Capítulo Cinco: Comemoração na Torre da Grifinória
Era uma manhã ensolarada em que aconteceria a segunda tarefa do Torneio
Tribruxo. Para seu próprio desespero, Fred começou a gostar cada vez mais de
Mariana, de modo que naquela manhã ele estava decidido a terminar seu namoro
com Angelina.
Ele
gostava muito de Angelina e não queria faze-la sofrer, mas não ia engana-la. Não
gostava mais dela como antes. Mesmo assim, estava relutante em fazer o que ia
fazer.
Assistiu
ao lado dela toda a segunda tarefa. Devia ter falado com ela nas arquibancadas,
mas não queria apagar o sorriso de seu rosto. Não que isso adiantasse muito,
pois quem a fez ficar preocupada primeiro foi Alícia, ao lhe dizer que quem
estava no fundo do lago esperando para ser resgatado por Harry era Rony Weasley.
- Você não está preocupado, Fred? – perguntou aflita.
- Não!
- Mas é seu irmão...
- ...se é que podemos chamar aquilo de irmão.
Angelina
lançou ao namorado um olhar repreensivo e tornou a olhar para a superfície
lisa do lago, preocupada. Não conseguia entender Fred – se fosse o seu
irmão, ela já teria desmaiado!
Mas
a tarefa terminou bem e Harry além de salvar Rony salvou também a irmã de
Fleur, campeã da Beaxbatons, obtendo a maior pontuação.
Eles
estavam voltando ao castelo em meio à uma massa de alunos animadíssimos,
quando Fred tomou coragem para falar com Angelina.
- Angelina, eu preciso falar com você.
Angelina
notou que ele estava sério, o que não era normal, então se perguntou que
assunto seria tão preocupante para Fred.
- Vamos procurar uma sala vazia – sugeriu quando subiam a
escadaria de mármore – A sala comunal vai estar muito tumultuada!
Eles
seguiram para uma sala no segundo andar, onde sentaram em carteiras lado a lado.
Fred ainda não acreditava no que ia fazer. "Ainda há tempo para voltar
atrás," ele pensou "eu não preciso fazer isso se não quiser".
Mas não. Ele gostava de Angelina e não ia iludi-la. Se ele queria ir atrás de
outra pessoa, era melhor que Angelina ficasse sabendo isso por ele.
- Escuta, Angelina, eu não quero que você fique chateada,
está bem?
- Mas por que eu...
- Calma, você vai entender. É difícil para mim dizer isso,
mas... Olha, o fato é que eu gosto de você, mas... Eu estou apaixonado
por outra pessoa e acho melhor a gente terminar o nosso namoro, porque eu não
quero iludir você.
Ele
dissera isso articuladamente, diante de uma Angelina boquiaberta, que agora
estava à beira de lágrimas.
- Você... – dizia ela incrédula – Eu... Está bem. Eu te
entendo.
- Escute, Angelina, não fique magoada, por favor. Eu
realmente sinto muito, mas não posso lutar contra mim mesmo!
- Não, tudo bem – disse ela baixinho e sinceramente – Eu
entendo, sério – e acrescentou depois de uma pausa – Posso ao menos saber
por quem você está apaixonado?
Fred
pensou por um instante. Esperava que Angelina começasse a chorar, brigasse com
ele e saísse correndo da sala, como fizera Alícia com o seu irmão. Mas não
era isso que ela estava fazendo, na verdade estava reagindo muito bem. Não
faria mal contar a verdade a ela.
- A Mariana.
Ela
não disse nada, apenas fez um leve aceno com a cabeça.
- Me desculpe – Fred se viu também à beira de lágrimas.
- Tudo bem – murmurou Angelina novamente, se levantando –
Vamos voltar para a Sala Comunal agora.
Os
dois foram em silêncio para a torre da Grifinória, seus passos ecoando no
caminho. À medida que se aproximavam do quadro da Mulher Gorda, puderam ouvir a
costumeira bagunça dentro da torre.
- Hipogrifo Verde! – anunciou Angelina antes mesmo
que Fred pensasse em dizer a senha, ao que o retrato girou para o lado e eles
entraram.
Estava
uma zoeira geral. Todos comemoravam em alto e bom som a pontuação de Harry na
tarefa, quando Jorge se aproximou dos dois, empurrando uma garrafa de cerveja
amanteigada para cada um.
- Onde vocês andaram? Vamos comemorar!
Mas
Angelina se desvencilhou dele, negando a bebida, e direcionou-se a um sofá onde
Katie estava beijando Lino.
- Katie... Vem aqui comigo um minuto?
Jorge
observou curioso Angelina subir para o dormitório feminino, seguida de perto
pela amiga.
- O que deu nela?
- Nós terminamos – contou Fred aparentando tranqüilidade e
bebendo um gole de cerveja amanteigada, embora um nó em sua garganta fazia o
garoto se sentir desprovido de paladar.
Jorge
cuspiu em cima do irmão a cerveja que estava bebendo.
- Vocês o quê?
- Terminamos.
Fred
baixou os olhos, dessa vez não escondendo sua decepção.
- Mulheres – comentou Jorge tentando animar o irmão – Não
dá para entende-las, não é mes...
- Fui eu que terminei.
- ...mo – Jorge terminou a sua frase, com os olhos
arregalados – Por quê?
- Eu gosto da Mariana.
- Ah... entendo.
Nenhum
dos dois conseguiu encontrar outro assunto para conversar, então se jogaram em
um sofá, em frente do qual Lino e Alícia conversavam animadamente.
