Capítulo 1

As melhores férias de verão

            Depois da primeira semana de suas melhores férias de verão, Harry Potter finalmente recebeu suas primeiras cartas. Era aproximadamente dez horas da noite, quando entraram pela janela de seu quarto três corujas: Sua querida Edwiges (branca com enormes olhos cor de âmbar), uma tão mínima que nem parecia de verdade e uma grande e bonita coruja das torres. A primeira trazia uma carta com a letra caprichada de Hermione:

            Querido Harry

            Como vão suas férias? Recebi seu bilhete, e a resposta é não sei. Talvez vá para a casa de Snuffles no final das férias. Depende de meus pais, se eles deixarem... Passei essa semana na casa de uns parentes de minha mãe na Bulgária. Cheguei hoje cedo, estou morta de cansaço! Mandei seu presente de aniversário pelo correio dos trouxas (achei que chamaria muita atenção se fosse carregado por corujas). Não sei se já chegou, mas imagino que vá demorar mais alguns dias. Espero que nos encontremos em breve.

            Afetuosamente

                        Mione

            Harry pegou um pergaminho em sua escrivaninha (agora cheia de livros de magia, pergaminhos, penas e vidros de tinta), apoiou num canto da mesa vazio e escreveu:

            Mione

            Minhas férias estão maravilhosas. Depois da ameaça de Moody a meus tios, eles arrumaram uma televisão para meu quarto com vídeo e canais via satélite para eu poder assistir filmes quando quiser sem correr o risco dos vizinhos me verem na sala deles. Acho até melhor assim, pois não preciso ficar ouvindo Tia Petúnia reclamando com Tio Valter que eu não sei me sentar e que só assisto a porcarias.

            Parece que até o Duda ficou com medo. Ele me deixa jogar videogame no quarto dele, vai buscar fitas na locadora pra mim... Os amigos dele até pararam de me perseguir na rua!!!

            Bom, espero que sua viagem tenha sido muito boa. A propósito, você foi para a Bulgária para visitar seus parentes ou para ver Vítor Krum???

            Seu presente ainda não chegou, mas estou esperando ansiosamente.

            Um abraço

            Harry

            Depois de prender a carta novamente na perna de Edwiges, fez um carinho em sua cabeça. A coruja deu uma bicadinha de prazer em seu dedo e saiu voando pela janela novamente. Então, Harry tirou a carta da entusiasmada Píchi (a corujinha mínima de Rony) e leu:

            Harry:

            E aí, os trouxas se assustaram com Moody? Acho que sim, não é?? Esses dias ele passou por uma rua mais movimentada de Londres e seu chapéu saiu voando. Ele recuperou em apenas alguns segundos, mas uma menininha trouxa viu a cara e o olho dele. Ela começou a gritar e a apontar chorando... Foi um problema para o Ministério apagar a memória dela... Bom, você deve ter lido no Profeta Diário...

            Fred e Jorge estão faturando uma grana alta com a loja de logros. Já mandaram presentes de aniversário adiantados para nós quatro (eu, Gina, papai e mamãe). Na verdade acho que só fizeram isso para agradar mamãe, que a cada dia que passa fica mais brava com os dois. Eles estão mandando os produtos novos para serem testados em Percy, com a desculpa de que ele é a "cobaia" deles...  Na verdade é que eles ainda estão bravos com Percy.. Mandaram roupas novas para todos menos para ele...Ah, quase me esqueci de dizer, Percy voltou para casa. Pediu desculpas a papai e a mamãe, disse que estava enganado e que faria qualquer coisa para voltar para casa.. Mamãe o colocou para fazer desgnomização no nosso jardim duas vezes por semana, vai alimentar o vampiro do sótão e limpar a lareira. Papai ficou com pena dele, e então mamãe deixou a desgnomização para mim e para Gina... Às vezes não sei porque papai abre a boca!!! Vamos voltar para a casa de Snuffles mais para o fim das férias... Espero que Dumbledore concorde em te levar para lá...

            Gina está se correspondendo com Dino Thomas!!! Espera só voltarmos para a escola!!! Vou dar uma boa surra para ele deixar minha irmãzinha em paz!! Os gêmeos também não gostaram da idéia, mandaram uma grande saca de feijõezinhos de todos os sabores fabricados por eles... Na verdade são os feijõezinhos com os sabores mais nojentos que existem!!

