Capítulo 27- A batalha final
Draco saía de mais uma reunião da Ordem, no escritório do Dumbledore. Havia sido a última reunião antes do ataque dito como o último. Todos haviam chegado num consenso de que se esperassem por um ataque do Lord, essa guerra nunca acabaria. O que eles deveriam fazer era atacar o bando das Trevas, algo que o Lord nunca imaginaria que fosse feito. Ainda mais tendo em Draco, um elemento surpresa. Snape ainda trabalhava como espião e com algumas informações repassadas por Draco, eles conseguiram armar um plano de ataque. Era algo muito complexo de se realizar. Por ser bastante minucioso, ninguém poderia falhar. Um erro qualquer acarretaria o fim da missão e o fim da vida de quem estaria na equipe. Talvez fosse por isso que estava tão tenso. Por causa de toda essa dificuldade que eles iriam encontrar, Dumbledore hesitou em concordar que os adolescentes fossem na missão. Ainda eram alunos de Hogwarts, então, ainda estavam sob responsabilidade do diretor. Porém, eles disseram que iriam com ou sem a aprovação do diretor e, Dumbledore já havia visto o suficiente para acreditar neles.
Caminhava pelos corredores de Hogwarts, sem seguir um caminho específico. Ainda era cedo, e não tinha a mínima vontade de ir até o dormitório. Sua mãe estaria lá e, como sempre, ao vê-lo chegar, iria enchê-lo de perguntas e iria tentar demovê-lo da idéia de ir pra guerra. Desde que resolvera enfrentar o Lord, sua mãe estava morando em Hogwarts. Temia pela segurança dela, ainda mais porque ele havia ameaçado o Lord na frente de todos os comensais. Temia por represálias. Dumbledore, então, havia cedido um quarto na Sonserina, que somente era dado para os monitores-chefe e, mesmo Draco não sendo um, ele permitiu mesmo assim, já que não havia um monitor-chefe na Sonserina, naquele ano. Dumbledore, também, havia concordado em tirar todas as acusações dos Malfoys, caso Draco ajudasse a derrotar o Lord das Trevas. Sendo assim, Narcisa ficaria livre de qualquer acusação sobre ser cúmplice de um comensal, contanto que Draco contasse tudo o que ele sabia, sem restrições. E, Draco concordou.
Continuava a andar pelos corredores, ficando, inclusive, perdido algumas vezes. Seu coração estava apertado. Ele sabia que estava ansioso, já que eles partiriam no outro dia de manhã, mas tinha alguma coisa a mais. Sentia como se estivesse esquecido de fazer algo muito importante ou algo que se arrependeria pra sempre. Não conseguindo decifrar o que era continuou sua caminhada, até que, para o seu próprio espanto, chegou até um corredor conhecido: Era o corredor esquerdo do quinto andar. Era onde ficava a sala onde sempre se encontrava com a Gina.
Seu coração deu vários pulos e, de repente sentiu-se um tolo. Lógico que era isso que faltava. Precisava falar com Gina antes de partir. Talvez fosse a última oportunidade em que poderia falar com ela. Talvez fosse a última vez que iria vê-la...
Receoso, deu passos lentos até atingir a quinta sala do corredor. Para sua alegria, a porta estava entreaberta. Provavelmente, ela deveria estar lá. Abriu-a com cuidado, até que a viu. Ela estava sentada na janela, de costas pra porta. Admirava o luar, que na proximidade do verão, ficava muito mais belo.
Ele pensava muito rápido. Não sabia se batia na porta, se falava alguma coisa, se pigarreava, enfim, não sabia o que fazer. Optou por falar algo, para que ela notasse a presença dele. Pensou, então, no que poderia falar. Muitas coisas se passaram na cabeça dele, mas o que realmente saiu foi apenas um 'oi'.
- Oi.- ele disse, e depois se puniu: 'Oi? Isso é o máximo que você consegue, Draco?'
Gina ficou ainda um tempo virada de costas pra ele. Queria esconder o sorriso que apareceu na sua face ao escutar a voz dele. Ela havia esquecido de como era ótima a sensação de senti-lo tão perto de si. Seu coração saltou, e segurou a respiração por um momento. Era ele! Ele novamente estava ali, perto dela! Mas, ela não poderia facilitar as coisas. Ele a havia feito sofrer, e toda a história da morte do pai dele estava muito mal contada. Diziam pelos corredores de Hogwarts que Draco era um comensal e tinha, inclusive, recebido a Marca Negra (Dumbledore incentivava esses boatos, com a ajuda de alguns alunos, porque era bom desviar completamente o foco de onde realmente estava voltada a atenção do Draco). Depois de um ligeiro instante, Gina se virou, sentando-se de lado na janela.
- O que você está fazendo aqui?- ela perguntou, tentando esconder suas emoções.
Ele caminhou até a mesa e sentou-se em cima dela. Gina não conseguiu esconder um pequeno sorriso. Não importava quanto tempo se passasse, Draco conservaria as suas manias.
- Estava caminhando por aí, sem destino algum. Até que parei aqui e quis entrar. Mas, se eu estiver te incomodando, eu me retiro...- É lógico que ele não sairia da sala. Disse aquilo apenas porque conhecia muito bem a garota à sua frente e sabia que ela não permitira que ele saísse se ele se fizesse de vítima.
- Não, imagina. Esta sala é grande, não está me incomodando.- Dito isso, ela se virou de costas, novamente.
- Eu sinto falta daqui...- ele disse, depois de um tempo.
- Pois eu não, afinal, venho aqui todos os dias.- ela retrucou, sem se virar.
- Mas aposto que não é a mesma coisa de quando nós estávamos juntos... Nós passamos bons momentos aqui, se lembra?- ele resolveu arriscar. O que mais precisava nesse mundo era um olhar acolhedor que Gina sempre lhe direcionava. Na realidade, queria se sentir querido, amado. Queria beijá-la, amá-la, até que o dia raiasse. Mas, ele não poderia fazer isso. Não poderia dar alguma esperança a ela, esperança de tempos felizes, se ele mesmo não sabia se iria poder cumprir. Por isso, se contentava apenas com um olhar.
Ela se virou.
- Eu te conheço muito bem. Diga logo o que você quer aqui, e depois saia da sala. Não tenho tempo pra esses joguinhos bobos.
As palavras rudes dela o atingiram. Não que tenha ficado magoado, era preciso de muito para magoar um Malfoy, mas ele as sentiu. Tudo o que precisava no momento era uma palavra acolhedora, um voto de confiança, mas parecia que ela não o daria isso. Pelo contrário, fez com que ele se sentisse pior do que já estava. Só ele sabia o quanto era difícil manter a pose de forte perante toda a Escola sabendo que a única pessoa, agora, com quem ele contava era a mãe. Só ele sabia como era difícil ver que não tinha quase ninguém ao seu redor. Não menosprezava a presença da sua mãe, para ele era extremamente reconfortante, porém, ele queria mais do que tudo, Gina do lado dele. Se isso acontecesse, ele sabia que era capaz de lutar contra quem fosse, contra o mundo inteiro se fosse preciso. Lutaria e sobreviveria, porque sabia que teria que voltar para cuidar das duas mulheres que mais amava e admirava no mundo. Só que Gina não estava ao lado dele. E isso doía porque ele ainda a amava. E como a amava. Parecia que todo esse tempo distante, todas as adversidades que surgiram na vida dele serviram pra que o amor que ele sentia por ela aumentasse. Só então ele se deu conta da enorme falta que ela fazia e o quanto que ele a queria ao seu lado. Pelo resto da sua vida.
