sabia o que fazer. Queria por tudo abraçá-la e consolá-la. Era capaz de matar alguém que a fizesse sofrer tanto. O pior é que ele a fazia sofrer tanto. Sabia que agora, ela o odiaria pra sempre, achando que havia sido usada e que ele a descartara quando achara melhor. Conhecia sua namorada, ou melhor, ex-namorada, o suficiente para saber que essa seria sua reação. Não poderia ficar mais um segundo sequer naquela sala, ou não responderia por seus atos. Poderia jogar todo o seu plano por água abaixo se permanecesse na presença dela.
Draco deu a volta pela sala. Quando estava quase chegando à porta, ouviu Gina dizer em meio às lágrimas:
- Não importa o que você diga, Draco Malfoy, eu sempre fui sincera com as minhas palavras. Eu sempre amarei você. Sempre. E nunca te esquecerei. Pois, queira você ou não, você foi a pessoa mais importante na minha vida nos últimos tempos. Enfrentei meio mundo para estar do seu lado. Mas agora já não sei se valeu a pena. Por um lado, você me deu alguns dos momentos mais felizes da minha vida. Nunca pensei que pudesse ser tão feliz ao lado de alguém. Nossa... Foi acima da minha imaginação! – seu tom de voz, naquele instante sonhador, suave como uma declaração de amor, fez Draco sentir o ar sair completamente de seus pulmões. Afinal, se para ela fora acima da imaginação, o que tinha sido para ele? Algo quase surreal, acima de qualquer expectativa, ou até mesmo desejo. Não desejava o amor. E havia sido Gina quem lhe mostrara que amar não era uma escolha. Por isso é que estava tomando aquela atitude, não era uma escolha, era a única saída. Porém, as últimas palavras de Gina não estavam ajudando. – Mas você está me fazendo sofrer como eu nunca imaginei. Então, não sei se valeu a pena, Draco, não sei. Só sei que independente de tudo isso, eu sempre, sempre vou te amar.
Por um momento, Draco esqueceu o que sua razão dizia, e deu três passos apressados na direção dela. Iria continuar, se Gina não tivesse se virado e olhado pra ele, os olhos úmidos cheios de esperança. . Era pelo bem dela! Era pela salvação do seu grande amor!
- Draco... - sussurrou.
- Por favor, Gina. Não torne as coisas mais difíceis - o nome dela saiu involuntariamente. Apesar de todo seu cuidado com as palavras, não conseguiu evitar.
- Não me deixe... Eu preciso de você... - suplicou.
Ele deu mais um passo em direção a ela, ficando frente a frente. Draco se desarmou completamente, e seus olhos mostraram o que ele realmente sentia no momento: dor. Ele levou as mãos ao rosto dela e enxugou as lágrimas que teimavam em cair. Ficou fitando-a por um longo tempo, tentando memorizar cada parte daquele rosto porque sabia que nunca mais ficaria tão perto dele novamente. Enfim, disse:
- Procure alguém que possa te fazer feliz. Eu não sou essa pessoa. Não mereço o seu amor - tirou a mão do rosto dela e tornou a caminhar até a porta. Dessa vez, ela não o impediu. Quando alcançou a maçaneta, tornou a olhar para trás, dizendo finalmente:
- Adeus.
[...]
O tempo se passou e ambos continuaram separados. Gina tentava a todo custo entender porque Draco havia terminado com ela, sem conseguir chegar a uma justificativa convincente. Sabia que ele ainda gostava dela, pois não conseguira manter sua pose impassível quando havia terminado, e também porque via ele lhe observando constantemente. Algumas brigas estouravam pelos corredores, e na maioria das vezes, Draco Malfoy estava envolvido. O mais interessante é que ele brigava justamente com alguém que se aproximara de Gina. Por esses e por outros motivos, era que ela não conseguia ver um motivo plausível para estarem separados. Tentou conversar com ele algumas vezes, mas sempre recebia respostas atravessadas, quando não eram ignorantes. Então, por fim, desistiu.