            Rony

            Harry, novamente, apanhou um pergaminho, pena e tinta e simplesmente rabiscou no verso da carta:

            Dumbledore tem suas razões para me deixar aqui na casa dos Dursley. Infelizmente creio que não voltarei para a casa de Snuffles. Na verdade acho que nem quero voltar para aquele lugar. Mande lembranças a todos por mim.

            Harry

Obs: Deixe a Gina em paz.. Ela já tem quinze anos... Já sabe se cuidar sozinha, não precisa de nenhum irmão ciumento no pé dela.

            Depois de devolver a carta na perna de Píchi, Harry se adiantou até sua cama, onde a terceira coruja estava. A carta obviamente vinha de Hogwarts, visto que estava selada com cera verde com o símbolo da escola. Harry abriu a carta:

Harry

            Snuffles te deixou uma pequena lembrança. Tomei a liberdade de resgata-la e quero lhe entregar em mãos o mais rápido possível. Esteja acordado às três e meia da manhã em seu aniversário.

            Alvo Dumbledore

            Harry não sabia se o estranho era receber uma carta de Dumbledore ou o fato de ele querer ir até a casa de seus tios no meio da madrugada. Enquanto Harry encarava a carta, a coruja saiu voando por sua janela sem deixa-lo enviar uma resposta: "Acho que Dumbledore quis assim" pensou ele. Então, ajeitou os óculos no nariz e depois de desligar a televisão foi colocar seu pijama. Ficava pensando em que Lord Voldemort estaria pensando naquele instante. Lord Voldemort era o bruxo das trevas mais temido de todos os tempos.

            Harry tinha escapado de Voldemort pela terceira vez no final do último trimestre. A primeira foi quando ele tinha apenas um ano de idade. Voldemort havia matado seus pais, e quando se virou para mata-lo, o feitiço se virou contra ele mesmo, por causa de feitiçaria antiga que sua mãe lhe tinha acabado de lançar. Esse feitiço tinha salvado Harry, e o mantinha a salvo na casa de seus tios. O amor que a mãe de Harry sentia por ele corria nas veias dela. Com o sacrifício dela, a feitiçaria foi feita. O amor era um sentimento incompreendido por Voldemort, por isso Harry estava protegido também na casa de Petúnia (irmã de sua mãe, a única parente viva de Harry) que tinha o mesmo sangue de sua mãe, apesar de nunca tê-lo amado de forma nenhuma.

Depois que o feitiço se virou contra Voldemort, ele foi reduzido a um ser que não vivia - simplesmente existia. Ele habitava corpos de outras pessoas e animais para continuar existindo. Ele sofreu durante dez anos assim, até que quase conseguiu pegar a Pedra Filosofal em Hogwarts, mas Harry o deteve. Depois de dois anos, um fiel servo de Voldemort (Rabicho) o encontrou, e os dois juntos conseguiram fazer Lord Voldemort retornar com um novo corpo. Assim, Duelou com Harry, que conseguiu escapar pela segunda vez entre seus dedos. A terceira vez havia sido a menos de um mês atrás, numa armadilha que matou o padrinho de Harry, Sirius Black (chamado de Snuffles em código). Sirius havia sido acusado de entregar os pais de Harry a Voldemort, depois matar Rabicho e doze trouxas. Por isso ele tinha passado 12 anos em Azkaban (a prisão dos bruxos) que o tornaram quase irreconhecível. Depois de conseguir fugir de Azkaban, ele achou Rabicho (o verdadeiro culpado pela morte dos pais de Harry) e quase o matou juntamente com Lupin, um velho amigo. Mas Harry o salvou. Arrependeu-se depois, mas não havia mais nada a ser feito.

            Harry se olhou no espelho, e percebeu que a última vez que se olhara nele, coseguia ver o corpo todo a apenas trinta centímetros de distância do espelho. Agora precisava dar uma distância de quase um metro. Harry crescera muito este último ano. Atingira uma altura normal para sua idade. Também já não era tão magricela. Seus músculos estavam mais evidentes nos últimos meses. Mas seus cabelos sempre desarrumados e seus olhos verdes vivo eram os mesmos desde que tinha nascido. Ele passou a mão em sua fina cicatriz em forma de raio. Sentiu raiva. Muita raiva. Lord Voldemort tinha lhe tirado a mãe, o pai e agora também o padrinho. Harry também ficara sabendo, a pouco menos de um mês, que era o único que poderia matar Voldemort de uma vez por todas. Não era uma notícia muito animadora, mas era algo que ele ficou até satisfeito em saber: Ele queria matar Voldemort, ele, Harry Potter, o menino magricela de quase dezesseis anos, queria vingar as mortes provocadas por Lord Voldemort.

