Anna ouviu a notícia e se preparou para o que estava para acontecer. Mas,
mesmo com medo, não soltou a mão da irmã.
O que se seguiu foi muito além da imaginação da grifinória. O chão começou a tremer e Anna imaginou se seria só na sala de Dumbledore ou se o resto da escola estava sentindo. Alguns objetos de vidro se estilhaçaram e outros, de papel ou madeira, se incendiaram. Algumas velas se consumiram em um instante e Anna teve que largar a mão de Fayth, antes que ela a quebrasse.
Dumbledore se mantinha aparentemente impassível, não fossem seus olhos a denunciar a raiva e tristeza que estava sentindo.
Fayth fechou os olhos, tentando manter a calma.
__ Ele... Sobreviveu? - perguntou, após alguns segundos.
__ Sim, mas por pouco. - Dumbledore respondeu, a voz abatida. - Ele está entre a vida e a morte, no St. Mungus.
__ Eu quero vê-lo. - a menina falou, parecendo calma.
__ Não posso permitir que saia de...
__ EU NÃO PERGUNTEI O QUE VOCÊ PODE OU NÃO PODE PERMITIR!!!! EU EXIJO VER MEU PAI, AGORA!!! - Anna teve certeza de que até Voldemort temeria Fayth naquela hora, mas Dumbledore não se abalou.
__ Seu pai não me perdoaria se eu deixasse que algo acontecesse com você, Fayth. E não podemos arriscar que deixe Hogwarts.
Neste momento, Harry e Draco invadiram a sala do diretor, MacGonagall em suas colas.
__ Sinto muito, Alvo, eu não pude segurá-los! Eles ouviram a senha e...
__ Está tudo bem, Minerva.
__ O que foi aquele tremor?? - Harry perguntou.
__ Um desabafo da senhorita Fayth, Harry. Apenas um desabafo. Mas agora está tudo bem, não está? - ele olhou para Fayth, que mantinha os olhos no diretor.
__ Não, não está!! Meu pai foi atacado por comensais, quando era para VOCÊ ter sido atacado!!! - Fayth gritou, furiosa. - MEU PAI PODE MORRER E A CULPA É SUA!!!
__ Não diga besteiras, maninha!! - Anna se levantou, e abraçou Fayth, tentando acalmá-la. - Dumbledore não é o culpado, apenas Voldemort é!!
__ Tem razão... - ela finalmente parou. - Desculpa, professor! - falou, antes de cair em um choro incontrolável.
__ Está tudo bem, Fayth, eu compreendo que esteja com raiva e que precise culpar alguém. Mas o único a se culpar é Voldemort.
__ Diretor, deixe-me levar a Fayth para o dormitório. - Draco pediu. - Ela já teve emoções demais!
__ Espera!! - ela soluçou, o rosto lavado de lágrimas. - Professor, você sabe quais comensais fizeram isso?
__ Não, eu não sei. - ele disse.
__ NÃO MINTA PRA MIM!!! - ela berrou, desesperada. - FORAM GEORGE E AMÉLIA, NÃO FORAM??? DIGA A VERDADE!!!
__ Eu não sei, Fayth. Agora, senhor Malfoy, leve-a para o dormitório, por favor.
Draco acompanhou Fayth para fora da sala e Harry e Anna já iam saindo quando Dumbledore os parou.
__ Senhorita Anna.
__ Sim, professor Dumbledore?
__ Agora, mais do que nunca, ela precisa de você. Não se deixe levar pelas palavras dela. Elas vão doer. Mas não é ela, é o ódio falando.
__ Certo, professor. - ela sorriu tristemente, antes de sair com Harry.
__ Como uma criança de onze anos pode ter tanto ódio no coração?? - MacGonagall perguntou, triste.
__ É a natureza dela. O lado negro com um pequeno brilho de pureza e bondade. Minerva, a possibilidade de a perdermos é muito grande. Precisamos tomar muito cuidado a partir de agora.
__ Sim, Alvo... Eu sei.
--------------------------------
Fayth estava tão triste e fraca que Draco teve que carregá-la para o dormitório.
__ Draco... - ela murmurou, baixinho, ainda no colo dele. Seu rosto estava inchado de tanto chorar e ela parecia muito triste.
__ Sim, meu anjo?
__ Não... Não aceite servir Voldemort. - ela falou tão baixo que ele mal ouviu. Mas a tristeza na voz dela quase partiu o coração de Draco.
__ Fayth, eu...
__ Eu sei que seu pai é um Comensal. Um dos mais próximos de Voldemort, na verdade. Mas... Aquele demônio... Ele vai acabar destruindo a todos nós! Ele mataria o seu pai e você sem pestanejar!
__ Eu... Não tenho escolha. - ele falou muito baixo, mas o suficiente para ela ouvir.
__ Você é mais do que ele, Draco! Ele não merece que você se submeta à vontade dele.
__ Ele não merece o chão que pisa. Mas essa escolha não é minha. O Lorde fez meu pai prometer que eu o serviria quando completasse idade para isso.
__ E qual é a idade?
__ Dezesseis anos.
__ Dezesseis?? Mas assim você terá que servi-lo ano que vem!!
__ Eu não queria, nem meu pai queria isso! Só que o Lorde é poderoso demais e o persuadiu a fazer essa promessa! Minha querida, eu sei que você não merece esse sofrimento, mas está além do meu poder de escolha...
__ Me deixa no chão. - ela falou, a voz engasgada, como se quisesse chorar mais. Ele a soltou.
__ Fayth, eu...
__ Amanhã a gente se fala, Draco. - ela não deixou espaços para mais conversa e entrou no seu dormitório.
__ Me perdoe... - ele murmurou.
-------------------------------
Fayth estava dormindo, ainda com a roupa do baile. O rosto já estava menos inchado, mas ainda estava úmido de lágrimas. A culpa não era de Draco, ela sabia. Mas doía saber que ele estaria do lado do inimigo, ainda mais contra a vontade.
__ Fayth... - um sussurro baixo e melodioso a chamava. - Fayth... Acorde...
Com dificuldade e desagrado, Fayth abriu os olhos, mas logo os fechou, ofuscada com uma forte luminosidade.
__ Abra os olhos, querida... - a voz tornou a chamar.
Tentando protege-los ao máximo, Fayth abriu os olhos.
__ Quem é você?? - ela arriscou, assustada. Depois se perguntou se alguém mais poderia acordar com aquela luminosidade toda.
__ Não se preocupe, querida, ninguém mais pode me ver.
Fayth se surpreendeu, a pessoa (ou coisa) tinha lido os seus pensamentos!
__ Quem... - mas ela não terminou a frase. A luminosidade diminuiu até desaparecer por completo e ali ficar apenas uma mulher, cabelos longos e ondulados, olhos cor de mel, muito alta, de vestido branco, parecendo um anjo.
