O Destino de Sakura
Capítulo 2
By Harumi Sato
- Não. Eu nunca o mataria meu querido príncipe. Eu nunca faria isso com o meu amor. - Afastando a espada mágica dourada de seu amado. - Você não tem culpa de nada. Eu não posso fazer isso com você. Chorava.
Após um momento, a jovem tomou todo o fôlego e disse decidida:
- Eu morrerei em seu lugar. - Apontando a faca para si - Adeus meu querido príncipe. - Dando seu último e fraco sorriso.
A jovem se ajoelha e finca a espada com toda sua força em seu coração. A grande pedra vermelha da espada brilha e a jovem cai no chão.
******
A cortina do palco se fecha. Os espectadores aplaudem, enxugando suas lágrimas de emoção ao final do espetáculo. A cortina se abre novamente mostrando os atores e Sakura estava lá no meio. Ela que dirigiu a peça e fez papel de feiticeira. Sorriu ao ver o marido na primeira fileira ao lado de Miho e Shaoran. Os atores agradeceram ao público de mãos dadas e a cortina se fecha novamente.
Os aplausos ainda eram ouvidos quando os alunos que apresentaram a peça foram para junto de seus pais.
- Parabéns Sakura.- Cumprimentou Miho.
- Parabéns Sakura.- Cumprimentou Shaoran.
- A peça ficou maravilhosa Sakura. Parabéns. Você fez um ótimo trabalho. - Disse Takatoshi ao se aproximar de Sakura.
- Obrigada. - Sorriu contente - E adorei a surpresa de você ter chegado adiantado e assistido a apresentação.
- Pois é... O meu trabalho acabou mais rápido que eu imaginava. Acho que foi a pressa e a preocupação em não acabar a tempo. Mas em vez disso acabamos adiantado e deu tempo até para assistir a peça.
- Que bom que saiu tudo bem. Estava com saudades, disse Sakura, abraçando Takatoshi.
- Eu também. - Sorriu vermelho.
A Diretora da escola deu a última fala no palco e o evento de encerramento de primeiro semestre acabou. Todos se despediram e Sakura e Takatoshi voltaram para casa.
Ao chegar em casa, Sakura fez o prato predileto de seu marido para a janta: Strogonoff. Depois, tomaram banho juntos. Sakura fez uma massagem em Takatoshi para relaxar e dormir bem depois da longa e cansativa viagem a trabalho. (Não. Não aconteceu nada além disso. XD)
******
Na manhã seguinte, Sakura abre os olhos e Takatoshi já não está mais ali. Provavelmente já saiu para trabalhar. - A partir de hoje é férias de trabalho. - Se espreguiçou devagar.
Sakura boceja e olha para o relógio que indicava 10:30. Levanta devagar, penteia o cabelo, lava o rosto e vai tomar café ainda bocejando. Começou a comer uma salada de frutas que sobrou do dia anterior. Quando estava comendo, lembrou-se de um compromisso muito importante.
- Hããããã!!!! Eu tenho a consulta com o Eriol às 11!!! - Gritou Sakura desesperada.
Olhou para o relógio, são 10:55. Sakura enche a boca com o restante da salada de frutas, troca de roupa, pega a chave do carro e sai correndo.
Por sorte foi fácil encontrar o endereço do cartão. Estacionou o carro e foi correndo para dentro do consultório.
- Pelo jeito você não muda mesmo, Sakura. - Ouviu-se uma voz.
- Oi Eriol! Ah... desculpe-me pelo atraso. - Respondeu vermelha.
- Não tem problema. - Respondeu calmamente levantando-se da poltrona.
- Você também não mudou muito, Eriol. - Olhando para a fisionomia do rapaz.
Eriol somente sorriu.
- Vamos para aquela sala para para começarmos a consulta antes que percamos mais tempo. - Apontando com a mão para uma outra sala mais à frente.
A sala era espaçosa, tinha o carpete azul com muitos desenhos, um grande armário com muitos livros, uma poltrona inclinada, uma mesinha e uma cadeira. Era um ambiente muito bonito. Tinha muito o estilo do Eriol.