            Sentou-se na cadeira de sua escrivaninha. Não sentia sono. Apanhou uma pena, um pergaminho, e continuou a fazer o trabalho de Poções. Chama-se: "O uso de pele de ararambóia no preparo de poções". Snape era o professor dessa matéria, e Harry simplesmente o odiava (mesmo tendo salvado sua vida no fim do ano letivo) da mesma maneira como Snape o odiava. Harry só tinha chegado a odiar tanto um professor a mestra de Defesa contra as artes das trevas do ano anterior. Seu nome era Dolores Umbridge, e além de ter se tornado a pior professora de defesa contra as artes das trevas que Harry já tivera, se tornou Alta Inquisidora de Hogwarts, e depois, como se já não bastasse, tomou o cargo de diretora de Alvo Dumbledore. No final do ano letivo, Harry conseguira, com uma ajuda de Hermione, se livrar da professora, diretora e Inquisidora.

            Abriu o livro Mil ervas e fungos mágicos e depois de folhear o livro todo percebeu que não ia achar nada nesse livro, pois ararambóia não era erva nem fungo. Resolveu então pegar sua esplendida Firebolt e lustrar seu cabo pela terceira vez aquela semana. Depois de olhar a vassoura de todos os lado e ângulos, se deu conta de que a vassoura brilhava mais do que qualquer outra coisa em seu quarto, e que não havia uma só palha para aparar. Decidiu dormir. Deitou na cama, e depois de uma hora rolando de um lado para o outro, conseguiu finalmente adormecer.

            Depois de alguns dias o presente de Hermione chegou: Um grande álbum de fotografias escolhidas a dedo por ela e Rony. Ele abriu o álbum e viu fotos dele mesmo em todos os anos em Hogwarts, entre elas: Sua foto com o Chapéu Seletor na cabeça (o Chapéu gritava com convicção: "Grifinória!!"); Viu fotos de sua turma, de todos os professores, até os fantasmas apareciam nas fotos (apesar de não muito nítidos); Fred e Jorge na frente do corredor que transformaram em pântano no ano anterior com caras de satisfação; Harry dançando com Parvati Patil no baile de inverno de dois anos atrás; Harry fazendo sua primeira captura do pomo de ouro pelo time da Grifinória; a primeira defesa espetacular de Rony pelo mesmo time; Hermione e Rony com os distintivos de monitores reluzindo ao peito com grandes sorrisos no rosto (Rony corando tanto que mal se podia distinguir a testa e os cabelos cor de fogo); Hagrid e seu dragão Norberto; Hagrid e Canino na orla da floresta proibida; A primeira aula de Hagrid (ele estava ensinando Hipogrifos); Harry recebendo a taça e quadribol com o restante do time da Grifinória (Olívio Wood não parava de lhe abraçar, quase arrancando sua cabeça); Harry passando pelo dragão no torneio tribruxo no quarto ano; Harry ao lado de... Sirius?!? Que foto era aquela?? Tinha também Harry com Ninfadora Tonks, Remo Lupin, Alastor (ou Olho-Tonto) Moody, Quim Shacklebolt, Dédalo Diggle, Emelina Vance, Elifas Doge, Estúrgio Podmore e outros participantes da Ordem da Fênix... Muitas fotos de momentos inesquecíveis. E outras que Harry não fazia idéia de quando e nem de onde poderiam ter sido tiradas...Então, caiu em seu colo um bilhete:

Caro Harry

            Seu presente de aniversário adiantado.

            De seus amigos

            Rony, Hermione e Hagrid

Harry subiu correndo para seu quarto e escreveu cartas idênticas para Rony, Hermione e Hagrid:

            Vocês são os melhores amigos do mundo. Este era o melhor presente que eu poderia receber. Muito obrigado. E, como vocês conseguiram essas fotos?? Algumas imagino que Colin Creevey tenha tirado, mas outras eu nem imagino como vocês conseguiram.

            Estou com saudades

                        Harry

            Passadas três semanas, Harry acordou de madrugada no dia 31 de julho, e levou o maior susto de sua vida. Remo Lupin estava parado do lado de sua cama.

- Harry, perdão, não queria te assustar - Disse Lupin.

- Tudo bem...- Disse Harry, se lembrando que Dumbledore tinha pedido para ele estar acordado na madrugada do dia 31.- Mas o que você está fazendo aqui??