- Tudo bem.- disse com a voz rouca.- Eu não sabia que lembrar do nosso passado era um joguinho bobo pra você. Não irei lhe importunar mais.
Ele levantou da mesa e foi em direção a porta. Ela o interrompeu.
- Desculpe. Eu exagerei mesmo. Mas é porque eu realmente não entendo o que você quer aqui! Um dia você termina comigo, sem me dar uma explicação convincente e depois você aparece aqui, relembrando o que aconteceu entre nós. Eu não te entendo!
Ele se virou pra ela.
- Não tem problema. Talvez, a partir de amanhã, você não tenha mais que se preocupar comigo.- ele se virou novamente pra sair. Gina desceu da janela, em um pulo.
- Do que você está falando?- ela perguntou indo à direção dele.
Ele pareceu ponderar um momento, até que respondeu.
- Porque amanhã eu vou pra guerra. E posso não voltar mais.
Gina estatelou. Como assim iria pra guerra? Ele estava louco? Ele se meteria naquela guerra imunda? E se acontecesse alguma coisa com ele? Ele não poderia estar falando sério!
- Do que você está falando?- perguntou novamente.
- Isso mesmo que você escutou, Gina.- ela estremeceu ao ouvi-lo pronunciar seu nome novamente.- Eu vou amanhã pra guerra. Vou acabar com aquele que matou o meu pai.
Ela ficou por um tempo quieta, olhando fixamente nos olhos dele.
- Eu não acredito que você ainda tenha coragem de vir até aqui somente pra me dizer que vai lutar contra a minha família e meus amigos!- ela gritou.- Você realmente não gosta de ninguém, Draco Malfoy! Só pensa em você!!
- Do que você está falando, Gina?- perguntou, confuso.
- Você disse que vai se vingar de quem matou o seu pai, então você quer se vingar de alguém do nosso lado, do lado do Dumbledore, do lado da minha família!!!
- Você não sabe do que está falando!- ele começou a se alterar. Não fora ali pra ser insultado. Ela não sabia da metade do que tinha acontecido com ele, portanto ela não poderia sair falando sobre o que não conhecia.
- Não sei? Então explica!- ela disse, num tom visivelmente irônico.
Ele respirou fundo, e falou com calma, mas soando irritado.
- Pra sua informação, quem matou o meu pai não foi ninguém do seu lado e sim Lord Voldemort.- ele viu quando Gina estremeceu ao ouvir o nome do Lord.- E, amanhã, eu vou pra essa guerra imunda, como você diz, junto com Dumbledore e seu grande herói Potter. Pode deixar que, se eu tiver a chance de matar o Lord, eu me mantenho no anonimato e digo pra todos que foi o seu amado, só pra você ficar feliz e poder lamber os pés dele quando ele chegar, tá legal?
Ela ficou quieta tentando assimilar tudo o que ela havia escutado. Então, Lúcio Malfoy não fora morto por alguém do 'bem' e sim pelo próprio Voldemort... E, Draco lutaria ao lado do Harry para salvar o mundo mágico! Enquanto ela ainda estava envolta nos seus pensamentos, Draco retornou a falar.
- Oh... Te desapontei? Aposto que era bem mais divertido quando eu era o mau da história. Pois bem, que fique bem claro, caso eu morra nessa guerra, que eu não fui pra salvar o mundo mágico, como você deve estar pensando, e sim pra honrar o nome do meu pai. E eu, sinceramente, desejo que você seja muito feliz, sabe? Case-se com o seu adorado Potter e tenha vinte filhos ruivos, sardentos e quatro-olhos... Até um dia, ou até nunca mais, Gina Weasley.- ele disse com a voz cheia de rancor. Lançou-lhe um olhar penetrante, mas magoado, e depois se retirou da sala.
Gina estava num conflito interno. Todas as palavras que Draco havia dito povoavam a sua cabeça. Principalmente as mais fortes...
'Talvez, a partir de amanhã, você não tenha mais que se preocupar comigo.'
'Porque amanhã eu vou pra guerra. E posso não voltar mais.'
'Pois bem, que fique bem claro, caso eu morra nessa guerra, que eu não fui pra salvar o mundo mágico, como você deve estar pensando, e sim pra honrar o nome do meu pai.'
'Até um dia, ou até nunca mais, Gina Weasley.'
Ele iria pra uma guerra. Contra Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. Poderia morrer. Morrer...
Os momentos mais alegres que Gina havia passado ao lado dele passaram como flash na sua cabeça. Lembrou-se de todas as coisas bonitas, as palavras românticas, as juras de amor... E lembrou-se, principalmente, do quanto o amava e do quanto ele ainda tinha importância na vida dela. O que seria dela se Draco morresse? Ou pior, se ele morresse na guerra e com raiva dela? Isso não poderia ficar assim.
Num acesso repentino de coragem, Gina saiu correndo da sala. Não o encontrou naquele corredor, nem em nenhum outro. As lágrimas já corriam pelos seus olhos. Tinha que encontrá-lo. Onde ele estaria? Não poderia estar muito longe!
Correu o máximo que suas pernas ainda poderiam agüentar, mas não o encontrou em lugar algum. Sentindo o peso das pernas, das costas e do seu coração, Gina se largou numa parede, permitindo que as lágrimas escorressem. Ele iria pra guerra com raiva dela! Tudo porque ela tinha dado ouvidos aos boatos absurdos dos fofoqueiros daquela Escola. Se algo acontecesse com ele, ela teria que conviver para sempre com o fato de ter maltratado o grande amor da sua vida e com o peso das últimas palavras que ela disse para ele. Palavras rudes, que não condiziam em nada com o que ela sentia de verdade.
Já havia desistido, estava com a cabeça encostada nas pernas, e o olhar fixo na parede da frente, quando viu um cabelo loiro platinado dobrando a esquina do corredor mais à frente. Era ele.
Gina levantou-se, recolhendo o pouco de forças que tinha, e correu atrás dele, até que conseguiu alcançá-lo.
- DRACO!- chamou, arfando.- DRACO!
Ele apenas parou de caminhar, mas não se virou. Gina parou de correr e caminhou na direção dele. Ao alcançá-lo, ela o virou. Ao olhar dentro dos olhos dele, ela percebeu que ter saído correndo atrás dele foi a atitude mais sensata que ela tomou durante toda a sua vida. Ela encarou os olhos cinzentos, que demonstravam toda a fragilidade dele naquele momento. Tinha uma marca no rosto, apenas uma. Era como se ele tivesse derramado uma lágrima fraca e que ela tivesse secado antes de terminar o seu caminho. Ele parecia acabado. Os olhos dela se encheram de lágrimas, e ela suspirou fundo, tentando arrancar qualquer vestígio de força e coragem que ainda tinha dentro dela.
- Draco...- disse, baixinho.- Por favor...- Ela engoliu em seco, deixando algumas lágrimas caírem.- Por favor... Se você ainda sente algo por mim, nem que seja mínimo... Por favor... Não vá... Não vá... Não me deixe...- ela não conseguiu segurar mais, e começou a chorar, silenciosamente.
Draco olhou para o teto. Não poderia chorar na frente dela! Seria demonstrar fraqueza! Não poderia. Mas estava fraco e vulnerável e, naquele momento, diante da mulher que tanto amava, era difícil manter-se forte e impassível. 'Nem que seja mínimo', era até piada. O mínimo que ele sentia por ela se assemelhava ao máximo que ele sentiu por todas as garotas que ele já tinha ficado durante toda a sua vida. Ele a amava loucamente.
