Não gostei desse capítulo, não gostei do fim, não gostei do pobre garoto sofrendo...

HA! A quem eu estou tentando enganar? Adorei! Amei demais! E o melhor de tudo... TÔ LIVRE!

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- Cheguei! - tinha que ser muito suicida para anunciar isso as dez da noite. A qualquer segundo agora suas irmãs iriam aparecer enroladas em robes e com caras reviradas em um misto de preocupação a alivio, gritando: "Mocinho, isso são horas?".

Mas nada aconteceu.

A única coisa que aquele garoto de sete anos ouvia era o barulho do relógio de pêndulo antigo que havia naquela enorme sala de entrada. Dentre todos os lustres e luminárias espalhados pelo cômodo entre sofás e mesas, apenas um abajur dava a luz necessária para ele se guiar até a próxima porta.

Era a primeira vez que ele via a casa tão vazia, sem empregados de olho nele, sem seu pai... bom, aquele velho fazia uns dois anos que não parava quieto em casa, então não era uma grande surpresa! Balançando a cabeça, decidiu que poderia usar isso em seu favor. Afinal, ninguém a vista significava ninguém para ralhar com ele!

Chegando no corredor ele suspirou aliviado pelas lâmpadas em formas de archotes nas paredes estarem acesas. Não que escuridão fosse um problema! Ele nunca se importava com isso quando escapulia para a cozinha altas horas da madrugada! Só que aquela vez em especial ele preferia ver o lugar inteiro para ter certeza de que estava tudo o.k.... mas não estava.

Era 24 de Dezembro.

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Cadê todo mundo?

Provavelmente fazendo compras... As dez da noite? Ele descartou essa possibilidade.

Passando por uma pequena árvore enfeitada, ele entrou na sala de jantar mais modesta que eles tinham. Não era uma daquelas mesas de refeições enormes dos outros cômodos, apenas uma simples mesa de madeira que ele a-do- ra-va, sem ao menos saber porquê!

Talvez fosse o tapete vermelho escuro lindíssimo que sua bisavó havia escolhido na época em que a mansão havia acabado de ser construída, ou talvez fosse a menor e mais bonita árvore da casa no Natal que ficava em um canto ali, ou o tamanho grande mas não tão pequeno do lugar, ou até mesmo a lembrança das ceias de quando seu pai jantava com ele... Mas o que viu ao abrir a porta foi bem diferente do imaginara encontrar.

Os empregados que ficaram encarregados de espera-lo chegar estavam todos sentados em volta da mesa, cabeças encostadas nela como se dormissem. Provavelmente, haviam pegado no sono depois de algumas cervejas.

Indo até eles pretendendo dar um susto, o garoto vira o rosto de Jeimes, o cozinheiro, para ele e abre a boca para gritar.

O plano era dar um berro para acorda-los, mas não saiu nada. Ele parecia ter perdido a voz que ele mal usava. O motivo...

A face jovial do seu cozinheiro favorito estava branca como se não houvesse mais sangue correndo ali, seus olhos mortos abertos, suas mãos caídas molemente no ar, sem respirar, sem se mexer... sem vida.

O garoto olhou para os outros, esperando alguém gritar "Te pegamos!" e eles começarem a rir com a brincadeira, mas nenhum deles deu sinal de que ainda pertencia a esse mundo.

Se afastando aos tropeços dali, ele ofegou ao esbarrar em algo que estava na porta. ALGUÉM!

- Você não viu nada, menino, isso é só um sonho. - a pessoa tentou convence- lo o abraçando e o tirando dali.

- N... Não... - sussurrou ainda chocado. Lágrimas escorriam pelo seu rosto, mas ele não emitia som algum de choro. Não era um pesadelo, era a realidade, a mais pura verdade que já existiu. Todo a sua vida poderia ser um sonho, menos aquilo... menos as pessoas mortas que estavam atras daquela porta... menos a morte.

- Você não viu nada, é apenas um sonho ruim. - a voz continuou, ejetando sonífero com uma agulha no ombro do garoto, que percebeu mas não fez nada.

- NÃO!... Papai... - murmurou sonolento no ombro do pai, quase desfalecendo.

- ...

- ...Como pode...

- Ei...

- ...Papai...

- Love, é só um sonho!

- ...Não é...

- QUATRE!

O loiro abriu os olhos violentamente e tentou se levantar assustado, mas alguém o segurava pelos pulsos para parar de se debater. Ofegando terrivelmente e com gostas de suor pelo rosto, ele ouviu um sussurro gentil em seu ouvido o acalmando, seguida por uma seção de beijos no seu pescoço.