__ Eu sempre quis te conhecer... Você é tão linda...
Fayth ficou sem fala. Aquela mulher era...
__ Doeu tanto ter que me separar de você... Você se transformou numa menina tão linda... Como eu sempre sonhei que seria.
__ Ma... - Fayth tentou falar, mas as palavras engasgaram.
__ Pelo menos eu pude vê-la agora. E como valeu à pena...
__ Mamãe...? - ela arriscou, com medo da resposta.
__ Tenho que ir, querida. - a mulher passou a mão pelo rosto de Fayth e saiu correndo.
__ Não!! Me espera!!! - Fayth se levantou e saiu atrás da mulher. - Mamãe!!!
Fayth correu atrás da mulher pelos corredores de Hogwarts, enquanto recebia os olhares e sorrisos dela.
Chegaram até a Bruxa Corcunda que tinha uma passagem que levava até Hogsmeade. Então, a mulher desapareceu.
Fayth não podia deixar aquilo acontecer. Ela já tinha vivido sem uma mãe de verdade e o pai dela estava entre a vida e a morte, ela não poderia simplesmente deixa-la desaparecer agora!
Pegou sua varinha e tentou se lembrar da palavra.
__ Dissendo... Não... Dissundi... Não... Dissendiun!!
A corcunda se abriu e Fayth entrou, esperançosa de encontrar aquela que seria sua mãe.
--------------------------------
Anna acordou sobressaltada, empapada em suor. Não pensou duas vezes antes de levantar-se e correr até o dormitório masculino do quinto ano. Bateu e chamou por Harry várias vezes, até ser atendida.
__ Anna, o que foi?? - ele percebeu a palidez da menina e se assustou.
__ A FAYTH!!! PEGA A SUA CAPA E O MAPA, RÁPIDO!!!
--------------------------------
Fayth não fazia nem idéia se pegava o caminho certo. Apenas corria, com certa dificuldade, pois estava descalça e o chão era cheio de pedras pontiagudas que ela não enxergava. Mas isso não importava. Ela precisava ir até lá, sabia que encontraria a sua mãe lá.
Então lá estava, no porão do Três Vassouras. Subiu as escadas, sabia que àquela não encontraria ninguém que a impedisse ou perguntasse o que ela fazia ali.
Atravessou o lugar deserto e ao chegar a porta a encontrou fechada. Novamente pegou sua varinha e apontou para a fechadura.
__ Alorromora.
A porta se abriu com um clique e ela saiu do pub. Mal pisou na rua, sentiu duas pesadas mãos agarrarem-na por trás e colocarem um pano úmido em seu nariz. Não tardou para que sentisse forte tontura e o mundo à volta desaparecesse.
----------------------------------
__ NÃO!!! - Anna berrou, debaixo da capa da invisibilidade de Harry. Estavam próximos da Bruxa Corcunda.
__ Anna, o que foi agora???
__ Tarde demais... - Anna murmurou, as lágrimas brotando em seus olhos. - Eles a pegaram...
__ Quem pegou a Fayth?? - Anna tinha explicado seu sonho para Harry no caminho e ele sabia agora o que iriam fazer.
__ Comensais... Maninha... - Anna se sentou no chão, desprotegida da capa da invisibilidade, abraçada aos joelhos e chorando desconsolada. Harry também deixou a capa de lado e sentou-se ao lado da namorada, abraçando-a.
__ Não se preocupe, Anninha... Nós vamos salvá-la... Nós... - ele ia falar mais alguma coisa, mas foi interrompido por Filch.
__ Finalmente peguei você, Potter. - ele zombou, com sua voz arrastada e rouca. - Namorando depois do toque de recolher, não é mesmo? A professora MacGonagall ficará feliz em saber.
Ele saiu para avisar a professora, mas nem Harry, nem Anna fizeram menção de se mexer dali.
Quando MacGonagall chegou, acompanhada de Filch, viu, pelas lágrimas de Anna, que algo bem pior estava acontecendo. Dispensou Filch e levou os dois para sua sala, onde Harry relatou o ocorrido, visto que Anna não tinha condições de falar nada.
__ Por Merlin... - MacGonagall parecia terrificada. - Potter, você está certo do que me disse??
__ Foi o que a Anna me disse. E eu confio plenamente nela.
__ Preciso confirmar isso. Por favor, me esperem aqui! - ela saiu apressada da sala.
__ A culpa é minha... - Anna soluçou. Harry a abraçou apertado.
__ Não! A culpa não é sua, Anninha!
__ Eu não consegui acordar à tempo de impedir que ela fosse atrás da mulher!! Se eu tivesse acordado, ela não estaria em perigo agora!!!
__ Talvez tenha sido apenas um pesadelo! - Harry disse, não acreditando em si mesmo.
__ Como eu desejo que tenha sido, Harry! - ela segurou forte nele, buscando apoio.
Ficaram em silêncio nos minutos seguintes, esperando por MacGonagall.
---------------------------------
Draco estava dormindo um sono agitado. Sentia-se estranho, como se algo estivesse errado, mas não conseguia acordar. Então sentiu uma mão agarrar seu braço e sacudi-lo violentamente. Aí acordou, assustado, dando de cara com o nariz adunco do professor Snape.
__ Professor? - sua voz ainda estava muito sonolenta. - Aconteceu alguma coisa?
__ Aconteceu, senhor Malfoy. - Snape falou, com a voz áspera. Draco despertou imediatamente.
__ O que houve?? Cadê a Fayth?? - ele adivinhou o ocorrido.
__ Venha comigo, senhor Malfoy. - Snape disse, simplesmente. O garoto se levantou e seguiu o professor, ficando extremamente apreensivo.
Ao saírem da masmorra onde fica a casa da Sonserina, encontraram a professora MacGonagall, a quem Snape apenas acenou com a cabeça, confirmando as suspeitas dela.
Não disseram mais nada no percurso até a sala da professora, onde Harry e Anna, que ainda chorava copiosamente, esperavam. Draco segurou o professor de poções pelo braço.
__ O que houve com a minha namorada? - ele perguntou entre os dentes, com os olhos semicerrados.
__ Eu sugiro que me solte, senhor Malfoy. Será esclarecido na sala do diretor. Eu não poderia dizer o que houve porque estou tão mal informado quanto você.
A contragosto, Draco soltou o braço de Snape. Foram até a sala do diretor e entraram (Feijõezinhos de todos os sabores), ele já os aguardava.