- Não posso...- murmurou.- Eu prometi pra ele.
- Então me promete uma coisa...- ela pediu, ainda chorando. Ele assentiu com a cabeça.- Promete que você volta vivo. Volta pra mim.
Ele deu um sorriso fraco.
- Eu daria tudo nesse mundo pra que eu pudesse prometer isso pra você e mais, que eu pudesse cumprir.- ele enxugou as lágrimas do rosto dela com o polegar.- Mas eu também não posso. Não posso prometer algo que eu não posso cumprir.
Ela o abraçou de um modo brusco, e forte.
- Não me deixa! Não me deixa, por favor!
Ele afagou os cabelos dela.
- Não torne as coisas piores do que já estão, Gina. Eu vou voltar. Eu vou ficar bem. Só não me peça pra prometer, mas eu estou lhe dando a minha palavra.
Ela se afastou um pouco, apenas pra conseguir olhar nos olhos dele.
- Eu am—
Ele a interrompeu.
- Eu sei. Eu sei. Não precisa me dizer, ok?
Ela sacudiu a cabeça em afirmativo e tornou a abraçá-lo, e ficaram assim até que ela parasse de chorar. Durante esse momento, Gina teve a impressão que Draco derramara algumas lágrimas, mas ela preferiu acreditar que tinha sido só impressão.
Depois desse tempo, eles se afastaram.
- Eu tenho que ir agora, Gina. Nós sairemos muito cedo amanhã, antes do sol nascer. Por favor, não conta pra ninguém aonde eu fui, e como meu pai morreu. Minha participação nessa missão é sigilo total, embora eu ache que Voldemort já esteja esperando por isso.
- Tudo bem...- ela disse, num fio de voz.
- Antes... Posso te pedir uma coisa?
Gina concordou de leve com a cabeça.
- Cuide da minha mãe pra mim. Sei que é algo complicado, mas ela não tem mais ninguém. Meu pai está morto, eu estarei na guerra... Durante esse tempo, cuide dela, por favor...
Gina pensou por um momento e depois murmurou:
- Lógico.
- Obrigada... Agora vamos...
Eles foram caminhando em silêncio até onde teriam que se separar, já que as Casas ficam em caminhos opostos. As mãos não estavam dadas e sim apertadas uma contra a outra, como se eles estivessem tentando usufruir ao máximo do último contato entre eles. Ao chegarem até o corredor bifurcado, soltaram as mãos.
- Bem...- Draco tentou iniciar, mas nada vinha a sua cabeça. Não sabia o que dizer.
Gina o abraçou novamente.
- Por favor, se cuida, tá? Não faça loucuras... Volta inteiro pra mim...
- Eu vou voltar.- Ele disse olhando nos olhos dela. Então, ele colocou a mão dentro das vestes como se procurasse algo. Gina ficou sem entender, mas nada perguntou.
Draco puxou o cordão prateado, com um pingente em forma de M em diamantes, de dentro das vestes e tirou-o. Em seguida, colocou-o em Gina.
- Cuida dele pra mim, tá?- ele pediu.
- Está louco, Draco? Você mesmo disse que esse é o seu cordão da sorte e que não vive sem ele.
- Exatamente. Ele é tão importante pra mim, que eu não quero perdê-lo durante a batalha. Quero deixá-lo com alguém de confiança. Você vai cuidar dele pra mim?
- Lógico que sim. Não vou tirá-lo do pescoço.
- Ótimo... E lembre-se...Eu estou deixando as três coisas mais preciosas que eu tenho, aqui, nesse castelo: esse cordão, minha mãe e você. Pode apostar que eu volto pra buscar o que é meu...
- Por Merlin, Draco...- Gina ameaçou retornar a chorar. Draco impediu.
- Não chore. Eu voltarei pra esse castelo. Voltarei pra você. A gente ainda tem muita coisa pra viver...Eu ainda não te fiz feliz o suficiente...
- Fez sim! Eu sou feliz só porque amo você!- ela disse, quase desesperada, como se acreditasse nisso com todas as forças.
- Eu sei disso, meu amor...Mas a gente merece mais, muito mais... E nós teremos...
Draco foi à direção dela, e Gina fechou os olhos. Ao fazer isso, várias lágrimas caíram ao mesmo tempo. Ele, ao invés de beijá-la nos lábios, deu um beijo de leve na testa. Teve que ter um imenso autocontrole pra conseguir isso, mas não queria beijá-la e dar mais esperanças a ela, esperança de algo que ele não sabia se iria poder cumprir.
Depois, se afastou, e seguiu o caminho em direção às masmorras. Gina permaneceu olhando enquanto ele caminhava e pode perceber, quando ele esfregou o rosto, nitidamente, enxugando as lágrimas. Ela abaixou a cabeça e murmurou:
- Nós seremos muito felizes, Draco... Nós merecemos...
E caminhou em direção à torre da Grifinória.
[...]
Draco viu as horas passarem na sua frente, mas não conseguia fechar os olhos. Nem ao menos consegui cochilar. A tensão em que estava era muito grande e, ele estava doido para descarregá-la. Ele era daquele tipo de pessoa que fica extremamente nervosa antes de um certo acontecimento, mas quando está vivenciando-o, torna-se completamente calma. Por isso, sabia que só ia conseguir se acalmar, quando estivesse no campo de batalha. Quando encontrasse Voldemort...
Quando chegou a hora de partir, Draco arrumou as poucas coisas necessárias dentro da sua mochila enfeitiçada. Preferiu não acordar a sua mãe, odiava despedidas, ainda mais as dramáticas. Deixou apenas um bilhete, dizendo que em breve estaria de volta. E saiu.
No Salão Principal encontrou com os outros membros da Ordem, que já estavam reunidos. Dumbledore não iria, afinal, precisava manter a escola. Caso houvesse a necessidade da presença dele, eles criaram um mecanismo, onde eles poderiam se falar em qualquer momento em que precisassem. Em questão de segundos, Dumbledore estaria no local pretendido. Mas, Draco achava que aquilo não seria necessário. Embora duvidasse da capacidade mágica de muitos que ali estavam, ele confiava plenamente em si mesmo e no Professor Snape. Além do que, Sirius Black também iria. E o fato dele ter conseguido fugir de Azkaban, quando ainda tinha a presença dos dementadores lá, era algo que deveria ser considerado. Não sabia ao certo como ele tinha conseguido fugir de lá, pra ele isso sempre tinha sido um mistério, no entanto, tinha quase certeza que ele tinha usado Magia Negra pra isso.
'Ao menos, eu não serei o único a usar Magia Negra aqui...', pensou.
Desde que havia entrado para Hogwarts, Draco havia se interessado pela Arte das Trevas e, seu pai, orgulhosíssimo do filho, deu algumas aulas, passando-lhe os mais relevantes conhecimentos. Quanto mais velho Draco ficava, mais se interessava pelo assunto. E, passou a praticamente respirar os livros de Magia Negra após a morte do seu pai. Tornara-se praticamente obcecado por elas. O único contratempo era que não havia podido treinar no tempo que estava na escola, então, alguns dos assuntos, ele dominava somente a parte teórica, mas estava bastante seguro e confiante no seu aprendizado.