- Sente-se aqui. - Disse Eriol apontando para a poltrona.
Sakura se sentou e então a consulta começou.
- Qual é o seu problema?
- Ando sonhando com a minha morte. - Disse devagar.- Em cada sonho eu sou morta de formas diferentes.
- Puxa...- Disse Eriol num tom assustado anotando o que Sakura dizia.
- Eu tento lembrar quem é essa pessoa que sempre me mata, mas eu não consigo. Quando eu acordo, eu simplesmente não lembro da fisionomia dele. A única coisa que eu sei, é que eu conheço muito bem essa pessoa. Eu sinto isso.
- Desconectado de sua alma, o homem moderno sonha mas não se lembra que sonhou. E, quando se lembra dos próprios sonhos, não entende sua linguagem, mas um mistério, por estar inconsciente da sabedoria que nele está contida. Ele apenas pressente que seu conteúdo, por mais estranho que seja, significa alguma coisa que, para ele, é mistério. Entretanto, a chave desse enigma está em nós mesmos. Cada um possui a chave que abre as portas do seu inconsciente para alcancar o conhecimento que permite a compreensão.- Explicou Eriol e logo parando para pensar um pouco. - Me diga como você morreu em cada sonho.
- Primeiro eu sonhei que estava sendo afogada numa banheira e da segunda vez eu fui morta a tiros.
- Muito bem, Sakura. - Disse terminando de escrever. - Farei você relembrar do seu sonho.
- Como? - Perguntou Sakura sem entender.
- Eu posso fazer uma hipnotização em você e farei com que você reveja o seu sonho mais detalhadamente. Eu só preciso que você concorde.
- Mas é claro que sim.
- Então, vamos começar? - Já? Ah... Tudo bem. Vamos! - Respondeu Sakura meio atrapalhada por estar acontecendo tudo de repente. Sakura nunca foi hipnotizada. Mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, Eriol já começou. - Feche os olhos.- Disse Eriol e Sakura obedeceu. - Durma.- E num estralo de dedos, Sakura caiu no sono.
******
- Relembre alguma coisa do seu primeiro sonho em que você foi morta afogada e me descreva tudo o que você vê. Depois de algum tempo, Sakura começou a falar: - Eu estou na minha casa. Moro no Havaí. É uma casa pequena, humilde, mas que eu amo e sempre morei aqui desde que eu nasci. - Falou Sakura muito devagar. Eriol prestava muita atenção em tudo que Sakura falava. Sakura parecia apreciar a paisagem ao seu redor. - Estou em 1850. Eu me chamo Hana e adoro cantar. Todos também gostam de me ouvir cantar. Um amigo muito querido que se chama Leonardo sempre toca piano e pede para eu cantar. Ele é a pessoa que mais aprecia o meu canto.
Sakura sorria muito. Parecia um sonho feliz, não um pesadelo. Sakura não era a mesma Sakura no sonho, era outra pessoa. Estava um pouco confuso, mas mesmo assim Eriol continuou ouvindo atentamente.
- O meu namorado se chama John. Eu o amo muito. Ele tem o mesmo sonho que eu: ser um grande cantor. Eu gosto muito de estar junto com ele, mas o meu pai não gosta nada dele. Eu não entendo o porque. Mas eu saio para me encontrar com ele escondida todos os dias. - Sakura fez uma pausa, respirou fundo e continuou: - Certo dia o meu pai nos pegou juntos e me deixou preza dentro de casa por muito tempo... Alguns meses, eu acho.
Sakura não tinha mais aquele alegre sorriso no rosto do começo. E Eriol ficou ainda mais atento no que Sakura dizia. Poderia estar perto de onde queria chegar. Será o pai dela que irá matá-la? Sakura continuou a falar:
- Quando eu estava preza dentro de casa, meu amigo Leonardo me enviou um convite para ser cantora nos Estados Unidos. Não aceitei instantâneamente. Eu pensava em John. Não queria ficar longe dele. Queria que ele fosse comigo, e então realizariamos o nosso sonho juntos. Eu pensava assim.