- Ahn.. Dumbledore não contou??

- Não, ele só me pediu para estar acordado a esta hora, que ia me entregar uma lembrança de S... – Falar de Sirius doía

- Ahn, é verdade. Mas ele não pode vir, está viajando. Portanto eu te trouxe - tirou um pequeno embrulho das vestes e entregou a Harry- Abra com cuidado

- Que é..?

- Abra.

Harry abriu cuidadosamente sobre a cama, e caíram: Um pequeno bilhete selado com o brasão da família Black e uma chave. Harry abriu o bilhete e leu:

Querido afilhado

            Essa chave pertence a minha família há séculos. Sou o último homem da família, então pertencia a mim. Quero que seja sua agora, antes que eu me vá e minha prima descubra a existência desta chave.

            Afetuosamente

            Sirius

- Ele queria ter te entregado como presente de aniversário este ano, mas como... Enfim, devido às circunstâncias, Dumbledore se encarregou de lhe entregar.

- De onde é essa chave?

- Gringotes.

- Ele me deu a herança da família dele? – Perguntou Harry sem entender.

- Mais ou menos. Você terá que ir até o banco para descobrir.- Lupin olhou o relógio no pulso de Harry - Bom Harry, meu tempo já se esgotou. Espero te ver em breve.

E antes que Harry pudesse dizer qualquer coisa, Lupin desaparatou.

Depois disso, Harry perdeu o sono. Ficou imaginando o que poderia ter dentro daquele cofre de Gringotes. Depois, pegou o álbum que ganhara de seus amigos e abriu nas primeiras páginas, Intituladas: "Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts: 1º ano" e ficou encarando a foto em que ele estava com o Chapéu Seletor na cabeça. Ficou lembrando como o Chapéu dissera que ele se daria bem na Sonserina... E como ele pedira para não ir para Sonserina...

            Depois, virou a página e deu de cara com a foto de todos o seus professores juntos do segundo ano... Logo no meio se encontrava Gilderoy Lockhart, que foi seu professor de Defesa contra as artes das trevas, não parava de ajeitar os cabelos e sorria fazendo pose. Na ponta direita estava Minerva McGonagall, sua professora de transformação, ralhava com os alunos que passavam fazendo caretas ou fazendo gracinhas por trás dos professores. Logo ao lado estavam: Flitwick (o minúsculo professor de feitiços), Sprout (Herbologia), Sibila Trelawney (adivinhação), Filch (o zelador), Snape (poções), Sinistra (Astronomia) e para fechar o grupo, estava Alvo Dumbledore, diretor de Hogwarts.

            Na outra página vira uma foto sua do terceiro ano apanhando o pomo de ouro na frente de Draco Malfoy (apanhador do time da Sonserina), e conseguiu ver no fundo da foto um enorme cão preto pulando de felicidade - Este enorme cão preto era seu padrinho Sirius Black. Na época, Harry não sabia que ele era um animago (podia se transformar em um animal sempre que quisesse), nem que ele era seu padrinho e nem que ele só queria o bem de Harry - Ele pensava que Sirius Black era um assassino maluco que fugira da prisão dos bruxos e que queria matá-lo. Na verdade ele queria matar Pedro Pettigrew (mais conhecido como Rabicho) que também era um animago, e que estava disfarçado como o rato de Rony, Perebas, enquanto todos acreditavam que Sirius o tinha matado há anos.

            Harry foi virando as páginas de seu álbum, e viu uma foto de todos os integrantes da AD (um grupo de ele, Hermione e Rony tinham fundado no ano anterior), com um belo sorriso no rosto. Entre eles estava Cho Chang, uma garota bonita da Corvinal, que estava um ano na frente de Harry. Ela sorria, mas estava com cara de quem andara chorando. Harry se lembrou que tudo que Cho fizera no ano anterior fora chorar. Lembrou-se do beijo que ela deu nele naquela sala.... Fora o primeiro beijo de Harry.

Quando o relógio marcou seis horas, Harry não conseguia mais ficar na cama. Tia Petúnia já tinha se levantado e Harry podia ouvir o barulho das panelas. Ela estava fazendo o café da manhã. Harry então se levantou, trocou de roupa e desceu até a cozinha. Tomou o café da manhã e voltou para o seu quarto. Mal percebera a hora passando, estava fazendo o trabalho de Snape, quando já era meio dia, e Tia Petúnia estava servindo o almoço.

