Cap. 2 - A revelação

Aflito, sem acreditar no que ouvira, Seiya perguntou:
-O quê?! Cadê a Saori??
Artêmis deu uma gargalhada.
-A essa hora deve estar a caminho do aeroporto... Ela disse que iria fazer uma longa viagem...
Atônito, Seiya gritou:
-É mentira! O que você fez com ela, sua bruxa??
-Nada... A decisão foi dela... Trate de dar o fora daqui antes que eu mande um dos criados expulsá-lo!
Deixou-o sozinho. Seiya não estava entendendo nada. Saori jamais agiria daquela forma, partindo sem dar satisfações. Ele precisava saber o que estava acontecendo.

Saori levara numa maleta algumas roupas. Saíra da mansão sem rumo, e quando chegou ao bosque próximo da mansão, caiu de joelhos no chão e desatou a chorar.
Foi quando o espírito de seu avô lhe apareceu numa visão.
"Saori, o que foi que você fez? Deixou nas mãos de Artêmis o destino de toda a humanidade, apenas para salvar uma única vida?".
Aos prantos, Saori respondeu:
-Perdão, vovô... Eu errei, mas não podia permitir que ela destruísse a minha razão de viver...
Ele respondeu:
"Saori, você se deixou dominar por seus sentimentos humanos e esqueceu de seus compromissos".
Olhando para a imagem do avô, ela perguntou:
-O que posso fazer para corrigir meu erro?
"Só há uma maneira de se redimir. Você terá que ir à fonte da redenção e derramar seu sangue... É a única forma de obter o perdão por seu pecado".

Saori resolveu seguir a ordem de seu avô. Ela se imolou com um pequeno punhal, e enquanto o sangue escorria de seu corpo, seu Cosmo começou a diminuir de intensidade.
Seiya sentiu que a vida de sua amada se esvaía. O desespero se apossou dele.
Precisava salvá-la... Mas como?
Fazendo um esforço sobre-humano, levantou-se da cadeira de rodas. Tentou andar, mas caiu no chão... Mesmo assim, Seiya não desistiu.
Conseguiu se reerguer. Aos poucos, com a ajuda de seu cosmo, começou a andar.
Era um milagre!
Ficou feliz por voltar a andar. Mas pensava em Saori. Precisava encontrá-la o quanto antes.
Os outros cavaleiros, por coincidência, acabavam de chegar a mansão para visitá-lo.
Surpreenderam-se ao vê-lo de pé, e logo que souberam do sumiço de Saori, começaram a procurá-la.
Hyoga fez um comentário irônico:
-Foi só a Saori correr perigo que o Seiya ficou bom rapidinho...
Seiya ficou vermelho, mas nada respondeu.

Artêmis surgiu na frente deles e desafiou:
-Antes de salvar Athena, vocês terão de enfrentar o meu exército.
Seiya e seus amigos levaram um susto: a sala estava repleta de clones. Pareciam ter saído do filme Matrix.
A batalha foi dura e sangrenta. Enquanto seus companheiros lutavam, Seiya foi atrás de Saori.
Agora ele poderia lhe confessar seu imenso amor. Se ela não o aceitasse, partiria pelo mundo para nunca mais voltar.
Foi quando Artêmis apareceu na sua frente.
-Desista, Seiya... A essas alturas, Athena já deixou o mundo dos vivos.
-Nunca! Ela é a minha vida... sem ela, nada faz sentido...
-Aquela tola! Abriu mão de sua divindade por sua causa!
-Como assim?!
-Eu ameacei matá-lo. Para que eu poupasse sua vida, Athena sacrificou o mundo... Agora, eu decido os rumos deste planeta. E posso garantir que serão os piores possíveis.

Seiya estava zonzo. Não podia ser verdade!
Saori renegara sua condição de deusa Athena e o mundo... por ele!

Agora tudo ficava claro. Ela suportara suas ofensas, fizera tudo para tentar animá-lo... Ela o amava!!
Ao se dar conta disso, uma onda de felicidade o invadiu. Mais do que nunca, precisava encontrá-la, para lhe dizer que seu amor era correspondido há muito tempo...
Mas Artêmis não estava disposta a facilitar as coisas para ele.
Iniciaram um terrível duelo, apesar de Seiya não estar totalmente recuperado.