Sakura deu mais uma pausa. Eriol já nem estava mais muito atento na hipótese de que seja o pai dela que a mata. A história que Sakura estava contando estava muito interessante.
- Algum tempo depois, quando eu já podia sair de casa, eu estava passeando pelo bosque e vi John beijando outra garota. Eu corri para perto deles e chamei "John!", mas ele abraçou a outra garota de lado, passou pelo meu lado e foi embora me deixando sozinha e angustiada.
Sakura parou de falar outra vez. Dessa vez estava chorando. Eriol parou, enxugou as lágrimas dela com um lenço e disse para ela se acalmar. Sakura se acalmou e continuou a falar:
- Certo dia John apareceu na janela do meu quarto. Eu tive esperança quando o vi. Eu ainda o amava muito. Ele subiu até a janela e segurou a minha mão. Ele me perguntou o que o meu pai fez para que ficassemos tanto tempo sem nos ver. Eu respondi tudo. Ele rondou pelo meu quarto, pegou o meu livro de musicas, abriu e no meio estava o convite que Leonardo tinha me deixado. - Sakura apertou forte o braço da poltrona. Surgiu pavor em seu rosto.- Ele olhou para o convite e de repente ficou furioso. Ele me bateu muito forte. Eu disse chorando que eu ainda não tinha aceitado o convite, mas ele não parou de me bater. Eu corri do quarto e tentei fugir. Até que eu entrei no banheiro e fiquei sem saída. Eu gritei, então John me pegou e colocou o meu rosto dento da banheira. Eu me debati muito... Mas de nada adiantou. - Sakura tirou a força que apertava o braço da poltrona, fez uma pausa e finalizou:
- Foi assim que tudo aconteceu. Eu morri assim.
******
- Relembre do seu segundo sonho em que você foi morta a tiros e me descreva tudo o que você vê. - Continuou depois de um minuto de silêncio que Eriol fez pensando em hipóteses. Fez mais algumas anotações e Sakura começou a falar: - Estou em 1903. Estou no Brasil. Vejo floresta ao meu redor. Mas está perto da minha casa. Sou casada e tenho uma filhinha de 6 meses. - Falando bem devagar.
- Eu me chamo Cecília e minha filha Cristina. Meu marido trabalha na roça e eu fico em casa cuidando da casa e da minha filhinha. Minha filha é muito fofinha. Eu a amo muito.
Eriol observava as emoções que Sakura demonstrava pelo rosto. Sakura parecia uma mãe muito contente.
- Esses dias, Cristina está meio doentinha, mas não parece nada grave. Além do mais, eu tenho um amigo medico que é muito bom. Ele se chama João. Ele é muito legal com Cristina. Ele se preocupa muito conosco. Um dia eu disse que ele daria um bom pai e meu marido ficou furioso. Mas eu não levei a sério. Até achei graça e ri da cara enfurecida dele. - Sorriu.
Sakura parou de falar e de repente a cor do rosto de Sakura mudou.
- Certo dia, Cristina ficou muito doente. Era uma noite de chuva, eu estava com trajes de dormir e meu marido ainda não tinha voltado do trabalho. Cristina estava com febre e vomitou sangue. Naquele momento eu fiquei desesperada. Sakura fez um minuto de silêncio e continuou: - Eu a peguei e corri para a casa de João. Ainda com trajes de cama. Só ele poderia me ajudar. Eu cheguei até a porta da casa dele, bati e chamei bem alto. Atrás de mim eu ouvi alguém chegar e dizer: "O que você está fazendo aqui?" Eu virei e era o meu marido. "Sua vagabunda! Está me traindo com aquele médico?". Eu respondi que não, que eu estava lá porque nossa filha estava muito doente. Mas ele não acreditou e disse que isso era uma desculpa esfarrapada de minha parte. Ele estava com uma espingarda na mão. Nos mirou muito devagar, e então atirou. O tiro matou nós duas, eu e minha filha. - Sakura ficou um pouco em silêncio e disse a última frase: - Foi tão rápido que não deu nem tempo de sentir alguma injustiça ou ódio do meu marido.