Passou a tarde assistindo vários filmes pelos canais via satélite, e quando se deu conta, já estava na hora de ir jantar. Como sempre, na casa dos Dursley, Harry tomou seu banho, colocou uma roupa e desceu para jantar. Então, quando estava passando pela sala, esbarrou em alguma coisa grande, que aparecera lá de repente: Era o pai de Rony, Arthur Weasley. Ajeitando o chapéu de bruxo, ele disse:

- Bom dia, Harry!! Feliz aniversário!!

- Ah, muito obrigado Sr Weasley, mas o que o senhor está fazendo aqui??

Então, apareceram na sala: Tio Valter, Tia Petúnia e Duda.

- O que este... Este.. Este SENHOR está fazendo aqui??- exclamou Tio Valter

Tia Petúnia correu para fechar as cortinas, como se todos os vizinhos estivessem olhando diretamente para as janelas procurando alguma anormalidade.

- Me desculpem ter vindo sem avisar, Sr Dursley. Mas é que hoje é o décimo sexto aniversário de Harry, e nós não poderíamos deixar passar em branco.

- Nós?!?! Nós quem????- Perguntou Tia Petúnia

- Oi Harry!! Feliz aniversário!!!- Exclamaram Fred e Jorge, aparecendo de repente atrás do sofá.

- Bom dia, Harry-  Disse Percy então, aparatando bem no meio da sala de estar dos Dursley- Feliz aniversário.

- O que são... QUEM SÃO ESSA GENTE???- Perguntou Tio Válter

- Esse  é o Sr Weasley, pai de meu amigo Rony, e esses são Percy, Fred e Jorge.. ou Jorge e Fred.... – então todos se adiantaram para apertar a mão de Tio Válter. Ele estava na frente de Duda e Tia Petúnia, como se estivesse protegendo-os. Duda, que segurava com firmeza as nádegas, ao ver os bruxos se aproximando, soltou um berro e saiu correndo até a cozinha. Tia Petúnia, passando na frente do marido disse:

- Não pretendo fazer qualquer tipo de amizade com gente da sua laia, moleque. Faça logo eles voltarem para onde vierem e nos deixarem em paz. Já estou fazendo muito em te abrigar e te alimentar. Este ano recebi uma carta daquele.... Daquele monstro horroroso que estava na estação ano passado, nos obrigando a te dar um presente de aniversário. Aqui está - disse estendendo a mão e entregando a Harry uma caixa.

Harry apanhou a caixa com as mãos trêmulas, e abriu. Não era nada que Harry estivesse esperando. Era uma simples máquina fotográfica velha e surrada. Os gêmeos logo correram até Harry e tiraram a máquina da mão de Harry.

- Uau!!! Não acredito Harry!!- Disse Fred

- Simplesmente inacreditável....- Completou Jorge

- Como é que sua tia trouxa poderia arranjar uma máquina dessas??- Perguntaram juntos

- Foi.... Era de minha irmã. Tinha desaparecido da caixa, mas reapareceu este verão...- Falou Petúnia.

- Harry, deixe-me explicar uma coisa - Começou o Sr Weasley - Essa NÃO é uma máquina fotográfica de trouxas. Essa é uma máquina especial. Chama-se Memógrafo.

- Memo.. memo o quê???- Perguntaram Harry, Tia Petúnia e Tio Valter ao mesmo tempo.

- Memógrafo. Ele reproduz em fotos bruxas os momentos mais importantes, ou mais marcantes da vida de um bruxo, mesmo que ninguém esteja lá para ver e bater a foto. Ele tinha sumido da caixa porque esteve acompanhando Harry nestes últimos cinco anos.

- Como assim???- Perguntaram Tia Petúnia e Tio Valter

- Ele persegue o dono. Como Harry é o único herdeiro de sua irmã, Sra Dursley, ele perseguiu Harry. É claro que ele só funciona em meio de bruxos, por isso que não funcionava aqui. Só começou a seguir Harry quando ele foi para Hogwarts. Ele fica invisível, e está sempre perto da cama do dono. Todas as vezes que ele vai se deitar para dormir, o Memógrafo olha tudo que está em sua memória recente (do dia, geralmente) e reproduz em fotografias bruxas. Esse memógrafo estava lotado de memórias quando Rony o descobriu. Estava no malão de Harry, em Hogwarts e começou a apitar no meio da noite. Ele me escreveu uma carta, e então e fiz as fotos e Rony e Hermione escolheram as melhores e fizeram o álbum.