- Trowa? - perguntou meio perdido.

- Quem mais poderia ser? - o moreno o solta devagar e passa uma mão pelo rosto do recém-acordado de maneira tranqüilizadora, esperando que ele se acalmasse. Quando a respiração de Quatre voltou ao normal, eles se olharam e o árabe ficou meio embaraçado.

- Desculpe... - murmurou, mas Trowa uniu os seus lábios com os dele num beijo de ternura e compreensão. As vezes o amante o despertava sem querer quando se debatia no sono e Trowa aceitava isso perfeitamente.

- De novo os empregados na sala de jantar? - ele perguntou apreensivo, contornando com um dedo as bochechas lisas do loiro.

- É... a lembrança vem de forma mais viva quando estamos em Dezembro/Janeiro... - o árabe coloca os braços em volta do garoto mais alto e suspira aliviado por estar acordado.

- Eu sei, é por isso que você deixou de ser fã do Natal. - Trowa concluiu para ele, o apertando mais forte contra o próprio corpo para mante-lo aquecido. - Já me contou essa parte, lembra?

- Quando não acharam os corpos, todos falaram que eu estava louco e meu psiquiatra me mandou para uma espécie de hospício. - Quatre soltou um suspiro pesado acompanhado por lágrimas e por mais sussurros tranqüilizadores em seu ouvido.

- Eu sei, tudo bem agora. - eles se separaram para olharem-se nos olhos, iniciando um novo beijo que fez o loiro bocejar em seguida, esquecido de todas as preocupações. - Eu tenho uma coisa que pode alegrar você!

Ele se esticou para pegar um novo caderno dourado e prateado na cômoda.

Esperando ver a si mesmo desenhado em algo que ele gostava de chamar de "posição sugestiva", Quatre ficou de bruços na cama com o moreno deitado em cima dele, e abriu o caderno na primeira página onde havia uma dedicatória:

Uma homenagem para o modelo mais sexy de desenhos pornográficos que já existiu e meu amor por ele.

Quatre virou o rosto e depositou um beijo nos lábios meio secos do companheiro, antes de voltar sua atenção para o primeiro desenho que havia alí.

- Trowa! - o loiro exclamou sem acreditar. Lá estavam eles na cama juntos dormindo pacificamente um nos braços do outro, o piloto maior o embrulhando contra o peito, cuidando dele até mesmo de noite. Indo para a próxima folha, era ele sentado no colo do amante enquanto dividiam o café-da-manhã em beijos. Já o terceiro desenho, era Trowa apoiado em um cotovelo na cama, assistindo o loiro adormecido em baixo dele que tinha uma expressão de estar no melhor dos sonhos e não queria ser acordado.

- Desculpe, ainda não acabei... - o moreno tirou o caderno das pequenas mãos para que não molhasse devido a algumas lágrimas solitárias que desciam pelo rosto do árabe. Virando-o de frente, eles se abraçaram como no desenho e dormiram no estante seguinte para aproveitar as últimas horas da madrugada que sobraram.

Quando o dia raiou, foi a primeira vez que Trowa viu o seu tão querido amante iluminado pelo sol da manhã, que, depois de tanto tempo de chuva, surgia. Ele pegou o seu novo caderno novamente e escreveu com letras douradas na capa: "Meu amor e minha vida".

Suspirando, decidiu desenha Quatre naquele estante mesmo. Afinal, estava fazendo um lindo dia de sol e eles teriam de ir ao parque, como prometido.

****************** Fim?... É o fim?... Acabou?... ÊÊÊÊÊÊÊÊ... é o fim finalmente!

Minha segunda fic terminada... eu não pensei que fosse viver para ver isso!

Lá vamos nós de novo: agradeço a todos que mandaram mensagens, agradeço a todos que gritaram no meu ouvido "CONTINUA LOGO!", agradeço aos que gostam das minhas fics mas não dizem nada (pensando bem, eu não agradeço a essa gente, não! Deveriam me mandar um e-mail .!), agradeço a minha professora da primeira série que não me ensinou nada (ótimos dias, nunca havia lição na lousa), e por aí vai...

E podem esperar, leitores fanáticos e desesperado de yaoi... logo, logo tem lemon dessa fic chegando. Mas já vou avisar que não distribuo limonada de graça, não! Eu quero pagamento em comentários, se não vou chorar T.T!

E desculpe se não coloquei as explicações completas e cheias de detalhes que deveria.

Janeiro/Fevereiro 2004