__ Afinal, Minerva, o que aconteceu? - Snape perguntou, irritado. - Por que a senhorita Kvar não está no dormitório??
__ Onde está a Fayth?? - Draco perguntou, furibundo.
__ Acalmem-se, os dois! - Dumbledore disse, autoritário. - Tenho certeza que há uma explicação para isso!
__ A Fayth foi seqüestrada por Comensais da Morte, professor. - Harry disse.
__ O QUÊ??? - Draco berrou, mais furioso ainda. - COMO PODE TER TANTA CERTEZA???
__ Eu vi... - Anna murmurou.
__ E POR QUE NÃO IMPEDIU???
__ PORQUE EU VI EM MEU SONHO!!! E MESMO QUE TIVESSE VISTO AO VIVO, EU SOU UMA GAROTA DE ONZE ANOS, O QUE POSSO CONTRA A LAIA DO TEU PAI???
__ ORA, SUA... - Draco estava pronto para avançar para cima dela, mas Snape o segurou e Harry se pôs na frente de Anna.
__ Encoste um dedo nela e eu te mato com minhas próprias mãos, Malfoy!
__ Ninguém vai matar ninguém! - Dumbledore disse, irritado, o que causou espanto. - A nossa prioridade é encontrar Fayth antes que Voldemort consiga o que quer! Minerva, Snape, por favor, contatem Sirius e Lupin. E vocês dois, troquem de roupa, Harry, chame os seus amigos, pois vocês vão conosco.
__ Mas Alvo... - Minerva falou, mas foi interrompida.
__ Eles todos vão, Minerva. Fayth é a namorada de Draco, a melhor amiga de Anna que é namorada de Harry que não anda sem Ronald e Hermione. Vamos apenas poupar tempo assim.
__ Certo. - Minerva sabia que ele estava certo então desistiu de argumentar.
Draco e Harry saíram, deixando Anna lá, com Dumbledore. Snape também saiu com MacGonagall.
__ Anna, eu vou ter que te pedir que me narre, com detalhes, o seu sonho.
__ Tá... - ela concordou e começou a narrar o ocorrido, desde a mulher brilhante até o seqüestro na porta do Três Vassouras.
O tempo da narração foi suficiente para Draco e Harry (Rony e Hermione junto) voltarem e deixarem bem claro que tinham saído no tapa do lado de fora. Harry estava com um pedaço da roupa rasgada e Draco tinha um corte no lábio.
__ Que bom que chegaram. - Dumbledore fingiu que não tinha notado os sinais da briga. - Minerva e Severo devem voltar a qualquer momento, é bom que estejam preparados.
__ Professor, a Anna não vai, vai? - Hermione perguntou. - Ela é muito jovem e é perigoso!
__ A senhorita Anna é nossa única esperança de reencontrar Fayth, Hermione. Uma pode sentir a outra. A prova disso é que Anna viu o que aconteceu com Fayth.
Ninguém mais tentou convencê-lo do contrário, Dumbledore sempre sabia o que fazia.
----------------------------------------
Fayth sentia uma forte dor de cabeça e muita tonteira quando acordou. Não abriu os olhos ao perceber que este esforço seria maior do que pensava, mas pôde perceber que estava em uma cama macia e confortável. Só despertou quando se lembrou o porque de ter dor de cabeça. A mulher, o Três Vassouras, o pano úmido em seu nariz... Sentou-se e se viu em uma cama muito bonita, coberta com um lençol de seda verde e adornos prateados, num quarto magnífico e enorme, maior do que ela jamais tinha visto. A luz da lua crescente adentrava pela janela iluminando parcialmente o quarto.
__ Onde... - ela tentou falar, mas sentiu mais tonteira e acabou se deitando, esperando que esta passasse.
__ Respondendo à pergunta que ia fazer, você está em minha casa. - uma voz masculina, grave e bela assustou ela, que pensava estar sozinha.
__ Não ajudou muito... - ela respondeu num impulso, a voz meio pastosa. - Quem é você?
__ Você não me conhece pessoalmente, mas com certeza já ouviu falar de mim. - o homem acendeu algumas velas, iluminando o quarto. Fayth abriu os olhos para ver quem estava ali e reconheceu os cabelos platinados e compridos.
__ Meu sogro... - ela brincou. Não sabia o porquê, mas se sentia à vontade ali.
__ Sério? - ele perguntou. - Não sabia que meu filho estava namorando.
__ Desde setembro.
__ Como sou bem informado da vida amorosa de meu filho... - ele também brincou. - Eu jurava que ele estava com aquela garota, Pansy Parkinson.
__ Eu também achava... Mas tenho certeza de que você não me seqüestrou para conversarmos sobre o Draco.
__ Seqüestrar? Você foi até Hogsmeade por vontade própria.
Então Fayth se lembrou novamente.
__ Mamãe...
__ Ela não era sua mãe, você sabe disso.
__ Que golpe sujo, típico de Comensais. Não se brinca com essas coisas! - Fayth se irritou e gritou, fazendo Lúcio rir.
__ Você não tem medo de gritar comigo, garota?
__ Não tenho medo de vermes ou insetos. - ela retrucou, com um olhar desafiador.
__ Você tem uma língua bem afiada. - ele tornou a rir.
__ E você está muito amigável comigo. Não estou entendendo.
__ Vai entender em breve, o mestre quer falar com você.
O sangue de Fayth gelou. Voldemort queria falar com ela e, com certeza, não era coisa boa.
__ Ele só estava esperando você acordar.
__ Usaram um meio trouxa para me apagar. Clorofórmio. - ela falou, tentando atrasar o tal encontro com Voldemort. - Por que não me estuporaram?
__ Pra quê? Atrair aurores? Existem alarmes contra estuporamento em todos os lugares, menos Hogwarts, é claro. Foi mais seguro fazer aquilo. Agora, se puder me acompanhar, o mestre a espera lá embaixo.
__ Preciso mesmo ir? - ela falou mais para si mesma do que para Lúcio.
__ Não precisa ter medo. - ele parecia até mesmo um pai apoiando sua filha naquela hora. - Ele não pretende fazer nada de mal a você.
__ Se não pretende é porque existe a possibilidade de ele fazer. - nessa hora ela discretamente procurou por sua varinha, não a encontrando. "Claro." - ela pensou - "Eles não deixariam a varinha comigo, não são idiotas."
__ Vamos? - ele ofereceu a mão para ela.
__ E eu tenho outra escolha? Se eu não for ele vem aqui... - ela aceitou a mão, indo com ele para o encontro com o Lorde das Trevas.
Desceram as escadas em silêncio, Fayth tremendo de medo. Então uma lembrança veio à sua mente. Sua briga com Dumbledore. Seu pai, atacado por comensais. Então parou de tremer de medo para começar a tremer de raiva.
__ Uou! - Lúcio exclamou ao ver um lustre de sua casa explodir em fragmentos mínimos. - Guarde sua raiva, menina!
__ Se eu imaginar que você esteve envolvido no ataque ao meu pai, você vai desejar não ter nascido. - ela falou baixo, num tom psicótico.
