__ Terminou, maninha? - Anna perguntou, se debruçando sobre a mesa da Biblioteca onde ela e Fayth estavam. Já fazia um mês que estavam em Hogwarts e só agora tiveram uma folga para poderem pensar na reforma. Fayth estava com papel e lápis na mão, fazendo um desenho.

__ Quase, mas ajuda se você parar de fazer sombra.

__ Ah, desculpa...

__ Só um detalhezinho aqui... Outro aqui... Pronto! O que achou?

No desenho estava uma cobra verde, que mais parecia uma lagartixa, por ter bracinhos e perninhas, de olhos esbugalhados, boca aberta e língua para fora e vestida de vermelho e dourado, abraçando um leão também de olhos esbugalhados, boca aberta e língua para fora, vestido de verde.

__ FICOU ÓTIMO!!!!

__ SSSSSHHHHHHHHHHH!!!!!!!! - Madame Pince exclamou.

__ Desculpa... - Anna falou, meio sem graça. - Ficou ótimo, maninha!

__ Esse lápis veio a calhar! Ele desenha e também colore da cor que a gente quiser!

__ Agora vamos... Copiar. - ela tocou com a varinha no desenho e depois sacudiu a varinha no ar, falando baixinho "Reformitus". O desenho surgiu no ar. - Perfeito!! - Anna exclamou, baixo o suficiente para não incomodar Madame Pince.

__ Bom, essa parte é a mais fácil. Agora como faremos Grifinórios e Sonserinos se darem bem?

__ Bom, já temos quatro pessoas que se dão bem. Eu e você, a Gina e o Luke.

__ Esses dois até demais... - brincou Fayth.

__ E uma evolução é que Harry e Malfoy pararam de brigar.

__ Talvez passaram apenas a se desprezar, ignorando a existência um do outro. Por falar no Malfoy, ele está muito esquisito de uns tempos pra cá.

__ Por que diz isso?

__ Ele não tem me implicado, nem brigado comigo, fica vermelho perto de mim e diz que quer me falar alguma coisa, mas parece que sempre que ele vai falar alguém o interrompe.

__ Hum... Verdade? - Anna falou, com um olhar malicioso. - E você está preocupada com isso?

__ Não, só curiosa.

__ Então por que não aproveita que ele está vindo aí e pergunta pra ele o que está acontecendo?

__ Quê?? - ela olhou para trás e o viu se aproximar. Anna correu e escondeu o desenho dentro de suas vestes. Ele se sentou à mesa delas, ao lado de Fayth, que não deixou de perceber que ele estava muito vermelho.

__ Fayth, será que eu posso falar com você?

__ Já está falando, não é mesmo? - ela retrucou, com um pouco de desdém.

__ Acho que engoli um inseto. - Anna disse, ao se levantar e sair da mesa.

__ Anna, eu te odeio... - a outra menina falou entre os dentes.

__ Posso falar com você, você vai me escutar?

__ Pode, Malfoy.

__ Primeiro quero te pedir um favor. Me chame de Draco, não Malfoy.

Ela olhou para ele, descrente do que estava ouvindo. Então percebeu o olhar dele, quase dentro dela.

__ T... Tá certo... - ela gaguejou, assustada.

__ Segundo... Ai... É que... Bem... Ah, como eu vou te dizer isso...? AAII!!

Uma pedra atingiu a cabeça dele. Ele olhou para trás para ver quem tinha sido o espírito de porco que tinha feito aquilo e viu Harry e Anna dizendo "Diz logo!!", embora sem emitir som algum. Fayth riu um pouco da pedrada, mas ainda estava com medo do que iria ouvir.

__ Certo. Eu vou dizer! - ele falou para eles, com a voz um pouco trêmula. - Fayth... Queriraobailedeinvernocomigo???

__ QUÊ?? - ela repetiu incrédula.

__ SSSSSHHHHH!!!! - Madame Pince.

__ Quer... Ir... Ao Baile... De Inverno... Comigo? - ele disse, tomando fôlego em cada palavra.

Ela não respondeu de cara. Olhou para trás e viu Anna e Harry dizendo "Aceita, por favor!!" e amaldiçoou até a última geração dos dois pelo que tinham armado.

__ Eu...

__ Por favor... Não vou aceitar um não como resposta! - ele falou, já com certa coragem.

__ Por que eu? - ela perguntou. - Durante os primeiros dias de aula você vivia me implicando e brigando comigo! Por que agora quer ir ao baile comigo?

