Alguns dias depois, Draco finalmente conseguiu entrar em contato com Hogwarts sem ser impedido. Disse que o local onde Voldemort se escondia e mantinha Fayth era de sigilo absoluto e nenhum comensal, com exceção de Rabicho, que vivia com eles, sabia onde era. Disse também que ainda não tinha sido oficialmente iniciado, mas que isso era apenas questão de tempo.

Anna, por sua vez, não conseguia mais contatar Fayth mentalmente. Ela sabia que a irmã ouvia, mas parecia que alguém a impedia de responder. Talvez, na pior das hipóteses, Voldemort tinha descoberto essa comunicação e agora a vigiava por completo.

E, naquele ritmo, as férias acabaram e Anna retornaria a ter aulas, mesmo seu pai insistindo para levá-la de volta para Londres. Ele acabou sendo convencido de que ela estaria mais segura em Hogwarts, onde as providências para a total proteção de Anna já tinham sido tomadas.

Albert voltara para Londres na mesma manhã que Anna voltara às aulas. E, só pra animar, o primeiro e o segundo tempo eram de Poções. Sem Fayth, Anna não iria se sentar com alguém que realmente considerasse amigo e Snape fizera o FAVOR de senta-la com um sonserino que detestava a Grifinória, não importa o que o resto do mundo dissesse ou fizesse. Pra completar, ao ouvir o nome do garoto, Anna soube que ele era um "Filhote de Comensal". Alrean Nott.

__ Que ótimo... - o garoto resmungou. - Vou ter que fazer dupla com uma sangue-ruim...

__ Para a sua informação, Nott, eu também não estou nem um pouco satisfeita de ter que dividir o mesmo espaço com um filhote fedorento de Comensal, por isso, vamos apenas nos ignorar até o fim da aula, certo?

__ Isso não vai ser um problema, já que você é menos que nada... Afinal, só mesmo um monte de lixo poderia se submeter a namorar o Potter...

__ Pensei que iríamos nos ignorar, não nos atacar. Pelo visto o retardamento mental é algo comum entre Comensais e suas proles...

Fingindo prestar atenção aos ingredientes da nova poção que Snape passava, Anna não viu Alrean olhar para ela com puro nojo.

__ Você vai ver quando o mestre despertar a fúria do Algoz.

Foi como um estalo. Anna percebeu que o garoto sabia muito sobre o que Voldemort queria, então tornou a provocar.

__ Hunf... Seu mestre não me mete medo, garoto.

__ Pois deveria... - o garoto deu um sorriso desdenhoso, que Anna não viu. - Uma vez despertada a fúria do Algoz, não restará pedra sobre pedra.

Snape pareceu ter escutado o que o garoto dizia, pois olhou para Anna como se dissesse para ela continuar. A garota sorriu.

__ Se seu mestre é assim tão poderoso, por que precisa de uma garotinha para realizar seus objetivos?

__ Então você não sabe? - o garoto riu. - A garota, Fayth Kvar, ela é o Algoz.

Anna tentou se manter indiferente ao relato de Alrean, mas foi impossível. Fez uma cara tão estranha que o garoto sentiu-se satisfeito ao ver que tinha tocado em um ponto fraco.

__ E desde quando eu tenho que ficar sabendo dessas coisas? - ela disfarçou. - O filhote fedorento de Comensal é você!

__ Acontece que o "filhote fedorento de comensal" sabe de coisas que não vai te contar nem em mil anos.

__ Se não vai contar, por que puxou assunto? Gastando saliva com uma sangue- ruim? - ela olhou para ele, desafiadora.

__ Tem razão, por quê? Talvez para ver você se remoendo de curiosidade para saber o que meu mestre fará com a sua amiguinha.

__ Pois eu estou pouco me lixando para isso, se quiser saber. - ela mentiu, se mostrando irritada.

__ É mesmo? Então por que está ficando vermelha? Só porque a sua amiguinha vai morrer?

Aquilo foi a gota d'água. Mesmo tendo certeza de que ganharia uma detenção de pelo menos um ano com o Snape, Anna se levantou e deu um murro na cara de Nott, que, tentando se manter de pé, apoiou-se no caldeirão cheio de água quente e o entornou sobre o corpo. O garoto gritava tanto que Snape nem se lembrou da detenção, apenas o pegou e o levou para a Ala Hospitalar rapidamente, antes que as queimaduras piorassem.

Anna tremia, não sabia o que tinha dado nela. Só se deu conta da realidade quando a turma da Grifinória a cercou, impedindo que toda a turma da Sonserina avançasse nela.

