Título: Valentine's Day (3/3)

Autora: Zelda Hime (zelda_hime@hotmail.com)

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Censura: PG-13

Spoilers: Terceiro livro, um pouco do quinto livro (nada muito importante)

Avisos: Slash/YAOI, UA

Resumo: Durante o quinto ano dos Marotos em Hogwarts, é anunciado um baile de Dia dos Namorados. Imediatamente James vai atrás de Lily, mas Sirius e Remus não têm tanta confiança em si mesmos... E, no fundo, nem mesmo James a tem. SLASH/YAOI SBXRL JPXSS. Inspirado no "dia dos namorados" japonês (ou dia de São Valentin), que é "comemorado" dia 14/02 e 14/03.

Parte 3

        James arrastou Severus até uma sala de aula vazia e soltou-o, colocando as caixinhas em cima de uma mesa e trancando a porta com a sua varinha. Só então ele se virou para ficar de cara-a-cara com o outro, mas Severus ainda estava muito pálido e chocado, olhando através de James com os olhos arregalados. James levantou uma sobrancelha e balançou uma mão na frente dos olhos do outro. Nada.

        - Severus? Você está bem? - o Gryffindor começou a sacudir o outro pelos ombros, mas nada aconteceu. - Severus? Severus!? Snape!!! - ao escutar seu sobrenome sendo gritado, ele acordou do trance. A sua cor voltou toda de repente e ele ficou mais corado que o normal. Ele olhou nos olhos de James, e ficou ainda mais vermelho.

        - Snape, você está bem?

        - Não! Aquele foi o meu primeiro beijo, Potter, você não tinha o direito!!! - James ficou irritado também.

        - Aquele também foi o meu primeiro beijo, idiota, mas você queria que eu fizesse o quê?! Deixasse você passar vergonha na frente da escola inteira e ainda perder pontos para sua casa por brigar com um monitor-chefe?!

        - Você me faz passar vergonha todo o dia, Potter!

        - Isso não vem ao caso agora--...!

        - É claro que vem ao caso! Você e seus amigos imbecis me fazem passar vergonha todos os dias, e agora vocês ainda enfeitiçaram aquela porcaria daquela caixa para me matar de vergonha e atirar o resto de minha honra na lama!!!

        - Nós não enfeitiçamos caixa nenhu--...!!!

        - É claro que o fizeram! Por que então aquele objeto do demônio cuspiu os nossos nomes se ele deveria ter dado os nomes de duas pessoas que se amam!!! - então, os dois entraram em profundo silêncio, só agora entendendo as implicações de ambos serem sorteados.

        Quando todas as peças do quebra-cabeça se encaixaram, ambos ficaram brancos ao perceber que aquilo que sentiam não era só uma atração passageira e então ficaram olhando um para o outro por um longo tempo. Depois do que pareceram horas, os dois inconscientemente começaram a se aproximar mais e mais um do outro. Quando seus rostos estavam próximos o suficiente para um sentir a respiração do outro, ambos arregalaram os olhos e deram um passo para trás.