O término do namoro foi notícia em Hogwarts durante um bom tempo. Os fofoqueiros de plantão inventavam motivos, além de versões para o rompimento - uma das piores que ouviu dizia que se podia ouvir os gritos dos dois da torre da Grifinória - principalmente quando já não havia mais o que se explorar sobre o assunto. Porém, com o passar das semanas, o interesse foi passando, até que a rotina sem boatos voltasse à escola.
As férias de Natal chegaram tão rápido quanto passaram. Quando deram conta, já estavam em Fevereiro.
Voldemort permanecia aterrorizando a comunidade mágica e trouxa. Várias reuniões secretas eram feitas em Hogwarts, e de vez em quando, o trio maravilha sumia durante alguns dias, mas ninguém sabia o que de fato eles andavam fazendo. O máximo de que os alunos souberam foi que a escola era sede da Ordem da Fênix, e que por isso eles sabiam de todos os passos de qualquer estudante. Dumbledore havia deixado bem claro que sabia das decisões que cada pessoa dentro daquele castelo tomava, porém não iria intervir, já que cada um possuía o livre arbítrio para saber o que fazer. Havia dito também que o seu único dever era instruir e mostrar o caminho correto para todos, e isso ele já fazia.
Draco, por sua vez, já havia sido iniciado no Círculo dos Comensais. Só não havia recebido a Marca Negra ainda porque depois da volta do Lord, em seu quarto ano, haviam sido instalados em Hogwarts feitiços extremamente poderosos contra Comensais. Snape somente conseguia viver dentro do castelo porque o feitiço somente se evidenciava quando algum Comensal possuidor da Marca estivesse ligado a Voldemort, além de ter de estar em sua forma humana. Como Snape já não possuía ligações com as Trevas, não sofria efeitos. De todas as formas, o feitiço fora adaptado para sua presença. Mesmo assim, Draco tinha a importante função de ser espionar. Usava de seu cargo na monitoria para obter informações privilegiadas e repassá-las para o Lord. Fazia isso com prazer, já que o intuito final era a derrocada do Potter, e isso para ele seria gratificante. Porém, não mantinha as mesmas expectativas quando se referia à Marca Negra e se tornar de fato um Comensal. Não era mais interessante. Que prazer teria em fazer isso? Se divertir com a medo dos Sangue Ruins já lhe bastava, não precisava matá-los para se sentir bem. Logicamente queria que todos os que não fossem de sangue puro saíssem do mundo mágico, deixando apenas o grupo seleto e privilegiado do qual fazia parte, mas para isso não achava necessário ser um Comensal e se submeter a ordens e humilhações de alguém que nem Sangue Puro era. Mas se esse fosse o seu inevitável destino, seguiria em frente. Não tinha mais nada que o impedisse. Já havia perdido Gina, de que adiantava se policiar?
Rapidamente, o segundo final de semana em Hogsmeade chegara. Voldemort havia preparado um ataque em massa, do qual Draco faria parte. Não atacaria ninguém, mas atrairia Potter até a armadilha cuidadosamente armada e estudada pelos Comensais. Sua maior preocupação era Gina. Ela não poderia estar junto do Potter ou de seu irmão Weasley quando o capturassem. Faria de tudo para poupá-la e tinha medo somente em pensar no que esse 'tudo' significaria.
Todos os alunos foram alegres e felizes em direção ao vilarejo. Ninguém fazia idéia do que estava para acontecer, e isso era bom para os planos que o Lord havia preparado. A surpresa era essencial para o sucesso do plano.
Ao chegar lá, Draco se instalou no Três Vassouras, de onde tinha uma visão privilegiada de todos os acontecimentos no vilarejo. Permaneceu assim durante o tempo que se antecedia ao ataque. A tensão em que estava era enorme, e nem as quatro canecas de cerveja amanteigada que havia tomado tinham melhorado o seu nervosismo. Viu quando Gina, Potter, Granger e Weasley entraram no bar. Gina lhe lançou um olhar desconfiado, e ele soube que ela havia percebido que havia algo de errado. Era a pessoa que mais o conhecia, perdendo somente para sua mãe.
