OLÁ MINHA CONCUMBINA (Parte 03)
- Bom dia, tudo bem com você? Você deve ser Sakura. Sou Tomoyo Daidouji, sua nova professora de Cantônes.
Sakura ficou surpresa e ao mesmo tempo contente ao ouvir a jovem conversar com ela em perfeito Japonês. Seria bom ter uma pessoa para conversar com ela naquela casa, enquanto Shoran estivesse fora.
- Bom dia, o meu nome é Sakura Kinomoto. Muito prazer em conhece-la, Srta. Daidouji.
- Pode somente de Tomoyo, senão terei que chama-la de Srta. Kinomoto...
Sakura simpatizou com a jovem professora:
- Tudo bem então. Não vejo a hora de podermos começar as aulas de Cantonês.
- Se você quiser, podemos começar hoje mesmo. O que acha?
- Verdade? Seria muito bom começarmos hoje mesmo. Mas onde poderíamos ter as aulas?
- Acho que a Sra. Wong já foi instruída pelo Sr. Li sobre o lugar que eu possa te ensinar. Espere um pouco, que eu irei perguntar a ela.
Tomoyo então foi falar com a governanta da mansão, a Sra. Wong, sobre o local da casa que poderia ser usado para as aulas da hóspede japonesa:
- Sra. Wong, com licença...
- Srta. Daidouji, deseja alguma coisa?
- Na verdade, gostaria de saber em qual local da casa eu poderei lecionar para a Srta. Sakura. Creio que o Sr. Li já deixou instruções quanto a isto...
- Sim, ele me instruiu quanto a isto. Hoje pela manhã, o Sr. Li deu-me instruções para preparar a biblioteca, pois ainda hoje, segundo ele, uma professora iria vir para lecionar para a Srta. Sakura. Me acompanhe Srta. Daidouji , eu lhe mostrarei aonde fica a biblioteca.
- Obrigada, Sra. Wong. Espere um momento, que vou chamar a Srta. Sakura.
Tomoyo foi pedir para Sakura, para que a acompanhasse:
- Venha comigo Sakura. A Sra. Wong vai nos levar até a biblioteca, aonde está tudo pronto para começarmos as suas aulas. Fico contente que o Sr. Li já tenha providenciado tudo.
Então Tomoyo e Sakura seguiram a governanta da casa, onde esta conduzia as duas jovens até a biblioteca. A biblioteca tinha bastante espaço, com altas prateleiras laterais, bem abastecidas dos mais variados livros. A mobília seguia um estilo neoclássico, onde havia uma grande mesa feita de mogno, com algumas cadeiras também em mogno, bem trabalhadas e com um estofamento bonito e macio. Próximo a janela, havia uma escrivaninha com uma cadeira tipo poltrona, onde Shoran costumava usar quando precisava cuidar dos seus negócios em casa. Na grande mesa de mogno, haviam materiais de escritório como lápis, canetas-tinteiro e blocos de papel, além de alguns livros, que serviriam para as aulas de Sakura.
- Srta., coloquei à disposição os materiais que iria precisar para sua aula. Caso precise de mais alguma coisa, por favor, não hesite em me chamar.
- Muito obrigada, Sra. Wong. Acredito que isto será mais que suficiente.
- Está certo. Com licença, Srta.
A governanta de Shoran se retirou da biblioteca, deixando Sakura e Tomoyo sozinhas para iniciarem os estudos:
- E então Sakura? Gostaria de começar as suas aulas agora?
- Claro que sim Tomoyo! Estou entusiasmada e quero muito aprender Cantonês. É frustrante você tentar conversar com as pessoas e não entender uma palavra do que elas falam...
- Se é assim, acho que poderemos iniciar primeiro o básico. Vamos iniciar com o estudos dos caracteres, e também estudar os cumprimentos usados no dia-a-dia. Como os kanjis japoneses são parecidos com os kanjis chineses, acho que você não terá muitos problemas para o entendimento deles.
Sakura observava Tomoyo com muita atenção e vontade de aprender. Estava encantada em ouvir as explicações detalhadas da jovem professora. Tomoyo ensinava com dedicação para Sakura, se sentia incentivada quando Sakura ia vencendo os desafios das aulas e progredindo a cada lição. As duas jovens fizeram uma pausa para o almoço, pois a Sra. Wong entrara na biblioteca e perguntara para Tomoyo se elas gostariam de almoçar:
- Srta. Daidouji, gostaria que fosse servido o almoço?
Tomoyo viu que estava na hora de elas almoçarem e de Sakura ter um intervalo:
- Gostaria sim, Sra. Wong, muito obrigada pelo convite.
- Disponha Srta. Com licença, sim?
- Obrigada. Sakura, gostaria de almoçar agora? Assim teremos um intervalo para descanso.
- Vamos almoçar então? Estudar me deu fome. Você almoça comigo?
- Mas é claro que sim. Agora vamos indo, que a Sra. Wong está esperando por nós.
Após o almoço, foram descansar na varanda que fica nos fundos da mansão, em frente da varanda havia um jardim bem cuidado e com algumas árvores plantadas, dando um clima de paz ao ambiente. Tomoyo e Sakura foram se sentar em um banco que estava colocado próximo a porta da varanda, e enquanto descansavam, Sakura quis saber um pouco mais sobre Tomoyo:
- Tomoyo, você é tão inteligente! Como conseguiu aprender a falar Cantonês? Você vive aqui em Hong-Kong há muito tempo?
- Bem Sakura, na verdade eu vim para cá há alguns anos, junto com meus pais, pois eles iriam trabalhar em uma das empresas inglesas que estavam abrindo filiais aqui em Hong Kong. O salário e as oportunidades estavam sendo muito melhores que no Japão, então meus pais vieram para cá. Consegui terminar os meus estudos em uma das escolas daqui, onde a qualidade de ensino é do mesmo nível que na Inglaterra, e aqui eu pude aprender o Cantonês e o Inglês. Atualmente estou trabalhando como tradutora e professora de línguas para estrangeiros, que vem para Hong Kong trabalhar, e que na maior parte das vezes são ingleses que querem entender o Cantonês. E você Sakura? Como veio parar aqui, em Hong Kong?
E então Sakura conta para Tomoyo toda a estória de como ela veio para Hong Kong. O dia que conheceu Madame Butterfly, que a levou do Japão para Hong Kong, o leilão do cabaré, e a forma como conheceu Shoran Li. Tomoyo ficava surpresa com a narrativa de Sakura, e quando Sakura terminou de contar toda a estória, Tomoyo ficou maravilhada com a fantástica estória que a jovem japonesa contara:
- Nossa, é sério que você viveu tudo isto que aconteceu? É incrível! Parece uma estória que foi retirada de algum livro! E o Sr. Li? Ele trata você bem?
- O Shoran? Ele tem sido muito atencioso comigo, sempre me tratando com respeito. Quando eu cheguei aqui, ele me providenciou um quarto só para mim, pediu para que a Sra. Wong cuidasse de mim, e até me comprou roupas novas. Eu quis retribuir tudo o que ele estava fazendo por mim, sendo uma serviçal da casa, mas parece que ele não gostou muito da idéia, só sei que neste dia ele riu muito...
- É claro que sim Sakura. Imagine só, você vir para esta casa como convidada, e no dia seguinte estar realizando serviços de criada? É claro que ele não deve estar bravo com você, mas ele deve ter se divertido muito quando te viu vestida de serviçal, limpando a casa dele...
As duas jovens riram do comentário de Tomoyo, e um clima de amizade e descontração tomou conta do intervalo das jovens. Se conheciam apenas há algumas horas, mas estavam agindo com se fossem amigas há muitos anos.