__ Pois então vou te contar um segredo. Durante as minhas últimas férias de verão, eu resolvi que não passaria mais nenhum ano sozinho. Então comecei a ter sonhos com uma garota, que nunca tinha visto na minha vida. Durante todas as noites das férias. Até que te vi pela primeira vez, no Beco Diagonal. Exatamente a mesma garota que via nos meus sonhos.

__ E... E daí? Aquele dia eu briguei com você, te ofendi!

__ E foi aí que eu me apaixonei por você.

O queixo de Fayth só não caiu mais porque senão descolaria do rosto. Ela piscou cinco vezes, processando a informação. Depois ouviu duas comemorações atrás dela e tornou a xingá-los de todos os nomes existentes e inventados.

__ A... Apaixonar...?

__ Eu te amo. Desde antes de te conhecer.

Fayth tremia muito. Era a última coisa que esperava ouvir. "Por que eu estou tão feliz?? Eu odeio ele!! Não odeio??".

__ Aceita?

__ Você mesmo disse que não aceita um não como resposta. Não tenho muita opção, se eu quiser ter paz até lá. - ela mentiu, descaradamente.

__ Você é mais orgulhosa do que eu! - ele brincou. Ela ficou vermelha. - Toma. - ele tirou uma caixinha do bolso e entregou para ele. - Comprei em Hogsmeade. Gostaria que usasse no dia do baile.

__ Eu... Vou usar. Agora me dê licença porque eu e a minha maninha estávamos muito ocupadas até você aparecer.

__ Tudo bem. - ele se levantou, divertido. - Até logo. - saiu, sorrindo. Quando na saída, cruzou com Anna e Harry.

__ Ela aceitou, pelo visto! - Harry falou, vendo o ar de satisfação de Draco.

__ Ela não resistiu ao meu charme. Claro que ela nunca vai dar o braço a torcer e fingiu que não estava nem aí.

__ Ela é assim mesmo. - Anna falou. - Acho que foi por isso que ela parou na Sonserina. Ela é MUITO orgulhosa. Agora, mudando de assunto, vocês dois agora são amigos? - ela apontou para Draco e Harry.

__ Mais ou menos. - Harry falou.

__ Estamos trabalhando nisso. Potter me ajudou muito. Devo isso de hoje a ele.

__ Ótimo. - ela tirou a varinha das vestes e apontou para o brasão das casas deles. - Reformitus. - os brasões tomaram a forma do desenho.

__ O que significa isso??? - Draco olhou, espantado.

__ Sorriam! Vocês acabam de ser reformados! - Anna falou, antes de sair em direção a Fayth.

__ Você entendeu essa? - Harry perguntou.

__ Não mesmo!

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__ Anna, eu te odeio... - ela tornou a dizer, quando a irmã chegou à mesa.

__ Eu também te amo, maninha! - Anna disse, com um grande sorriso no rosto. - E não venha me dizer que não gostou porque eu sei que gostou!

__ Você percebe a gravidade da coisa? Eu sempre odiei Draco Malfoy e agora vou com ele ao baile!!

__ Ninguém te obrigou a aceitar! Se você aceitou é porque queria ir! Agora o que foi que ele te deu???

__ Ainda não abri! Eta, menina! Você e o Harry não perderam um único movimento dessa mesa!!

__ Como perder o acontecimento do ano???

__ O acontecimento do ano vai ser a primeira partida de Quadribol. Grifinória contra Corvinal. Harry contra Cho.

__ Pena que a gente não joga Quadribol, né maninha?

__ Bom, independente de sermos do primeiro ano, você eles não deixariam jogar.

__ Por que não??

__ Bom, a altura mínima deve ser um metro e meio e...

__ O QUÊ??? - Anna nem se importou com a censura de Madame Pince e saiu correndo atrás de Fayth, que começou a correr que nem galinha sem cabeça pela biblioteca.

__ Espera!!!

__ QUE FOI??? - bufou a ofendida.

__ Eu vou pegar meu presente e a gente sai da biblioteca antes que a gente não possa mais entrar nela, certo?

__ Hum... Tá certo.

Fayth pegou a caixinha, colocou dentro das vestes e foi saindo com Anna, ambas se despedindo de Madame Pince com um sorriso bem amarelo.

__ Onde estávamos mesmo? - Anna perguntou, antes voltar a correr atrás de Fayth como louca. A brincadeira iria longe se não tivessem topado com alguém.

__ O que significa isso?? - Snape rosnou. - Os corredores de Hogwarts não são pistas de Cooper! Que tipo de brincadeira é essa?