******
- Acorde. -Eriol estralou os dedos e Sakura acordou.
- Uau!.- Sakura arregalou os alhos. - A hipnose é impressionante, Eriol. Como é que eu vi esses meus sonhos? Eu não lembro deles.
- O sonho sempre está guardado em alguma parte da mente. É só saber procurar.- Explicou Eriol.
- A gente sente uma sensação muito boa na hipnotização. Parece que estava flutuando, não sei descrever. - Eu sei como é isso.- Sorriu Eriol. "Eu também já senti o mesmo."- Pensou. - Você chegou a uma conclusão? - Perguntou Sakura devagar sem querer pressionar nada. - Eu preciso de tempo para pesquisar isso melhor. Podemos marcar uma consulta para daqui três dias?
- Claro.
- Espero que eu encontre a solução para os seus problemas com os sonhos.
- Eu também. -Sorriu Sakura.
- Bem, nosso tempo está acabando. A minha próxima consulta começa daqui a dez minutos. - Disse olhando o relógio.
- OK. Então eu já vou indo. Foi muito boa a consulta. Parbéns Eriol. Fiquei admirada com você. Não sabia que você sabia hipnotizar. Foi muito legal.
- Obrigado, Sakura. Foi muito bom revê-la depois de tanto tempo.
- Foi mesmo. A gente marca qualquer dia quando você estiver livre para conversar-mos melhor.
- Claro. Só mais uma coisa, Sakura. Qualquer coisa a mais que aconteça entre esses três dias, me avise. Mais um sonho, por exemplo.
- Entendi. Eu aviso sim. - Concordou normalmente. - Obrigada por tudo
que está fazendo por mim.
- Não há de que. É o meu trabalho. -Sorriu. -Então, até a próxima
consulta.
- Até.
Terminaram de se despedir e logo Sakura foi embora. Foi uma longa consulta. Só se pode esperar para ver o que vai acontecer daqui pra frente.
Continua...
Vocês estão com raiva de Takatoshi e Sakura terem tomado banho juntos? Ora, ora.. Eles são casados! E um casal muito bem casado! Olha aqui a aliança: *puxa com tudo a mão da Sakura que quase cai, e mostra a aliança pra todo mundo ver.* Viram? ^_____^ A cena do teatro do começo do capítulo (nossa, quanto "do"), é daquela estoria da "pequena sereia" sem ser da Disney (Ariel, etc...). É uma outra em que a sereia vira humana e gosta de um homem, mas esse homem gosta de outra e a pequena sereia vai consultar a bruxa que a fez ficar humana e ela lhe entrega uma espada para fincar no coração dele enquanto ele estiver dormindo... Sabe que nem eu lembro direito? Eu assisti quando era pequenininha na TV cultura. ^___^ Ehehehe. Faz muito tempo. Mas eu acho que é mais ou menos assim. Mas não precisam se preocupar... O Teatro é só um detalhezinho sem muita importância. Lembra que eu deixei naquele trechinho de baixo do capítulo anterior: "Prometo publicar logo o próximo capitulo" *Harumi ajoelha e junta as mãos para cima* Por favooorr. Não me matem. Foi só um atraso. ;___; ["só"6 meses... ¬¬] Eu sou preguiçosa. Eu confesso. m( _ _ )m Doumo sumimasen deshita. Moushi wake gozaimasen. Desculpem!! (em português) I'm Sorry!! (em inglês) Gomen nasai!! (em japonês) Deguchi (em chinês!! Essa eu aprendi faz pouco tempo) Ok. Se eu não publicar semana que vem vocês me matam, ok? Essa eu cumpro. Se eu não publicar, é porque eu morri antes. XP Então... Eu finalizo por aqui.
