__ Tem que existir uma maneira de ajudar a Fayth!!! – Anna berrou. – AMANHÃ
É LUA CHEIA E NÓS NÃO FIZEMOS NADA!!!
__ O que quer que a gente faça??? – Draco berrou de volta – Invada a casa, vire para o Voldemort e diga "A gente vai levar ela embora, se você não se importa!"??? Acorda pra vida, Anna!!! Eu quero ela de volta tanto quanto você, mas não é assim tão simples!!! Agora está tudo nas mãos de Dumbledore e da sua querida Ordem!!!
__ SE ELES FOREM ATÉ LÁ, EU VOU TAMBÉM!!! É MINHA IRMÃ QUE VAI MORRER LÁ!!!
__ Pois, para a sua informação, ela morre de qualquer jeito!!! Se Voldemort conseguir o que quer, ela morre!!! Se acontecer um milagre e a invocação for interrompida, ela morre!!! E, se você não se lembra, ela é minha namorada!!! Eu também a amo!!!
__ PAREM VOCÊS DOIS, AGORA!!!! – Harry gritou. – De que vai adiantar vocês ficarem gritando um com o outro??? Anna, se você quiser ajudar, vai ter que convencer Dumbledore de que é útil!
__ E como eu posso ser útil??? EU SÓ TENHO ONZE ANOS, O QUE POSSO FAZER PRA AJUDAR????
__VOCÊ TEM MERDA NA CABEÇA??? – Draco tornou a gritar e Harry contou até mil para não avançar nele. – Por mais que eu ODEIE admitir, não existe neste mundo alguém que a Fayth ame mais do que você!!
__ Mas agora ela acha que eu a odeio... – Anna murmurou, mas não chorou. Tinha a sensação de que todas as suas lágrimas tinham secado.
__ Exato!!! Por isso que ela se deixou enlouquecer!!! Mas se você provar pra ela que você nunca a odiou ela pode voltar ao normal e impedir que aquele bosta se torne a coisa mais poderosa e maligna deste e de qualquer mundo ao nosso redor!!
Ela percebeu o quão certo ele estava. Se era pra ela perder a Fayth, pelo menos não deixaria que ela recebesse nenhuma parcela de culpa pela destruição de metade da raça humana trouxa do planeta.
__ Certo, vamos falar com Dumbledore. – Anna falou.
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Fayth estava dormindo, em um dos seus raros momentos de tranqüilidade em sua loucura. Pelo menos era o que parecia. Mas a parte ruim era que, mesmo dormindo ela não ficava muito melhor do que quando acordada. E, nesta tarde em particular, ela estava tendo o sonho mais estranho que já teve, sã ou insana.
Ela estava sozinha, no meio de um espaço vazio e branco, vagando, quando, repentinamente, um coral, formado por Comensais da Morte, surgiu à sua esquerda e começou a cantar.
Coral: iIs this the real life? Is this just fantasy? Caught in a landslide No escape from reality Open your eyes Look up to the skies and see/i
Estranhamente ela começou a responder o coral, como se estivessem conversando, mas ela respondeu cantando.
Fayth: iI'm just a poor girl, I need no sympathy/i
Coral/Fayth: iBecause I'm easy come, easy go A little high, little low Anyway the wind blows, Doesn't really matter to me, to me/i
Fayth: iSister, just killed a man Put a wand against his chest Said the spell, now he's dead Sister, life had just begun But now I've gone and thrown it all away Sister, ooo Didn't mean to make you cry If I'm not back again this time tomorrow Carry on, carry on, As if nothing really matters
Too late, my time has come Sends shivers down my spine Body's aching all the time Goodbye everybody - I've got to go Gotta leave you all behind And face the truth Sister, ooo - (anyway the wind blows) I don't want to die I sometimes wish I'd never been born at all/i
Os Comensais olhavam para ela como se olhassem para algo valioso, mas repugnante.
Então a sombra de Voldemort se projetou em um lugar que deveria ser a parede daquele lugar. Ao lado direito de Fayth, um outro coral, formado por seus amigos e pelos professores de Hogwarts, surgiu. Ela voltou a cantar.
Fayth: iI see a little silhouetto of a man/i
Coral de Comensais(CC): iScaramouch, Scaramouch will you do the fandango/i
Coral de Hogwarts(CH): iThunderbolt and lightning – very, very frightening me Gallileo, Gallileo, Gallileo, Gallileo, Gallileo Figaro – magnifico/i
Fayth: IBut I'm just a poor girl and nobody loves me/i
CH: iShe's just a poor girl from a poor family Spare she her life from this monstrosity/i
Fayth: iEasy come easy go - will you let me go?/i
CC: iBismillah! No - we will not let you go!/i
CH: iLet her go!!/i
CC: iBismillah! We will not let you go!!/i
CH: iLet her go!!/i
CC: iBismillah! We will not let you go!!/i
Fayth/CH: iLet me go!!/i
CC: iWill not let you go!!/i
Fayth/CH: iLet me go!!i Never!! Never let you go!/i!
Fayth/CH: iLet me go!! Never let me go – ooo/i
CC: iNo, no, no, no, no, no, no!!/i
Fayth: iOh mama mia, mama mia/i
Fayth/CH: iMama mia let me go!! Beelzebub has a devil put aside for me For me For me/i
Aí que o sonho de Fayth perdeu totalmente o sentido. Ela se viu com um microfone, usando umas roupas, no mínimo, estranhas, e, atrás dela, Harry, Draco e Rony no baixo, guitarra e bateria, respectivamente.