"Muito bem, Anninha." - ela ouviu em sua cabeça. Pensou ter sido Fayth, mas deixou de lado essa hipótese, acreditando que era apenas a sua consciência.

__ Nem pensem em protegê-la! - uma sonserina loira gritou. - Ela atacou o Alrean sem motivo!!

__ Você estava do outro lado da sala!! - um grifinório gritou de volta. - Ele estava provocando ela, a Anna apenas perdeu a cabeça!!

__ Claro, e mesmo que ela tivesse matado o Nott, ela teria feito um bem à humanidade!! - uma outra grifinória gritou.

__ Ah, é mesmo, Gillian?? Bom saber, me lembrarei disso quando estiver quebrando a tua cara!!! - a sonserina gritou e partiu para cima da grifinória. O mesmo ocorreu com o resto da sala, todos saíram no tapa, menos Anna, que ainda estava muito assustada com a própria reação.

__ CHEGA!!! - Snape berrou na porta da masmorra. - CINQÜENTA PONTOS À MENOS PARA A GRIFINÓRIA E DETENÇÃO PARA A SENHORITA FOSTER!!! AGORA TODOS SENTADOS E TERMINEM SUAS POÇÕES!! E AQUELE QUE OUSAR CONTESTAR PEGARÁ DETENÇÃO TAMBÉM, FUI CLARO???

O silêncio pairou nas masmorras depois que todos voltaram aos seus lugares. Ninguém falou mais nada e fizeram questão de fazer poções perfeitas para que Snape não pudesse descontar mais nenhum ponto.

Quando tocou a sineta, Anna, ainda perplexa, foi chamada à mesa de Snape.

__ Professor, eu sei que jamais aceitará explicação alguma, mas... - ela tentou falar, mas Snape ergueu a mão, ordenando que ela se calasse. Depois retirou uma carta debaixo de seus pergaminhos e o entregou à Anna.

__ Malfoy. - ele disse simplesmente. Os olhos de Anna brilharam de emoção. - Volte aqui depois do jantar para acertarmos a sua detenção. - Anna apenas assentiu com a cabeça, sabia que algo como aquilo jamais escaparia impune.

__ Professor, ele não se machucou muito, machucou?

__ Ele vai sobreviver.

__ Eu não tive controle, eu...

__ Apenas saia daqui, senhorita. Eu não preciso ouvir suas explicações.

Ela assentiu, pegou seus materiais e saiu da masmorra. No caminho para a aula de Transfiguração, ela abriu a carta.

Oi, maninha. Eu sei que o remetente da carta é o Draco, mas eu não podia me arriscar outra vez. Você deve estar preocupada por não conseguir mais "falar" comigo através dos nossos pensamentos, mas é porque aquela cobra ambulante travou minha mente com um feitiço que eu nunca tinha ouvido falar...
Mana, eles estão falando sobre alguma coisa sobre "Algoz". Eu estou com a terrível impressão de que isso não é nada bom, principalmente porque o pai do Draco fica olhando pra mim com uma cara muito esquisita. Você sabe? Aquele sorrisinho de "eu sei algo que você não sabe e não vou te contar"?
Eu estou ficando com muito medo, mana. Vocês precisam me tirar daqui!

Ainda havia o início de uma palavra ali, mas, ao que se dava para perceber, fora brutalmente interrompida. Anna deduziu que alguém a impedira de continuar escrevendo e ela teve que despachar a carta às pressas.

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O lugar não era o que se dizia de convidativo. A ocasião muito menos. Uma cripta abandonada no meio de lugar nenhum, o lugar perfeito para um vampiro viver, pensou Fayth.

Estava sentada em uma espécie de tumba, usando um vestido verde e prata, muito parecido com aquele que usava no baile, e uma corrente com uma serpente prata e olhos verdes no pescoço, esperando por alguma coisa acontecer. O tédio era tamanho que ela quase adormeceu. Quando ela achou que essa era a única opção plausível, ouviu o barulho de passos se aproximando.

Vários Comensais adentraram a cripta, liderados por Lúcio, que ela já reconhecia, mesmo com o capuz. Ao fim da fila estava Draco, com uma expressão altiva. Mesmo extremamente contrariado de estar fazendo aquilo, não demonstraria isso em momento algum.

Os Comensais fizeram um círculo em volta da tumba onde Fayth estava sentada, que olhava para tudo como se assistisse a um filme muito chato.

__ Devo descer daqui? - ela perguntou, mas não obteve resposta, então resolveu continuar sentada lá.

Draco foi colocado no meio do círculo e a partir daí o silêncio foi absoluto. Fayth até queria falar alguma coisa, mas pensou que seria extremamente inconveniente. E testar a paciência de mais de trinta Comensais não era o que se chamava de prudência.