Alguns torceram o nariz com a chegada de Draco, que não se importou em nada. A presença deles também não era nada agradável. Permaneceu em um canto, em silêncio, enquanto olhava a movimentação dos que estavam presentes. A única mulher, (além de Hermione Granger, lógico), que se juntara ao grupo era uma mulher nova, com uma aparência estranha e, que, a todo o momento, mudava a cor dos cabelos. Talvez fosse assim que ela extravasava o seu nervosismo. Severo Snape parecia calmo. Tão calmo que chegava a irritar. Não via nada em suas feições, elas estavam completamente impassíveis. Sirius Black, pelo contrário, estava exageradamente inquieto. Andava de um lado para o outro. Encostava-se à parede, mas parecia nunca encontrar uma posição adequada e tornava-se a se mexer.
Antes de terminar a sua avaliação sobre as pessoas ali presentes, o trio maravilha, as únicas pessoas que ainda faltavam, chegou ao local. Depois de falar rapidamente com os presentes, Potter (que parecia muito tenso) se dirigiu a Draco.
- Eu realmente não esperava que você viesse...- Ele disse, normalmente.
Draco se limitou a lançar-lhe um olhar sarcástico e disse:
- Essa é a diferença entre nós, Potter. Eu não sou previsível.
Depois, saiu do lado do garoto e foi na direção do Prof. Snape, onde conversaram sobre alguns detalhes da operação.
Alguns minutos depois, eles saíram de Hogwarts. Ele não quis olhar pra trás, não queria relembrar o que estava deixando dentro do castelo para ir a um lugar que não sabia se voltaria vivo. O céu ainda estava escuro, e batia um vento frio, dando um tom nostálgico à paisagem. As árvores da Floresta Proibida balançavam lentamente, passando um ar de tranqüilidade. Tudo parecia tão diferente. Ele estava ali, ansioso, tenso, enquanto o mundo parecia não se importar.
Caminharam até Hogsmeade, onde passaram uma parte da manhã, resolvendo os últimos detalhes. Tudo deveria ser feito com muita cautela, já que não poderiam chamar atenção e, como era um grupo grande, naturalmente, já atraíam a atenção. Ainda mais tendo como integrante o-menino-que-sobreviveu.
Draco foi até o pub, Três Vassouras, onde tomou uma cerveja amanteigada e prestou atenção em tudo o que estava acontecendo em sua volta. Como Olho-Tonto Moody dizia sempre: 'Vigilância Constante'. Tentou escutar alguma conversa da qual pudesse tirar algum proveito, mas não havia nada de interessante ali. Ele, então, pagou a sua cerveja amanteigada, saiu do pub e foi ao encontro dos outros no lado de fora.
- E, então, Draco? Encontrou algo de anormal?- Snape perguntou a ele.
- Anormal é a presença dele, aqui, conosco.- Rony apressou-se em responder. Hermione deu um cutucão de leve no garoto, mas pela expressão da menina, ela partilhava da mesma opinião.
Ninguém disse nada para repreender o menino. Apenas Snape que lhe lançou um olhar mortífero. Draco apenas ignorou-o. Toda a repulsa que sentia pelo garoto de cabelos vermelhos e seus dois amigos inseparáveis havia evoluído para um outro estágio: indiferença. Draco não se importava mais com o que eles pensavam ou o que eles diziam. O que ele queria, no momento, era atingir as suas prioridades, e voltar bem para o castelo, para Gina e para sua mãe. Weasley e seus amigos eram como se fossem umas pedras no caminho, mas umas pedras tão minúsculas, que nem tomava conhecimento delas, apenas saltava. Ou melhor, chutava-as.
- Você encontrou algo de anormal?- Sirius Black, perguntou novamente.
Draco retirou os olhos do ruivo e se virou para Black, demonstrando uma aparente calma.
- Não tem nada demais no Três Vassouras. Conversas vazias, planos para as férias, nada além de banalidades. Conversei um pouco com Madame Rosmerta, e ela me disse que o vilarejo anda na mais perfeita paz.
- Ótimo. Então, como ninguém encontrou nada aqui, como esperávamos, vamos prosseguir com o nosso plano.- Lupin tomou as rédeas da situação.- Tudo o que temos que fazer agora é aparatarmos até a cidade bruxa mais próxima de Little Hangleton, que é onde ocorrem as reuniões dos comensais, conforme foi dito pelo Draco e confirmado pelo Snape...- todos permaneceram em silêncio, como que concordando. Lupin prosseguiu.- E irmos caminhando até lá. Então, vamos logo...
Em questão de segundos, todos estavam na cidade vizinha a Little Hangleton. E iniciaram a caminhada, que era bastante longa, em silêncio. O sol do meio dia fazia com que a caminhada fosse mais cansativa, porém ninguém reclamava de nada, com exceção de Draco, que de vez em quando soltava um muxoxo. A previsão era chegar até a cidade onde Voldemort havia nascido ao anoitecer.
Quando pararam para comer algo, Rony disse, mais para si mesmo:
- Eu ainda não entendi porque não podemos aparatar em Little Hangleton...
Draco olhou pra ele com indiferença, mas logo se voltou para o seu sanduíche. Entretanto, murmurou suficientemente alto para que o ruivo escutasse:
- Você nunca sabe de nada, Weasley...
- O que você falou de mim, Malfoy?- Rony levantou-se em um pulo.
- Eu disse – Draco tornou a falar, porém, dessa vez falava mais alto - que você nunca sabe de nada...
Rony avançou, ignorando os protestos de Hermione. Draco deu dois passos para trás, não para fugir, mas para manter a distância necessária para que pudesse debochar do ruivo.
- Está tão nervoso por quê, Weasley? Só disse a verdade! Você não sabe por que não podemos aparatar direto em Little Hangleton?? Não é óbvio?? A cidade é trouxa e tenho certeza que Voldemort perceberia se, sei lá quantos bruxos aparatassem de uma só vez lá...- disse, gesticulando muito.
Rony parou de avançar na direção de Draco. Lupin resolveu intervir:
- Draco tem razão. Nós não podemos simplesmente aparatar lá. Chamaria muita atenção por sermos um grupo grande. No entanto, não vejo motivo para brigas. Nós somos um grupo agora e o destino de todos nós e dos nossos familiares está nas nossas mãos, portanto, exijo que todas as diferenças fiquem de fora. A próxima discussão que houver dentro do grupo, que não seja para tratar sobre a missão, os envolvidos voltarão imediatamente para o castelo. Todos entenderam bem?- todos sacudiram a cabeça em afirmativo, com exceção do Draco. Lupin, percebendo isso, tornou a perguntar.- Entendeu bem, Draco?
Draco olhou-o e sacudiu a cabeça de leve.
- Muito bem. Retornaremos a nossa caminhada. Estamos perto agora.
Todos juntaram as suas coisas rapidamente e tornaram a caminhar. O silêncio abateu-se novamente entre eles. Às vezes, um diálogo curto surgia, mas morria logo em seguida.
A noite chegou e com ela, o grupo atingiu a cidade de Little Hangleton.
"Finalmente", Sirius Black havia exclamado. Todos concordaram com um muxoxo. A vontade de Draco era se recostar em qualquer canto e dormir, no entanto, não poderia fazê-lo. Não se importava de perder uma noite de sono sabendo que, ao amanhecer, Voldemort não existiria mais, que seu pai estaria vingado e ele poderia usar o nome Malfoy sem sentir culpa ou remorso.
- Chegamos.- Sirius tornou a falar.- Agora que estamos aqui, sinto que teremos uma noite muito, muito longa pela frente. Espero que os sentimentos nobres de vocês fiquem na entrada dessa cidade e só retorne quando sairmos dela.