__ Agora eu sei porque o mestre se importa tanto com você. - Lúcio sorriu. - Não se preocupe, eu não estava lá.
Eles adentraram a sala de jantar, onde estavam vários comensais encapuzados, sentados a uma mesa comprida e, encabeçando a mesa, estava Voldemort. Lúcio soltou a mão de Fayth e foi se sentar ao lado direito do Lorde, que sorriu ao ver a garota.
__ Sente-se. - ele apontou para a cadeira na outra ponta, que abriu espaço para a garota apenas com o gesto dele. Ela, sem medo, mas com um grande desprezo, sentou-se.
__ Por que atacou meu pai? - ela perguntou, em um tom mortalmente baixo.
__ Ele não era o nosso alvo. - ele respondeu, dando ênfase à palavra "alvo". - O nosso "Alvo" era Alvo Dumbledore.
Fayth respirou fundo uma, duas, três vezes. Depois olhou para o lado esquerdo da mesa e os capuzes dos dois comensais sentados logo ao lado dela saíram voando, revelando Amélia e George Kvar.
__ Você deve ter adorado isso, Amélia. - Fayth disse, os olhos muito abertos e grudados na falsa tia. - Vingou a sua dor de cotovelo.
Amélia tinha o terror estampado em sua face. Sem que a garota percebesse, Lúcio tinha se levantado e estava atrás dela, segurando a sua varinha.
__ Querida, eu... - Amélia tentou falar, mas Fayth a interrompeu.
__ CALA A BOCA!!!! - o berro fez mais alguns vidros da casa explodirem e Voldemort dar um sorriso de pura satisfação. - Você é podre. Você é menos que podre, você é uma doença.
__ Doenças devem ser exterminadas, não é mesmo, Fayth? - Voldemort disse, num tom quase alegre.
Cega de ódio, Fayth, num reflexo, levantou-se, tomou a varinha da mão de Lúcio e apontou para o coração de Amélia, que se levantou apavorada, jogando a cadeira no chão.
__ Avada... - Fayth começou a falar.
__ Fayth querida, nós vivemos tanto tempo juntas, felizes! - Amélia suplicou.
__ Eu vivi numa mentira. Você e George me usaram! - o tom de voz dela ia aumentando. - Você. Não merece. Viver.
__ FAYTH, NÃO!!
__ AVADA KEDAVRA!! - o raio verde irrompeu da varinha da garota e atingiu a mulher, que não gritou. Apenas fez uma expressão de puro terror e caiu no chão, com os olhos abertos, vazios. Morta.
Voldemort aplaudiu. Estava satisfeitíssimo.
__ Bravo, minha pequena.
__ E você. - ela apontou a varinha para George, não ouvindo nenhuma palavra de Voldemort.
__ Por favor, querida. - ele, por sua vez, estava um pouco mais calmo. - Sou seu pai! Fui eu quem te criei até poucos meses atrás! Não me mate... - ele pediu, olhando para a garota com falso amor. - Amélia me obrigou a fazer tudo isso, ela é a culpada e já foi punida!
Fayth olhou para ele com descrença.
__ Seu lixo! Culpando uma mulher morta para salvar a sua cara!!! Tem razão, você não merece morrer!! A morte seria um castigo muito pequeno para você!!! CRUCIO!!!
O homem caiu no chão, se contorcendo e urrando de dor. Fayth não dava sinais de que iria parar e Voldemort gargalhava.
Então Fayth ouviu uma súplica dentro de sua mente.
"Pare... Maninha, pare...".
__ Anna... - Fayth murmurou, parando o feitiço. George tinha desmaiado de dor e as chances de ele enlouquecer eram grandes. Uma única lágrima rolou em seu rosto antes que ela tornasse a apontar a varinha para o homem.
__ Já chega, Fayth. - Voldemort disse e Lúcio tomou a varinha dela, não encontrando resistências. - Você acaba de provar que pertence à mim.
Ela olhou para Voldemort, descrente.
__ Eu não pertenço a ninguém. E eu sei muito bem que meu pai estaria seguro se não fosse você.
__ Assim como Dumbledore também sabia que a cilada era para ele.
Fayth piscou duas vezes, demonstrando que não tinha entendido.
__ Dumbledore sabia que eu tinha armado uma cilada para ele. Mas claro, ele não poderia deixar a segurança de seu querido castelo, não é mesmo? Nem arriscar morrer e deixar o pobre Potter na mão. Então ele mandou alguém que não tinha importância nenhuma para morrer no lugar dele.
Fayth ouviu tudo e não queria acreditar. A voz de Anna novamente veio em sua mente.
"É mentira, maninha, você sabe que é!"
Mas ela ignorou. O ódio era maior.
__ Seu pai só está morrendo porque Dumbledore não queria arriscar sua carcaça. Agora me diga, vale à pena lutar por ele? Um velho idiota que não se importa nem com seus próprios amigos?
__ Não... - Fayth murmurou. Voldemort sorriu.
__ Seja bem vinda, minha pequena. - ele se levantou e abraçou a garota, que não viu que estava sendo abraçada. Seus olhos permaneciam grudados no homem desacordado e na mulher morta e seus pensamentos permaneciam no prazer que tinha sentido ao matar Amélia e ao torturar George.
-----------------------------------
__ NÃO!!!! - Anna berrou antes de desmaiar nos braços de Harry. Eles tinham usado Chave de Portal para chegarem próximo ao bairro onde Draco morava quando ela berrou. Dumbledore fechou os olhos, triste.
__ O que houve??? - Sirius perguntou, assustado com a reação da garota.
__ Perdemos Fayth. - Dumbledore falou. - Voldemort agora a possui.
Continua...
BUÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ!!! EU SOU TÃO MÁ QUE ESTOU TRISTE COMIGO MESMA!!!!!!!!!!!!!!!! BUÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ!!!! COMO EU FUI CAPAZ DE TAMANHA ATROCIDADE COM ELAS???? Tá que a Amélia merecia uma lição, MAS NÃO DESSE JEITO!!!!!!!!!!!! EU ENLOUQUECI DE VEZ, NEM VOU DEIXAR A ANNINHA REVISAR PORQUE SENÃO EU MUDO DE IDÉIA!!!!!!!!!!!!!!! BUÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ!!!!!!!!!!!!
*snif* Eu espero que ninguém me odeie depois de ler isso, *snif* porque eu já estou me odiando o suficiente para o FF.net inteirinho!
E espero ainda *snif* que ninguém desista de ler só porque eu perdi todo o juízo que me restava. Eu não escrevo histórias com finais tristes, tá?
Beijos para a Anninha (minha maninha virtual do coração), para a Suu-chan, para a Pretty Sakura, para a Angelina Granger (não concordo com você no casal, prefiro Harry e Gina, ou Harry e Anna, huhuhu), para o Harry Gryffindor, para a Centaura e para todos que lêem isso.