        Do nada, Severus levantou a mão e deu um tapa no rosto de James, fazendo-o cair no chão. Ambos tiraram a varinha do bolso ao mesmo tempo, mas James foi mais rápido com as palavras e Severus logo foi arremessado em cima das carteiras que enchiam a sala. Recuperando-se, Severus lançou um feitiço a James, que agora estava em pé, fazendo-o ficar com a pele amarela e com bolinhas verdes. Ele lançou outro feitiço ao Slytherin, mas atingiu apenas uma carteira ao lado dele. O Slytherin lançou outro feitiço, mas o Gryffindor desviou, acertando o Slytherin em cheio com um feitiço que deixou os cabelos dele rosa-choque. Severus revidou, deixando os cabelos de James metade azuis e metade vermelhos. James lançou outro feitiço que errou Severus, mas acertou a carteira que estava na sua frente, jogando-a com tudo em cima do Slytherin. Antes de ele conseguir sair debaixo da cadeira, James deixou sua pele laranja escura. Severus usou um feitiço que arremessou o Gryffindor contra a parede na frente da sala e, enquanto o Gryffindor se recuperava, ele correu para a frente da sala também, porque havia mais espaço livre. Então os dois lançaram o expelliarmus. Ambos lançaram ao mesmo tempo, e foram atingidos ao mesmo tempo. As varinhas voaram para o outro lado da classe, e enquanto James perdeu um segundo olhando para onde elas caíram, Severus pulou no pescoço do Gryffindor imediatamente, derrubando ele no chão e caindo em cima dele. James lhe deu um soco no estômago e, aproveitando seu momento de fraqueza, trocou as posições e imobilizou totalmente Severus embaixo de si. James então ergueu o punho fechado e Severus fechou os olhos, preparou-se para receber o soco no rosto...

        Que nunca veio. No lugar, o Slytherin sentiu os lábios do Gryffindor nos seus. Desesperado, Severus arregalou os olhos e tentou se soltar, mas James o tinha bem preso, e ele não parecia querer soltá-lo num futuro próximo. Depois de poucos segundos de luta, Severus desistiu e ficou totalmente imóvel. James percebeu isso, ergueu a cabeça novamente e começou a se sentir muito, muito culpado, como se ele estivesse tentando violar os desejos do Slytherin. Por causa desse momento de culpa, ele baixou a guarda, e Severus se aproveitou disso para trocar os lugares novamente.

        Agora foi a vez de James de sentir seus lábios sendo amassados pelos do Slytherin, mas dessa vez ele retribuiu o beijo com a mesma força e intensidade. Os dois ficaram assim pelo que pareceram anos em um mundo completamente à parte, então a necessidade de ar os chamou de volta para o mundo a que eles pertenciam, e eles se separaram, ofegantes. Severus ergueu a cabeça e olhou profundamente nos olhos de James, procurando por algo que só ele mesmo sabia. James então sorriu um de seus sorrisos brilhantes ao outro garoto, mostrando-lhe um pedaço de sua alma. Isso parecia ser o que Severus estava procurando, porque ele retribuiu o sorriso com um de seus meio-sorrisos. James ergueu a mão e puxou a cabeça do Slytherin para baixo, beijando-o novamente.

        Quando os dois se separaram novamente, Severus sorriu um sorriso inteiro. Ele se ergueu e então estendeu a mão para ajudar o outro. Os dois sorriram, e voltaram-se para a porta, ficando em silêncio por um longo tempo.

        - Err... Hmm... Ah, você quer ver o que tem naquelas caixas? - perguntou James, tentando começar uma conversa.

        - A Walker já disse. Você sabe disso. - Severus respondeu como se fosse óbvio, mas com uma voz mais macia.

        James olhou para ele surpreso com a mudança no tom de voz. Agora, a voz dele não parecia pertencer a alguém dez anos mais velho, mas a alguém uns cinco anos mais novo que ele. Severus corou embaixo do olhar surpreso de James, limpou a garganta e então, para desviar a atenção do outro, caminhou para a carteira onde o Gryffindor havia deixado a dita caixa, desviando-se no caminho da bagunça que os dois fizeram com as carteiras da sala ao trocar maldições. James logo o seguiu.

        Severus puxou um selo que tinha na caixa da Hogsmeade e imediatamente o feitiço foi quebrado e a caixa ficou enorme, ocupando a carteira inteira. James estendeu a mão e pegou a outra caixa antes que ela caísse.

        - Essa é uma das caixas de bombons novas na Dedos de Mel. Remus estava louco por uma dessas, parece que o chocolate é diferente, é de outro país.

        - Hmpf... Não vejo nenhuma diferença entre doces. São todos tão... doces. - James riu.