- Mas eu vejo que você já tem uma certa intimidade com o Sr. Li, não é mesmo Sakura?
- Hã? O que quer dizer, Tomoyo?
- Ora, você fala dele com muito carinho, como se fosse uma pessoa que você gosta muito.
Ao ouvir o comentário de Tomoyo, Sakura começou a se sentir envergonhada, ficou um pouco ruborizada e seu rosto sentiu um leve calor.
- Mas Tomoyo, foi ele que me deu atenção e apoio desde que eu cheguei do Japão. Ele me tratou muito bem, e tem sido um ótimo amigo. Ele é gentil e atencioso, e uma boa companhia quando quero conversar. E é por isso que eu gosto dele, porque ele é uma boa pessoa.
- Sakura, está escrito no seu rosto que ele é para você muito mais que isso...
E a bela japonesa ficou ainda mais embaraçada com as palavras de sua jovem professora:
- E-e-eu não entendo do que esta falando Tomoyo, eu vou voltar para as minhas lições...
Tomoyo achou engraçado a atitude defensiva de Sakura, e via a jovem deixando a varanda e indo direto para a biblioteca. Tomoyo sentiu que Sakura tinha um sentimento muito maior pelo dono da casa, mas achou melhor guardar para si esta opinião. Logo ela voltou para a biblioteca, e observou Sakura na mesa de mogno, com a cabeça baixa, ainda embaraçada com que Tomoyo havia dito, concentrada nas suas lições, treinando a escrita dos kanjis chineses que Tomoyo havia ensinado.
E o restante da tarde, Tomoyo procurou ensinar para Sakura mais algumas lições da escrita chinesa e também do Cantonês falado. Tomoyo não falou mais sobre o nome de Shoran Li, esforçando-se para que Sakura entendesse o que estava sendo ensinado. Sakura retribuía o empenho de Tomoyo, sendo uma aluna exemplar e esforçada. Graças ao seu esforço, conseguiu um bom progresso nas lições, se destacando na parte falada do Cantonês:
- Muito bem Sakura, você está se saindo muito bem nos cumprimentos falados.
- Obrigada Tomoyo, mas acho que é você que me ensina muito bem.
- Mas não podemos tirar os seus méritos. Você tem se esforçado e fez belos progressos. Encerraremos a nossa aula de hoje por aqui. Como as nossas aulas serão 2 vezes por semana, acho que você não terá problema algum se nos dias entre uma aula e outra, você treine o que aprendeu com algumas lições que deixarei para você. Tudo bem assim?
- Claro, não há problema algum! Está sendo ótimo para mim receber as suas lições. Graças a você poderei entender o que a Sra. Wong diz, e não precisar mais me entender com ela através de gestos.
Tomoyo achou engraçado e riu do comentário de Sakura:
- Não se preocupe. Se continuar neste ritmo, logo vai estar conversando bastante com a Sra. Wong. Agora tenho que ir, pois já está ficando tarde.
- Eu te acompanho até a saída.
- Obrigada Sakura.
Enquanto Tomoyo arrumava as suas anotações dentro da pasta que havia trazido, Sakura fazia o mesmo com as suas anotações de aula, juntando-as em um único bloco, para que pudesse guarda-las. Tomoyo segurou sua pasta junto de seu peito, e Sakura fez o mesmo com as anotações juntadas num bloco. Saíram da biblioteca, e enquanto se dirigiam até o hall de entrada da casa, Tomoyo fazia as últimas recomendações para Sakura:
- Você não terá problemas com as lições que eu deixei para você Sakura. Procure treinar mais o seu Cantonês falado, e mantenha sempre no mesmo nível a sua escrita.
- Não se preocupe Tomoyo. Eu irei me dedicar nos dias que você não estiver aqui. Estou muito interessada em poder aprender mais a cada dia.
- Fico feliz por suas palavras Sakura. É bom ver uma aluna minha, empolgada em receber as minhas aulas.
As duas jovens riram, e antes de chegarem ao hall de entrada, a governanta da mansão se encontrou com as duas jovens no caminho e se despediu de Tomoyo:
- Srta. Daidouji, já está indo embora? Gostaria de ficar mais um pouco?
- Obrigada Sra. Wong, mas realmente preciso ir. Eu demoro cerca de 1 hora até chegar a Kowloon, aonde moro com meus pais. Portanto tenho mesmo que ir, senão ficará tarde.
- Então lhe desejo um bom retorno, Srta. Obrigada por ter vindo.
- E obrigada pelo tratamento que recebi. Fico muito grata por toda a ajuda que a senhora me deu. Agora com licença, tenho mesmo que ir.
- Até logo Tomoyo! Estarei esperando a sua próxima aula.
- Até logo Sakura! Nos vemos daqui a 3 dias.
E a jovem professora deixou a mansão, e caminhando atravessou a grande área em frente à mansão, onde chegou até os portões de entrada, onde ela deixou a propriedade. Sakura apenas olhava a sua professora ir embora, e permanecia na entrada da mansão, contente por estar acontecendo coisas boas em sua vida, e ficou a pensar nestes acontecimentos em sua vida por alguns momentos, parada e silenciosa. Após 5 minutos de Tomoyo ter deixado a mansão, o carro de Shoran estaciona em frente aos portões, onde prontamente o seu motorista desce do carro e abre os portões da mansão, para que possa entrar com o carro. Sakura se sente surpresa por Shoran ter chegado naquele momento, em que ela está na entrada da mansão. Logo o motorista estaciona o carro em frente à mansão, e desce do carro para abrir a porta para seu jovem patrão. Sakura ficou contente pelo retorno de Shoran, e se aproxima da porta do carro para poder recebe-lo. O jovem chinês desce do carro e se alegra ao ver Sakura, sendo que a jovem estava com um bloco de folhas seguras contra seu peito, contente em recebe-lo:
- Sakura, que bela surpresa! Por que está tão contente?
- Shoran, muito obrigada por ter me mandado uma professora. Eu fiquei muito contente em poder estudar.
- Ah, então a professora de Cantônes veio hoje? Fico feliz com isso. E gostou das aulas dela?
- Foram aulas maravilhosas. Eu gostei de ter aprendido sobre Cantônes. Venha comigo que eu quero te mostrar o que eu fiz hoje.
Sakura estava eufórica em contar para Shoran tudo o que havia acontecido com ela naquele dia. A bela japonesa segurou a mão de Shoran, e puxava-o para dentro da mansão, onde queria levá-lo para a biblioteca, para mostrar a ele tudo que tinha aprendido com Tomoyo. Ao sentir a mão macia e segura de Sakura, Shoran sentiu o seu rosto corar, e a sentir um leve calor, sensações que ele sentia há muito tempo. E Sakura ia conduzindo Shoran, com certa pressa, ansiosa para mostrar a ele o que tinha aprendido:
- Venha logo Shoran, venha ver o que eu aprendi hoje.
- Calma Sakura! Desse jeito você vai acabar me derrubando...
O casal passou pela governanta como um furacão, sendo que a mesma nem teve chance de cumprimentar o dono da casa:
- Seja bem vindo....Sr. Li?
- Desculpe Sra. Wong...depois nos falamos....
A governanta se espantou em ver uma mulher frágil como Sakura estar literalmente arrastando Shoran para a biblioteca, logo ele que é um homem bem mais forte que ela. Deu um discreto sorriso achando engraçada a situação, e deixou o casal , indo tratar de outros assuntos.
Logo o casal chegou até a biblioteca, onde Sakura largou a mão de Shoran, e foi ajeitando na mesa as suas anotações, ansiosa em mostrar para Shoran o que ela havia feito o dia todo. Sakura estava próxima à mesa, arrumando seus papéis, e Shoran atrás dela, observando a jovem japonesa.