Harry ouvia tudo aquilo e não conseguia acreditar... Durante cinco anos uma máquina fotográfica, ou melhor, um Memógrafo, estava do seu lado em Hogwarts e ele nunca tinha percebido...

- Harry, vamos logo então. – Disse o Sr Weasley cheio de pressa - Você não quer se atrasar para... Para a reunião dos membros da ordem, quer??

- Que reunião??? Ele não vai a lugar nenhum!!! Fui obrigada a prometer que Harry passaria o verão todo aqui em minha casa!!- exclamou Tia Petúnia

            Então, Percy foi até ela e cochichou em seu ouvido. Ela tremeu ligeiramente de desconforto e disse, em tom irritado:

- Era só o que me faltava!! Então levem logo esse moleque!!

O Sr Weasley tirou uma pequena caixa de madeira o bolso interno das vestes, olhou no relógio e disse:

- Harry, isso é uma chave de portal. Você sabe o que deve fazer. Você tem vinte segundos.

- Certo. Mas.. E o meu malão e minha vassoura...

- Não se preocupe Harry. Nós nos encarregamos disso, agora vá.- e o Sr Weasley tirou o Memógrafo das mãos do garoto e o colocou nas mãos de Percy.

Harry segurou com firmeza a caixa, enquanto seus tios o miravam, assustados. Então, em alguns segundos Harry sentiu o conhecido puxão no umbigo e viajou num redemoinho de cores e sons.

Foi atirado no chão da conhecida cozinha da casa de Sirius. Levantou-se, ajeitou os óculos que tinham escorregado até a ponta do nariz, e depois deu um pulo para trás. A cozinha estava cheia de estrelas piscando em todos os cantos, fogos Dr Filibusteiro (que não aquecem e acendem molhados) estouravam a cada minuto fazendo todos levarem grandes sustos. Estava com uma cara muito mais alegre, estava mais iluminada. Não se parecia com a velha cozinha escura e triste que Harry conhecera. Então, ele notou que foram instaladas janelas falsas, como no Ministério da Magia. O que deixava a cozinha ainda mais diferente era o fato de que nela se encontravam várias pessoas com sorrisos em seus rostos. Entre elas estavam Rony, Hermione, Gui e uma garota (que deveria ser sua namorada), Sra Weasley, Gina, Lupin, Tonks, Olho Tonto Moody e outros membros da Ordem da Fênix. Estava presente até uma figura grande com um sorriso escondido no meio da barba desgrenhada - Hagrid.

Então, num só coro começaram a cantar "Parabéns a você" enquanto um grande bolo de chocolate com morangos vinha flutuando sob a cabeça de todos e pousava sobre a grande de madeira rústica, que havia sido coberta com uma divertida toalha de mesa com desenhos de abóboras que sorriam e acendiam.. Harry olhou para todos, mal ousando acreditar no que estava acontecendo. Então, o Sr Weasley, Percy, Fred e Jorge apareceram de repente no mesmo lugar em que Harry chegara, carregando, desajeitados, um grande malão, um caldeirão, uma vassoura e uma gaiola vazia. Então, abrindo um enorme sorriso o Sr Weasley disse:

- Pensou que fôssemos deixar passar em branco, Harry??  Vamos lá, faça um pedido e sopre logo as velas!!

Então Harry mirou as dezesseis velas em seu bolo de aniversário, fez um pedido e soprou as velas. Então, as velas se apagaram, e tornaram a se acender, uma por uma.

- Harry, você deve fazer o pedido em voz alta, caso contrário as velas não irão se apagar!!- Exclamou Rony.

- Ahn.. Certo. Eu desejo ter um ano livre de Voldemort.- E soprou as velas, que se apagaram quase sem nenhum esforço de Harry. Com a menção desse nome, várias pessoas presentes na sala fizeram caretas, algumas estrelas pararam de piscar e até as abóboras da toalha de mesa (que não paravam de sorrir e piscar para os presentes) fizeram caras de espanto e pararam de sorrir.Então, para acabar com aquele silêncio horrível, a Sra Weasley perguntou, puxando o bolo para perto de si e tirando as velas de cima:

- Para quem vai o primeiro pedaço, Harry?

- Hum...- pensou Harry - Para mim mesmo. – E saiu com um pedaço de bolo nas mãos dando risada. Então, uma mão o levou até o fundo da cozinha, onde estavam empilhados muitos presentes.