De repente, Draco escutou alguns gritos, sons de coisas quebrando, e alguns feitiços sendo proferidos. A hora havia chegado. Chegou o momento em que tinha de agir.
- O VILAREJO ESTÁ SENDO ATACADO!!! - alguém havia gritado do lado de fora. Todos os alunos que estavam no pub entraram em pânico, e começaram a correr em diferentes direções, saindo pela porta da frente, pelos fundos, janelas, boa parte se escondendo atrás dos móveis. Draco então lançou um feitiço qualquer na direção do Potter, apenas para que pensasse que ele havia tentado atingi-lo. Deu certo. Potter olhou para ele e gritou:
- MALFOY! FOI ELE!!! VAMOS PEGÁ-LO!
A última visão que teve do trio foi de que corriam em sua direção. Tudo caminhava como o esperado. Draco começou a correr o máximo que podia, para tentar chegar ao lugar combinado. Porém, algo o fez perder a concentração.
Havia escutado um grito muito familiar. Tentou não dar atenção, e prosseguir com o plano, mas quando olhou novamente para o lado, viu um Comensal apontar a varinha para alguém e se preparar para lançar um feitiço. Provavelmente uma Maldição Imperdoável. Seu coração quase parou quando viu quem era a pessoa prestes a ser atacada: Gina Weasley. Ela estava ali, devia ter corrido para fora no momento inicial do ataque. Vulnerável, estava de olhos fechados, caída de joelhos no chão, chorando muito, como se já tivesse esperando pelo inevitável.
Sem pensar duas vezes, ou tendo idéia do que fazia, Draco correu na direção da ruiva. Na hora exata em que o feitiço foi proferido, ele saltou e conseguiu empurrá-la. Como estavam próximo a uma ribanceira, rolaram durante alguns metros. Ainda escutou o Comensal gritar algo ininteligível. Quando chegaram ao fim da pequena ribanceira, Draco parou para olhá-la. Chegava a soluçar de tanto que chorava, e tremia bastante. Ele a abraçou e perguntou:
- Você está bem?
Ela apenas balançou a cabeça negativamente e murmurou: 'Não'.
Ele a abraçou mais forte, se punindo internamente por tê-la feito sofrer. Sabia que não poderia ter feito nada para que ela não tivesse ido a Hogsmeade, mas poderia ter sido mais cuidadoso com ela, enquanto só se preocupara com o Potter.
De repente, sentiu um par de mãos o puxarem para cima.
- FIQUE LONGE DELA, MALFOY!!! - Weasley gritou, enquanto Potter levantava-a. O loiro ficou estático, olhando enquanto os três levavam Gina e saíam correndo por um por um trecho escuro da vila, provavelmente uma saída alternativa. Então o plano não havia dado certo! O Lord não havia capturado o Potter! E tinha quase certeza que havia sido por culpa sua. O que será que aconteceria com ele?
Nem teve tempo de terminar de especular o que poderia ocorrer. Dois Comensais chegaram por trás, e o puxaram pelo braço. Como se debatia muito, um deles lhe lançou um feitiço estuporante, a varinha apontada exatamente na nuca. Foi a última coisa que Draco sentiu.
[...]
Draco sentia uma dor exagerada na sua nuca, que latejava a ponto de fazer seus olhos lacrimejarem. Fazendo uma força extrema, se mexeu e levantou a cabeça para ver onde estava. Para seu horror, viu que estava no meio de um círculo de Comensais encapuzados e, parado à sua frente a terrível face pálida, com feições de cobra, a boca semelhante a uma fenda, e os coléricos olhos vermelhos: Lord Voldemort.
- Olá, Draco. Nos encontramos novamente – disse a voz gélida. Draco tremeu ligeiramente. Não podia negar que estava com medo. Definitivamente não era corajoso. – Porém, dessa vez a situação é um pouco diferente...
Voldemort parou de falar por um momento. Aproximou-se do loiro e se abaixou. Percebera que o garoto massageava sua nuca desde que despertara. Retirando bruscamente a mão de Draco, apertou o local com força. Draco gritou.