Então Voldemort entrou na cripta. Ele era o único, com exceção de Fayth (duh),vestido diferente dos outros. Estava com uma espécie de túnica verde escura e uma capa idem, com adornos prateados. Seus olhos vermelhos circundaram todo o local e pararam em Fayth, que fingiu não perceber sua presença.

__ Draco Malfoy. - ele disse após mais alguns segundos de silêncio. - Você está aqui para ser iniciado no meu círculo de confiança e se juntar àqueles que se auto-intitulam "Comensais da Morte". Ao entrar neste círculo, estará jurando lealdade a mim. Está ciente do que acarretaria a sua traição?

__ Trair meu mestre trará apenas minha morte. - ele disse, como se tivesse ensaiado aquelas palavras, o que era provável.

__ E você aceita entrar neste círculo...? - por um momento Fayth pensou que ele diria "De livre e espontânea vontade", mas logo deduziu que para alguém como Voldemort pouco importava se ele estava ou não sendo obrigado a fazer aquilo.

__ Aceito unir-me ao meu mestre em seu círculo de confiança.

Voldemort sorriu um sorriso demente e diabólico.

__ Estique seu braço esquerdo e arregace sua manga. - o homem disse finalmente.

Draco obedeceu prontamente e só Lúcio e Fayth perceberam sua relutância interior.

Então Voldemort tocou com seu fino dedo a pele de Draco, que nunca tinha sentido tanta dor na vida. Uma fina fumaça saía do braço dele enquanto Voldemort o tocava e o formato da caveira com uma língua de cobra saindo de sua boca que começava a surgir ali, praticamente borbulhava. Mas Draco nem sequer expressou sua dor.

Quando Fayth percebeu que ele não agüentaria mais, olhou para Voldemort com fúria. Desceu da tumba e postou-se ao lado de Draco.

__ CHEGA!!! - o berro fez tremer a cripta e fez Voldemort voar contra alguns Comensais que o apararam.

__ Não precisava de tal demonstração de poder, criança. - ele sorriu. - Eu já tinha terminado.

Se fosse em outra ocasião, talvez Fayth teria vergonha, mas desta vez foi como se Voldemort fosse mudo. Ela não ouviu uma palavra e continuou olhando para ele com a mesma fúria.

__ Creio que vocês dois estão cientes de que não poderão voltar a Hogwarts. - Lúcio falou depois de algum tempo.

__ Estamos. - os dois responderam ao mesmo tempo. Draco nem parecia ter sido vítima de tamanha dor, pois permanecia impassível ali.

__ E você, Draco, está ciente de que seu "pacto" com Potter não será cumprido, certo? - Voldemort sorriu novamente, com uma satisfação insana.

__ Eu apenas fiz o pacto para que Potter não desconfiasse de nada. - ele mentiu. Draco pretendia cumprir o trato.

__ E você, Fayth, sabe que suas "conversinhas" com Anna serão impossíveis, graças ao feitiço Tapa-mentes, não sabe?

__ Você faz questão de me lembrar disso há cada dez minutos, Voldemort. - ela disse, com descaso.

__ Ótimo. E não pensem que eu não sei que vocês dois mandaram outra carta para lá.

Draco e Fayth olharam com ódio para um Comensal mais gordo que estava ao lado de Lúcio. Ele tremeu nas bases e soltou uma espécie de guincho.

__ Mais um deslize de qualquer um dos dois, e eu não serei tão complacente como estou sendo.

Os dois apenas assentiram. Voldemort já ia saindo quando se virou de volta para eles.

__ E Fayth... Se você está com tanto medo, por que não simplesmente me mata e volta para casa?

__ É isso que você quer, não é? - ela disse com raiva. - Que eu mate mais alguém e você alcance o seu objetivo! Não, Voldemort, eu não vou libertar o poder do Algoz tão cedo! Não enquanto eu mantiver um mínimo de sanidade!

Os olhos vermelhos dele se mexeram furiosamente e ele respirou fundo. "Não, não posso matá-la. Preciso dela. Pirralhinha nojenta!"

__ Agora com licença... - ela sorriu desdenhosamente e saiu da cripta.

__ Lúcio, você tem certeza de que ela não é SUA filha??? - Voldemort rosnou e todos guardaram uma risada para mais tarde.

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Anna acordou estranhando que Snape não a tivesse acordado aos berros. Tinha como detenção escovar todo o chão da masmorra com uma escova de dente, mas acabou dormindo e tendo aquele sonho. Imaginou se a cicatriz de Harry tinha doído, mas deixou para pensar nisso mais tarde, pois viu que o professor ainda olhava para ela.

