Capítulo Cinco: Na Rua dos Alfeneiros
Harry e Rony atravessaram a lareira e foram parar em uma sala iluminada
pelo luar, que cheirava forte a alho e comida de gato.
- Que lugar é esse? – perguntou Rony espantado.
- A casa da sra.Figg. Ela é um aborto.
A
dona da casa não estava na sala, provavelmente saíra para ajudar a Ordem ou
então dormia tranqüilamente no andar de cima.
- Vamos sair daqui – chamou Harry baixinho caminhando até a
porta.
Foi
quando ele tentou abrir a porta trancada que os dois se olharam, enregelados,
pensando exatamente na mesma coisa:
- Não podemos usar magia – lembrou Rony, horrorizado –
Como vamos ajudar?
- Como pudermos – disse Harry.
Ele,
que já passara dias horríveis da sua vida naquela casa, não iria esquece-la tão
cedo. Correu imediatamente para a cozinha e pegou um molho de chaves pendurado
atrás da porta.
Após
várias tentativas desesperadas, sua mão já tremendo de raiva, Harry conseguiu
achar a chave que abria a porta da frente.
Eles
largaram a porta aberta e correram o mais rápido
que puderam, Harry na frente, para alcançar a rua dos Alfeneiros. E era
lá mesmo que os Comensais estavam, travando lutas
barulhentas com Arthur, Percy, Lupin, Moody e Mundungo. Quim corria lançando
feitiços de memória nos trouxas que espiavam pelas janelas e Tonks não se
encontrava ali.
Os
dois se aproximaram um pouco e puderam ver Arthur em frente a um bruxo
encapuzado, olhando-o com raiva. Ambos empunhavam a varinha e tinham uma
conversa nem um pouco amigável. Harry e Rony entenderam quem era o Comensal e
armaram um plano às pressas.
- Veio me visitar, Malfoy? – perguntou a voz de Harry bem
audível.
Arthur
e Lúcio viraram-se, mas não viram Harry e sim Rony. A boca dele se mexia, mas
ainda se ouvia a voz de Harry.
- Acho que não vou poder lhe oferecer uma xícara de chá,
sinto muito.
Malfoy
continuou olhando horrorizado para o garoto que tinha a voz idêntica à de
Harry e Arthur aproveitou a distração dele para...
- Estupefaça!
O
Comensal caiu no chão imediatamente.
- Rony, como foi que você... – então o sr.Weasley viu
Harry sair rindo de trás do muro e entendeu.
- Pai, cuidado!
Rony
se jogou em cima do pai bem a tempo de impedir que um raio de luz púrpura o
atingisse. Mas o feitiço passou de raspão no menino e seu braço começou a
sangrar.
- Obrigada, filho... Você está bem?
- É, acho que estou... – respondeu Rony fazendo uma careta
para o corte no braço.
Nesse
momento, Harry olhou para o outro lado da rua e viu a casa de número quatro,
onde moravam seus tios. Lupin duelava com um Comensal no jardim e não havia
percebido que tinha um bruxo dirigindo-se depressa para a porta da casa.
Quando
Harry alcançou a outra calçada e se escondeu novamente atrás de um muro,
Lupin acabava de nocautear o bruxo com quem estava duelando e ria dele.
- Lupin, olhe para trás! – gritou Harry espiando por
cima do muro.
Ao
que Lupin se virou, o Comensal já havia aberto a porta da casa dos Dursley. Ele
jogou um feitiço o mais rápido possível, mas o outro conseguiu se proteger:
- Furunculus!
- Protego!
Lupin
caiu sentado no chão e levou a mão ao rosto que estava cheio de furúnculos. O
Comensal voltou a avançar para a porta dos Dursley, mas Arthur atravessou a rua
correndo:
- Parado aí, você! Estupefaça!
- Expelliarmus!
A
varinha de Arthur voou de sua mão e caiu na calçada onde Rony ainda estava
sentado segurando o braço.
Sem
tempo para apanha-la, ele correu em direção ao Comensal, que pensando estar
livre, dera as costas. Ele já tinha colocado um pé na soleira da casa dos
Dursley quando Arthur pulou em suas costas lhe arrancou o capuz e a máscara com
força.
Era
Antônio Dolohov, que se virou bruscamente, sorrindo ameaçador, e levantou a
varinha. Não teve tempo: Arthur arrancou-lhe a varinha da mão e quebrou-a na
cabeça do homem, que lhe deu um soco no nariz. Arthur deu um soco do lado da
cabeça de Dolohov, que cambaleou e agarrou-se nos cabelos de Arthur. Uivando de
dor, ele deu um pontapé na barriga do Comensal, que caiu no chão gemendo.
Rony
começou a gritar vivas, pois não sabia que o pai era capaz de fazer tudo
aquilo. Arthur correu de volta, pegou a varinha e estuporou Dolohov.
Em
frente à casa de número dez, o Comensal que batalhava com Moody lançou um
feitiço das pernas bambas nele e saiu correndo para número quatro.
A
perna de pau de Moody saiu rolando enquanto sua perna normal se contorcia. Ele
fez um feitiço para recuperar a perna normal e tentou estuporar o Comensal, mas
este já estava longe.
Lupin
correu em direção ao bruxo e alcançou-o em frente ao número seis, com uma
das mãos ainda no rosto dolorido, e usou a outra para lançar um feitiço no
Comensal. Como suas pálpebras também tinham furúnculos, ele não pôde mirar
e errou o feitiço.
- Diffindo! – gritou o Comensal. Um raio de luz
amarela saiu da ponta de sua varinha e quebrou a perna de Lupin, que caiu
novamente no chão.
Agora
o Comensal já alcançara o jardim da casa dos Dursley e ia invadi-la.
- Riddikulus!
Percy
estava a alguns metros dali e acertou-o com uma azaração para repelir
Bichos-Papões, lembrando-se de sua irmã Gina e como ela usava bem esse feitiço.
Dolorosa
distração. Foi estuporado por trás pelo Comensal com quem estava duelando.
Este, desaparatou.
Agora
só restava um Comensal, que duelava com Mundungo. Tonks chegou correndo de uma
rua ao lado e enfeitiçou-o.
- Acabaram com todos? – perguntou ela surpresa.
- Quase todos – corrigiu Moody – Aquele ali deixou
um fugir – completou apontando para Percy.
- Bom, - começou Quim, lançando um último feitiço de memória
– melhor irmos embora. Tonks, por favor use a lareira da senhora Figg e
leve-os para o Largo Grimmauld. Mundungo, vá procurar alguma autoridade e diga
que temos cinco Comensais fugitivos de Azkaban aqui. Vou cuidar para que eles
permaneçam aqui até você voltar com ajuda.
Mundungo
desaparatou imediatamente. Tonks foi até Percy e ia lançar-lhe um contra feitiço,
mas Moody gritou:
- Deixe-o assim! Vamos rápido, precisamos chegar à sede.
Obedecendo-o,
Tonks correu agora para Lupin e o ajudou a levantar, passando o braço dele
sobre os seus ombros. Arthur levantou Percy pelas axilas e Moody se levantou com
dificuldade. Juntos, eles caminharam até a casa da sra.Figg (Moody apoiando-se
no ombro de Harry e pulando em um pé só). Rony relutou em atravessar o fogo
com o braço sangrando e Moody teve que empurra-lo.