- Acredito que você já saiba que nós não gostamos de traidores... - Voldemort tornou a falar, ainda pressionando o machucado. - Nós temos um código de ética, você sabia? Achei que já soubesse dele, mas parece que não. Então, vou lhe explicar: tudo, cada pormenor, aqui dentro, é muito bem controlado e dentro das regras. Com os acontecimentos de hoje, você violou várias dessas regras. Fiquei desapontado. Você teria um futuro brilhante ao meu lado, assim como seu pai. Infelizmente, vejo que esse não será seu destino aqui.
Voldemort se levantou e tornou a sentar-se em sua cadeira. Agora a nuca de Draco estava latejante, porém dormente, e ele viu a imensa cobra que estava enrolada ao lado do pé da cadeira. Tinha uma expressão medonha, sua cabeça estava em pé. Ele viu Voldemort sibilar algo para o réptil, e se arrepiou mais uma vez. Não estava gostando nada da situação.
- Pois bem, Draco. Pela gravidade de sua traição, a saída correta seria a morte. Entretanto, como tomei conhecimento de seu relacionamento com a garota Weasley, e sei que nem todos os jovens estão isentos de algumas atitudes estúpidas, posso lhe dar a chance de se redimir. Darei ao seu pai essa função... Lúcio! Aproxime-se!
Draco, ainda caído no chão, viu um dos Comensais que estava atrás dele dar um passo à frente no círculo. Seu pai retirou o capuz e se aproximou vagarosamente. Olhou pra ele, e apesar da aparente indiferença, pôde perceber quão pesaroso estava. Sabia que o que viria pela frente não era nada fácil. E pelo jeito, seu pai também.
- Lúcio, você deveria ter orientado melhor esse menino. Afinal, você sabia que ele entraria pro círculo. Estou extremamente desapontado. Mesmo assim, dou-lhe a chance de aplicar um corretivo nesse moleque, Lúcio. Mostre a ele o que acontece a quem desobedece a uma ordem do Lord das Trevas e estraga todo um plano, tão perfeitamente arquitetado.
Um silêncio fúnebre recaiu pelo local onde estavam.
- Pai... Por favor... - Draco pediu. Lúcio permaneceu fitando o garoto, caído no chão. Voldemort tornou a falar:
- Ande, Lúcio! Não temos todo o tempo do mundo! Torture o garoto!
Draco estremeceu. Seria torturado! Sabia como era a dor de um Crucio, pela descrição que as pessoas faziam. Era pior do que mil facas perfurando seu corpo. Seria capaz de sobreviver?
- Não... Pai... Por favor... - não saiu mais que um sussurro. Lúcio suspirou fundo. Mantinha ainda o olhar em seu filho. E pela primeira vez em toda a sua vida, Draco viu dor e pena nos olhos de seu pai. Não sabia o que seria dele. O único ali que poderia salvá-lo era ele...
- Ande logo com isso, Lúcio, antes que eu mate esse moleque! - Voldemort esbravejou. – Pensando bem, é escolha: ou você tortura seu filho, dando uma lição nele, ou eu o mato. Ande!
Lúcio olhou para Voldemort com fúria.
- Você não sabe o que está me pedindo! - disse pela primeira vez.
- Ah, sei... Sei exatamente o que eu estou pedindo.
- Você poderia ter pedido para qualquer Comensal daqui fazer isso, mas pede justamente pra mim. Não tenho culpa se você tem frustrações do passado com relação à sua família, mas eu não vou fazer isso com o meu filho! - Lúcio disse com a voz trêmula. Parecia travar uma luta interna, não sabendo o que fazer. Era totalmente contra os seus princípios contestar uma ordem do Lord, mas não poderia fazer tamanha atrocidade com uma pessoa que amava.
Voldemort ficou por quieto por um instante. Depois se levantou e apontou a varinha para Draco.
- Você escolheu, Lúcio. Está vendo, moleque? Você irá morrer porque seu pai é fraco demais pra lhe lançar um simples feitiço... Diga adeus.