- Veja Shoran! Hoje eu aprendi a escrever tudo isto, e a Tomoyo me ensinou algumas expressões na sua língua, o que você achou?
- É Sakura, você está aprendendo depressa, muito bom. Outras pessoas não teriam o progresso que você está conseguindo.
- Puxa, obrigada pelo elogio Shoran. Fico contente que eu esteja conseguindo aprender o seu idioma.
Então Shoran colocou suas mãos nos ombros de Sakura, a jovem sentiu as mãos firmes, porém confortáveis, de Shoran em seus ombros. Sakura ficou surpresa no início, mas a surpresa logo foi substituída por um sentimento de proteção e carinho.
- Você vai aprender depressa, tenho certeza disto. E tudo graças ao seu esforço e sua dedicação.
E por alguns instantes, Shoran observava as anotações na mesa, sem largar as mãos do ombro de Sakura, e a jovem apenas ficava parada, sentindo cada segundo daquele momento único, um momento confortante e protetor, apenas apreciando o toque das mãos firmes e macias do seu jovem protetor. Como que saindo de um encanto, Shoran surpreendeu-se por ter ficado tanto tempo segurando os ombros de Sakura, e com calma largou os ombros da bela jovem e meio que tímido com a situação, convidou-a para se retirarem da biblioteca:
- Hã, bem Sakura, gostaria de ir comigo até Kowloon? Eu irei a um jantar com um amigo e gostaria que você fosse, o que acha?
- Bem, eu adorei a idéia Shoran, mas eu prefiro descansar um pouco, pois este dia de aula foi cansativo. Acho que vou para o meu quarto dormir mais cedo. Você me desculpa?
- Sim, sim, é claro. Você deve ter tido um dia muito cansativo. Ainda mais estudando o dia todo, me desculpe de eu ter feito este convite, que bobagem a minha...
- Não, imagine. Foi muita gentileza sua. Só acho que não serei uma boa companhia para você, pois fiquei cansada estudando o dia todo. Com licença Shoran, acho que irei para o meu quarto tomar um banho e descansar.
- Sim, tenha um bom descanso Sakura.
- Obrigada Shoran, com licença...
Sakura se despediu de Shoran e deixou a biblioteca, onde ela chegou até as escadas e subiu para o seu quarto. Shoran apenas ficou observando a jovem japonesa deixar a biblioteca, e voltou sua atenção para as anotações que ela havia esquecido na mesa. Com um leve sorriso, Shoran juntou todas aquelas anotações em um só bloco, e deixou tudo arrumando no meio da grande mesa de mogno. Então o jovem chinês foi encontrar a sua governanta, para perguntar como foi o dia de Sakura. Ao sair da biblioteca, perto do hall de entrada, sua governanta estava vindo da cozinha e estava a procura do jovem patrão:
- Sr. Li, seja bem vindo. Deseja alguma coisa?
- Bem Sra. Wong, eu gostaria de saber como foi o dia de Sakura, pelo visto ela deve ter se dedicado bastante aos estudos...
- Sim, senhor. A jovem senhorita recebeu a visita da jovem professora que o senhor contratou, e então a Srta. Sakura passou o dia todo recebendo as lições da Srta. Daidouji.
- É mesmo? Nossa, fico contente de ouvir isto! Parece que Sakura esta levando a sério em aprender o Cantonês.
- E se me permite dizer Sr. Li, com certeza dentro de pouco tempo ela estará conversando conosco em nosso idioma.
- Eu também acredito nisto, Sra. Wong.
- Mas onde esta a Srta. Sakura? Não estava com o senhor?
- Sim, mas ela foi para o seu quarto, tomar um banho e acho que irá dormir cedo.
- Que pena! Eu pensei que ela fosse jantar com o senhor, o senhor irá jantar em casa esta noite?
- Bem, eu vou jantar com Eriol, pois já tinha combinado com ele de jantarmos em Kowloon. Eu iria levar Sakura comigo, mas é uma pena que ela esteja um pouco cansada, talvez por ter estudado o dia todo.
- O senhor gostaria que eu preparasse uma bandeja com uma refeição leve para a Srta. Sakura?
- Uma ótima idéia, Sra. Wong. Isto é demorado?
- Não senhor, me dê alguns minutos, sim?
- Está certo, enquanto isto eu esperarei a senhora na Sala de Estar.
- Sim, Sr. Li, agora com sua licença, estarei de volta dentro de instantes...
A governanta se retirou para o cozinha, onde deu instruções a uma criada da casa para que preparasse uma bandeja com uma refeição leve para Sakura. Enquanto isto, Shoran foi para a Sala de Estar de sua mansão. Um salão decorado com alguns quadros e mobiliado com um largo sofá que se situava na lateral do salão, e uma poltrona de cabeceira alta, voltada para a lareira belamente ornamentada. Na maior parte do ano, a lareira estava apagada, onde só era acessa na estação do Inverno, pois Hong-Kong tem um clima bastante agradável no restante do ano. Shoran sentou-se em sua poltrona, e ficou a olhar a lareira apagada, pensando naquele momento engraçado em que Sakura foi puxando-o pelo braço até a biblioteca, e no momento em que apenas sentiu suas mãos segurarem os ombros macios de Sakura, como se não quisessem largar a jovem estrangeira. Shoran pensava nos ombros macios e delicados de Sakura, e sentiu o seu coração mais quente e feliz por ter por perto a doçura e o encanto da bela japonesa. Depois de alguns instantes, a governanta de Shoran foi encontrar o seu jovem patrão na Sala de Estar, carregando uma bandeja com pão e uma tigela de sopa quente.
- Sr. Li, eu trouxe a refeição da Srta. Sakura. O Sr. quer que eu leve agora para o quarto dela?
- Pode deixar, Sra. Wong. Eu levarei a refeição até o quarto de Sakura.
- Mas, Sr. Li, não há necessidade disto. Eu mesmo levarei a bandeja até o quarto da Srta...
- Já lhe disse, Sra. Wong, eu mesmo levarei a refeição até o quarto de Sakura. Dê-me esta bandeja, por favor...
A governanta, passou a bandeja para seu jovem senhor, surpresa com a iniciativa que ele tomara. Mas compreendeu que o seu jovem senhor estava se afeiçoando cada vez mais pela jovem estrangeira, desde que ela chegou àquela casa.
- Por favor Sra. Wong, eu irei levar a bandeja até o quarto de Sakura, avise o motorista para que esteja pronto em 30 minutos, pois logo irei sair, está bem?
- Como quiser Sr. Li, com licença...
E ao deixar a Sala de Estar junto com seu senhor, a governanta pôde ver Shoran subindo as escadas da mansão, indo em direção ao quarto de Sakura, levando consigo a bandeja prepara por ela. A governanta sorriu, e foi logo cumprir suas obrigações, deixando seu patrão ocupando-se com a bela japonesa.
Sakura acabara de encher a banheira, queria tomar um banho quente e relaxar, pois para ela o dia tinha sido cansativo. Iria dormir cedo, e se dedicar o quanto pudesse a esta chance que estavam dando a ela. Numa terra estranha, se sentia uma pessoa de sorte, em poder ser bem tratada e poder aprender mais sobre o país em que estava vivendo. Sakura estava apenas com o roupão que a criadagem tinha deixado arrumado para ela na cômoda, junto com suas outras roupas, que também estavam limpas e arrumadas. Estava pronta para iniciar o seu banho, quando batidas na porta de seu quarto chamaram a sua atenção:
- Um momento, já vou atender...Opa! Esqueci que elas não me entendem....
Mas Sakura se sentiu surpresa ao ouvir a voz que respondeu, pois não era da criadagem da mansão:
- Sakura, será que eu posso entrar?