Té a próxima povo! FUI!!!
O que se seguiu foi muito além da imaginação da grifinória. O chão começou a tremer e Anna imaginou se seria só na sala de Dumbledore ou se o resto da escola estava sentindo. Alguns objetos de vidro se estilhaçaram e outros, de papel ou madeira, se incendiaram. Algumas velas se consumiram em um instante e Anna teve que largar a mão de Fayth, antes que ela a quebrasse.
Dumbledore se mantinha aparentemente impassível, não fossem seus olhos a denunciar a raiva e tristeza que estava sentindo.
Fayth fechou os olhos, tentando manter a calma.
__ Ele... Sobreviveu? - perguntou, após alguns segundos.
__ Sim, mas por pouco. - Dumbledore respondeu, a voz abatida. - Ele está entre a vida e a morte, no St. Mungus.
__ Eu quero vê-lo. - a menina falou, parecendo calma.
__ Não posso permitir que saia de...
__ EU NÃO PERGUNTEI O QUE VOCÊ PODE OU NÃO PODE PERMITIR!!!! EU EXIJO VER MEU PAI, AGORA!!! - Anna teve certeza de que até Voldemort temeria Fayth naquela hora, mas Dumbledore não se abalou.
__ Seu pai não me perdoaria se eu deixasse que algo acontecesse com você, Fayth. E não podemos arriscar que deixe Hogwarts.
Neste momento, Harry e Draco invadiram a sala do diretor, MacGonagall em suas colas.
__ Sinto muito, Alvo, eu não pude segurá-los! Eles ouviram a senha e...
__ Está tudo bem, Minerva.
__ O que foi aquele tremor?? - Harry perguntou.
__ Um desabafo da senhorita Fayth, Harry. Apenas um desabafo. Mas agora está tudo bem, não está? - ele olhou para Fayth, que mantinha os olhos no diretor.
__ Não, não está!! Meu pai foi atacado por comensais, quando era para VOCÊ ter sido atacado!!! - Fayth gritou, furiosa. - MEU PAI PODE MORRER E A CULPA É SUA!!!
__ Não diga besteiras, maninha!! - Anna se levantou, e abraçou Fayth, tentando acalmá-la. - Dumbledore não é o culpado, apenas Voldemort é!!
__ Tem razão... - ela finalmente parou. - Desculpa, professor! - falou, antes de cair em um choro incontrolável.
__ Está tudo bem, Fayth, eu compreendo que esteja com raiva e que precise culpar alguém. Mas o único a se culpar é Voldemort.
__ Diretor, deixe-me levar a Fayth para o dormitório. - Draco pediu. - Ela já teve emoções demais!
__ Espera!! - ela soluçou, o rosto lavado de lágrimas. - Professor, você sabe quais comensais fizeram isso?
__ Não, eu não sei. - ele disse.
__ NÃO MINTA PRA MIM!!! - ela berrou, desesperada. - FORAM GEORGE E AMÉLIA, NÃO FORAM??? DIGA A VERDADE!!!
__ Eu não sei, Fayth. Agora, senhor Malfoy, leve-a para o dormitório, por favor.
Draco acompanhou Fayth para fora da sala e Harry e Anna já iam saindo quando Dumbledore os parou.
__ Senhorita Anna.
__ Sim, professor Dumbledore?
__ Agora, mais do que nunca, ela precisa de você. Não se deixe levar pelas palavras dela. Elas vão doer. Mas não é ela, é o ódio falando.
__ Certo, professor. - ela sorriu tristemente, antes de sair com Harry.
__ Como uma criança de onze anos pode ter tanto ódio no coração?? - MacGonagall perguntou, triste.
__ É a natureza dela. O lado negro com um pequeno brilho de pureza e bondade. Minerva, a possibilidade de a perdermos é muito grande. Precisamos tomar muito cuidado a partir de agora.
__ Sim, Alvo... Eu sei.
--------------------------------
Fayth estava tão triste e fraca que Draco teve que carregá-la para o dormitório.
__ Draco... - ela murmurou, baixinho, ainda no colo dele. Seu rosto estava inchado de tanto chorar e ela parecia muito triste.
__ Sim, meu anjo?
__ Não... Não aceite servir Voldemort. - ela falou tão baixo que ele mal ouviu. Mas a tristeza na voz dela quase partiu o coração de Draco.
__ Fayth, eu...
__ Eu sei que seu pai é um Comensal. Um dos mais próximos de Voldemort, na verdade. Mas... Aquele demônio... Ele vai acabar destruindo a todos nós! Ele mataria o seu pai e você sem pestanejar!
__ Eu... Não tenho escolha. - ele falou muito baixo, mas o suficiente para ela ouvir.
__ Você é mais do que ele, Draco! Ele não merece que você se submeta à vontade dele.
__ Ele não merece o chão que pisa. Mas essa escolha não é minha. O Lorde fez meu pai prometer que eu o serviria quando completasse idade para isso.
__ E qual é a idade?
__ Dezesseis anos.
__ Dezesseis?? Mas assim você terá que servi-lo ano que vem!!
__ Eu não queria, nem meu pai queria isso! Só que o Lorde é poderoso demais e o persuadiu a fazer essa promessa! Minha querida, eu sei que você não merece esse sofrimento, mas está além do meu poder de escolha...
__ Me deixa no chão. - ela falou, a voz engasgada, como se quisesse chorar mais. Ele a soltou.
__ Fayth, eu...
__ Amanhã a gente se fala, Draco. - ela não deixou espaços para mais conversa e entrou no seu dormitório.
__ Me perdoe... - ele murmurou.
-------------------------------
Fayth estava dormindo, ainda com a roupa do baile. O rosto já estava menos inchado, mas ainda estava úmido de lágrimas. A culpa não era de Draco, ela sabia. Mas doía saber que ele estaria do lado do inimigo, ainda mais contra a vontade.
__ Fayth... - um sussurro baixo e melodioso a chamava. - Fayth... Acorde...
Com dificuldade e desagrado, Fayth abriu os olhos, mas logo os fechou, ofuscada com uma forte luminosidade.
__ Abra os olhos, querida... - a voz tornou a chamar.
Tentando protege-los ao máximo, Fayth abriu os olhos.
__ Quem é você?? - ela arriscou, assustada. Depois se perguntou se alguém mais poderia acordar com aquela luminosidade toda.
__ Não se preocupe, querida, ninguém mais pode me ver.
Fayth se surpreendeu, a pessoa (ou coisa) tinha lido os seus pensamentos!
__ Quem... - mas ela não terminou a frase. A luminosidade diminuiu até desaparecer por completo e ali ficar apenas uma mulher, cabelos longos e ondulados, olhos cor de mel, muito alta, de vestido branco, parecendo um anjo.