Draco olhou desesperado para seu pai. Não podia morrer, era tão novo, tinha tantos planos! Não tinha vivido, e muito menos feito tudo o que queria.
Olhou para seu pai. Ele, que sempre fizera tudo que ele queria, que nunca deixara de dar nada que Draco quisesse... Lembrou-se das conversas após o jantar, do seu tão característico humor sarcástico, das discussões, na maioria das vezes engraçadas, entre seu pai e sua mãe. Sua mãe... Sempre o cercando de tudo do bom e do melhor. Sempre se preocupando. Os dois não davam explícitas demonstrações de amor, mas a maioria das atitudes que eles tomavam superavam mais de mil palavras. E, pela primeira vez, depois que havia chegado ali, a imagem de Gina invadiu sua cabeça. Seu grande amor e o motivo dele estar ali. Não se arrependia por tê-la salvado. Não se arrependia, mesmo sabendo que morreria no lugar dela. A única dor em seu coração era saber que morreria sem lhe dar um beijo, sem se despedir, sem pedir pra que ela fosse feliz. Queria que ela seguisse em frente, tocasse a sua vida, até mesmo casasse. Queria, acima de tudo, que ela fosse feliz. E isso ele, infelizmente, não poderia proporcionar a ela. Viu quando Voldemort deu um sorriso maléfico e abriu a boca, pronunciando as primeiras palavras.
Fechou os olhos com força e viu sua vida passar inteira por sua mente, como num flash. Viu seus pais, e Gina. Gostaria apenas que ela soubesse o quanto ele a amava, e que ele tinha feito tudo isso para salvá-la. À distância, escutou:
- Avada...
Mas logo em seguida, um grito desesperado interrompeu o encantamento:
- NÃOOOOOOO! PARE!
Era seu pai.
Abriu apenas um olho, como se tivesse medo do que fosse ver. Viu primeiro Voldemort dando um sorriso vitorioso, e quando olhou para o lado viu seu pai, tremendo incontrolavelmente e respirando ofegante. Seus olhos estavam arregalados.
- Pare - murmurou. Olhou dentro dos olhos do filho.
- Vamos, pai... Me torture - Draco pediu, hesitante, já com lágrimas nos olhos. Não conseguia mais controlar. Já estava numa situação desesperadora. Chorar era o menor dos males.
- Você não faz idéia do que é isso que está me pedindo, Draco.
- Por favor, pai. Vai acabar logo. Ande! Me torture, EU NÃO ME IMPORTO!!! - Draco gritou com toda a força que ainda conseguia ter.
Lúcio olhou em volta, para os Comensais que ali estavam. Olhou para Voldemort, e por fim para seu filho. Levantou a varinha lentamente, e apontou para ele. Respirou fundo, como se tomasse coragem. Draco ainda pediu mais uma vez, encorajando-o. Até que Lúcio disse:
- Crucio.
Draco sentiu uma dor no coração, mas não era tão forte quanto pensava que seria. Será que tinha morrido e por isso não havia sentido dor? Será que era isso? Ficou com medo de abrir os olhos para confirmar, mas o fez quando ouviu Voldemort gritar:
- Lúcio, seu incompetente! Você tem que querer causar dor!!! Será possível que terei de lhe ensinar a lançar um Cruciatus???
Voldemort parecia fora de si. Draco se assustou mais uma vez e prometeu para si mesmo que se saísse daquela situação, nunca seguiria um homem como esse. Ele não respeitava nem o mais fiel de seus seguidores! E se conhecesse seu pai como achava que o conhecia, sabia que ele compartilhava da mesma opinião.
Lúcio abaixou os olhos e a varinha. E disse baixo, porém firme:
- Como posso querer causar dor ao meu próprio filho?
- VOCÊ NÃO PENSOU NISSO QUANDO QUIS MATAR A NAMORADINHA DELE HOJE À TARDE! - Voldemort gritou mais uma vez. Parecia um louco, um sádico.