- É você Shoran? Pode entrar sim, já estou abrindo...
Sakura ficou contente de poder receber Shoran, que esqueceu de colocar uma roupa mais apropriada para recebe-lo, e prontamente abriu a porta do seu quarto, e Shoran espantou-se ao ver Sakura somente de roupão. Ficou um pouco constrangido de ter visto Sakura naqueles trajes, mas mesmo assim resolveu entrar:
- Com licença, Sakura. Bem, é que já que você vai dormir cedo, eu pedi para que preparassem uma refeição para você. Espero que não se importe de que eu tenha levado até o seu quarto...
Sakura sentiu um misto de gratidão, carinho e afetividade com aquele gesto de Shoran, e pegou a bandeja das mãos do jovem chinês, e colocou sobre a pequena mesa que havia em seu quarto:
- Muito obrigada Shoran! Você me trata tão bem, que eu fico até constrangida...
- Mas constrangida com o que Sakura? Foi alguma indelicadeza que eu fiz? Se for isto, não foi minha intenção...
- Não, não é isso... É que você tem sido tão bom e atencioso comigo, que eu fico me sentindo como se fosse um estorvo para você e...
Shoran, como que movido pelo impulso, delicadamente cala os lábios de Sakura com a ponta de seus dedos da mão esquerda, e vê os olhos surpresos da bela jovem , e retribui os olhares da jovem com um olhar de carinho e ternura:
- Por favor, não diga isto Sakura...Você nunca será um estorvo para mim! É bom poder ter a sua companhia e poder te fazer feliz...Portanto não se sinta culpada, triste ou constrangida, pois só quero que você se sinta feliz e alegre, como você tem me demonstrando nestes poucos dias em que nos conhecemos...
Sakura ficou paralisada, e ao mesmo tempo o seu coração se aquecia ao ouvir as palavras doces e carinhosas de Shoran. O rapaz então tirou os dedos dos lábios de Sakura, se afastou e foi para fora do quarto de Sakura, e se despediu da jovem:
- Agora tenho que ir. Tenha um bom descanso e uma boa noite.
- Bo-boa noite... para você também Shoran...
Shoran foi em direção ao seu quarto, arrumar-se para o jantar de negócios que havia marcado com Eriol. Sakura estava parada em frente a porta aberta do seu quarto, e por alguns momentos ela ficou naquela posição, olhando para o vazio, e pensando nas palavras de Shoran. Até que voltando de seu transe, fechou a porta de seu quarto, e foi para o seu banho. Enquanto Sakura se banhava, ela não parava de pensar no que Shoran dissera:
"Por que será que ele disse aquilo? E o que está acontecendo comigo? Sinto um frio no estômago e um calor súbito cada vez que ele chega muito perto de mim...O que será isto que estou sentido?"
E não muito longe da bela estrangeira, em um outro cômodo da mansão, o jovem chinês estava se arrumando para um jantar de negócios que iria ter com um de seus parceiros de confiança. E enquanto ele se arrumava, ele também ficava pensando na japonesa que estava morando em sua casa e sobre os seus sentimentos para com ela:
"Por que será que eu fiz aquilo? Como ela é bonita e encantadora. Não agüentei vê-la triste perto de mim. Será que ela ficou com medo de mim? Espero que não, não quero que ela sinta medo de mim..."
Logo Shoran terminou de se arrumar. Saiu de seu quarto, e ao passar pelo quarto de Sakura, olhou a porta fechada do quarto da bela jovem, ficou alguns instantes fitando a porta do quarto. Depois disto, voltou a caminhar em direção as escadas da mansão. Desceu e foi em direção ao hall de entrada, onde do lado de fora da mansão, sua governanta aguardava-o , próxima ao carro que aguardava o senhor da mansão. A luz do dia aos poucos havia enfraquecido, surgindo no horizonte um início de noite.
- Sr. Li, deseja mais alguma coisa?
- Não Sra. Wong. Eu estarei de volta por volta de 10:30 da noite, portanto, não necessita que a Sra. aguarde meu retorno, pode se recolher mais cedo hoje.
- Como queira Sr. Li. Tenha uma ótima noite e um bom retorno.
- Obrigado, e tenha uma boa noite, Sra. Wong.
Shoran se despediu de sua governanta e foi até o carro que o aguardava, onde prontamente o seu chofer abriu a porta do carro para que ele entrasse. Após Shoran ter entrado no carro, o chofer voltou a ocupar a direção do veículo, e perguntou ao seu jovem patrão:
- Sr. Li, para onde o senhor deseja ir?
- Vá para restaurante "Grand Pekin", em Kowloon. Vamos logo, pois não quero chegar atrasado...
- Como queira, Sr. Li.
O carro ia em direção aos portões da mansão, aguardando a abertura dos portões para ir até em direção ao seu destino. E enquanto o carro aguardava a abertura dos portões, uma figura feminina assistia a partida do carro, observando tudo de sua janela, com muita vontade de estar bem próximo do dono da mansão naquele momento...
- Shoran...
Continua...
( N.A. ) Eu quero agradecer a receptividade e o carinho dos leitores para o fanfic "Olá Minha Concumbina" .
Eu também venho pedir desculpas aos leitores pela demora em colocar no ar o 3º capítulo do fic, causando uma certa "ansiedade" em muitos leitores, que queriam ler a continuação do fic, mas que só fui colocar no ar depois de quase 4 meses. Gomen Nasai...^_^
Muitos leitores tem me perguntado algumas coisas sobre o fic, e gostaria de responde-las:
Muitos perguntam qual é o significado do termo "Concubina".
O significado legal para o termo "Concubina" seria a mulher que mantém vida comum com um homem, sendo ela sustentada pelo homem, onde o homem pode morar com ela ou não, em que não há o casamento legal e religioso. Pode ser também a amante freqüente de um homem casado, que convive ao mesmo tempo com a mulher legítima. Esta relação é chamada de Concubinato.
No caso da Sakura, de certo modo no fic ela está sendo uma concubina, pois mora na mesma casa e é sustentada por Shoran, porém não mantém nenhum vínculo amoroso com ele. Já Meilin, até Shoran conhecer Sakura, estava sendo o que pode se chamar de Amante, que é a mulher mantida ocultamente por um homem casado ou solteiro, em que o objetivo é estar com ela por desejo ou atração sexual, não havendo intenção de manter com ela nenhuma união instável e fiel.
Acho que a escrita correta seria "Concubina", mas eu usei o termo "Concumbina". Para ser sincero, muitas vezes aparecem os dois termos em jornais e revistas. E eu me inspirei no título do Filme "Adeus Minha Concumbina" para escrever o título deste fic. Claro que este fanfic não tem a estória igual à do filme citado.
Eu usei o nome de uma famosa ópera chamada "Madame Butterfly" para dar o nome da mulher que é proprietária do cabaré "Dragão Voador", a mulher que foi responsável por Sakura e Shoran se conhecerem.
A ópera "Madame Butterfly" conta a estória de um jovem estrangeiro do exército inglês, creio eu, que se apaixona por uma mulher chinesa. Deve ser uma obra bastante interessante...
Também me perguntaram se o fic foi baseado no OVA do Ranma, que tem o título "Nihao, My Concunbine". Para ser sincero, nunca vi este OVA do Ranma. Caso eu tenha visto, mas eu não me recordo do título, pode ter certeza de que a estória do OVA não tem nada a ver com a estória do fanfic.
E mais uma vez, me desculpem. E obrigado Karoline, Saki Kinomoto, Lune Venus, Nadeshiko e Fabi Kinomoto, e muitos outros leitores que eu não citei , mas que são tão importantes para o fanfic. Muito obrigado a todos, e que este fanfic seja honrado em trazer momentos felizes a todos os seus leitores...
