Capítulo 2

- Bem-vindos. Acredito que nosso tempo separados foi gasto em profundos pensamentos, na tentativa de descobrir vocês mesmos como indivíduos?

- A Professora Trelawney nos fez ler folhas de chá que disseram que eu ia fugir e me juntar a um circo trouxa quando a pressão de ser um Malfoy finalmente me sucumbir. Eu acho que gostaria de ser um acrobata.

- Eu achei um trevo de quatro folhas com meu irmão. Ele disse que não é realmente mágico. Hermione disse que ele só está ainda amargurado por causa do incidente com o ouro de Leprechauns alguns anos atrás. Harry jura que se eu guardar comigo vai me trazer sorte.

- Sim, mas Ginny, o que isso tem a ver sobre você mesma?

-Que ela anda com gente idiota?

- Draco, por favor, não faça comentários às expressões dos sentimentos da Ginny.

- Você quer dizer que eu tenho que apenas ouvi-la sem tirar sarro dela? Como isso vai ajudar a minha sanidade mental?

- Por que eu tenho que ficar aqui com ele, afinal? Eu sei que é aleatório, mas eu não poderia ter sido posta com alguém mais gentil, com mais compaixão humana... o mascote da Sonserina, talvez?

- Com réplicas tão sagazes como essa, é espantoso que o clã dos Weasley não tenha descoberto como sair da pobreza ainda. – Draco zombou.

- Chega. – Ambos se voltaram ao ouvir o tom severo na voz de Penella. – Essa contra-produção vai acabar neste momento. Draco, se você vai ficar se dirigindo a Ginny com hostilidade, devo insistir que o faça polidamente. Nada de xingamentos ou observações maldosas. Ginny, a mesma coisa vale pra você. Se vocês têm alguma coisa desagradável pra dizer um ao outro, de qualquer jeito, digam, mas de uma maneira respeitosa.

- Eu respeitosamente acho ele um estúpido idiota que se delicia torturando meu irmão e seus amigos porque ele não tem a capacidade ou esperteza de fazer nada que valha a pena com o tempo dele.

- É, e eu respeitosamente acho ela uma menininha boba que não tem juízo para ficar fora de assuntos que não interessam a ela. E mais, ela tem uma bunda grande.

- Eu NÃO tenho a bunda grande! Retire o que disse!

- Ah, sim, discorde com a única coisa que é evidentemente falsa, é como admitir que todo o resto é verdade. Belo espetáculo, Weasley.

- Eu te odeio. Eu realmente, de verdade odeio você, Malfoy.

Draco permaneceu quieto após esta menção. Penella fez anotações em seu caderno.

- Bem, tão construtivo quanto tudo isto é, eu acho que devemos prosseguir. Ginny, como você vai no colégio?

- Bem.

- Pffffff.

- Isso foi uma palavra, Sr. Malfoy?

- Eu ESTOU indo bem. Agora. O que isso tem a ver com você, afinal?

- Quando uma das seguidoras de Harry Potter some do mapa e começa a matar todas as aulas é difícil não notar. Especialmente quando você começou a fumar na porta do banheiro da Sonserina.

- Eu não sou uma seguidora do Harry!

- Você começou a fumar, Ginny?

- Não. Sim. Mais ou menos. Um pouquinho.

- Não se fuma mais ou menos, Weasley. Você fuma ou não fuma. E você fuma como uma chaminé.

- Vai. Te. Catar. Doninha.

- Agora chega. Você me paga, Weasley.

- Uh, estou morrendo de medo. Olha como estou tremendo aterrorizada.

- Do que você tem medo, Ginny?

Ginny congelou, seus olhos arregalados e assustados. Reação interessante, Penella pensou. A sala não permitiria uma mentiria, e ela notou quando Ginny procurava por uma meia verdade, algo que poderia burlar os feitiços da sala. O que uma garota de dezesseis anos poderia temer tanto em revelar?

- Me deixarem sozinha. Tenho medo de que me deixem sozinha.

Parabéns, Penella pensou, você acaba de superar os Professores Snape e McGonagall.

- E você, Sr. Malfoy?

A expressão de pânico não estava presente na face dele. Talvez a enrolação de Ginny permitiu que ele se preparasse para essa pergunta. De qualquer maneira, ele sentou calmamente, encarou placidamente um ponto fixo abaixo do ombro esquerdo de Penella. Sua resposta então a surpreendeu com sua honestidade brutal que foi preciso vários segundos para se recuperar.

- Meu pai, claro.

- Por que seu pai te dá medo, Draco?

Com um meio sorriso debochado. – Você já o conheceu?

- Ainda não tive o prazer.

- Então você não pode compreender.

Ele a encarou nos olhos por alguns instantes e Penella desviou primeiro.

- Isto é tudo por hoje. Verei os dois amanhã.

~

O corredor estava deserto. Como sempre depois que as aulas acabavam e todos os estudantes estavam enfurnados nas Salas Comuns. Não era para eles estarem zanzando pela escola à noite, sozinhos, mas ele era Monitor-chefe e ninguém tomava conhecimento dela quando ela não queria que tomassem. Não foi esse o motivo de tantos e tantos problemas uma vez?

Ele andava atrás dela lentamente, como sempre fazia, e a puxou para um canto escuro do castelo que nem Filch conhecia. Sua boca estava no pescoço dela, suas mãos ocupadas com o corpo dela como se ele não pudesse ter o suficiente, seu nariz respirando a essência da garota como se aquilo fosse essencial para sua sobrevivência.

Ela deixou que ele a tocasse, deixou que ele movesse suas mãos por onde quisesse, que sua boca provasse o que nenhum outro provou antes. Com o coração pesado, ela deixou que ele a encostasse na parede, uma das pernas entre as dela até que ela gemeu derrotada e então o tocou.

- Eu te odeio – ela sussurrou enquanto ele a apertou contra a escuridão dos corredores – Eu odeio o que você fez comigo, o que eu fiz comigo, do que você me faz lembrar. Eu odeio você por me fazer... – Ela segurou a língua e ele se aproximou dela, apertando seu corpo contra o dela completamente. – Eu te odeio. – Sua voz era fraca mas segura e havia lágrimas em seus olhos.

- Eu sei. – ele disse numa voz quase suave enquanto sua boca ia de encontro à dela.

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