- Pai... Era você? - perguntou, e Lúcio apenas abaixou a cabeça mais uma vez, como confirmação. Draco não sentiu raiva dele, como achava que iria sentir. Tudo aquilo que ele estava passando era mais do que a prova de que ele somente queria o seu bem. Aprendera, finalmente, que uma Maldição Imperdoável não se concretiza se não quisermos causar dor, e saber que essa não era a intenção do seu pai era o suficiente para ele. Draco então, não perguntou mais nada.
Voldemort permaneceu um bom tempo murmurando e andando de um lado para o outro. Ninguém sabia ao certo o que fazer, mas a tensão era quase palpável. Nesse meio tempo, Draco levantou-se do chão, entretanto não conseguiu andar. Seu pai não tentou lhe ajudar, permanecia no mesmo lugar.
- Tudo bem então... Vejo que estou cercado de incompetentes - Voldemort tornou a falar. - Você me decepcionou profundamente hoje, Lúcio. Um Comensal que não consegue colocar seus tolos sentimentos de lado e lançar uma mera Maldição não merece fazer parte deste círculo. De qualquer maneira, seu filho ainda merece uma correção. E eu já sei exatamente o que fazer. Pior do que a tortura física há somente uma coisa, a tortura psicológica...
Draco não conseguia ver aonde aquele homem queria chegar. Mas não precisava saber o que ele queria dizer, para ter certeza que era alguma loucura.
- Quero ver como você vai continuar vivendo sabendo que seu pai morreu por sua causa, Draco - Voldemort falou friamente, arrastando as palavras. Draco arregalou os olhos, mas antes que conseguisse ter alguma reação, o homem disse, com a varinha apontada para Lúcio:
- Avada Kedavra.
Tudo aconteceu em questão de segundos, mas pra Draco foram horas. Ele viu os olhos de seu pai se arregalarem, e seu corpo inerte cair lentamente, até atingir o chão. Gritou com toda a força de seus pulmões, não sabendo exatamente de onde ela saía.
- PAIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII! NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!
Ignorando completamente a dor, Draco correu até onde estava o corpo do seu pai, ajoelhando-se. Havia esquecido de onde estava, na frente de quem estava. Não existia mais nada além do corpo de seu pai, que estava ali, na sua frente, com os olhos cinzas estáticos, fixos.
Ele desatou a chorar, abraçando, meio desajeitado, o corpo do seu pai.
- Pai... Por favor... Não me deixa, pai! Não me deixa!
Ficou ainda se lamentando por um longo tempo. Não sabia se iria suportar aquela dor. Só amava três pessoas no mundo e uma delas agora estava morta. Sentia sua vida desmoronando. Peça por peça, estava caindo, e ele se via de mãos atadas, sem conseguir fazer nada para impedir. Seu pai havia morrido por total culpa sua! Se Lúcio tivesse conseguido lançar o Crucio nele, não estaria morto agora. E Draco nunca, em toda a sua vida, havia dito que amava seu pai, embora tivesse total certeza de que ele sabia disso. Mas era cruel. Era uma sensação de impotência que ele sabia que não passaria tão cedo. O que aconteceria com sua mãe quando ela soubesse? Ela enlouqueceria!!! Draco não suportaria isso. Precisava fazer algo para trazer seu pai de volta! Voltar no tempo não dava, não era permitido. Lúcio Malfoy estava morto. Morto, e não tinha nada que ele pudesse fazer! Tinha que ao menos honrá-lo! Ele não poderia morrer em vão. Draco não ficaria com esse peso em suas costas pra sempre. Precisava fazer algo, e só sabia que queria fazer algo pra diminuir esse sentimento de culpa, não sabendo o quê...
- E então? Como você viverá agora sabendo que você matou o seu próprio pai? - Voldemort perguntou, sorrindo cinicamente.
Draco, ainda chorando, fechou os olhos do seu pai. Enxugou as lágrimas de um modo brusco e em dois segundos já estava com a varinha apontada para o coração de Voldemort.
Não sabia ao certo como havia chegado até lá, mas soube que do mesmo modo que chegou, os outros Comensais também chegaram e encostaram as varinhas em sua cabeça.