__ Eu sempre quis te conhecer... Você é tão linda...
Fayth ficou sem fala. Aquela mulher era...
__ Doeu tanto ter que me separar de você... Você se transformou numa menina tão linda... Como eu sempre sonhei que seria.
__ Ma... - Fayth tentou falar, mas as palavras engasgaram.
__ Pelo menos eu pude vê-la agora. E como valeu à pena...
__ Mamãe...? - ela arriscou, com medo da resposta.
__ Tenho que ir, querida. - a mulher passou a mão pelo rosto de Fayth e saiu correndo.
__ Não!! Me espera!!! - Fayth se levantou e saiu atrás da mulher. - Mamãe!!!
Fayth correu atrás da mulher pelos corredores de Hogwarts, enquanto recebia os olhares e sorrisos dela.
Chegaram até a Bruxa Corcunda que tinha uma passagem que levava até Hogsmeade. Então, a mulher desapareceu.
Fayth não podia deixar aquilo acontecer. Ela já tinha vivido sem uma mãe de verdade e o pai dela estava entre a vida e a morte, ela não poderia simplesmente deixa-la desaparecer agora!
Pegou sua varinha e tentou se lembrar da palavra.
__ Dissendo... Não... Dissundi... Não... Dissendiun!!
A corcunda se abriu e Fayth entrou, esperançosa de encontrar aquela que seria sua mãe.
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Anna acordou sobressaltada, empapada em suor. Não pensou duas vezes antes de levantar-se e correr até o dormitório masculino do quinto ano. Bateu e chamou por Harry várias vezes, até ser atendida.
__ Anna, o que foi?? - ele percebeu a palidez da menina e se assustou.
__ A FAYTH!!! PEGA A SUA CAPA E O MAPA, RÁPIDO!!!
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Fayth não fazia nem idéia se pegava o caminho certo. Apenas corria, com certa dificuldade, pois estava descalça e o chão era cheio de pedras pontiagudas que ela não enxergava. Mas isso não importava. Ela precisava ir até lá, sabia que encontraria a sua mãe lá.
Então lá estava, no porão do Três Vassouras. Subiu as escadas, sabia que àquela não encontraria ninguém que a impedisse ou perguntasse o que ela fazia ali.
Atravessou o lugar deserto e ao chegar a porta a encontrou fechada. Novamente pegou sua varinha e apontou para a fechadura.
__ Alorromora.
A porta se abriu com um clique e ela saiu do pub. Mal pisou na rua, sentiu duas pesadas mãos agarrarem-na por trás e colocarem um pano úmido em seu nariz. Não tardou para que sentisse forte tontura e o mundo à volta desaparecesse.
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__ NÃO!!! - Anna berrou, debaixo da capa da invisibilidade de Harry. Estavam próximos da Bruxa Corcunda.
__ Anna, o que foi agora???
__ Tarde demais... - Anna murmurou, as lágrimas brotando em seus olhos. - Eles a pegaram...
__ Quem pegou a Fayth?? - Anna tinha explicado seu sonho para Harry no caminho e ele sabia agora o que iriam fazer.
__ Comensais... Maninha... - Anna se sentou no chão, desprotegida da capa da invisibilidade, abraçada aos joelhos e chorando desconsolada. Harry também deixou a capa de lado e sentou-se ao lado da namorada, abraçando-a.
__ Não se preocupe, Anninha... Nós vamos salvá-la... Nós... - ele ia falar mais alguma coisa, mas foi interrompido por Filch.
__ Finalmente peguei você, Potter. - ele zombou, com sua voz arrastada e rouca. - Namorando depois do toque de recolher, não é mesmo? A professora MacGonagall ficará feliz em saber.
Ele saiu para avisar a professora, mas nem Harry, nem Anna fizeram menção de se mexer dali.
Quando MacGonagall chegou, acompanhada de Filch, viu, pelas lágrimas de Anna, que algo bem pior estava acontecendo. Dispensou Filch e levou os dois para sua sala, onde Harry relatou o ocorrido, visto que Anna não tinha condições de falar nada.
__ Por Merlin... - MacGonagall parecia terrificada. - Potter, você está certo do que me disse??
__ Foi o que a Anna me disse. E eu confio plenamente nela.
__ Preciso confirmar isso. Por favor, me esperem aqui! - ela saiu apressada da sala.
__ A culpa é minha... - Anna soluçou. Harry a abraçou apertado.
__ Não! A culpa não é sua, Anninha!
__ Eu não consegui acordar à tempo de impedir que ela fosse atrás da mulher!! Se eu tivesse acordado, ela não estaria em perigo agora!!!
__ Talvez tenha sido apenas um pesadelo! - Harry disse, não acreditando em si mesmo.
__ Como eu desejo que tenha sido, Harry! - ela segurou forte nele, buscando apoio.
Ficaram em silêncio nos minutos seguintes, esperando por MacGonagall.
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Draco estava dormindo um sono agitado. Sentia-se estranho, como se algo estivesse errado, mas não conseguia acordar. Então sentiu uma mão agarrar seu braço e sacudi-lo violentamente. Aí acordou, assustado, dando de cara com o nariz adunco do professor Snape.
__ Professor? - sua voz ainda estava muito sonolenta. - Aconteceu alguma coisa?
__ Aconteceu, senhor Malfoy. - Snape falou, com a voz áspera. Draco despertou imediatamente.
__ O que houve?? Cadê a Fayth?? - ele adivinhou o ocorrido.
__ Venha comigo, senhor Malfoy. - Snape disse, simplesmente. O garoto se levantou e seguiu o professor, ficando extremamente apreensivo.
Ao saírem da masmorra onde fica a casa da Sonserina, encontraram a professora MacGonagall, a quem Snape apenas acenou com a cabeça, confirmando as suspeitas dela.
Não disseram mais nada no percurso até a sala da professora, onde Harry e Anna, que ainda chorava copiosamente, esperavam. Draco segurou o professor de poções pelo braço.
__ O que houve com a minha namorada? - ele perguntou entre os dentes, com os olhos semicerrados.
__ Eu sugiro que me solte, senhor Malfoy. Será esclarecido na sala do diretor. Eu não poderia dizer o que houve porque estou tão mal informado quanto você.
A contragosto, Draco soltou o braço de Snape. Foram até a sala do diretor e entraram (Feijõezinhos de todos os sabores), ele já os aguardava.