__ Erh... É que... - as meninas começaram a tentar explicar, sem muito sucesso.

__ Elas estavam com pressa, Severo, porque eu as havia chamado. - a voz grave de Telford chamou a atenção atrás deles. - E eu tinha certa urgência.

__ E para que, se posso perguntar, o professor precisa delas em pleno domingo?

__ Não, Severo. Você não pode perguntar. Venham, garotas. Sigam-me. - ele deu as costas para Snape, sendo seguido pelas meninas, que não tiveram coragem de olhar para o professor de Poções.

__ Obrigada, professor Telford. - Anna se apressou em dizer. - Não sei o que diríamos ao Snape.

__ Muito me admira, você, com uma língua tão afiada, não saber o que dizer a Severo.

Anna olhou para Fayth que olhou de volta para Anna.

__ Como sabe tanto sobre nós duas, professor? - Anna perguntou. - Você já demonstrou saber que somos amigas, mesmo eu sendo uma Grifinória e ela uma Sonserina. E agora sabe que eu sou boa com respostas. Por acaso vem nos espionando?

__ Digamos apenas que eu sou bom em descobrir as coisas.

__ Mas se diz respeito a nós, temos o direito de saber.

__ Rápida na retórica, como sempre.

__ Como sempre? Há quanto tempo é seu sempre?

__ Há quanto tempo você imagina que sempre seja?

__ Se você não me disser eu vou descobrir de qualquer jeito, que tal se acelerássemos o processo?

__ DÁ PRA VOCÊS DOIS PARAREM COM ISSO??? - Fayth berrou, já ficando maluca. Anna e o professor olharam para ela, assustados. - Pelo amor de Deus! Desculpa a falta de educação, professor, mas eu já estava a ponto de enlouquecer!

__ Tudo bem, esta perdoada.

__ Obrigada! Mas vocês vão parar, né? - ela perguntou, com um olhar de súplica.

__ Faremos o possível. - ele brincou.

__ Sabe... Você não é nem um pouco parecido com o que a tia da Fayth relatou pra gente. Você é agradável, divertido e nos tirou de uma bela roubada, pelo menos eu, porque o Snape ia dar um jeito de me culpar e livrar a maninha.

__ HEY!!

__ Mas é verdade! Você que é a aluna da casa dele! Eu sou da Grifinória e ele odeia os grifinórios!

__ Não se preocupem com o que Amélia diga de mim. - ele interrompeu a discussão das meninas antes que ela se tornasse uma briga. - Nós nunca nos demos bem. Seria algo como ver Harry Potter e Draco Malfoy, antes de vocês duas entrarem na escola e mudarem isso. Ou mesmo ver Tiago Potter e Lúcio Malfoy. Era divertido ver aqueles dois brigando...

__ Então você conheceu o sogro da Fayth?

Fayth não esperou mais nada para dar um pisão no pé da Anna.

__ AAAAAIIIII!!!!!!!!! VACA!!!

Nesse meio tempo elas tinham entrado na sala de Telford, onde tinham as aulas teóricas de DCAT. Ele tinha se sentado em sua mesa e os três continuaram conversando.

__ Ele. Não é. Meu sogro. - ela disse, com um tom de voz baixo e mortal.

__ Isso porque você ainda não foi pedida oficialmente em namoro!

__ Sim, eu conheço Lúcio Malfoy. Antes de vir dar aulas aqui eu estava tentando prendê-lo.

__ Prendê-lo? - as duas falaram ao mesmo tempo.

__ Sou auror. - ele respondeu, obtendo olhares admirados das meninas. - E não sou nem fui Comensal da Morte. - ele provou o que dizia, puxando as mangas das vestes e revelando a pele intacta. A implicância de Amélia vem de outros motivos.

__ Podemos saber qual é? - Fayth perguntou.

__ No devido tempo vocês duas saberão tudo o que precisam saber de mim.

Elas já iam saindo quando ocorreu a Fayth uma pergunta.

__ Professor, você conheceu minha mãe?

Ele não respondeu. Ficou olhando para Fayth alguns segundos até dar sinal de vida.

__ Como ela se chama?

__ Chamava. Ela morreu no meu parto.

__ Insisto, como ela se chamava?

__ Sarah Hill.

__ Sim, eu conheci sua mãe. - ele disse, começando a escrever alguma coisa num pergaminho.

__ De que casa ela era?

__ Sonserina, assim como seu pai.

__ Meu pai???

__ Não pode ser, professor! O pai dela é ou era trouxa!

__ Quem disse tamanho absurdo a vocês? - ele pareceu indignado.

__ Minha... Minha tia!

__ Sua tia... - ele suspirou. - Sua tia também era da Sonserina. E andava muito com Lúcio Malfoy.

__ COMO??? - as duas gritaram, descrentes.

__ Na verdade ela namorava Lúcio Malfoy, até que Narcissa entrou na escola. Ele estava no quinto ano e Narcissa no primeiro quando ele se declarou. Amélia nunca os perdoou.

