Capítulo dez: Sensível ou Paranóica? Quando a noite chegou, nuvens muito escuras cobriam o céu, anunciando grande mudança no tempo.
Gina conversava com Mariana no jardim. Rebeka estava com as duas, mas não conversava. Estava mais ocupada chamando atenção de Baldino, incapaz de alcança-la devido à sua coleira.
- Rebeka, quer parar com isso? – disse Mariana nervosa. Gina estava tendo que falar aos gritos, pois a única coisa que podia-se ouvir naquele jardim eram os latidos altos e nervosos de Baldino.
- Não, obrigada – respondeu Rebeka tranqüilamente, em seguida mostrando o dedo do meio ao cão.
- Ai, ela não tem jeito...
- A Hermione está vindo aí – disse Gina acenando para que a amiga fosse se sentar com ela.
E foi o que ela fez, com uma expressão de ódio no rosto.
- Com quem ele pensa que está mexendo? – perguntou nervosa.
- O que foi dessa vez?
- Ah, não me diga que está nervosa por causa da Katie – disse Rebeka finalmente ignorando Baldino – eu acabei de vir da sala e ela e o Rony estavam sentados um em cada sofá escrevendo cartas!
- E você não percebeu, Beka? – perguntou Mione indignada – Os dois são tão burros que não sabem nem fingir que estão juntos! Ficam lá cada um no seu canto e acham que eu não vou ver que eles não estão namorando!
- Quem disse que eles querem que você pense que eles estão namorando, Mione?
- Oras, não está óbvio, Mariana? O Rony está querendo que eu fique com ciúmes dele!
- Bem, se é isso mesmo que ele quer, já conseguiu – disse Rebeka.
Hermione corou e olhou para a prima indignada, com os olhos cheios de lágrimas.
- Eu não estou com ciúmes – falou um tanto alto, desaparatando logo em seguida.
- Depois ela diz que o Rony é que é infantil...
Rebeka era a única que encarava a situação como uma briguinha passageira, babaquice. Hermione fora para seu quarto chorar, deixando Mariana preocupada com ela e Gina pensando que tinha uma amiga paranóica.
Já Lino, não jantara, e ficara até meia noite em seu quarto sendo consolado por seus amigos Fred e Jorge.
- Eu quero a Katie! – dizia ele aos dois, com voz de criança que pede a mamadeira à mãe.
- Ué, por que não falou antes? – perguntou Jorge – Eu vou lá chamar ela!
- Não! – gritou Lino correndo para segurar o amigo – Ela não vai querer vir... Eu vou fazer papel de palhaço!
- Ah, cara, você vai ficar aqui plantado enquanto ela dá mole pro... pelo amor de Deus, pro Rony?! – exclamou Fred indignado.
- E o que eu posso fazer?
- Ahm... Ir até lá, agarrar ela e dizer pro meu irmão "sai de perto que ela é minha!" – sugeriu Jorge.
- Ela não é mais minha, esqueceu? – respondeu Lino – Demos um tempo!
- Ah, mas não foi um tempo infinito, né?
- Não sei. Mas do jeito que está não acho que ela vá querer voltar! E isso é que é duro, meu, eu gosto muito dela!
- Então fala isso para ela! – sugeriu Fred.
- É, meu, vai lá falar com a Katie, quem sabe ela não volta atrás?
- É isso o que eu vou fazer! – exclamou Lino animando-se.
- Mas não agora – completou Jorge olhando no relógio – já é meia noite, hora de criança ir dormir!
Começava a chover quando os gêmeos saíram do quarto. Eles fizeram Lino jurar que iria conversar com Katie no dia seguinte. Também tentaram faze-lo jurar que iria alimentar-se de creme de canário durante uma semana, mas ele não caiu.