__ Espero que tenha tido sonhos produtivos para interromper sua detenção assim. - ele disse, voltando sua atenção para seus pergaminhos.

__ Draco foi iniciado. - disse simplesmente, voltando a esfregar um ponto qualquer do chão, o que foi o suficiente para Snape se erguer da cadeira.

__ Foi esse o motivo... - ele passou a mão direita pelo braço esquerdo.

__ Voldemort sabe da carta que Fayth mandou pra cá. É como se ele soubesse de tudo!

__ Termine sua detenção. Eu vou informar isso ao professor Dumbledore.

__ Nem assim eu escapo?

__ Apenas termine a detenção, senhorita Foster. - ele disse, saindo.

__ E eu tenho outra opção? - ela disse, mais para si mesma, enquanto voltava a esfregar o chão. - ESPERA!!! - ela gritou de repente. - PROFESSOR SNAPE!!!

O professor voltou até a masmorra.

__ O que foi??

__ A Fayth. Ela sabe sobre o Algoz.

__ O Algoz?? - Anna não sabia se a cara de Snape indicava incredulidade ou intriga. Só soube que ele a mandou parar imediatamente e o seguir até a sala do diretor.

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__ O Algoz?? - Dumbledore repetiu as mesmas palavras e a mesma expressão de Snape.

__ Mas isso é magia negra antiqüíssima!! - MacGonagall, que também fora chamada, comentou, perplexa. - Nenhum bruxo sequer ousou saber disso, a maldição que cerca o Algoz é poderosa demais!!

__ E, pelo que Alrean Nott me disse, a Fayth é o Algoz.

__ Não, não. - Dumbledore disse, com a mão passando pela longa barba branca. - Ninguém "é" o Algoz.

__ Alvo, você conhece essa magia?? - MacGonagall perguntou, incrédula. Anna não se espantou. Dumbledore parecia saber de tudo e mais um pouco.

__ Sim, eu conheço, Minerva. A invocação do Algoz é extremamente poderosa e perigosa. Há cada mil anos nasce alguém que porta dentro de si um poder negro maior do que tudo. Um poder capaz de destruir, ou não, toda a raça humana. Isso depende da vontade daquele que dominar esse poder.

__ No caso, a Fayth. - Anna argumentou.

__ Não. - a menina fez uma cara de espanto tão estranha que teve certeza de que tinha ficado ridícula. - Fayth apenas nasceu com este poder, mas não o domina. Apenas alguém com o coração negro e endurecido pode suportar esse poder.

__ Voldemort.

__ Exato. Mas há um problema, claro. Para conseguir despertar este poder, Fayth precisa desencadear todo o seu ódio. Para desencadear todo o seu ódio, ela terá que matar mais alguém, sentindo a mesma fúria que sentiu da primeira vez.

__ Mas ela jamais faria algo assim novamente, professor!!

__ Voldemort a induziu a fazê-lo uma vez, não será difícil induzi-la novamente. - Snape alfinetou, recebendo um olhar fuzilante de MacGonagall.

__ O pior ainda está por vir, Anna. - ele falou em tom paternal. - Se Fayth despertar o poder do Algoz, com certeza Voldemort estará preparado para isto. E fará a invocação, chamando-o para o próprio corpo. Se Fayth tivesse quinze anos ou mais, isso apenas a faria desmaiar por algumas horas. Mas, pela idade, o corpo dela não suportará.

Anna fechou os olhos e uma única lágrima correu por seu rosto.

__ Por isso disseram que Voldemort precisa de suas almas. Para Fayth perder o controle, você precisa desaparecer. Tanto corpo quanto alma.

__ Preciso morrer. - "Então a figura que Hermione viu no livro era da invocação, não de uma 'extração' de almas." - ela pensou, mas achou melhor guardar esse pensamento para si.

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Harry, Rony e Hermione ouviam tudo atentamente. Estavam na biblioteca (para variar) depois das aulas, no dia seguinte.

__ É, tudo faz algum sentido, não que devesse fazer. - Hermione falou. - Mas... Há uma lógica. E... - a garota teve um estalo. Levantou-se e pegou um livro que Harry e Rony estavam cansados de ver.

__ Hogwarts, uma história. - os dois disseram ao mesmo tempo.

__ Pensei que você soubesse esse livro de cor... - Rony resmungou.

__ Calado, Ronald. - ela rosnou e ele obedeceu, pois sabia que só era chamado de Ronald quando ela estava muito irritada. - Tem uma parte que nunca chamou minha atenção, até agora.