Draco olhava com fúria para aquele homem à sua frente, e realmente não se importava em saber que ele era considerado o maior bruxo do século. Pressionava a varinha cada vez mais contra o peito dele. Não seria tolo em fazer nada contra ele. Poderia matá-lo ali, mas seria morto logo em seguida. Valeria a pena? Pensou em sua mãe. Não teria mais ninguém para protegê-la se ele morresse. Não saberia como ela poderia agir diante da morte do marido e do filho. Talvez fosse o fim da família Malfoy. E isso, certamente não queria.
- Pense bem antes de fazer alguma tolice, jovem Malfoy - Voldemort sibilou.
- Você está cercado... - um Comensal falou, e pela voz, Draco reconheceu como sendo Nott.
- Escute bem, Voldemort - pela primeira vez em toda a sua vida falou do bruxo a quem todos temiam, inclusive ele, mas isso era passado. Já não sentia medo disso. - Você é apenas um homem. É mortal como qualquer outro bruxo. Se você soubesse o ódio e a repugnância que eu estou sentindo agora, você nunca mais cruzaria o meu caminho. Só que eu não vou permitir que você saia da minha vista. Nós nos encontraremos novamente, e você vai se arrepender amargamente de ter se metido com um Malfoy. Você verá, eu vingarei a morte do meu pai.
- Isso é uma ameaça, Draco? - Voldemort perguntou sarcástico. Draco sorriu torto, de um modo quase psicopata.
- Eu não sou um homem de ameaças, Lord – isto dito de forma visivelmente sarcástica - Voldemort. Ameaças foram feitas para os fracos, que não tem capacidade de agir. Isto foi uma promessa. Portanto, tenha muito, mas muito cuidado comigo.
Sem falar mais nenhuma palavra, Draco saiu do meio dos Comensais, empurrando-os. Alguns fizeram menção de lançar um feitiço, mas Voldemort os impediu, com um gesto da mão. O loiro então se abaixou, com um dificuldade imensa, mas com a determinação que não sabia existir dentro de si ainda pulsando, pegou seu pai em seus ombros, e sem conseguir evitar que mais uma lágrima caísse, aparatou.
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N/A 1: SIMMMMMMMMMM! Eu matei o Lúcio!!! Como sou cruel! Como sou cruel! Buááááááááááááá! Não acredito que fiz isso comigo mesma!!!!! Estou extremamente deprimida com essa morte e posso dizer que a fic perdeu 50% do charme dela (os outros 50 pertencem a Narcisa). Sniff, sniff... Estou tão triste...Mas foi preciso! Vamos enxugar as lágrimas e seguir em frente! Temos ainda história pra contar... Mesmo sem o personagem mais lindo, maravilhoso, sexy, rico e mau...
N/A 2: Se alguém quiser contestar o que eu escrevi, dizendo que o Lúcio NUNCA protegeria o Draco, eu cito apenas uma frase da minha maninha Nici: 'Os maus também amam... Aos seus semelhantes'. Portanto, na minha fic, o Lúcio ama seu filho, como qualquer pai amaria um filho único e herdeiro.
N/A 3: Gostaria de agradecer muito as reviews do último capítulo. Me deram a maior força! Eu amei! Muito obrigada a todos!!! Amo vocês! E revisem esse capítulo pra me dizer o que acharam, ok?
N/A 4: A Flávia me deu a idéia de fazer um concurso pra quem descobria quem iria morrer. E eu adorei essa idéia. Tentamos implantá-la, mas acabamos não conseguindo. Que pena... Queria muito que tivesse dado certo. Numa próxima oportunidade, nós fazemos algum concurso, ok?
N/A 5: O nome desse capítulo é uma homenagem a minha maninha Nici!!! Te amo, dear! E lembre-se: O Lúcio morreu na fic, mas não na história. Não chore e não entre em depressão, please...Não quero ter esse epso nas minhas costas... Rs :-P
Até o próximo capítulo!!!
P.S. da Nici (a alfa-reader e madrinha da fic): Eu não acredito que ela pôde fazer isso comigo... Não acredito.