__ Afinal, Minerva, o que aconteceu? - Snape perguntou, irritado. - Por que a senhorita Kvar não está no dormitório??
__ Onde está a Fayth?? - Draco perguntou, furibundo.
__ Acalmem-se, os dois! - Dumbledore disse, autoritário. - Tenho certeza que há uma explicação para isso!
__ A Fayth foi seqüestrada por Comensais da Morte, professor. - Harry disse.
__ O QUÊ??? - Draco berrou, mais furioso ainda. - COMO PODE TER TANTA CERTEZA???
__ Eu vi... - Anna murmurou.
__ E POR QUE NÃO IMPEDIU???
__ PORQUE EU VI EM MEU SONHO!!! E MESMO QUE TIVESSE VISTO AO VIVO, EU SOU UMA GAROTA DE ONZE ANOS, O QUE POSSO CONTRA A LAIA DO TEU PAI???
__ ORA, SUA... - Draco estava pronto para avançar para cima dela, mas Snape o segurou e Harry se pôs na frente de Anna.
__ Encoste um dedo nela e eu te mato com minhas próprias mãos, Malfoy!
__ Ninguém vai matar ninguém! - Dumbledore disse, irritado, o que causou espanto. - A nossa prioridade é encontrar Fayth antes que Voldemort consiga o que quer! Minerva, Snape, por favor, contatem Sirius e Lupin. E vocês dois, troquem de roupa, Harry, chame os seus amigos, pois vocês vão conosco.
__ Mas Alvo... - Minerva falou, mas foi interrompida.
__ Eles todos vão, Minerva. Fayth é a namorada de Draco, a melhor amiga de Anna que é namorada de Harry que não anda sem Ronald e Hermione. Vamos apenas poupar tempo assim.
__ Certo. - Minerva sabia que ele estava certo então desistiu de argumentar.
Draco e Harry saíram, deixando Anna lá, com Dumbledore. Snape também saiu com MacGonagall.
__ Anna, eu vou ter que te pedir que me narre, com detalhes, o seu sonho.
__ Tá... - ela concordou e começou a narrar o ocorrido, desde a mulher brilhante até o seqüestro na porta do Três Vassouras.
O tempo da narração foi suficiente para Draco e Harry (Rony e Hermione junto) voltarem e deixarem bem claro que tinham saído no tapa do lado de fora. Harry estava com um pedaço da roupa rasgada e Draco tinha um corte no lábio.
__ Que bom que chegaram. - Dumbledore fingiu que não tinha notado os sinais da briga. - Minerva e Severo devem voltar a qualquer momento, é bom que estejam preparados.
__ Professor, a Anna não vai, vai? - Hermione perguntou. - Ela é muito jovem e é perigoso!
__ A senhorita Anna é nossa única esperança de reencontrar Fayth, Hermione. Uma pode sentir a outra. A prova disso é que Anna viu o que aconteceu com Fayth.
Ninguém mais tentou convencê-lo do contrário, Dumbledore sempre sabia o que fazia.
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Fayth sentia uma forte dor de cabeça e muita tonteira quando acordou. Não abriu os olhos ao perceber que este esforço seria maior do que pensava, mas pôde perceber que estava em uma cama macia e confortável. Só despertou quando se lembrou o porque de ter dor de cabeça. A mulher, o Três Vassouras, o pano úmido em seu nariz... Sentou-se e se viu em uma cama muito bonita, coberta com um lençol de seda verde e adornos prateados, num quarto magnífico e enorme, maior do que ela jamais tinha visto. A luz da lua crescente adentrava pela janela iluminando parcialmente o quarto.
__ Onde... - ela tentou falar, mas sentiu mais tonteira e acabou se deitando, esperando que esta passasse.
__ Respondendo à pergunta que ia fazer, você está em minha casa. - uma voz masculina, grave e bela assustou ela, que pensava estar sozinha.
__ Não ajudou muito... - ela respondeu num impulso, a voz meio pastosa. - Quem é você?
__ Você não me conhece pessoalmente, mas com certeza já ouviu falar de mim. - o homem acendeu algumas velas, iluminando o quarto. Fayth abriu os olhos para ver quem estava ali e reconheceu os cabelos platinados e compridos.
__ Meu sogro... - ela brincou. Não sabia o porquê, mas se sentia à vontade ali.
__ Sério? - ele perguntou. - Não sabia que meu filho estava namorando.
__ Desde setembro.
__ Como sou bem informado da vida amorosa de meu filho... - ele também brincou. - Eu jurava que ele estava com aquela garota, Pansy Parkinson.
__ Eu também achava... Mas tenho certeza de que você não me seqüestrou para conversarmos sobre o Draco.
__ Seqüestrar? Você foi até Hogsmeade por vontade própria.
Então Fayth se lembrou novamente.
__ Mamãe...
__ Ela não era sua mãe, você sabe disso.
__ Que golpe sujo, típico de Comensais. Não se brinca com essas coisas! - Fayth se irritou e gritou, fazendo Lúcio rir.
__ Você não tem medo de gritar comigo, garota?
__ Não tenho medo de vermes ou insetos. - ela retrucou, com um olhar desafiador.
__ Você tem uma língua bem afiada. - ele tornou a rir.
__ E você está muito amigável comigo. Não estou entendendo.
__ Vai entender em breve, o mestre quer falar com você.
O sangue de Fayth gelou. Voldemort queria falar com ela e, com certeza, não era coisa boa.
__ Ele só estava esperando você acordar.
__ Usaram um meio trouxa para me apagar. Clorofórmio. - ela falou, tentando atrasar o tal encontro com Voldemort. - Por que não me estuporaram?
__ Pra quê? Atrair aurores? Existem alarmes contra estuporamento em todos os lugares, menos Hogwarts, é claro. Foi mais seguro fazer aquilo. Agora, se puder me acompanhar, o mestre a espera lá embaixo.
__ Preciso mesmo ir? - ela falou mais para si mesma do que para Lúcio.
__ Não precisa ter medo. - ele parecia até mesmo um pai apoiando sua filha naquela hora. - Ele não pretende fazer nada de mal a você.
__ Se não pretende é porque existe a possibilidade de ele fazer. - nessa hora ela discretamente procurou por sua varinha, não a encontrando. "Claro." - ela pensou - "Eles não deixariam a varinha comigo, não são idiotas."
__ Vamos? - ele ofereceu a mão para ela.
__ E eu tenho outra escolha? Se eu não for ele vem aqui... - ela aceitou a mão, indo com ele para o encontro com o Lorde das Trevas.
Desceram as escadas em silêncio, Fayth tremendo de medo. Então uma lembrança veio à sua mente. Sua briga com Dumbledore. Seu pai, atacado por comensais. Então parou de tremer de medo para começar a tremer de raiva.
__ Uou! - Lúcio exclamou ao ver um lustre de sua casa explodir em fragmentos mínimos. - Guarde sua raiva, menina!
__ Se eu imaginar que você esteve envolvido no ataque ao meu pai, você vai desejar não ter nascido. - ela falou baixo, num tom psicótico.