__ Impressionante... - Harry falou, baixo o bastante para apenas Anna ouvir e abafar uma risadinha.

__ Deixe-me ver... Ah! Achei.

"Godric Gryffindor e Salazar Slytherin se tornaram inimigos quando Salazar tentou enfeitiçar a irmã mais nova de Godric."

__ Nossa, isso é realmente muito revelador. - Harry brincou. - O que descobrimos?

__ De acordo com o que Anna nos contou, o poder do Algoz nasce a cada mil anos. Há mais de mil anos atrás a escola foi fundada. Salazar tentou enfeitiçar a irmã mais nova de Gryffindor. Isso quer dizer que Salazar tentou invocar o Algoz! E que ele estava na irmã de Gryffindor!

__ Então é por isso que eles passaram a se odiar, transferindo esse ódio para os membros de suas casas! - Anna concluiu.

__ Mas isso não nos ajuda em absolutamente nada! - Harry disse.

__ Ajuda sim! Se descobrirmos como Gryffindor impediu que Salazar invocasse o Algoz, podemos impedir que Voldemort o faça também!

__ Aí que está o problema! Como vamos descobrir como Godric impediu Salazar de fazer isso??

__ Sessão reservada. - ela disse, com um sorriso triunfante.

__ Posso saber que professor vai nos dar autorização para pegar algum livro de lá?

__ O pai da Fayth. - Anna respondeu, com o mesmo sorriso triunfante de Hermione.

__ Beleza então. - Rony disse. - Consigam o tal livro e daí a gente volta pra cá. - ele se levantou e passou o braço pela cintura de Hermione, que também tinha se levantado. - Vir à biblioteca não é o que eu chamo de diversão.

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O quarto onde ela estava era bonito, mas a sensação de estar lá era a pior possível. Pior que aquilo só o barulho de reclamação que seu estômago fazia.

__ Droga... - Fayth murmurou para si mesma, deitada na cama, olhando para o teto. A sensação de fome era quase insuportável, mas ela continuaria sem comer o máximo de tempo que agüentasse.

__ Posso entrar? - a voz de Lúcio Malfoy foi ouvida e Fayth contorceu o rosto de nojo.

__ Pra que você pergunta se vai entrar de qualquer jeito?? - ela gritou, irritada.

__ A educação sempre é bem vinda. - ele disse, entrando.

__ O que você quer?

__ Perguntar quanto tempo vai continuar com essa sua ridícula greve de fome.

__ Até morrer. Assim dá tudo errado pra você e seu mestre. - ela olhou para ele, desafiadora e depois virou-se de costas na cama.

__ Você é uma pirralhinha irritante, sabia? - ele rosnou. - Mas você continuaria com a greve, mesmo que surgisse em sua frente um bolo tão bonito como este?

O cheiro de cobertura de chocolate invadiu o nariz de Fayth, que não ousou olhar para trás e ver o bolo. Sabia que não resistiria.

__ Não resista, Fayth. Este bolo é delicioso. Foi feito especialmente para você.

__ Sai daqui, me deixa em paz... - a voz dela saiu trêmula. A fome que sentia era tamanha que a fez fraquejar.

__ Quer mesmo que eu saia? - ele disse, com um sorriso triunfante. Sabia que já tinha vencido.

Uma lágrima de ódio percorreu o rosto de Fayth. Queria comer aquele pedaço de bolo, mas se o fizesse, admitiria sua derrota. Enquanto seu orgulho berrava para que não aceitasse o bolo, seu estômago abafava a voz do orgulho.

__ MERDA!!! - ela gritou, com raiva. - Deixa a droga do bolo aí e SOME DAQUI!!!

Um pequeno tremor de terra fez Lúcio não ousar desafia-la. Deixou o bolo e saiu, sorrindo, divertido. Ela era muito engraçada.

Continua...

ESSE CAP FICOU RIDÍCULO (por falar em ridículo, o Bicho-papão surge no próximo cap)!!!!! Mas eu estou com idéias para o final, não para o desenvolvimento (isso fez algum sentido para vocês?)! Ah, deixa pra lá...

MIL BEIJOS para... *pega um papelzinho com uma lista de nomes* Ah! Suu- chan, Pretty Sakura, Angelina Granger, Harry Gryffindor, Centaura e Alyssha Malfoy que têm coragem de ler isso e assumir que lêem.

E, claro, beijo especial para a minha cobaia, a minha irmãzinha virtual, a Anninha, que ainda está com uma enorme pilha de histórias inacabadas e eu duvido que esse quadro se altere...