Bjs, Harumi Sato
Capítulo 2
By Harumi Sato
- Não. Eu nunca o mataria meu querido príncipe. Eu nunca faria isso com o meu amor. - Afastando a espada mágica dourada de seu amado. - Você não tem culpa de nada. Eu não posso fazer isso com você. Chorava.
Após um momento, a jovem tomou todo o fôlego e disse decidida:
- Eu morrerei em seu lugar. - Apontando a faca para si - Adeus meu querido príncipe. - Dando seu último e fraco sorriso.
A jovem se ajoelha e finca a espada com toda sua força em seu coração. A grande pedra vermelha da espada brilha e a jovem cai no chão.
******
A cortina do palco se fecha. Os espectadores aplaudem, enxugando suas lágrimas de emoção ao final do espetáculo. A cortina se abre novamente mostrando os atores e Sakura estava lá no meio. Ela que dirigiu a peça e fez papel de feiticeira. Sorriu ao ver o marido na primeira fileira ao lado de Miho e Shaoran. Os atores agradeceram ao público de mãos dadas e a cortina se fecha novamente.
Os aplausos ainda eram ouvidos quando os alunos que apresentaram a peça foram para junto de seus pais.
- Parabéns Sakura.- Cumprimentou Miho.
- Parabéns Sakura.- Cumprimentou Shaoran.
- A peça ficou maravilhosa Sakura. Parabéns. Você fez um ótimo trabalho. - Disse Takatoshi ao se aproximar de Sakura.
- Obrigada. - Sorriu contente - E adorei a surpresa de você ter chegado adiantado e assistido a apresentação.
- Pois é... O meu trabalho acabou mais rápido que eu imaginava. Acho que foi a pressa e a preocupação em não acabar a tempo. Mas em vez disso acabamos adiantado e deu tempo até para assistir a peça.
- Que bom que saiu tudo bem. Estava com saudades, disse Sakura, abraçando Takatoshi.
- Eu também. - Sorriu vermelho.
A Diretora da escola deu a última fala no palco e o evento de encerramento de primeiro semestre acabou. Todos se despediram e Sakura e Takatoshi voltaram para casa.
Ao chegar em casa, Sakura fez o prato predileto de seu marido para a janta: Strogonoff. Depois, tomaram banho juntos. Sakura fez uma massagem em Takatoshi para relaxar e dormir bem depois da longa e cansativa viagem a trabalho. (Não. Não aconteceu nada além disso. XD)
******
Na manhã seguinte, Sakura abre os olhos e Takatoshi já não está mais ali. Provavelmente já saiu para trabalhar. - A partir de hoje é férias de trabalho. - Se espreguiçou devagar.
Sakura boceja e olha para o relógio que indicava 10:30. Levanta devagar, penteia o cabelo, lava o rosto e vai tomar café ainda bocejando. Começou a comer uma salada de frutas que sobrou do dia anterior. Quando estava comendo, lembrou-se de um compromisso muito importante.
- Hããããã!!!! Eu tenho a consulta com o Eriol às 11!!! - Gritou Sakura desesperada.
Olhou para o relógio, são 10:55. Sakura enche a boca com o restante da salada de frutas, troca de roupa, pega a chave do carro e sai correndo.
Por sorte foi fácil encontrar o endereço do cartão. Estacionou o carro e foi correndo para dentro do consultório.
- Pelo jeito você não muda mesmo, Sakura. - Ouviu-se uma voz.
- Oi Eriol! Ah... desculpe-me pelo atraso. - Respondeu vermelha.
- Não tem problema. - Respondeu calmamente levantando-se da poltrona.
- Você também não mudou muito, Eriol. - Olhando para a fisionomia do rapaz.
Eriol somente sorriu.
- Vamos para aquela sala para para começarmos a consulta antes que percamos mais tempo. - Apontando com a mão para uma outra sala mais à frente.
A sala era espaçosa, tinha o carpete azul com muitos desenhos, um grande armário com muitos livros, uma poltrona inclinada, uma mesinha e uma cadeira. Era um ambiente muito bonito. Tinha muito o estilo do Eriol.