__ Agora eu sei porque o mestre se importa tanto com você. - Lúcio sorriu. - Não se preocupe, eu não estava lá.
Eles adentraram a sala de jantar, onde estavam vários comensais encapuzados, sentados a uma mesa comprida e, encabeçando a mesa, estava Voldemort. Lúcio soltou a mão de Fayth e foi se sentar ao lado direito do Lorde, que sorriu ao ver a garota.
__ Sente-se. - ele apontou para a cadeira na outra ponta, que abriu espaço para a garota apenas com o gesto dele. Ela, sem medo, mas com um grande desprezo, sentou-se.
__ Por que atacou meu pai? - ela perguntou, em um tom mortalmente baixo.
__ Ele não era o nosso alvo. - ele respondeu, dando ênfase à palavra "alvo". - O nosso "Alvo" era Alvo Dumbledore.
Fayth respirou fundo uma, duas, três vezes. Depois olhou para o lado esquerdo da mesa e os capuzes dos dois comensais sentados logo ao lado dela saíram voando, revelando Amélia e George Kvar.
__ Você deve ter adorado isso, Amélia. - Fayth disse, os olhos muito abertos e grudados na falsa tia. - Vingou a sua dor de cotovelo.
Amélia tinha o terror estampado em sua face. Sem que a garota percebesse, Lúcio tinha se levantado e estava atrás dela, segurando a sua varinha.
__ Querida, eu... - Amélia tentou falar, mas Fayth a interrompeu.
__ CALA A BOCA!!!! - o berro fez mais alguns vidros da casa explodirem e Voldemort dar um sorriso de pura satisfação. - Você é podre. Você é menos que podre, você é uma doença.
__ Doenças devem ser exterminadas, não é mesmo, Fayth? - Voldemort disse, num tom quase alegre.
Cega de ódio, Fayth, num reflexo, levantou-se, tomou a varinha da mão de Lúcio e apontou para o coração de Amélia, que se levantou apavorada, jogando a cadeira no chão.
__ Avada... - Fayth começou a falar.
__ Fayth querida, nós vivemos tanto tempo juntas, felizes! - Amélia suplicou.
__ Eu vivi numa mentira. Você e George me usaram! - o tom de voz dela ia aumentando. - Você. Não merece. Viver.
__ FAYTH, NÃO!!
__ AVADA KEDAVRA!! - o raio verde irrompeu da varinha da garota e atingiu a mulher, que não gritou. Apenas fez uma expressão de puro terror e caiu no chão, com os olhos abertos, vazios. Morta.
Voldemort aplaudiu. Estava satisfeitíssimo.
__ Bravo, minha pequena.
__ E você. - ela apontou a varinha para George, não ouvindo nenhuma palavra de Voldemort.
__ Por favor, querida. - ele, por sua vez, estava um pouco mais calmo. - Sou seu pai! Fui eu quem te criei até poucos meses atrás! Não me mate... - ele pediu, olhando para a garota com falso amor. - Amélia me obrigou a fazer tudo isso, ela é a culpada e já foi punida!
Fayth olhou para ele com descrença.
__ Seu lixo! Culpando uma mulher morta para salvar a sua cara!!! Tem razão, você não merece morrer!! A morte seria um castigo muito pequeno para você!!! CRUCIO!!!
O homem caiu no chão, se contorcendo e urrando de dor. Fayth não dava sinais de que iria parar e Voldemort gargalhava.
Então Fayth ouviu uma súplica dentro de sua mente.
"Pare... Maninha, pare...".
__ Anna... - Fayth murmurou, parando o feitiço. George tinha desmaiado de dor e as chances de ele enlouquecer eram grandes. Uma única lágrima rolou em seu rosto antes que ela tornasse a apontar a varinha para o homem.
__ Já chega, Fayth. - Voldemort disse e Lúcio tomou a varinha dela, não encontrando resistências. - Você acaba de provar que pertence à mim.
Ela olhou para Voldemort, descrente.
__ Eu não pertenço a ninguém. E eu sei muito bem que meu pai estaria seguro se não fosse você.
__ Assim como Dumbledore também sabia que a cilada era para ele.
Fayth piscou duas vezes, demonstrando que não tinha entendido.
__ Dumbledore sabia que eu tinha armado uma cilada para ele. Mas claro, ele não poderia deixar a segurança de seu querido castelo, não é mesmo? Nem arriscar morrer e deixar o pobre Potter na mão. Então ele mandou alguém que não tinha importância nenhuma para morrer no lugar dele.
Fayth ouviu tudo e não queria acreditar. A voz de Anna novamente veio em sua mente.
"É mentira, maninha, você sabe que é!"
Mas ela ignorou. O ódio era maior.
__ Seu pai só está morrendo porque Dumbledore não queria arriscar sua carcaça. Agora me diga, vale à pena lutar por ele? Um velho idiota que não se importa nem com seus próprios amigos?
__ Não... - Fayth murmurou. Voldemort sorriu.
__ Seja bem vinda, minha pequena. - ele se levantou e abraçou a garota, que não viu que estava sendo abraçada. Seus olhos permaneciam grudados no homem desacordado e na mulher morta e seus pensamentos permaneciam no prazer que tinha sentido ao matar Amélia e ao torturar George.
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__ NÃO!!!! - Anna berrou antes de desmaiar nos braços de Harry. Eles tinham usado Chave de Portal para chegarem próximo ao bairro onde Draco morava quando ela berrou. Dumbledore fechou os olhos, triste.
__ O que houve??? - Sirius perguntou, assustado com a reação da garota.
__ Perdemos Fayth. - Dumbledore falou. - Voldemort agora a possui.
Continua...
BUÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ!!! EU SOU TÃO MÁ QUE ESTOU TRISTE COMIGO MESMA!!!!!!!!!!!!!!!! BUÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ!!!! COMO EU FUI CAPAZ DE TAMANHA ATROCIDADE COM ELAS???? Tá que a Amélia merecia uma lição, MAS NÃO DESSE JEITO!!!!!!!!!!!! EU ENLOUQUECI DE VEZ, NEM VOU DEIXAR A ANNINHA REVISAR PORQUE SENÃO EU MUDO DE IDÉIA!!!!!!!!!!!!!!! BUÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ!!!!!!!!!!!!
*snif* Eu espero que ninguém me odeie depois de ler isso, *snif* porque eu já estou me odiando o suficiente para o FF.net inteirinho!
E espero ainda *snif* que ninguém desista de ler só porque eu perdi todo o juízo que me restava. Eu não escrevo histórias com finais tristes, tá?
Beijos para a Anninha (minha maninha virtual do coração), para a Suu-chan, para a Pretty Sakura, para a Angelina Granger (não concordo com você no casal, prefiro Harry e Gina, ou Harry e Anna, huhuhu), para o Harry Gryffindor, para a Centaura e para todos que lêem isso.
Té a próxima povo! FUI!!!
