_ Kitty?
_ Sniff. o que é, Jubi?
_ Me abraça?
_ Chega aqui.
Jubileu desceu da cama e tropeçou num sapato esquecido no chão, estava escuro e ela não conseguia ver nada. Foi andando cheia de cuidado até a cama de Kitty Pryde e se sentou ao lado dela.
_ Por que, Kitty? Por que ela? A Rogue? ela... ela era tão na dela. Tudo bem que meio esquisitinha e fechada... mas ela nunca fez nada pra ninguém, ela... só queria ser normal. Ela não merecia, não, de jeito nenhum... por quê?
_ Eu também não entendo, jubi. Te juro que não... não é justo. eu não sei mais o que é justo. Não sei mais se quero continuar acreditando que existe algum tipo de justiça... ou abrir os olhos de uma vez e começar eu mesma a fazer meu tipo de justiça. Não sei. Sniff.
Kitty abraçou Jubileu, ela própria precisando de algum tipo de conforto. Mas era um tipo que nada, nem ninguém podia dar. Talvez só o tempo ajudasse a diminuir um pouco essa sensação estranha e ruim. De vazio. De dor, de impotência. Essa sensação de perda inédita na vida delas. Essa sensação de olhar pra cama vazia e saber que nunca mais a companheira de quarto ia dormir ali...
_ Jubi?
_ Que é?
_ Dorme comigo? Eu... não quero ficar sozinha...
Jubileu respondeu que sim com um movimento de cabeça e logo as duas estavam dividindo a mesma cama apertada.
_ Ela... ela nem teve tempo de ficar com o Logan, Kitty.
_ Sniff. Ela esperou tanto por ele, tanto pra ele se declarar...
_ E não teve tempo de ver o final da história...
_ Sniff.
_ Ele tá péssimo.
_ Me partiu o coração ver ele hoje de tarde.
_ É.
_ Coitado, coitado. Deve ser o jeito dele demonstrar tristeza.
_ Ou ele deve tá se sentindo culpado.
_ Não fala isso, jubi. Ele não teve culpa do que aconteceu.
_ Talvez não. Mas deve ser culpa por ele não ter se declarado pra ela... mesmo quando tava tudo muito óbvio, sabe. Ficar fugindo.
_ É, faz sentido. Deve tá arrependido. Sniff. Que história triste.
_ Sniff. Não quero mais falar disso.
_ Tudo bem, Jubi. Vamos dormir que é melhor.
_ Sniff. Okey.
---
Logan continuava no mesmo lugar. O céu já tinha dado voltas, as estrelas mudado de posição, mas ele continuava sentado na velha raiz de árvore, ainda com as mãos ocupadas: uma delas com as rosas amassadas e sem pétalas, e outra com a tag.
"Me parece tão errado até tocar nesse metal, agora. Depois de meses com ela... meses em volta do pescoço dela, meses em contato com a pele dela, meses entre os seios dela... por que tenho que me lembrar disso agora? Por que? Eu preferia não saber, preferia não ter que sonhar com isso quando dormir, não ter mais um pesadelo pra minha coleção... Marie... me perdoa, meu amor. Tu não é um pesadelo. Me perdoa. Não foi o que eu quis dizer. eu te amo... me desculpa... me desculpa por tudo, eu te amo tanto, eu preciso que tu me desculpe. Por favor. Por favor..."
Mas nada mudava. A culpa não diminuía, pelo contrário. Quanto mais próximo logan estava de aceitar a verdade, mais o peso e a opressão aumentavam. Ele pensou em fugir algumas vezes mas...
"Fugir praonde, Logan? Não seja ridículo. Não, não. O espírit... as lembranças dela nunca vão te deixar. Nunca... não tem praonde fugir... a não ser que... tu queira ir se encontrar com ela."
Ele ergueu os olhos. As estrelas brilhavam no céu limpo, sem nuvens e sem lua, tão convidativas... ela estava lá também, ele sabia... por que não estaria? Ela era a estrela mais bonita, a mais brilhante...
"Porque não?"
Ele finalmente se levantou. Finalmente alguma decisão, era isso que estava fazendo falta, ele era um cara de ação. Mesmo que fosse uma decisão impulsionada pelo desespero, algo que ele jamais pensou em fazer, mesmo nos piores momentos de sua vida. mas sempre havia uma primeira vez, em que você confronta suas ações e se envergonha profundamente. E não tem um único lado bom nelas, uma única boa ação a que você possa se apegar... Logan subiu pro quarto ainda pensando. Como fazer? Cortar os pulsos não adiantava... muito menos dar um tiro na cabeça. O fator de cura impedia qualquer tentativa desse tipo.
"A não ser que... ele esteja mais lento. É isso. A Jeannie deve ter algum tipo de anestesia no labmed, algum tranquilizante..."
Logan desceu correndo as escadas, apertou impaciente o botão do elevador e finalmente entrou na sala escura. Ele tinha algum conhecimento sobre substâncias entorpecentes e não demorou pra achar um vidrinho com algum tipo dela.
"Acho que se eu misturar com álcool... o efeito fica melhor. E se... fogo. eu poderia me queimar e queimar até meu corpo não conseguir cicatrizar e..."
Ele parou.
"Não. Porque eu tou pensando essas coisas? Não aconteceu, Logan. Não aconteceu. Ninguém morreu."
Então ele parou. Guardou o vidro. Subiu de volta pro quarto.
Pensar sinceramente em suicídio seria aceitar a morte dela.