- Sente-se aqui. - Disse Eriol apontando para a poltrona.
Sakura se sentou e então a consulta começou.
- Qual é o seu problema?
- Ando sonhando com a minha morte. - Disse devagar.- Em cada sonho eu sou morta de formas diferentes.
- Puxa...- Disse Eriol num tom assustado anotando o que Sakura dizia.
- Eu tento lembrar quem é essa pessoa que sempre me mata, mas eu não consigo. Quando eu acordo, eu simplesmente não lembro da fisionomia dele. A única coisa que eu sei, é que eu conheço muito bem essa pessoa. Eu sinto isso.
- Desconectado de sua alma, o homem moderno sonha mas não se lembra que sonhou. E, quando se lembra dos próprios sonhos, não entende sua linguagem, mas um mistério, por estar inconsciente da sabedoria que nele está contida. Ele apenas pressente que seu conteúdo, por mais estranho que seja, significa alguma coisa que, para ele, é mistério. Entretanto, a chave desse enigma está em nós mesmos. Cada um possui a chave que abre as portas do seu inconsciente para alcancar o conhecimento que permite a compreensão.- Explicou Eriol e logo parando para pensar um pouco. - Me diga como você morreu em cada sonho.
- Primeiro eu sonhei que estava sendo afogada numa banheira e da segunda vez eu fui morta a tiros.
- Muito bem, Sakura. - Disse terminando de escrever. - Farei você relembrar do seu sonho.
- Como? - Perguntou Sakura sem entender.
- Eu posso fazer uma hipnotização em você e farei com que você reveja o seu sonho mais detalhadamente. Eu só preciso que você concorde.
- Mas é claro que sim.
- Então, vamos começar? - Já? Ah... Tudo bem. Vamos! - Respondeu Sakura meio atrapalhada por estar acontecendo tudo de repente. Sakura nunca foi hipnotizada. Mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, Eriol já começou. - Feche os olhos.- Disse Eriol e Sakura obedeceu. - Durma.- E num estralo de dedos, Sakura caiu no sono.
******
- Relembre alguma coisa do seu primeiro sonho em que você foi morta afogada e me descreva tudo o que você vê. Depois de algum tempo, Sakura começou a falar: - Eu estou na minha casa. Moro no Havaí. É uma casa pequena, humilde, mas que eu amo e sempre morei aqui desde que eu nasci. - Falou Sakura muito devagar. Eriol prestava muita atenção em tudo que Sakura falava. Sakura parecia apreciar a paisagem ao seu redor. - Estou em 1850. Eu me chamo Hana e adoro cantar. Todos também gostam de me ouvir cantar. Um amigo muito querido que se chama Leonardo sempre toca piano e pede para eu cantar. Ele é a pessoa que mais aprecia o meu canto.
Sakura sorria muito. Parecia um sonho feliz, não um pesadelo. Sakura não era a mesma Sakura no sonho, era outra pessoa. Estava um pouco confuso, mas mesmo assim Eriol continuou ouvindo atentamente.
- O meu namorado se chama John. Eu o amo muito. Ele tem o mesmo sonho que eu: ser um grande cantor. Eu gosto muito de estar junto com ele, mas o meu pai não gosta nada dele. Eu não entendo o porque. Mas eu saio para me encontrar com ele escondida todos os dias. - Sakura fez uma pausa, respirou fundo e continuou: - Certo dia o meu pai nos pegou juntos e me deixou preza dentro de casa por muito tempo... Alguns meses, eu acho.
Sakura não tinha mais aquele alegre sorriso no rosto do começo. E Eriol ficou ainda mais atento no que Sakura dizia. Poderia estar perto de onde queria chegar. Será o pai dela que irá matá-la? Sakura continuou a falar:
- Quando eu estava preza dentro de casa, meu amigo Leonardo me enviou um convite para ser cantora nos Estados Unidos. Não aceitei instantâneamente. Eu pensava em John. Não queria ficar longe dele. Queria que ele fosse comigo, e então realizariamos o nosso sonho juntos. Eu pensava assim.