__ Por que... Por que minha tia mentiria para mim? Ela me disse que era da Grifinória! Que foi amiga de Tiago, Sirius e Remo!

__ Isso eu não sei dizer. Não sei o que se passa na cabeça de sua tia. Mas se quiser confirmar minha história, pergunte a Dumbledore.

__ E quem era ou é... Meu pai?

__ Um dia eu te conto. Mas agora me dêem licença, por favor que eu preciso fazer umas coisas.

__ Vamos, maninha... - Anna saiu puxando Fayth pelo braço.

__ Fayth. - Telford ainda chamou a atenção dela.

__ Que é? - ela perguntou, ainda tentando processar toda a informação que ele passara.

__ Tenho certeza de que seu pai tem muito orgulho de você.

__ Ele está vivo??? - ela perguntou, aflita.

__ Está sim. Ele entrou em contato comigo depois que soube que você veio para Hogwarts. Pediu pra te dizer que te ama muito e... Que queria que você se chamasse Sarah, como sua mãe.

Fayth não agüentou mais. Desabou num choro compulsivo, sendo abraçada por Anna.

__ Não chora, maninha... - Anna passava a mão pelos cabelos de Fayth.

__ Por que ele sumiu, professor?? Por que ele me abandonou???

__ Ele nunca me disse isso...

__ Eu vou levar ela lá pra fora, pra ela tomar um ar.

__ NÃO!! Agora eu quero saber mais!!!

__ Não vou te contar mais nada, Fayth. Você já ouviu demais por hoje.

__ Por que nos contou tudo isso??

__ Dumbledore cometeu um erro escondendo as coisas de Harry, pensando que ele era muito jovem para sabê-las. Eu não cometo tal erro. Quanto mais cedo a pessoa ficar sabendo de seu passado, menos sofrimento ela tem. Leve-a lá pra fora, Anna, por favor.

Anna arrastou Fayth para fora, sob os protestos irados da mesma.

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Fayth chorava compulsivamente no ombro de Anna, cujas vestes já estavam encharcadas. __ Ela mentiu pra mim, Anninha! Minha própria tia!! - ela soluçava.

__ Fayth... Ele pode ter inventado isso! - Anna tentava acalmá-la, em vão.

__ Ele mesmo disse que podemos confirmar a história com Dumbledore!!

__ Pois é o que você deveria fazer! Ele pode ter dito isso apenas para fazer você acreditar!

__ Espera. - ela parou de chorar um pouco. - Se ele disse que conheceu Lúcio Malfoy... Ele também conheceu Snape! Snape pode confirmar essa história!! - ela levantou e correu em direção às masmorras. Anna correu atrás dela.

__ Enlouqueceu??? Desde quando Snape nos diria alguma coisa???

__ Ele TEM que dizer!!! - ela falou em um tom desesperado, que assustou Anna.

Elas corriam e nem viram quando cruzaram com Draco, que, obviamente correu atrás.

__ Fayth?? - ele gritou, chamando a atenção dela. Ela parou e se virou para ele, que viu o rosto inchado de chorar da menina. - Por Merlim... O que aconteceu?

__ Muita coisa, Draco... Muita coisa... - ela disse antes de voltar a correr. Anna já ia correr também quando Draco a segurou.

__ O que aconteceu com ela?

__ Escuta, Malfoy... Isso é um assunto muito pessoal dela. Depois se você quiser, pergunte para ela você mesmo.

__ Não foi minha culpa, foi?

__ Não. - ela disse. - Não se preocupe com a sua declaração, ela ficou muito feliz com aquilo. Só não admite. O que aconteceu foi bem mais grave. - ela finalizou, correndo para tentar alcançar a irmãzinha.

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__ Professor Snape!!! - Fayth batia com violência na porta da masmorra. - Professor Snape!!! Por favor, abra a porta!!!

__ Mana, você vai se machucar batendo com tanta força!! - Anna tentava acalmá-la.

__ Ele não está em Hogwarts, Fayth. - Dumbledore surgiu atrás das irmãs, com seu olhar sereno de sempre. - Teve que sair, a pedido meu. Creio que vocês saibam o motivo.

__ Professor Dumbledore!!! - Fayth viu que sua chance estava ali. Precisava saber. - Por favor, me diga que é mentira tudo o que Telford me disse!!!