- Bom dia, tudo bem com você? Você deve ser Sakura. Sou Tomoyo Daidouji, sua nova professora de Cantônes.
Sakura ficou surpresa e ao mesmo tempo contente ao ouvir a jovem conversar com ela em perfeito Japonês. Seria bom ter uma pessoa para conversar com ela naquela casa, enquanto Shoran estivesse fora.
- Bom dia, o meu nome é Sakura Kinomoto. Muito prazer em conhece-la, Srta. Daidouji.
- Pode somente de Tomoyo, senão terei que chama-la de Srta. Kinomoto...
Sakura simpatizou com a jovem professora:
- Tudo bem então. Não vejo a hora de podermos começar as aulas de Cantonês.
- Se você quiser, podemos começar hoje mesmo. O que acha?
- Verdade? Seria muito bom começarmos hoje mesmo. Mas onde poderíamos ter as aulas?
- Acho que a Sra. Wong já foi instruída pelo Sr. Li sobre o lugar que eu possa te ensinar. Espere um pouco, que eu irei perguntar a ela.
Tomoyo então foi falar com a governanta da mansão, a Sra. Wong, sobre o local da casa que poderia ser usado para as aulas da hóspede japonesa:
- Sra. Wong, com licença...
- Srta. Daidouji, deseja alguma coisa?
- Na verdade, gostaria de saber em qual local da casa eu poderei lecionar para a Srta. Sakura. Creio que o Sr. Li já deixou instruções quanto a isto...
- Sim, ele me instruiu quanto a isto. Hoje pela manhã, o Sr. Li deu-me instruções para preparar a biblioteca, pois ainda hoje, segundo ele, uma professora iria vir para lecionar para a Srta. Sakura. Me acompanhe Srta. Daidouji , eu lhe mostrarei aonde fica a biblioteca.
- Obrigada, Sra. Wong. Espere um momento, que vou chamar a Srta. Sakura.
Tomoyo foi pedir para Sakura, para que a acompanhasse:
- Venha comigo Sakura. A Sra. Wong vai nos levar até a biblioteca, aonde está tudo pronto para começarmos as suas aulas. Fico contente que o Sr. Li já tenha providenciado tudo.
Então Tomoyo e Sakura seguiram a governanta da casa, onde esta conduzia as duas jovens até a biblioteca. A biblioteca tinha bastante espaço, com altas prateleiras laterais, bem abastecidas dos mais variados livros. A mobília seguia um estilo neoclássico, onde havia uma grande mesa feita de mogno, com algumas cadeiras também em mogno, bem trabalhadas e com um estofamento bonito e macio. Próximo a janela, havia uma escrivaninha com uma cadeira tipo poltrona, onde Shoran costumava usar quando precisava cuidar dos seus negócios em casa. Na grande mesa de mogno, haviam materiais de escritório como lápis, canetas-tinteiro e blocos de papel, além de alguns livros, que serviriam para as aulas de Sakura.
- Srta., coloquei à disposição os materiais que iria precisar para sua aula. Caso precise de mais alguma coisa, por favor, não hesite em me chamar.
- Muito obrigada, Sra. Wong. Acredito que isto será mais que suficiente.
- Está certo. Com licença, Srta.
A governanta de Shoran se retirou da biblioteca, deixando Sakura e Tomoyo sozinhas para iniciarem os estudos:
- E então Sakura? Gostaria de começar as suas aulas agora?
- Claro que sim Tomoyo! Estou entusiasmada e quero muito aprender Cantonês. É frustrante você tentar conversar com as pessoas e não entender uma palavra do que elas falam...
- Se é assim, acho que poderemos iniciar primeiro o básico. Vamos iniciar com o estudos dos caracteres, e também estudar os cumprimentos usados no dia-a-dia. Como os kanjis japoneses são parecidos com os kanjis chineses, acho que você não terá muitos problemas para o entendimento deles.
Sakura observava Tomoyo com muita atenção e vontade de aprender. Estava encantada em ouvir as explicações detalhadas da jovem professora. Tomoyo ensinava com dedicação para Sakura, se sentia incentivada quando Sakura ia vencendo os desafios das aulas e progredindo a cada lição. As duas jovens fizeram uma pausa para o almoço, pois a Sra. Wong entrara na biblioteca e perguntara para Tomoyo se elas gostariam de almoçar:
- Srta. Daidouji, gostaria que fosse servido o almoço?
Tomoyo viu que estava na hora de elas almoçarem e de Sakura ter um intervalo:
- Gostaria sim, Sra. Wong, muito obrigada pelo convite.
- Disponha Srta. Com licença, sim?
- Obrigada. Sakura, gostaria de almoçar agora? Assim teremos um intervalo para descanso.
- Vamos almoçar então? Estudar me deu fome. Você almoça comigo?
- Mas é claro que sim. Agora vamos indo, que a Sra. Wong está esperando por nós.
Após o almoço, foram descansar na varanda que fica nos fundos da mansão, em frente da varanda havia um jardim bem cuidado e com algumas árvores plantadas, dando um clima de paz ao ambiente. Tomoyo e Sakura foram se sentar em um banco que estava colocado próximo a porta da varanda, e enquanto descansavam, Sakura quis saber um pouco mais sobre Tomoyo:
- Tomoyo, você é tão inteligente! Como conseguiu aprender a falar Cantonês? Você vive aqui em Hong-Kong há muito tempo?
- Bem Sakura, na verdade eu vim para cá há alguns anos, junto com meus pais, pois eles iriam trabalhar em uma das empresas inglesas que estavam abrindo filiais aqui em Hong Kong. O salário e as oportunidades estavam sendo muito melhores que no Japão, então meus pais vieram para cá. Consegui terminar os meus estudos em uma das escolas daqui, onde a qualidade de ensino é do mesmo nível que na Inglaterra, e aqui eu pude aprender o Cantonês e o Inglês. Atualmente estou trabalhando como tradutora e professora de línguas para estrangeiros, que vem para Hong Kong trabalhar, e que na maior parte das vezes são ingleses que querem entender o Cantonês. E você Sakura? Como veio parar aqui, em Hong Kong?
E então Sakura conta para Tomoyo toda a estória de como ela veio para Hong Kong. O dia que conheceu Madame Butterfly, que a levou do Japão para Hong Kong, o leilão do cabaré, e a forma como conheceu Shoran Li. Tomoyo ficava surpresa com a narrativa de Sakura, e quando Sakura terminou de contar toda a estória, Tomoyo ficou maravilhada com a fantástica estória que a jovem japonesa contara:
- Nossa, é sério que você viveu tudo isto que aconteceu? É incrível! Parece uma estória que foi retirada de algum livro! E o Sr. Li? Ele trata você bem?
- O Shoran? Ele tem sido muito atencioso comigo, sempre me tratando com respeito. Quando eu cheguei aqui, ele me providenciou um quarto só para mim, pediu para que a Sra. Wong cuidasse de mim, e até me comprou roupas novas. Eu quis retribuir tudo o que ele estava fazendo por mim, sendo uma serviçal da casa, mas parece que ele não gostou muito da idéia, só sei que neste dia ele riu muito...
- É claro que sim Sakura. Imagine só, você vir para esta casa como convidada, e no dia seguinte estar realizando serviços de criada? É claro que ele não deve estar bravo com você, mas ele deve ter se divertido muito quando te viu vestida de serviçal, limpando a casa dele...
As duas jovens riram do comentário de Tomoyo, e um clima de amizade e descontração tomou conta do intervalo das jovens. Se conheciam apenas há algumas horas, mas estavam agindo com se fossem amigas há muitos anos.
- Mas eu vejo que você já tem uma certa intimidade com o Sr. Li, não é mesmo Sakura?