Sakura deu mais uma pausa. Eriol já nem estava mais muito atento na hipótese de que seja o pai dela que a mata. A história que Sakura estava contando estava muito interessante.
- Algum tempo depois, quando eu já podia sair de casa, eu estava passeando pelo bosque e vi John beijando outra garota. Eu corri para perto deles e chamei "John!", mas ele abraçou a outra garota de lado, passou pelo meu lado e foi embora me deixando sozinha e angustiada.
Sakura parou de falar outra vez. Dessa vez estava chorando. Eriol parou, enxugou as lágrimas dela com um lenço e disse para ela se acalmar. Sakura se acalmou e continuou a falar:
- Certo dia John apareceu na janela do meu quarto. Eu tive esperança quando o vi. Eu ainda o amava muito. Ele subiu até a janela e segurou a minha mão. Ele me perguntou o que o meu pai fez para que ficassemos tanto tempo sem nos ver. Eu respondi tudo. Ele rondou pelo meu quarto, pegou o meu livro de musicas, abriu e no meio estava o convite que Leonardo tinha me deixado. - Sakura apertou forte o braço da poltrona. Surgiu pavor em seu rosto.- Ele olhou para o convite e de repente ficou furioso. Ele me bateu muito forte. Eu disse chorando que eu ainda não tinha aceitado o convite, mas ele não parou de me bater. Eu corri do quarto e tentei fugir. Até que eu entrei no banheiro e fiquei sem saída. Eu gritei, então John me pegou e colocou o meu rosto dento da banheira. Eu me debati muito... Mas de nada adiantou. - Sakura tirou a força que apertava o braço da poltrona, fez uma pausa e finalizou:
- Foi assim que tudo aconteceu. Eu morri assim.
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- Relembre do seu segundo sonho em que você foi morta a tiros e me descreva tudo o que você vê. - Continuou depois de um minuto de silêncio que Eriol fez pensando em hipóteses. Fez mais algumas anotações e Sakura começou a falar: - Estou em 1903. Estou no Brasil. Vejo floresta ao meu redor. Mas está perto da minha casa. Sou casada e tenho uma filhinha de 6 meses. - Falando bem devagar.
- Eu me chamo Cecília e minha filha Cristina. Meu marido trabalha na roça e eu fico em casa cuidando da casa e da minha filhinha. Minha filha é muito fofinha. Eu a amo muito.
Eriol observava as emoções que Sakura demonstrava pelo rosto. Sakura parecia uma mãe muito contente.
- Esses dias, Cristina está meio doentinha, mas não parece nada grave. Além do mais, eu tenho um amigo medico que é muito bom. Ele se chama João. Ele é muito legal com Cristina. Ele se preocupa muito conosco. Um dia eu disse que ele daria um bom pai e meu marido ficou furioso. Mas eu não levei a sério. Até achei graça e ri da cara enfurecida dele. - Sorriu.
Sakura parou de falar e de repente a cor do rosto de Sakura mudou.
- Certo dia, Cristina ficou muito doente. Era uma noite de chuva, eu estava com trajes de dormir e meu marido ainda não tinha voltado do trabalho. Cristina estava com febre e vomitou sangue. Naquele momento eu fiquei desesperada. Sakura fez um minuto de silêncio e continuou: - Eu a peguei e corri para a casa de João. Ainda com trajes de cama. Só ele poderia me ajudar. Eu cheguei até a porta da casa dele, bati e chamei bem alto. Atrás de mim eu ouvi alguém chegar e dizer: "O que você está fazendo aqui?" Eu virei e era o meu marido. "Sua vagabunda! Está me traindo com aquele médico?". Eu respondi que não, que eu estava lá porque nossa filha estava muito doente. Mas ele não acreditou e disse que isso era uma desculpa esfarrapada de minha parte. Ele estava com uma espingarda na mão. Nos mirou muito devagar, e então atirou. O tiro matou nós duas, eu e minha filha. - Sakura ficou um pouco em silêncio e disse a última frase: - Foi tão rápido que não deu nem tempo de sentir alguma injustiça ou ódio do meu marido.