__ Infelizmente eu não posso, minha jovem.

Fayth desmontou nos braços de Anna, chorando. Draco chegava naquela hora.

__ Fayth!! - ele correu e abraçou a menina com ternura.

__ Mas também... Nem tudo é verdade. - Dumbledore continuou.

__ Que parte??? Que parte não é verdade??? - ela perguntou, desesperada.

__ A parte sobre seu pai.

__ Meu pai não está vivo???

__ Está sim. Muito bem vivo. Mas não posso continuar falando sem a permissão dele.

Fayth parou para pensar um pouco. Mas não conseguiu botar pra fora o que pensou. Anna pareceu pensar a mesma coisa, pois falou.

__ Professor, por acaso o professor Telford é o verdadeiro pai da Fayth?

Dumbledore apenas sorriu e disse, misteriosamente.

__ Por que não vão descansar um pouco? Terão um longo ano pela frente. Senhor Malfoy, poderia acompanhar as jovens?

__ Claro... - ele respondeu, muito confuso.

Dumbledore sumiu, tão rápido quanto apareceu.

__ Draco... - Fayth murmurou.

__ Sim?

__ Me leve à sala do professor Telford, por favor... Não sei se tenho forçar pra chegar lá sozinha...

__ NÃO!!! - Anna gritou. - Você não vai perguntar nada pra ele agora!!! Pelo amor de Deus, maninha! Você já sofreu demais por hoje!!!

__ Eu não suporto mais nenhum dia sem saber disso!!!

__ O dia ainda não acabou!!! Vamos lá pra fora, você respira um pouco, se acalma e aí eu mesma te levo lá!

__ Anna tem razão, Fayth... - Draco falou, recebendo um olhar de descrença da referida. - Que foi? Se eu e o Potter agora nos damos bem qual o problema de eu concordar com você?

__ Nossa... Eu não sabia que a nossa entrada nessa escola poderia mudar tanta coisa...

__ Tá, tá... Vamos logo, maninha. Se você quiser falar com o professor ainda hoje, precisa ser com a cabeça menos pesada, certo?

__ Certo... - ela murmurou, antes de cair no sono.

__ Mana? Mana!!!!

__ Não se preocupe, Anna, ela só está dormindo. - ele apontou para a própria varinha. - Ela não iria descansar acordada. - ele terminou, pegando ela nos braços. - Agora, enquanto vamos lá pra fora, você me explica o que está acontecendo.

__ A mana descobriu umas coisas bem ruins sobre a família dela hoje. Na verdade sobre a tia dela.

__ Espera um pouco... A tia dela é Amélia Kvar?

__ É sim.

__ Ela foi a primeira namorada de meu pai!

__ Pois é, isso ela também descobriu hoje. Mas a tia dela falou que era da Grifinória, sendo que ela era, na verdade, da Sonserina. E que era amiga de Tiago Potter e dos outros marotos. E também descobriu que o pai dela está vivo. E que é um bruxo.

__ Mas ela já tinha me dito que era!

__ Ela mentiu, Malfoy. Estava com raiva de ter sido chamada de Sangue Ruim. Ela sempre achou que o pai dela era trouxa e que estava morto. A tia dela mentiu para ela a vida toda.

__ Que barra... - ele falou, olhando para a pequena adormecida em seus braços.

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__ Acorda, bela adormecida... - Fayth sentiu um sussurro no seu ouvido. Abriu seus olhos com dificuldade e se viu no pátio, no colo de Draco.

__ Me diz que foi tudo um pesadelo... - ela suplicou, com a voz ainda meio sonolenta.

__ Não foi não. - Anna falou, com pesar na voz.

__ Ah... - ela suspirou. - Não vou mais chorar por isso. O que está feito, está feito. Mas eu vou tirar isso a limpo. Agora!

Ela saiu do colo de Draco num arranque que o jogou no chão de costas.

__ HEY! Calma!!! - ele gritou, se levantando para segui-la, assim como Anna já tinha feito.

__ Vai com calma, Fayth! Ele pode não ser seu pai!

__ Ele disse que quanto mais cedo a pessoa souber da verdade, menos ela sofre. Bom, vamos ver se agora ele continua com essa crença e faz jus a ela!

Disse, invadindo a sala de Telford, encontrando-o despachando uma coruja.

__ Demorou mais do que eu previ. - ele disse, tranqüilamente. - Olá, Anna, senhor Malfoy.

__ Professor Telford. - ela começou a falar, demonstrando uma firmeza na voz impressionante. - O senhor é meu pai?

Continua...