- Hã? O que quer dizer, Tomoyo?
- Ora, você fala dele com muito carinho, como se fosse uma pessoa que você gosta muito.
Ao ouvir o comentário de Tomoyo, Sakura começou a se sentir envergonhada, ficou um pouco ruborizada e seu rosto sentiu um leve calor.
- Mas Tomoyo, foi ele que me deu atenção e apoio desde que eu cheguei do Japão. Ele me tratou muito bem, e tem sido um ótimo amigo. Ele é gentil e atencioso, e uma boa companhia quando quero conversar. E é por isso que eu gosto dele, porque ele é uma boa pessoa.
- Sakura, está escrito no seu rosto que ele é para você muito mais que isso...
E a bela japonesa ficou ainda mais embaraçada com as palavras de sua jovem professora:
- E-e-eu não entendo do que esta falando Tomoyo, eu vou voltar para as minhas lições...
Tomoyo achou engraçado a atitude defensiva de Sakura, e via a jovem deixando a varanda e indo direto para a biblioteca. Tomoyo sentiu que Sakura tinha um sentimento muito maior pelo dono da casa, mas achou melhor guardar para si esta opinião. Logo ela voltou para a biblioteca, e observou Sakura na mesa de mogno, com a cabeça baixa, ainda embaraçada com que Tomoyo havia dito, concentrada nas suas lições, treinando a escrita dos kanjis chineses que Tomoyo havia ensinado.
E o restante da tarde, Tomoyo procurou ensinar para Sakura mais algumas lições da escrita chinesa e também do Cantonês falado. Tomoyo não falou mais sobre o nome de Shoran Li, esforçando-se para que Sakura entendesse o que estava sendo ensinado. Sakura retribuía o empenho de Tomoyo, sendo uma aluna exemplar e esforçada. Graças ao seu esforço, conseguiu um bom progresso nas lições, se destacando na parte falada do Cantonês:
- Muito bem Sakura, você está se saindo muito bem nos cumprimentos falados.
- Obrigada Tomoyo, mas acho que é você que me ensina muito bem.
- Mas não podemos tirar os seus méritos. Você tem se esforçado e fez belos progressos. Encerraremos a nossa aula de hoje por aqui. Como as nossas aulas serão 2 vezes por semana, acho que você não terá problema algum se nos dias entre uma aula e outra, você treine o que aprendeu com algumas lições que deixarei para você. Tudo bem assim?
- Claro, não há problema algum! Está sendo ótimo para mim receber as suas lições. Graças a você poderei entender o que a Sra. Wong diz, e não precisar mais me entender com ela através de gestos.
Tomoyo achou engraçado e riu do comentário de Sakura:
- Não se preocupe. Se continuar neste ritmo, logo vai estar conversando bastante com a Sra. Wong. Agora tenho que ir, pois já está ficando tarde.
- Eu te acompanho até a saída.
- Obrigada Sakura.
Enquanto Tomoyo arrumava as suas anotações dentro da pasta que havia trazido, Sakura fazia o mesmo com as suas anotações de aula, juntando-as em um único bloco, para que pudesse guarda-las. Tomoyo segurou sua pasta junto de seu peito, e Sakura fez o mesmo com as anotações juntadas num bloco. Saíram da biblioteca, e enquanto se dirigiam até o hall de entrada da casa, Tomoyo fazia as últimas recomendações para Sakura:
- Você não terá problemas com as lições que eu deixei para você Sakura. Procure treinar mais o seu Cantonês falado, e mantenha sempre no mesmo nível a sua escrita.
- Não se preocupe Tomoyo. Eu irei me dedicar nos dias que você não estiver aqui. Estou muito interessada em poder aprender mais a cada dia.
- Fico feliz por suas palavras Sakura. É bom ver uma aluna minha, empolgada em receber as minhas aulas.
As duas jovens riram, e antes de chegarem ao hall de entrada, a governanta da mansão se encontrou com as duas jovens no caminho e se despediu de Tomoyo:
- Srta. Daidouji, já está indo embora? Gostaria de ficar mais um pouco?
- Obrigada Sra. Wong, mas realmente preciso ir. Eu demoro cerca de 1 hora até chegar a Kowloon, aonde moro com meus pais. Portanto tenho mesmo que ir, senão ficará tarde.
- Então lhe desejo um bom retorno, Srta. Obrigada por ter vindo.
- E obrigada pelo tratamento que recebi. Fico muito grata por toda a ajuda que a senhora me deu. Agora com licença, tenho mesmo que ir.
- Até logo Tomoyo! Estarei esperando a sua próxima aula.
- Até logo Sakura! Nos vemos daqui a 3 dias.
E a jovem professora deixou a mansão, e caminhando atravessou a grande área em frente à mansão, onde chegou até os portões de entrada, onde ela deixou a propriedade. Sakura apenas olhava a sua professora ir embora, e permanecia na entrada da mansão, contente por estar acontecendo coisas boas em sua vida, e ficou a pensar nestes acontecimentos em sua vida por alguns momentos, parada e silenciosa. Após 5 minutos de Tomoyo ter deixado a mansão, o carro de Shoran estaciona em frente aos portões, onde prontamente o seu motorista desce do carro e abre os portões da mansão, para que possa entrar com o carro. Sakura se sente surpresa por Shoran ter chegado naquele momento, em que ela está na entrada da mansão. Logo o motorista estaciona o carro em frente à mansão, e desce do carro para abrir a porta para seu jovem patrão. Sakura ficou contente pelo retorno de Shoran, e se aproxima da porta do carro para poder recebe-lo. O jovem chinês desce do carro e se alegra ao ver Sakura, sendo que a jovem estava com um bloco de folhas seguras contra seu peito, contente em recebe-lo:
- Sakura, que bela surpresa! Por que está tão contente?
- Shoran, muito obrigada por ter me mandado uma professora. Eu fiquei muito contente em poder estudar.
- Ah, então a professora de Cantônes veio hoje? Fico feliz com isso. E gostou das aulas dela?
- Foram aulas maravilhosas. Eu gostei de ter aprendido sobre Cantônes. Venha comigo que eu quero te mostrar o que eu fiz hoje.
Sakura estava eufórica em contar para Shoran tudo o que havia acontecido com ela naquele dia. A bela japonesa segurou a mão de Shoran, e puxava-o para dentro da mansão, onde queria levá-lo para a biblioteca, para mostrar a ele tudo que tinha aprendido com Tomoyo. Ao sentir a mão macia e segura de Sakura, Shoran sentiu o seu rosto corar, e a sentir um leve calor, sensações que ele sentia há muito tempo. E Sakura ia conduzindo Shoran, com certa pressa, ansiosa para mostrar a ele o que tinha aprendido:
- Venha logo Shoran, venha ver o que eu aprendi hoje.
- Calma Sakura! Desse jeito você vai acabar me derrubando...
O casal passou pela governanta como um furacão, sendo que a mesma nem teve chance de cumprimentar o dono da casa:
- Seja bem vindo....Sr. Li?
- Desculpe Sra. Wong...depois nos falamos....
A governanta se espantou em ver uma mulher frágil como Sakura estar literalmente arrastando Shoran para a biblioteca, logo ele que é um homem bem mais forte que ela. Deu um discreto sorriso achando engraçada a situação, e deixou o casal , indo tratar de outros assuntos.
Logo o casal chegou até a biblioteca, onde Sakura largou a mão de Shoran, e foi ajeitando na mesa as suas anotações, ansiosa em mostrar para Shoran o que ela havia feito o dia todo. Sakura estava próxima à mesa, arrumando seus papéis, e Shoran atrás dela, observando a jovem japonesa.