        - Então, Severus... Você quer um chocolate? - James perguntou inocentemente, pegando um bombom da caixa. Severus levantou uma sobrancelha para James.

        - Eu não gosto de doces, Potter. Acabei de lhe dizer isso.

        - Ah, gosta sim. Você come um doce em todas as refeições.

        - Você está me espionando agora, Potter? Desde quando? - perguntou ele com sarcasmo.

        - Desde o primeiro dia do nosso terceiro ano. - isso pegou Severus desprevenido, e a sua expressão sarcástica caiu, sendo substituída por uma expressão de surpresa. James sorriu novamente e tirou o papel do bombom, estendendo o bombom na frente de Severus.

        - Agora, abra a boca. - o Slytherin ficou vermelho e deu um passo para trás.

        - O que pensa que você está fazendo, Potter? - disse ele na defensiva.

        - Dando-lhe um bombom, ora. - disse James naturalmente.

        - Que intimidade é essa? Quem você pensa que é?

        - Ninguém no momento, mas... Você quer namorar comigo? - James disse a última frase rapidamente e um brilho de esperança e medo apareceram em seu olhar.

        Severus olhou surpreso para ele novamente, e um longo silêncio tomou a sala. Quando a expressão de James começou a se tornar triste, Severus deu um meio sorriso e estendeu a mão, encostando sua mão na de James propositalmente enquanto pegava o bombom.

        - Talvez... - disse ele ainda sorrindo, então comeu um pedaço do bombom. Depois de engolir, ele acrescentou. - Se você me der um bom motivo.

        Pelo sorriso e pelo brilho no olhar do Slytherin, James sabia que aquilo era um sim. Ele se atirou nos braços de Severus e o abraçou bem forte. Severus pareceu desconfortável por um tempo, mas então abraçou o Gryffindor de volta, sentindo-se tão bem quanto jamais havia se sentido. Os dois ficaram assim por muito tempo, então se separaram finalmente e se sentaram lado-a-lado no chão, de costas para a parede e se apoiando um no outro, comendo um pouco dos bombons da caixa e curtindo o silêncio confortável entre eles.

* * *

Dia 15 de fevereiro, três e meia da manhã.

        - Remus... Você acha que os dois se mataram? - perguntou Sirius preocupado, abraçando o namorado em seu colo. Remus riu.

        - Não se preocupe, Sirius. Provavelmente os dois, a uma hora dessas, já estão deitados um ao lado do outro, dormindo bem juntinhos para se esquentar do frio... E, me diga uma coisa Sirius, como você sabia dos dois?

        - Hmm... Não sei. Acho que eu sabia há muito tempo, mas só percebi mesmo essa noite. Eu conheço os dois bem demais... E você? Como você sabia? - Remus riu.

        - Foi no final do terceiro ano... Eu o peguei enchendo uma folha de papel com o nome do Severus e muitos corações em uma aula de história. Ele disse que não era nada do que eu estava pensando, mas depois que percebeu que não iria me enganar tão fácil, ele passou o resto do ano me implorando para que eu não contasse para ninguém. Umas duas semanas depois, eu fiquei a noite inteira acordada por algum motivo que não me vem à mente agora e acabei escutando ele gemendo o nome de Severus, também. - Sirius olhou para ele com as sobrancelhas levantadas.

        - Hmm... Você conhece alguns segredos negros de James que nunca me passaram pela cabeça... Interessante... Isso no final do terceiro ano? Não foi a partir do quarto que ele de repente ficou louco pela Evans? - Remus riu.

        - É, eu já pensei nisso. Acho que ele começou a fingir gostar dela para tentar me mostrar que ele não gostava mais de Severus e para impedir mais alguém de descobrir o seu segredo. Mas mesmo assim, até hoje, nas noites próximas à Lua cheia, quando eu fico com o sono mais leve, eu acordo de madrugada com ele gemendo o nome de Severus... Numas das noites, no quarto ano, eu nem resisti e caí na gargalhada.