- O que você quer dizer, Sirius?- Harry perguntou, visivelmente apreensivo.
- O que ele quis dizer, Potter, é que a partir de agora estamos numa guerra e na guerra não há piedade nem nobreza. O que vocês tiverem que fazer para sairmos daqui com a vitória deverá ser feito. Não importa o quê.- Snape respondeu, com sua habitual voz arrastada, como se explicasse para uma criança de cinco anos.
- Inclusive... Matar?- Hermione perguntou, com dificuldade, como se receasse o que havia perguntado. Pior, como se tivesse medo da resposta que ouviria. Snape virou-se para ela, olhando-a com desprezo.
- Principalmente matar. Ou vocês acharam que essa seria uma das suas brincadeirinhas em Hogwarts? Não, não é. Se quiserem sair vivos daqui terão de usar desses artifícios. Que estejam cientes disso. Se quiserem desistir, ainda há tempo.
Todos se entreolharam, aparentemente apavorados, porém ninguém desistiu. Draco havia dado de ombros. Havia ido nessa missão com vontade de matar. Matar Voldemort. Esse era o destino dele e de cada um que estava ali, e agora faltava pouco para o fim. Sendo assim, resolveram se separar, já que o grupo era grande demais. Encontrariam-se novamente na entrada para a antiga casa dos Riddle, que era onde eram feitas algumas reuniões dos Comensais.
Snape, Draco e Mundungus Fletcher seguiram pelo caminho na direção Oeste. Subiriam o morro pelo lado contrário ao do Trio Maravilha.
[...]
- O senhor acha que isso dará certo?- Draco perguntou para Snape, em um determinado momento da caminhada.
- Só depende de nós, Draco. Eu confio em mim e sei do que você é capaz. Porém, ainda há os outros...
- O senhor acha que eles podem desistir?
- Desistir?- Snape olhou para ele.- Não, não creio. São grifinórios, tem coragem de sobra. Mas eles são nobres o suficiente para acabar com toda a nossa missão. Foi por causa da boa vontade do Potter - Snape disse isso com uma expressão enojada e pela primeira vez no dia, Draco sorriu.- que aquele rato do Pettigrew fugiu e o Lord das Trevas voltou.
- Então a culpa é dele se estamos passando por isso agora...
Snape pareceu pensar por um momento.
- Bem... Sim e não. Com o ato de bondade dele, ele adiantou o que iria ocorrer mais cedo ou mais tarde.
- Que fosse mais tarde então... Talvez eu estaria agora no castelo, jantando calmamente. Talvez, eu nem precisasse estar aqui...
- Eu sei o que se passa pela sua cabeça, Draco... Se tivesse sido mais tarde, se seu pai seria poupado. Pois eu lhe digo que não seria. De um modo ou de outro, isso acabaria acontecendo. Ninguém que está nessa guerra está a salvo, Draco. Nem você, nem eu. Ninguém.
Draco olhou para o professor. Como ele conseguia ser uma pessoa completamente diferente com ele... Lógico que não era um grande amigo, ou sentimental, mas com ele, Snape conseguia conversar sem ter que colocar aquela forte barreira que ele geralmente usava para os outros alunos. Eles eram parecidos. Talvez fosse por isso que admirava tanto o seu professor. Porém, Snape não disse mais nada até que atingissem o portão da casa dos Riddle. Mundungus Fletcher chegou alguns minutos depois. Na realidade, ele tivera dificuldades na subida, mas nem Snape e nem Draco se preocuparam em ajudá-lo.
Esperaram mais alguns minutos pelo resto do grupo. Resolveram ficar agachados, atrás de uma pequena moita. Quando o grupo já estava completo, Draco pensou que havia sido realmente uma sorte muito grande que todos tivessem chegado até ali sem ter passado por nenhum percalço. Uma sorte muito grande... Ou algo estava errado.
- Que estranho! Não há sinal de luz na casa.- Hermione exclamou, num sussurro.
- Tem razão, Hermione. Mas Voldemort deve ter percebido a nossa presença, ou estar usando lumus.- Lupin comentou.
- Vou mais além...- Draco interrompeu.- Ele pode estar usando algum artefato da Magia Negra onde a luz só é emitida pra aquele que usa o objeto. Quem olha de fora, vê tudo completamente escuro.
- Bem observado, Draco. Essa hipótese é a mais provável.- Lupin comentou, dando um ligeiro sorriso para o loiro. Draco apenas tornou a olhar pra casa.
- Acho que devemos entrar na casa. Não tem sinal de segurança do lado de fora.- Sirius comentou e Lupin concordou com a cabeça:
- Sim. Está na hora de entrarmos, porém, alguns de vocês ficarão do lado de fora, esperando o nosso sinal. Não saiam daqui por nada, além do nosso sinal. NADA.- Lupin frisou, olhando para Harry. Pois bem, Sirius, Artur e Snape, entrem comigo. Os outros esperem aqui.
Os quatro entraram vagarosamente. Um simples 'Alorromora' abriu o portão. Draco s preocupou. Estava tudo fácil demais. Voldemort não era tão simples assim. Ele se escorou no muro e tornou a sentar no chão, olhando o vilarejo ao longe. Os minutos que se passaram foram bastante angustiantes. Nenhum sinal de vida na casa era dado. Eles deveriam estar a mais de dez minutos lá dentro e nada havia acontecido. Seu coração começou a acelerar. Aquilo não estava nada bom.
Mais alguns minutos de espera... Nada.
Harry começava a ficar impaciente, já se remexia, dizendo que queria entrar. Rony dizia que iria junto, porém, os adultos e Hermione os impediram. Draco estava nervoso, não poderia negar, mas não demonstrava. Descontava o seu nervosismo nas plantas, arrancando as folhas dos arbustos.
Cerca de dez minutos depois, os quatro voltaram, com a aparência derrotada. Lupin falou primeiro:
- Podem se levantar. Não há ninguém na casa.
- Como assim, não há ninguém?- Harry perguntou, alterado.- Você não havia dito que haveria uma reunião importante dos comensais hoje? De que lado, afinal, você está?- perguntou, apontando para Snape.
- Não vou responder as suas acusação, Potter! Você não passa de um menino arrogante e tolo.
Sirius trincou os dentes e tentou avançar em Snape, mas Lupin o impediu.
- O que eu havia dito antes servia para todos. Mais uma discussão desse nível e os dois voltam para o castelo.
- Você não pode me mandar, Lupin!- Snape sibilou. Lupin olhou-o calmamente.
- Dumbledore me entregou o dever de guiar essa missão e ninguém irá arruiná-la se depender de mim. E isso vale para você, Snape.
Sirius soltou um sorrisinho debochado. Lupin virou-se pra ele:
- Está rindo de quê, Almofadinhas? Isso também vale para você.- Sirius tornou a ficar sério.
- Bom... O que faremos agora? Snape?- Lupin o chamou, e ele se virou.- Você realmente tem certeza que a reunião seria realizada hoje?
- Certeza absoluta. Olhe a Marca. Está brilhante. Eles estão se reunindo.- Snape respondeu.
- Tem alguma chance de Voldemort ter descoberto os nossos planos?
- Nenhuma. Somente se houvesse um espião entre nós.
- É ELE!- Rony gritou, apontando para Draco.
- Só pode ser ele!!!- Harry completou.
Todos olharam com desconfiança para Draco, que cerrou o punho.