******
- Acorde. -Eriol estralou os dedos e Sakura acordou.
- Uau!.- Sakura arregalou os alhos. - A hipnose é impressionante, Eriol. Como é que eu vi esses meus sonhos? Eu não lembro deles.
- O sonho sempre está guardado em alguma parte da mente. É só saber procurar.- Explicou Eriol.
- A gente sente uma sensação muito boa na hipnotização. Parece que estava flutuando, não sei descrever. - Eu sei como é isso.- Sorriu Eriol. "Eu também já senti o mesmo."- Pensou. - Você chegou a uma conclusão? - Perguntou Sakura devagar sem querer pressionar nada. - Eu preciso de tempo para pesquisar isso melhor. Podemos marcar uma consulta para daqui três dias?
- Claro.
- Espero que eu encontre a solução para os seus problemas com os sonhos.
- Eu também. -Sorriu Sakura.
- Bem, nosso tempo está acabando. A minha próxima consulta começa daqui a dez minutos. - Disse olhando o relógio.
- OK. Então eu já vou indo. Foi muito boa a consulta. Parbéns Eriol. Fiquei admirada com você. Não sabia que você sabia hipnotizar. Foi muito legal.
- Obrigado, Sakura. Foi muito bom revê-la depois de tanto tempo.
- Foi mesmo. A gente marca qualquer dia quando você estiver livre para conversar-mos melhor.
- Claro. Só mais uma coisa, Sakura. Qualquer coisa a mais que aconteça entre esses três dias, me avise. Mais um sonho, por exemplo.
- Entendi. Eu aviso sim. - Concordou normalmente. - Obrigada por tudo
que está fazendo por mim.
- Não há de que. É o meu trabalho. -Sorriu. -Então, até a próxima
consulta.
- Até.
Terminaram de se despedir e logo Sakura foi embora. Foi uma longa consulta. Só se pode esperar para ver o que vai acontecer daqui pra frente.
Continua...
Vocês estão com raiva de Takatoshi e Sakura terem tomado banho juntos? Ora, ora.. Eles são casados! E um casal muito bem casado! Olha aqui a aliança: *puxa com tudo a mão da Sakura que quase cai, e mostra a aliança pra todo mundo ver.* Viram? ^_____^ A cena do teatro do começo do capítulo (nossa, quanto "do"), é daquela estoria da "pequena sereia" sem ser da Disney (Ariel, etc...). É uma outra em que a sereia vira humana e gosta de um homem, mas esse homem gosta de outra e a pequena sereia vai consultar a bruxa que a fez ficar humana e ela lhe entrega uma espada para fincar no coração dele enquanto ele estiver dormindo... Sabe que nem eu lembro direito? Eu assisti quando era pequenininha na TV cultura. ^___^ Ehehehe. Faz muito tempo. Mas eu acho que é mais ou menos assim. Mas não precisam se preocupar... O Teatro é só um detalhezinho sem muita importância. Lembra que eu deixei naquele trechinho de baixo do capítulo anterior: "Prometo publicar logo o próximo capitulo" *Harumi ajoelha e junta as mãos para cima* Por favooorr. Não me matem. Foi só um atraso. ;___; ["só"6 meses... ¬¬] Eu sou preguiçosa. Eu confesso. m( _ _ )m Doumo sumimasen deshita. Moushi wake gozaimasen. Desculpem!! (em português) I'm Sorry!! (em inglês) Gomen nasai!! (em japonês) Deguchi (em chinês!! Essa eu aprendi faz pouco tempo) Ok. Se eu não publicar semana que vem vocês me matam, ok? Essa eu cumpro. Se eu não publicar, é porque eu morri antes. XP Então... Eu finalizo por aqui.
Bjs, Harumi Sato