- Veja Shoran! Hoje eu aprendi a escrever tudo isto, e a Tomoyo me ensinou algumas expressões na sua língua, o que você achou?
- É Sakura, você está aprendendo depressa, muito bom. Outras pessoas não teriam o progresso que você está conseguindo.
- Puxa, obrigada pelo elogio Shoran. Fico contente que eu esteja conseguindo aprender o seu idioma.
Então Shoran colocou suas mãos nos ombros de Sakura, a jovem sentiu as mãos firmes, porém confortáveis, de Shoran em seus ombros. Sakura ficou surpresa no início, mas a surpresa logo foi substituída por um sentimento de proteção e carinho.
- Você vai aprender depressa, tenho certeza disto. E tudo graças ao seu esforço e sua dedicação.
E por alguns instantes, Shoran observava as anotações na mesa, sem largar as mãos do ombro de Sakura, e a jovem apenas ficava parada, sentindo cada segundo daquele momento único, um momento confortante e protetor, apenas apreciando o toque das mãos firmes e macias do seu jovem protetor. Como que saindo de um encanto, Shoran surpreendeu-se por ter ficado tanto tempo segurando os ombros de Sakura, e com calma largou os ombros da bela jovem e meio que tímido com a situação, convidou-a para se retirarem da biblioteca:
- Hã, bem Sakura, gostaria de ir comigo até Kowloon? Eu irei a um jantar com um amigo e gostaria que você fosse, o que acha?
- Bem, eu adorei a idéia Shoran, mas eu prefiro descansar um pouco, pois este dia de aula foi cansativo. Acho que vou para o meu quarto dormir mais cedo. Você me desculpa?
- Sim, sim, é claro. Você deve ter tido um dia muito cansativo. Ainda mais estudando o dia todo, me desculpe de eu ter feito este convite, que bobagem a minha...
- Não, imagine. Foi muita gentileza sua. Só acho que não serei uma boa companhia para você, pois fiquei cansada estudando o dia todo. Com licença Shoran, acho que irei para o meu quarto tomar um banho e descansar.
- Sim, tenha um bom descanso Sakura.
- Obrigada Shoran, com licença...
Sakura se despediu de Shoran e deixou a biblioteca, onde ela chegou até as escadas e subiu para o seu quarto. Shoran apenas ficou observando a jovem japonesa deixar a biblioteca, e voltou sua atenção para as anotações que ela havia esquecido na mesa. Com um leve sorriso, Shoran juntou todas aquelas anotações em um só bloco, e deixou tudo arrumando no meio da grande mesa de mogno. Então o jovem chinês foi encontrar a sua governanta, para perguntar como foi o dia de Sakura. Ao sair da biblioteca, perto do hall de entrada, sua governanta estava vindo da cozinha e estava a procura do jovem patrão:
- Sr. Li, seja bem vindo. Deseja alguma coisa?
- Bem Sra. Wong, eu gostaria de saber como foi o dia de Sakura, pelo visto ela deve ter se dedicado bastante aos estudos...
- Sim, senhor. A jovem senhorita recebeu a visita da jovem professora que o senhor contratou, e então a Srta. Sakura passou o dia todo recebendo as lições da Srta. Daidouji.
- É mesmo? Nossa, fico contente de ouvir isto! Parece que Sakura esta levando a sério em aprender o Cantonês.
- E se me permite dizer Sr. Li, com certeza dentro de pouco tempo ela estará conversando conosco em nosso idioma.
- Eu também acredito nisto, Sra. Wong.
- Mas onde esta a Srta. Sakura? Não estava com o senhor?
- Sim, mas ela foi para o seu quarto, tomar um banho e acho que irá dormir cedo.
- Que pena! Eu pensei que ela fosse jantar com o senhor, o senhor irá jantar em casa esta noite?
- Bem, eu vou jantar com Eriol, pois já tinha combinado com ele de jantarmos em Kowloon. Eu iria levar Sakura comigo, mas é uma pena que ela esteja um pouco cansada, talvez por ter estudado o dia todo.
- O senhor gostaria que eu preparasse uma bandeja com uma refeição leve para a Srta. Sakura?
- Uma ótima idéia, Sra. Wong. Isto é demorado?
- Não senhor, me dê alguns minutos, sim?
- Está certo, enquanto isto eu esperarei a senhora na Sala de Estar.
- Sim, Sr. Li, agora com sua licença, estarei de volta dentro de instantes...
A governanta se retirou para o cozinha, onde deu instruções a uma criada da casa para que preparasse uma bandeja com uma refeição leve para Sakura. Enquanto isto, Shoran foi para a Sala de Estar de sua mansão. Um salão decorado com alguns quadros e mobiliado com um largo sofá que se situava na lateral do salão, e uma poltrona de cabeceira alta, voltada para a lareira belamente ornamentada. Na maior parte do ano, a lareira estava apagada, onde só era acessa na estação do Inverno, pois Hong-Kong tem um clima bastante agradável no restante do ano. Shoran sentou-se em sua poltrona, e ficou a olhar a lareira apagada, pensando naquele momento engraçado em que Sakura foi puxando-o pelo braço até a biblioteca, e no momento em que apenas sentiu suas mãos segurarem os ombros macios de Sakura, como se não quisessem largar a jovem estrangeira. Shoran pensava nos ombros macios e delicados de Sakura, e sentiu o seu coração mais quente e feliz por ter por perto a doçura e o encanto da bela japonesa. Depois de alguns instantes, a governanta de Shoran foi encontrar o seu jovem patrão na Sala de Estar, carregando uma bandeja com pão e uma tigela de sopa quente.
- Sr. Li, eu trouxe a refeição da Srta. Sakura. O Sr. quer que eu leve agora para o quarto dela?
- Pode deixar, Sra. Wong. Eu levarei a refeição até o quarto de Sakura.
- Mas, Sr. Li, não há necessidade disto. Eu mesmo levarei a bandeja até o quarto da Srta...
- Já lhe disse, Sra. Wong, eu mesmo levarei a refeição até o quarto de Sakura. Dê-me esta bandeja, por favor...
A governanta, passou a bandeja para seu jovem senhor, surpresa com a iniciativa que ele tomara. Mas compreendeu que o seu jovem senhor estava se afeiçoando cada vez mais pela jovem estrangeira, desde que ela chegou àquela casa.
- Por favor Sra. Wong, eu irei levar a bandeja até o quarto de Sakura, avise o motorista para que esteja pronto em 30 minutos, pois logo irei sair, está bem?
- Como quiser Sr. Li, com licença...
E ao deixar a Sala de Estar junto com seu senhor, a governanta pôde ver Shoran subindo as escadas da mansão, indo em direção ao quarto de Sakura, levando consigo a bandeja prepara por ela. A governanta sorriu, e foi logo cumprir suas obrigações, deixando seu patrão ocupando-se com a bela japonesa.
Sakura acabara de encher a banheira, queria tomar um banho quente e relaxar, pois para ela o dia tinha sido cansativo. Iria dormir cedo, e se dedicar o quanto pudesse a esta chance que estavam dando a ela. Numa terra estranha, se sentia uma pessoa de sorte, em poder ser bem tratada e poder aprender mais sobre o país em que estava vivendo. Sakura estava apenas com o roupão que a criadagem tinha deixado arrumado para ela na cômoda, junto com suas outras roupas, que também estavam limpas e arrumadas. Estava pronta para iniciar o seu banho, quando batidas na porta de seu quarto chamaram a sua atenção:
- Um momento, já vou atender...Opa! Esqueci que elas não me entendem....
Mas Sakura se sentiu surpresa ao ouvir a voz que respondeu, pois não era da criadagem da mansão:
- Sakura, será que eu posso entrar?
- É você Shoran? Pode entrar sim, já estou abrindo...