- Que merda! Quantas vezes eu vou ter que dizer que eu não sou um espião??- Draco finalmente explodiu.- Se vocês continuarem com essa merda, eu largo vocês aqui e vou atrás daquele maldito sozinho! E aí, eu quero ver o grandioso Potter vivendo num mundo onde quem matou Voldemort fui eu!
Harry tremeu ligeiramente ao ouvir a resposta. 'Provavelmente, ele não deve ter gostado nada da hipótese de ser passado pra trás por um Malfoy e inimigo dele.', Draco pensou.
- Draco..?- Snape chamou e ele olhou. Por alguns instantes ficaram se encarando, até que Snape finalmente disse:
- Ele não é o espião, Lupin. E você sabe que eu não estou mentindo.
O trio maravilha se entreolhou. Snape havia usado Legilimência em Draco e ele realmente não era o espião. Se não era ele, quem era então?
Nos minutos seguintes, Snape usou da Legilimência em todos os integrantes da Ordem, porém, nada descobriu.
- Não há espião entre nós...- disse Snape, finalmente.
- Hum...- Lupin pensou por um instante.- Se não há espião, eles não sabem de nós. Se eles não sabem de nós e há uma reunião, eles devem estar em algum lugar, o que é óbvio... Mas... Onde?
Draco tratou de puxar pela memória, mas de nada lembrava. Aquela reunião dos comensais onde seu pai morrera havia sido feita na casa dos Crabbe, mas porque havia sido uma reunião emergencial. Todas as vezes que uma reunião era marcada com antecedência, nunca era na casa de um comensal, e sim na antiga casa dos Riddle. 'Mas, algumas vezes, era em um outro lugar... Onde mesmo??? Pense, Draco... Pense... Hum... Era num cemitério?? Mas onde..? Cemitério!'
E, de repente, a resposta veio na mente dele, que se levantou num pulo.
- Potter!- Ele exclamou. Harry até se assustou. Nunca ouvira Draco chamá-lo com tamanho entusiasmo.- Alguns anos atrás, você disse que Voldemort te levou para um cemitério! Qual era??
O rosto de Harry se iluminou.
- É isso!! É o cemitério de Little Hangleton! Só pode ser! O pai dele está enterrado lá!
- Lógico... Num cemitério... Um lugar ermo, simplório e bastante improvável para uma reunião. Parabéns, Draco, Foi muito bem pensado.- Lupin sorriu. Dessa vez, Draco não o ignorou, mas apenas balançou a cabeça, em afirmativo.
- Eles já se reuniram lá algumas vezes. Lembro de ter escutado algo do tipo...- Draco explicou.
- Pois bem... Então vamos logo! Precisamos chegar até lá o mais breve possível! Vamos!
Todos se levantaram rapidamente e se puseram a caminhar. Todos pareciam bastante ansiosos e falavam sobre a nova descoberta. O silêncio havia ficado pra trás. Até coisas impossíveis d esse imaginar aconteceram.
- Você se lembrou bem, Malfoy.
Draco olhou para o lado. Era o Harry. Pensou em alguma tirada sarcástica para dizer, poderia se enaltecer, dizendo que era o mais inteligente e o mais esperto, mas disse apenas:
- Eu sei...
Harry deu um sorriso de meia boca e se afastou, indo para perto de Hermione e Rony.
[...]
Por ordem do Lupin, pararam de falar ao atingirem a área do cemitério. Tornaram a se separar, até chegarem a alguns metros do portão, onde havia uma grande árvore.
- O portão está sendo vigiado...- Sirius notou.
- Então, eles ainda devem estar esperando por alguém. Se a reunião tivesse começado, os dois comensais estariam lá dentro.- Snape respondeu.
- Não acredito que eles estejam esperando alguém, porque, quando eu fui trazido pra cá, todos aparataram de uma vez e não entraram pelo portão.
- Então, de acordo com o que Harry disse, eles realmente estão de vigia. Voldemort deve ter desconfiado de algo...
- Ele é precavido.- Draco iniciou.- Quando eu vi que havíamos chegado fácil demais naquela casa, sabia que tinha algo de errado. Porém, aqui, Voldemort cometeu um erro.
- Qual?- Sirius perguntou.
- Colocou Crabbe e Goyle no portão Os dois são ridiculamente tapados.
- São Crabbe e Goyle?- Lupin perguntou e Draco afirmou.- Tem certeza absoluta?
- Claro que sim. Quantas vezes já os vi com vestes de comensais? Sei distinguir a maioria deles.
- Hum... Então temos que bolar um plano... Alguma idéia?- Lupin perguntou.
- O muro é alto, mas eu tenho a experiência em pular muros. Já pulei muitos enquanto fugia do Duda. Não é seguro aparatar lá dentro, não é?
- Provavelmente não. Temos que utilizar o menor número de magia possível. É bem provável que ele deve ter colocado algum tipo de feitiço que o informa se alguém usou mágica no local. Já li sobre isso.- Hermione opinou.
- Então é o que faremos. Rony e Harry pularão o muro, porém, precisamos de alguém que distraia os dois bobocas.- Sirius comentou.
- Eu tenho um plano.- Draco de se pronunciou - Prof.Snape e eu temos vestes pretas e capas, bastante parecidas com a dos comensais. Se colocarmos o capuz, podemos chamar a atenção deles enquanto os dois pulam. Assim que eles atingirem o outro lado, eles tacam uma pedra na cabeça deles, desmaiam os dois, e nós, pelo lado de fora, abrimos o portão. Ou seja, não usamos magia do lado de dentro, logo o sensor não é ativado.
- É um bom plano.- Sirius comentou.
- É arriscado e tolo demais!- Lupin interrompeu. Draco olhou pra ele, com desprezo.
- Por isso mesmo! Por ser tão improvável, ninguém acreditaria que alguém o fizesse. Além do que, é o único plano que temos.- Sirius lembrou.
- Vamos deixar para quem vai participar, decidir. Vocês estão de acordo?
Os quatro concordaram com a cabeça.
- Então é o que faremos. Preparem-se.
Draco tirou a capa da sua mochila. Sabia que iria precisar dela. Snape já estava com a sua. Draco reduziu a mochila até que ela pudesse caber no seu bolso. Viu quando Rony se despediu de Hermione e sentiu um pingo de inveja. Tudo o que ele queria no momento era um abraço de Gina.
Todos desejaram boa sorte. Harry e Rony se dirigiram para o muro enquanto Draco e Snape desceram um pouco para poderem simular que estavam aparatando. Ainda escondidos entre os arbustos, eles viram quando os dois atingiram a parte de cima do muro, sendo um de cada lado do portão. Então, aparataram do arbusto para a rua.
Crabbe e Goyle voltaram a atenção para eles, que andavam vagarosamente, lado a lado, praticamente deslizando, como se fosse um dementador.
- Identifiquem-se!!!- Crabbe gritou.
Nenhum dos dois respondeu.
- Quem são vocês??- Foi a vez de Goyle gritar.
Eles continuaram se aproximando, sem nada dizer. Crabbe e Goyle sacaram as varinhas. Eles já estavam quase atingindo o portão.
Faltava pouco. Muito pouco.
Draco respirou fundo. Estava calmo, mas seu coração não demonstrava isso. Ele conseguia senti-lo pulsando na garganta. Se eles resolvessem lançar o feitiço, eles morreriam.
Faltava pouco agora. Menos de um metro.
'Cadê aqueles dois???', pensou, nervoso.
Estava chegando. Se esticasse o braço, alcançaria o portão. Estavam praticamente cara a cara.
- Quem são vocês?- perguntou Goyle, visivelmente perturbado.