        - Aquela noite em que você teve o sonho estranho?

        - Ela mesma! Eu não tive sonho nenhum, eu fiquei acordado a noite inteira. - Sirius começou a rir com o namorado. Nesse momento, a porta da sala comunal se abriu e alguém entrou.

        - Olá! - disse James depois de um suspiro. Ele jogou duas caixas no chão, caiu num sofá desocupado e fechou os olhos com um grande sorriso idiota nos lábios.

        Os dois outros Gryffindors se entreolharam com olhares divertidos, então voltaram a olhar a imagem do amigo. James estava com a pele amarela cheia de bolinhas verdes e seus cabelos, muito mais bagunçados do que o normal, estavam metade azuis e metade vermelhos. Uma grande marca roxa em sua bochecha mostrava que, provavelmente, ele havia levado um soco no rosto e seu rosto estava todo sujo de chocolate. Sirius caiu na gargalhada, mas Remus se conteve.

        - Foi boa a noite, Prongs?

        - Ótima! - suspirou o amigo, mas logo depois deu um enorme bocejo. - É, pessoal, eu adoraria ficar e contar como foi ótima a noite com meu namorado, mas eu estou morrendo de sono! A gente se fala amanhã, boa noite!

        - Boa noite. - responderam os dois em uníssono. Assim que eles escutaram a porta do dormitório se fechar, ambos caíram na gargalhada.

* * *

Dia 15 de fevereiro, duas da tarde.

        - Bom dia, Moony, Padfoot! - disse James com um sorriso, tomando o seu lugar na mesa.

        - Boa tarde, Prongs. - respondeu Sirius. James fez um bico.

        - Não seja chato, Padfoot! Eu tenho certeza que você também acabou de acordar! - Sirius lhe mostrou a língua e James lhe retribuiu o gesto.

        - Hmm... James...? Não sei se você percebeu, mas... - começou Remus, sendo interrompido por James.

        - O feitiço vai sair em vinte e quatro horas, a magia foi forte demais para funcionar um contra-feitiço, nós dois nos empolgamos demais na hora de lançar. Moony, me passa o suco de manga? - o loiro assim o fez, sacudindo a cabeça com um sorriso. - Moony, pára de fazer isso, você está começando a parecer minha mãe... - James disse, pegando o suco. Sirius riu.

        - Olha Prongs, eu sei que você está muito feliz e tudo mais, mas o seu amor acabou de entrar, e está com cara de quem chupou todos os limões azedos de um limoeiro... - Remus sussurrou para o amigo. James apenas sorriu.

        - Ele disse que era melhor continuar com a pretensão e eu concordei. - disse ele sorrindo. Sirius levantou a cabeça e voltou seu olhar para a mesa da Slytherin. Ao se deparar com a pele laranja e o cabelo rosa-choque de Severus, ele caiu na gargalhada.

        - Prongs, o que você fez com ele?

        - Ele deu um tapa no meu rosto, eu não podia deixar ele sair dessa sem revidar. - Remus o olhou surpreso.

        - Esse roxo enorme no seu rosto foi um tapa? - James, que estava com a boca cheia, apenas assentiu com a cabeça.

        - Nossa... Eu nunca pensei que o frágil Snape tivesse toda essa força. - Sirius assoviou, olhando para o Slytherin. Severus ergueu a cabeça e lhe lançou um olhar mortífero, que foi retribuído com um sorriso e um aceno de mão. Severus o ignorou e voltou-se para sua comida. - É... Severus está fazendo muito bem a parte dele em seu acordo. Mas você está sendo um miserável em fingir que nada de bom aconteceu, Prongs. Parece que você encontrou um bando inteiro de passarinhos verdes ontem à noite... - James respondeu com um sorriso, colocando mais comida em sua boca. Os outros dois Marotos riram.

FIM...?