_ Sniff. o que é, Jubi?
_ Me abraça?
_ Chega aqui.
Jubileu desceu da cama e tropeçou num sapato esquecido no chão, estava escuro e ela não conseguia ver nada. Foi andando cheia de cuidado até a cama de Kitty Pryde e se sentou ao lado dela.
_ Por que, Kitty? Por que ela? A Rogue? ela... ela era tão na dela. Tudo bem que meio esquisitinha e fechada... mas ela nunca fez nada pra ninguém, ela... só queria ser normal. Ela não merecia, não, de jeito nenhum... por quê?
_ Eu também não entendo, jubi. Te juro que não... não é justo. eu não sei mais o que é justo. Não sei mais se quero continuar acreditando que existe algum tipo de justiça... ou abrir os olhos de uma vez e começar eu mesma a fazer meu tipo de justiça. Não sei. Sniff.
Kitty abraçou Jubileu, ela própria precisando de algum tipo de conforto. Mas era um tipo que nada, nem ninguém podia dar. Talvez só o tempo ajudasse a diminuir um pouco essa sensação estranha e ruim. De vazio. De dor, de impotência. Essa sensação de perda inédita na vida delas. Essa sensação de olhar pra cama vazia e saber que nunca mais a companheira de quarto ia dormir ali...
_ Jubi?
_ Que é?
_ Dorme comigo? Eu... não quero ficar sozinha...
Jubileu respondeu que sim com um movimento de cabeça e logo as duas estavam dividindo a mesma cama apertada.
_ Ela... ela nem teve tempo de ficar com o Logan, Kitty.
_ Sniff. Ela esperou tanto por ele, tanto pra ele se declarar...
_ E não teve tempo de ver o final da história...
_ Sniff.
_ Ele tá péssimo.
_ Me partiu o coração ver ele hoje de tarde.
_ É.
_ Coitado, coitado. Deve ser o jeito dele demonstrar tristeza.
_ Ou ele deve tá se sentindo culpado.
_ Não fala isso, jubi. Ele não teve culpa do que aconteceu.
_ Talvez não. Mas deve ser culpa por ele não ter se declarado pra ela... mesmo quando tava tudo muito óbvio, sabe. Ficar fugindo.
_ É, faz sentido. Deve tá arrependido. Sniff. Que história triste.
_ Sniff. Não quero mais falar disso.
_ Tudo bem, Jubi. Vamos dormir que é melhor.
_ Sniff. Okey.
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Logan continuava no mesmo lugar. O céu já tinha dado voltas, as estrelas mudado de posição, mas ele continuava sentado na velha raiz de árvore, ainda com as mãos ocupadas: uma delas com as rosas amassadas e sem pétalas, e outra com a tag.
"Me parece tão errado até tocar nesse metal, agora. Depois de meses com ela... meses em volta do pescoço dela, meses em contato com a pele dela, meses entre os seios dela... por que tenho que me lembrar disso agora? Por que? Eu preferia não saber, preferia não ter que sonhar com isso quando dormir, não ter mais um pesadelo pra minha coleção... Marie... me perdoa, meu amor. Tu não é um pesadelo. Me perdoa. Não foi o que eu quis dizer. eu te amo... me desculpa... me desculpa por tudo, eu te amo tanto, eu preciso que tu me desculpe. Por favor. Por favor..."
Mas nada mudava. A culpa não diminuía, pelo contrário. Quanto mais próximo logan estava de aceitar a verdade, mais o peso e a opressão aumentavam. Ele pensou em fugir algumas vezes mas...
"Fugir praonde, Logan? Não seja ridículo. Não, não. O espírit... as lembranças dela nunca vão te deixar. Nunca... não tem praonde fugir... a não ser que... tu queira ir se encontrar com ela."
Ele ergueu os olhos. As estrelas brilhavam no céu limpo, sem nuvens e sem lua, tão convidativas... ela estava lá também, ele sabia... por que não estaria? Ela era a estrela mais bonita, a mais brilhante...
"Porque não?"
Ele finalmente se levantou. Finalmente alguma decisão, era isso que estava fazendo falta, ele era um cara de ação. Mesmo que fosse uma decisão impulsionada pelo desespero, algo que ele jamais pensou em fazer, mesmo nos piores momentos de sua vida. mas sempre havia uma primeira vez, em que você confronta suas ações e se envergonha profundamente. E não tem um único lado bom nelas, uma única boa ação a que você possa se apegar... Logan subiu pro quarto ainda pensando. Como fazer? Cortar os pulsos não adiantava... muito menos dar um tiro na cabeça. O fator de cura impedia qualquer tentativa desse tipo.
"A não ser que... ele esteja mais lento. É isso. A Jeannie deve ter algum tipo de anestesia no labmed, algum tranquilizante..."
Logan desceu correndo as escadas, apertou impaciente o botão do elevador e finalmente entrou na sala escura. Ele tinha algum conhecimento sobre substâncias entorpecentes e não demorou pra achar um vidrinho com algum tipo dela.
"Acho que se eu misturar com álcool... o efeito fica melhor. E se... fogo. eu poderia me queimar e queimar até meu corpo não conseguir cicatrizar e..."
Ele parou.
"Não. Porque eu tou pensando essas coisas? Não aconteceu, Logan. Não aconteceu. Ninguém morreu."
Então ele parou. Guardou o vidro. Subiu de volta pro quarto.
Pensar sinceramente em suicídio seria aceitar a morte dela.