*POFT*
Alguém havia caído. Isso fez com que a atenção dos dois se desviasse. No mesmo instante, Snape sacou a varinha e disse ' Alorromora'. O portão se destrancou e Draco o abriu com um chute violento, acertando Crabbe e Goyle de uma só vez. Harry e Rony chegaram em seguida e ajudaram a carregar os dois para fora do cemitério, onde foram amarrados e amordaçados. Por precaução, as varinhas foram quebradas.
- Vamos logo! Vamos logo! Alguém deve ter vindo ver que barulho foi esse!- lupin ordenou, após ter amarrado os dois na árvore.
- Snape, Draco, Mundungus, Arthur e Sirius, vão por esse lado. Os outros venham comigo por aqui. Boa sorte!
Todos concordaram com a cabeça. Agora, Draco estava mais nervoso. Já estava no terreno do inimigo. Havia chegado a hora.
A lua, no centro do céu, indicava que já devia ser meia noite. Apenas a luz das estrelas iluminava o caminho entre as tumbas. O cheiro das flores invadia o nariz de Draco e ele começava a se sentir nauseado. O barulho das folhas secas no chão era a indicação que o outono estava quase no fim e o verão estava para chegar.
Escutaram barulho.
Vozes.
Cada um se escondeu atrás de um túmulo. Draco viu várias baratas andando na lápide e passando por cima da sua mão, mas não se moveu. A tensão em que estava fazia com que ficasse cego perante todas as outras coisas além de Voldemort e seu bando.
Viu dois comensais se aproximarem e reconheceu-os como sendo Nott e McNair. Murmurou para os outros, dizendo quem eram os comensais e disse também que iria atacar. Eles estavam com varinhas a postos. Não poderia ser um ataque físico, como tinha sido no portão. Teriam que usar magia. Draco olhou para o Prof.Snape e viu que ele imaginava o mesmo. Viu também, quando ele apontou com a mão e iniciou uma contagem.
1...
Eles se aproximavam cada vez mais da direção deles.
2...
Eles se viraram e viram a sombra de um deles. Maldita lua. Seriam pegos...
3...
Estupefaça!- Draco e Snape gritaram ao mesmo tempo. Os dois bateram no túmulo do lado oposto e caíram desacordados. Draco quebrou as varinhas. Em seguida, todos estavam reunidos ao redor dos dois.
- O que faremos? Iremos matá-los?- Draco perguntou.
- Eles estão fora de combate. Vamos deixá-los aí, amarrados.- Arthur disse.
- Mas eles podem voltar a si... Ou alguém pode encontrá-los e soltá-los.- Sirius opinou.
- Só se...- Snape começou.
- Só se, o quê, Snape?- Sirius perguntou.
- Só se nós amarrarmos os dois e jogarmos dentro de um túmulo qualquer.
Sirius sorriu marotamente e disse:
- O que estamos esperando???
[...]
Depois de colocarem os dois num túmulo, continuaram caminhando. Sabiam que estavam prestes a alcançar o local onde a reunião estava sendo realizada. Não demorou muito até que começassem a escutar o barulho das vozes. Um sibilo alto, uma voz fria e pérfida era a que mais se sobressaia. Era a voz dele. De Lord Voldemort.
Os pêlos na nuca de Draco se arrepiaram, mas seus instintos faziam com que ele continuasse caminhando sem se importar. Queria ver sangue. Queria vê-lo sofrer. Começou a ver porque pertencia a Sonserina. Movia-se como se fosse uma cobra, violenta e venenosa, com sede de sangue e preste a dar o bote.
Chegaram num ponto onde conseguiam ver a reunião. Havia cerca de 15 comensais, apenas o alto escalão, como Draco informou. Os Lestrange, Avery, Rookwood, Dolohov estavam lá! Não seria complicado. Era só prestar muita atenção e ter cautela.
Pela primeira vez, Draco olhou em volta do cemitério. Parecia ser antigo e muito mal-cuidado. Alguns túmulos estavam terrivelmente sujos e algumas estátuas estavam quebradas. O aspecto era horripilante, mas ele não se assustou. O cemitério era o de menos. O terror ali era o homem de olhos vermelhos e feições de cobra.
Viu de relance quando Hermione se escondeu atrás de um túmulo do outro lado. Então todos estavam reunidos novamente, Estava chegando a hora do ataque. A hora em que os destinos seriam decididos. A hora em que veriam quem seria o vencedor e quem amargaria o peso da derrota. Olhou para o lado e viu que Sirius se comunicava com alguém, que provavelmente deveria ser Lupin.
Alguns minutos depois, Sirius se virou para o grupo deles e disse que, no sinal, iriam atacar.
Enquanto esperava pelo sinal que ainda não fora dado, Draco achava que o mundo andava em câmera lenta. Que um segundo valia por um minuto e que um minuto equivalia a uma hora. Ele via alguns olhares aterrorizados. Finalmente estava ficando com medo. Era tensão demais para ele. Podia sentir a sua respiração pesada e cada vez que tinha que respirar fazia um esforço enorme. Parecia que, se não respirasse muito fundo, não sobreviveria. Suas mãos começaram a suar frio e a varinha já escorregava de suas mãos. Estava com um mau pressentimento. Tinha a impressão de que não sairia vivo daquele cemitério...
Respirou fundo mais uma vez. Foi quando olhou para o lado e viu Sirius dar o sinal. Nos instantes que se seguiram, não soube muito bem o que lhe movia ou o que estava fazendo. Parecia que alguma força maior o guiava e que seus pensamentos e suas ações estavam muito mais ágeis que o normal. Milhares de jorros de luz passavam na sua frente e muitos feitiços haviam sido proferidos. Draco não hesitou em usar as Maldições Imperdoáveis ou o pouco que sabia de Magia Negra. Não hesitou em lançar o Avada Kedavra em Avery e mandá-lo para o inferno.
Em um momento, um feitiço o acertou. Pensou que estava morrendo, mas apenas voou longe e bateu contra uma pedra de mármore. Sua cabeça doeu muito, mas ele não se importou. Estava sem a sua varinha e isso era um erro fatal. Olhou para o lado e viu o exato momento em que Sirius Black lançou o Avada Kedavra em Bellatrix Lestrange. Menos um comensal no mundo.
Voldemort correu em direção ao corpo da mulher. Aproveitou esse momento de distração e correu atrás da sua varinha. No meio da confusão dos feitiços, escutou um sendo proferido: 'Accio varinha do Draco'.
Era o fim. Estava perdido. Alguém havia percebido que ele perdera a varinha e a havia roubado. Quando estava se desesperando, ouviu Harry gritar:
- Ei, Malfoy! Segura!
Era a sua varinha! Finalmente estava com ela nas mãos, mais uma vez. E pela primeira vez na vida, Draco sorriu para Harry.
- Vê se não a perde de novo!- Potter gritou.
- Só perco novamente quando você perder essa sua pose de herói!- Draco gritou, enquanto duelava com Dolohov.
- Que ótimo! Então você não a perderá nunca!
Draco sorriu novamente, mas dessa vez com um pouco de desdém e voltou sua atenção para Dolohov. Já havia muitos comensais mortos pelo chão. A batalha estava chegando ao fim. De relance viu Voldemort fugindo da cena da batalha. Esperou um momento de distração, matou Dolohov e correu atrás do Lord.