- São todos pra você Harry. E meus parabéns!!- Era Dumbledore, que lhe encarava através dos conhecidos oclinhos meia-lua, e antes que pudesse dizer qualquer coisa, deu um breve sorriso e desaparatou.

- Uau... Todos pra você, Harry??- Disse Rony com a voz empapada. Tinha colocado tanto bolo na boca que mal conseguia falar.

- É.. Acho que sim. Quer me ajudar a abrir?? Vou precisar de ajuda!

- Demorou.

                   assim os dois se sentaram no chão e começaram a desembrulhar os presentes, rindo muito enquanto Harry lhe contava como Duda estava fazendo tudo que Harry pedia. Então, dois anjos passaram na frente de Harry. Duas garotas altas, de cabelos castanhos longos e muito, muito lisos que brilhavam às luzes das estrelinhas que piscavam em toda a cozinha passaram na frente de Harry e Rony muito entretidas em algum assunto que eles nem podiam imaginar. Os dois ficaram parados por alguns instantes olhando as duas garotas, quando voltaram a si, se olharam e caíram na risada. Então, Harry perguntou:

-                 Rony, quem são?

-                 Como assim, Harry? Quem são??? A da direita é a Gina.. Eu quero saber quem é a amiguinha dela...

- Gina??? Aquela é a sua irmãzinha Gina???

- Que foi Harry?? Você conhece ela há quatro anos, você até salvou a vida dela uma vez - Lembra??

- Claro que lembro.. Mas é que ela está tão.. Diferente...

- Ah. Isso. Ela foi passar uma semana na casa de uma amiga de correspondência na Bulgária e voltou assim. Não sei como a menina conseguiu deixar o cabelo dela TÃO bonito. Sempre foi tão rebelde, e arrepiado, e cheio.

- Espera aí... Bulgária???

- Oi meninos.. Parabéns Harry - disse Gina, se aproximando e tascando um beijo na bochecha de Harry, fazendo-o corar mais do que Rony quando ficava nervoso.

- Oi Harry.. Parabéns - a outra menina deu um beijo na bochecha de Harry - Gostou do Memógrafo??

- Como é que você sab... MIONE??- exclamou Rony

- Quê? – Perguntou Harry, tirando os olhos de Gina e mirando a outra garota.

- Qual é o problema de vocês??- Perguntou Hermione, jogando gentilmente uma mecha de cabelos para trás do ombro - Parece que nunca me viram...

- Você não é a Mione- Disse Rony assustado- Não é a NOSSA Mione...

- Como assim NOSSA?? Desde quando eu pertenço a vocês??

- É a Mione, disse Harry por fim, enquanto apanhava outro pacote na pilha para abrir.- Adorei, Mione, o Memógrafo é muito legal.

- E vi que você também gostou do álbum... Deu muito trabalho escolher as melhores fotos...- Completou Hermione sorrindo, enquanto mostrava a Harry o bilhete que ele lhe enviara logo que o álbum chegou.

- É.. gostei mesmo... Nunca poderia imaginar como ele poderia ter sido feito... NUNCA!!- então, Rony começou uma interessante conversa com Hermione sobre a viagem dela para a Búlgaria, enquanto Harry dizia para si mesmo- Outro livro sobre defesa contra as artes das trevas...Porque de 15 presentes 12 são livros sobre Defesa contra as artes das trevas ..- Disse tirando um livro de cima de outro - 2 são bisbilhoscópios de bolso, sendo que eu já tinha um, e 1 é...- Então apanhou o pacote que Rony parara de abrir para encarar Mione, desacreditado sobre o que via. Rasgou o papel de embrulho e deu um salto para trás.

                  Harry tinha ganhado uma miniatura de um campo de quadribol com 14 jogadores pequeninos e um juiz muito entusiasmado que gritava "Pênalti!!! Falta!! Gol!!!", quatro bolas minúsculas que voavam no ar em grande velocidade e um telão com os dizeres: Azul:0  Vermelho:0. Então, viu um livrinho preso num nos pequenos gols. Harry o apanhou e leu: "Manual de instruções". Harry o abriu, e quando foi começar a ler, Gina o puxou pelas mãos para que levantasse dizendo:

- Ah, Harry.. Estão todos dançando.. Deixa isso de lado, vai... Vamos dançar...- e foi arrastado para o centro da cozinha, onde deveria estar a mesa que foi arrastada para junto da porta.