Sakura ficou contente de poder receber Shoran, que esqueceu de colocar uma roupa mais apropriada para recebe-lo, e prontamente abriu a porta do seu quarto, e Shoran espantou-se ao ver Sakura somente de roupão. Ficou um pouco constrangido de ter visto Sakura naqueles trajes, mas mesmo assim resolveu entrar:
- Com licença, Sakura. Bem, é que já que você vai dormir cedo, eu pedi para que preparassem uma refeição para você. Espero que não se importe de que eu tenha levado até o seu quarto...
Sakura sentiu um misto de gratidão, carinho e afetividade com aquele gesto de Shoran, e pegou a bandeja das mãos do jovem chinês, e colocou sobre a pequena mesa que havia em seu quarto:
- Muito obrigada Shoran! Você me trata tão bem, que eu fico até constrangida...
- Mas constrangida com o que Sakura? Foi alguma indelicadeza que eu fiz? Se for isto, não foi minha intenção...
- Não, não é isso... É que você tem sido tão bom e atencioso comigo, que eu fico me sentindo como se fosse um estorvo para você e...
Shoran, como que movido pelo impulso, delicadamente cala os lábios de Sakura com a ponta de seus dedos da mão esquerda, e vê os olhos surpresos da bela jovem , e retribui os olhares da jovem com um olhar de carinho e ternura:
- Por favor, não diga isto Sakura...Você nunca será um estorvo para mim! É bom poder ter a sua companhia e poder te fazer feliz...Portanto não se sinta culpada, triste ou constrangida, pois só quero que você se sinta feliz e alegre, como você tem me demonstrando nestes poucos dias em que nos conhecemos...
Sakura ficou paralisada, e ao mesmo tempo o seu coração se aquecia ao ouvir as palavras doces e carinhosas de Shoran. O rapaz então tirou os dedos dos lábios de Sakura, se afastou e foi para fora do quarto de Sakura, e se despediu da jovem:
- Agora tenho que ir. Tenha um bom descanso e uma boa noite.
- Bo-boa noite... para você também Shoran...
Shoran foi em direção ao seu quarto, arrumar-se para o jantar de negócios que havia marcado com Eriol. Sakura estava parada em frente a porta aberta do seu quarto, e por alguns momentos ela ficou naquela posição, olhando para o vazio, e pensando nas palavras de Shoran. Até que voltando de seu transe, fechou a porta de seu quarto, e foi para o seu banho. Enquanto Sakura se banhava, ela não parava de pensar no que Shoran dissera:
"Por que será que ele disse aquilo? E o que está acontecendo comigo? Sinto um frio no estômago e um calor súbito cada vez que ele chega muito perto de mim...O que será isto que estou sentido?"
E não muito longe da bela estrangeira, em um outro cômodo da mansão, o jovem chinês estava se arrumando para um jantar de negócios que iria ter com um de seus parceiros de confiança. E enquanto ele se arrumava, ele também ficava pensando na japonesa que estava morando em sua casa e sobre os seus sentimentos para com ela:
"Por que será que eu fiz aquilo? Como ela é bonita e encantadora. Não agüentei vê-la triste perto de mim. Será que ela ficou com medo de mim? Espero que não, não quero que ela sinta medo de mim..."
Logo Shoran terminou de se arrumar. Saiu de seu quarto, e ao passar pelo quarto de Sakura, olhou a porta fechada do quarto da bela jovem, ficou alguns instantes fitando a porta do quarto. Depois disto, voltou a caminhar em direção as escadas da mansão. Desceu e foi em direção ao hall de entrada, onde do lado de fora da mansão, sua governanta aguardava-o , próxima ao carro que aguardava o senhor da mansão. A luz do dia aos poucos havia enfraquecido, surgindo no horizonte um início de noite.
- Sr. Li, deseja mais alguma coisa?
- Não Sra. Wong. Eu estarei de volta por volta de 10:30 da noite, portanto, não necessita que a Sra. aguarde meu retorno, pode se recolher mais cedo hoje.
- Como queira Sr. Li. Tenha uma ótima noite e um bom retorno.
- Obrigado, e tenha uma boa noite, Sra. Wong.
Shoran se despediu de sua governanta e foi até o carro que o aguardava, onde prontamente o seu chofer abriu a porta do carro para que ele entrasse. Após Shoran ter entrado no carro, o chofer voltou a ocupar a direção do veículo, e perguntou ao seu jovem patrão:
- Sr. Li, para onde o senhor deseja ir?
- Vá para restaurante "Grand Pekin", em Kowloon. Vamos logo, pois não quero chegar atrasado...
- Como queira, Sr. Li.
O carro ia em direção aos portões da mansão, aguardando a abertura dos portões para ir até em direção ao seu destino. E enquanto o carro aguardava a abertura dos portões, uma figura feminina assistia a partida do carro, observando tudo de sua janela, com muita vontade de estar bem próximo do dono da mansão naquele momento...
- Shoran...
Continua...
( N.A. ) Eu quero agradecer a receptividade e o carinho dos leitores para o fanfic "Olá Minha Concumbina" .
Eu também venho pedir desculpas aos leitores pela demora em colocar no ar o 3º capítulo do fic, causando uma certa "ansiedade" em muitos leitores, que queriam ler a continuação do fic, mas que só fui colocar no ar depois de quase 4 meses. Gomen Nasai...^_^
Muitos leitores tem me perguntado algumas coisas sobre o fic, e gostaria de responde-las:
Muitos perguntam qual é o significado do termo "Concubina".
O significado legal para o termo "Concubina" seria a mulher que mantém vida comum com um homem, sendo ela sustentada pelo homem, onde o homem pode morar com ela ou não, em que não há o casamento legal e religioso. Pode ser também a amante freqüente de um homem casado, que convive ao mesmo tempo com a mulher legítima. Esta relação é chamada de Concubinato.
No caso da Sakura, de certo modo no fic ela está sendo uma concubina, pois mora na mesma casa e é sustentada por Shoran, porém não mantém nenhum vínculo amoroso com ele. Já Meilin, até Shoran conhecer Sakura, estava sendo o que pode se chamar de Amante, que é a mulher mantida ocultamente por um homem casado ou solteiro, em que o objetivo é estar com ela por desejo ou atração sexual, não havendo intenção de manter com ela nenhuma união instável e fiel.
Acho que a escrita correta seria "Concubina", mas eu usei o termo "Concumbina". Para ser sincero, muitas vezes aparecem os dois termos em jornais e revistas. E eu me inspirei no título do Filme "Adeus Minha Concumbina" para escrever o título deste fic. Claro que este fanfic não tem a estória igual à do filme citado.
Eu usei o nome de uma famosa ópera chamada "Madame Butterfly" para dar o nome da mulher que é proprietária do cabaré "Dragão Voador", a mulher que foi responsável por Sakura e Shoran se conhecerem.
A ópera "Madame Butterfly" conta a estória de um jovem estrangeiro do exército inglês, creio eu, que se apaixona por uma mulher chinesa. Deve ser uma obra bastante interessante...
Também me perguntaram se o fic foi baseado no OVA do Ranma, que tem o título "Nihao, My Concunbine". Para ser sincero, nunca vi este OVA do Ranma. Caso eu tenha visto, mas eu não me recordo do título, pode ter certeza de que a estória do OVA não tem nada a ver com a estória do fanfic.
E mais uma vez, me desculpem. E obrigado Karoline, Saki Kinomoto, Lune Venus, Nadeshiko e Fabi Kinomoto, e muitos outros leitores que eu não citei , mas que são tão importantes para o fanfic. Muito obrigado a todos, e que este fanfic seja honrado em trazer momentos felizes a todos os seus leitores...