Ele corria muito rápido, mas Draco estava em seu encalço. Lançou alguns feitiços, mas nenhum o acertou. Viu o momento em que Voldemort parou de correr. Ele iria aparatar! Se ele aparatasse seria o fim de tudo. E tudo aquilo teria sido em vão. Mas, incrivelmente, Voldemort não conseguiu aparatar. 'Maldição', ele havia esbravejado. Draco já estava a poucos passos dele. Era apenas lançar o Kedavra. Mas não o fez. A morte era muito pouco para ele.
Draco saltou e derrubou Voldemort no chão. Começou a socá-lo com todas as forças que tinha e descarregava toda sua raiva há muito tempo guardada. Mas Voldemort reagia, e tentava acertá-lo. Em um momento, Draco acertou um soco certeiro no nariz do bruxo que soltou um urro de dor. O loiro paralisou e começou a rir como um louco ao ver o sangue escorrendo do nariz do Voldemort.
- Eu disse que nos encontraríamos novamente, milord.- disse em deboche.
- E eu disse que você não sairia vivo desse encontro.
Voldemort girou o corpo e ficou em vantagem sobre Draco. Socou-o várias vezes, mas Draco, com um chute ágil e forte, jogou-o longe. O loiro correu para buscar a sua varinha. Estava alcançando-a, porém Voldemort puxou as suas pernas e ele caiu. Draco, então, reuniu todas as suas forças e começou a se arrastar no chão e esticar o braço o máximo que podia.
Não iria conseguir. Estava longe demais.
'Vem varinha... Vem varinha...', começou a murmurar. Num momento onde Voldemort relaxou um pouco ele conseguiu se arrastar mais um tanto e alcançou-a. Com uma força súbita, Draco se virou e lançou um Cruciatus no bruxo.
Ele começou a se contorcer no chão de dor. Era um 'Cruciatus' bastante forte, tamanho o ódio que estava sentindo. Sentiu um prazer indescritível ao vê-lo sofrer e gritar. Sentia-se feliz e realizado. Poderia continuar ali por horas. Poderia torturá-lo até que ele perdesse a completa noção de quem era...
Porém, escutou um barulho q o fez interromper a maldição. Virou-se pra ver quem era. Era Harry.
- Ora, ora, Potter... Veio terminar o serviço que eu comecei só para ganhar todos os méritos?- Draco debochou.
- Não seja tolo, Malfoy! Estamos todos do mesmo lado!
Enquanto eles discutiam, o bruxo que estava caído atrás, começava a se mover.
- Nós não estamos! Você quer matá-lo para ganhar fama, status, pra satisfazer o seu ego! Eu quero matá-lo para vingar meu pai!- Draco gritou.
Voldemort tentou recobrar as suas forças, o máximo que podia...
- Não diga asneiras! O que eu quero é te ajudar, me ajudar, ajudar a todos!
- Oh! Que nobre! O que você não quer é que eu mate Voldemort e eu le—
Draco não terminou a frase. Enquanto eles discutiam, Voldemort tentava recobrar as forças, mas estava fraco por causa do Cruciatus que Draco havia lançado. Draco achou que, por ele estar sem a varinha, ele era inofensivo. Porém, ele não sabia que Voldemort vinha se especializando na área da Magia Negra onde conseguia fazer mágica sem varinhas. Só que era preciso uma força muito grande para realizar um grande feitiço. Por isso, que ele lançou em Draco apenas um 'Expelliarmus'.
Draco sentiu os cabelos balançarem conforme seu corpo ia contra o vento. A qualquer momento bateria em algo e, provavelmente, cairia desmaiado. E foi o que aconteceu. Porém, quando bateu em algo, ele sentiu a sua pele rasgar e gritou de dor. Havia se cortado. E muito feio. Depois que caiu, levou sua mão até o corte. Era na altura do abdômen, grande e profundo. Sentia uma dor dilacerante. Começou a suar, mas sentia frio. Começou a tremer.
Perdia sangue. Muito sangue.
Ele ia morrer. Ele sentia isso. Ele sabia. Não iria suportar ao ferimento.
Viu quando Harry iria vir em sua direção. Juntou suas forças e disse fracamente:
- Não... Mate-o... Agora!
Harry afirmou com a cabeça e com um grito que ecoou em todo o cemitério, proferiu a Maldição Fatal. Draco viu, ao longe, Voldemort arregalar os olhos e seu corpo cair vagarosamente, já sem vida.
Draco tentou respirar fundo. Doeu muito. Não conseguiu. Estava sem ar. Era esse o seu fim, agora tinha certeza.
Harry correu até ele e levantou a sua cabeça. Viu quando ele fez uma cara apavorada ao ver o corte. Realmente deveria ser sério. Queria fazer alguma piada dizendo que finalmente ele se tornaria um herói, mas não conseguiu. Apenas soltou um suspiro.
Seus olhos pesavam, seus braços e pernas doíam. Não agüentava mais. Iria desistir. Começou a fechar os olhos. Ouviu Harry gritar: 'Não feche os olhos, Malfoy! Mantenha-se acordado!'.
Não dava. A escuridão o engolfava e a única luz que ainda via aparecia de longe, na frente dos seus olhos. Essa luz seria a sua salvação. Estava morrendo... E ele sabia. Olhou para Harry. Que ironia... Morrer nos braços do Potter. Viu que ele dizia algumas palavras, mas ele não escutava mais nada.
A pequena luz na frente dos seus olhos foi aumentando e Draco resolveu segui-la. Havia feito sua missão. Voldemort estava morto, em boa parte pelas suas mãos, e o nome do seu pai estava honrado, poderia, então, morrer com a consciência tranqüila. A luz aumentou, e ficou muito forte. Draco não resistiu mais e fechou os olhos.
Murmurou "Gina" e foi a última coisa que disse, antes da sua cabeça pender, molemente para o lado.
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N/A 1: Uau! Bati o meu recorde nesse capítulo... Eu sabia que ele ficaria grande... Mas não imaginava que fosse tão grande assim! Espero que tenham gostado. Ah, lembrem-se: ele não está betado... qq erro de português, coerência, ou algo do tipo, simplesmente, abafem o caso, ok? Hehehehe
N/A 2: Eu prometi e aqui está! O capítulo em uma semana!!! Gostaram? É presente de Natal e Ano-Novo. Aliás, o próximo, provavelmente não sairá antes de Ano Novo. Então, eu aproveito pra desejar um Feliz 2004 pra todo mundo!!!!
N/A 3: Panin Malfoy... Aí está! Tio Voldie está morto... E vc não precisa mais me ameaçar!!!! Hahahahaha! Só não comece a me ameaçar pelo q eu fiz com o Draco. O que está feito, está feito... E não! Nem o Draco, nem o Lúcio virarão fantasmas, okz?
N/A 4: O próximo capítulo é o último da fic... Não posso dizer muita coisa, mas... Posso adiantar que teremos um enterro... Preparem os lenços, viu??
N/A 5: Gostaria de agradecer a todo mundo que me mandou reviews, que comentou pelo MSN, pelo fórum... Enfim, a todas as pessoas que leram Fenômeno. Muito obrigada! No próximo capítulo, vou colocar o nome de todo mundo q ajudou, colaborou, revisou e comentou a fic, ok???
N/A 6: Ah... Para os que já leram Ordem da Fênix e sabem quem morreu no livro: Espero que tenha vingado um pouco... Eu juro que não resisti. Não poderia perder a oportunidade de virar o jogo!
N/A 6: REVISEM!!!!!! Preciso saber o que vcs acharam desse capitulo!!!
BEIJOS A TODO MUNDO!!! AMO VCS!!! FELIZ 2004!!!!!