                  Uma música muito agitada tocava baixinho. Harry ouviu Hermione comentando com um Rony meio abobalhado que havia ajudado os gêmeos a criarem aquele mini rádio que só deixava quem eles quisessem ouvir a música, e que era seguro contra penetras em festas. Na verdade, Não se podia nem imaginar que estava acontecendo uma festa naquele lugar: Fred, Jorge, Rony, Hermione, Gui e a namorada, Lupin, Tonks e o Sr Weasley dançavam dando altas gargalhadas, mas que eram abafadas para dentro da cozinha. Ninguém que estivesse fora da cozinha poderia ouvir. Gina puxou Harry para perto dos gêmeos, e começou a dançar como eles, fazendo sinal para Harry fazer igual.

                  Depois de umas três músicas animadíssimas como aquela, Harry sentiu vontade de parar. Então, percebeu que TODOS estavam dançando. De repente, a música agitada deu lugar a uma valsa muito estranha. Lupin começou a dançar elegantemente com Tonks, percorrendo toda a cozinha; Gui e a namorada dançavam discretamente sussurrando um no ouvido do outro; O Sr e Sra Weasley dançavam muito colados bem no meio; Fred e Jorge dançavam com pares imagináveis, fazendo passos totalmente sincronizados; Rony dançava desajeitado com Mione, que acabara por conduzi-lo. E ele, Harry, meio sem opção, olhou para Gina, colocou uma de suas mãos na sua, passou a outra pela cintura da garota e começou a imitar Lupin e Tonks. A valsa parou e uma música muito romântica começou a tocar. Lupin e Tonks continuaram a dançar (bem colados), os gêmeos pegaram vassouras e faziam declarações para elas, enquanto Hagrid dava boas gargalhadas, Gui continuava a sussurrar alguma coisa no ouvido da namorada, que ria; Rony e Hermione tentavam dançar e Harry foi totalmente conduzido por Gina (que agora tinha seus braços passados pelos ombros de Harry, cujas mãos estavam nas costas de Gina). Harry sentiu uma contração abaixo do ventre muito incomum na presença de Gina. Era a mesma que sentia quando via Cho entrando no Salão principal, sorrindo.

- Harry, eu queria conversar com você...

- Que? Ah, tudo bem. Espera a musica acabar que você fala... Eu percebi que você ficou a noite toda tentando falar comigo...

- É... Verdade - Disse Gina corando.

                  A música terminou, e Harry ouviu a Sra Weasley mandando todos para a cama. Então, Gina saiu correndo. Harry passou os olhos pela cozinha procurando Rony, e de repente, ele veio ao seu encontro, correndo também. Estivera do outro lado da cozinha, perto da despensa.

-                 Harry... Preciso... Te... Contar...- Disse, meio sem ar.

- O quê??

- Já pra cama meninos. AGORA!! Harry, querido, seus presentes estarão no mesmo lugar amanhã de manhã. Agora VÃO!!

                  Então, Harry fez sinal para Rony se calar, e ambos subiram as escadas que rangiam juntos. Chegaram na porta do conhecido quarto (onde eles ficaram no ano anterior), abriram a porta, entraram depressa, e Harry percebeu que Rony nunca estivera tão vermelho. Seus cabelos cor de fogo pareciam brancos perto da cor de seu rosto.

- Harry... Eu... Dancei com a Mione...

- Sim, eu vi... e daí??

- Bem, eu... Eu sem querer disse pra ela que ela estava muito bonita esta noite.. Disse que o vestido era muito bonito e que o cabelo dela estava ótimo...

- Ahn.. e....

- E ela disse.... ela disse...

- O QUÊ ELA DISSE, RONY?? DESEMBUCHA!!

- Ela disse que ... Que estava muito afim de um cara, e que tinha feito aquilo para ele....

- VOCÊ??

- EU NÃO SEI! Na hora em que ela ia dizer alguma coisa, minha mãe apareceu e nos mandou ir para a cama! E então ela saiu correndo e nem olhou para mim!

- Rony...A Mione gosta de você??

- Eu não sei....- Rony olhava para os pés e torcia as mãos no colo.

- RONY!!! VOCÊ GOSTA DELA???

- Quem, eu?? Não, Harry, Hermione é minha amiga....- e corou tão intensamente que Harry pensou que suas orelhas eram dois tomates.

- Ahn... Sei.... Ta bom. Agora, amanhã a gente conversa que eu estou muito cansado.. Boa noite.

- Boa noite...