Fayth: iSo you think You can stone me and spit in my eye So you think you can love me And leave me to die Oh baby - can't do this to me baby Just gotta get out Just gotta get right outta here
Ooh yeah, ooh yeah Nothing really matters Anyone can see Nothing really matters - Nothing really matters to me
Anyway the wind blows.../i
Estranhamente, quando Fayth acabou de cantar, a sombra de Voldemort pegou fogo, assim como os Comensais.
__ Credo... Meus únicos momentos de sanidade mental e eu tenho um sonho desses... Argh...
Olhando para o coral de Hogwarts, Fayth, por mais que soubesse que conhecia todos ali, apenas reconheceu o rosto de Anna no meio de todos os outros. Ela sorria um sorriso triste.
__ Maninha... – Fayth murmurou.
__ Eu não te odeio, Fayth.
__ Eu sei... Eu deveria ter percebido isso antes, mas agora é tarde! Quando eu acordar eu não me lembrarei de bulhufas do que sonhei, mesmo porque eu estou louca. Deprimente pensar que eu só tenho um pensamento lógico quando estou sonhando.
__ Maninha, eu vou te salvar.
__ Não alimente falsas esperanças, Anninha. Eu não tenho salvação.
__ Fayth... – Anna saiu do meio dos outros e eles desapareceram. Aproximou- se de Fayth e abraçou a irmã, como se não houvesse o amanhã. Ela retribuiu – Não diga que você não tem salvação.
__ Mas eu não tenho!
__ Enquanto tiver sangue correndo por minhas veias, eu não vou desistir de te salvar!
__ Maninha... – Fayth murmurou, se deixando chorar. – Por que isso tinha que acontecer com a gente? É esse o preço que a gente tem que pagar por tentar ser feliz??
__ Fayth...
__ Talvez fosse melhor pra você nunca ter me conhecido!! Ou melhor, talvez fosse melhor para o mundo que eu jamais tivesse nascido!!!!
__ Não diga bobagens!! Eu não me arrependo de ter te conhecido!!! Você é minha irmã!!! Você não tem culpa de nada disso!!
__ Eu não sou sua irmã!! Sou um estorvo para a humanidade!!! O simples fato de eu estar viva coloca a vida de todos em perigo!!!
__ Você É minha irmã, Fayth Kvar!!!
Anna meteu a mão no bolso e tirou de dentro uma pequena adaga. Cortou a própria mão e depois cortou a mão de Fayth.
__ AI!! Espera... Se isso é um sonho, por que eu senti dor?
__ Meio difícil de explicar. Coisas do mundo da magia que a gente ainda não conhece.
__ Aquele musical da Broadway também tem algo a ver com isso?
__ Não, aquilo foi fruto da sua mente perturbada.
__ Argh, que depressão...
Anna segurou a mão cortada de Fayth em sua mão cortada. O sangue das duas se misturou e um clarão ofuscante seguido de um empurrão e uma ventania tomou conta do lugar e Fayth acordou assustada.
Estava sozinha no quarto onde esteve durante todo o tempo e a lua surgia no céu. Ainda não estava totalmente cheia, o que foi aliviante.
"Espera..." – pensou ela. – "Eu estou tendo pensamentos lógicos e estou acordada ao mesmo tempo?"
Num reflexo ela olhou para a mão que Anna havia cortado em seu sonho. E o corte estava ali. Vivo e fresco. Tocou, com medo de que fosse ilusão e sentiu arder. Queria gritar de felicidade, mas se conteve ao ouvir passos se aproximando de seu quarto. Voltou a se deitar e fingiu estar dormindo. A porta se abriu.
__ Eu disse que ela ainda estava dormindo!! – Fayth ouviu e reconheceu a voz de Bellatrix. – Mas nãão, você tinha que vir aqui, né, Rabicho?? Ela já vai morrer amanhã e você tem que vir atrapalhar a última noite de sono da coitada!!
__ Alguém já te disse que você fala demais?? – Rabicho rosnou. – O mestre me mandou ver se a menina ainda estava aqui porque ele sentiu magia poderosa sendo executada! Ele achou que alguém tinha resgatado ela!!
__ Eu estava aqui dentro, Rabicho!! Só saí por um segundo porque, ao contrário de ratos, eu tenho higiene e fui tomar um banho!
__ Pois este um segundo poderia ter sido suficiente para alguém resgatar a fedelha!
__ Mas não foi!!! Agora desaparece daqui!!! E se ela acordar, você me paga!!
Fayth viu que era a oportunidade perfeita para ver Bellatrix furiosa com Rabicho, de um modo que até Harry a agradeceria.
__ AAAAAHHHHHHH!!!!!! – a menina gritou, com o olhar cheio de falso pânico. – RATOS, RATOS, RATOS!!! São malvados e feiosos!! Tentaram arrancar a estrelinha de mim!!!
__ PEDRO PETTIGREW!!! – Bellatrix berrou antes de sair correndo atrás do outro, que já tinha corrido ao ouvir Fayth gritar. – VOLTE AQUI SE FOR RATO!!!
Fayth segurou a gargalhada e se abraçou, com um sorriso.
__ Ah, minha querida... Que talento você tem... – ela falou, baixinho, para ninguém ouvir. Depois percebeu que Bellatrix voltava e fez cara de desamparada.
__ Fayth, você está bem?
__ Brilha, brilha estrelinha... – ela cantarolou, fingindo não ter ouvido Bellatrix.
__ Coitada... – Bellatrix passou a mão pelos cabelos da menina, que se segurou para não fazer cara de nojo. Fayth, de repente, se levantou e começou a rodar em cima da cama.
__ Roda, roda, roda! O mundo roda, o girassol roda, o hipogrifo roda!!!
__ Nossa, a coisa tá ficando pior do que eu pensava!! Bom, pelo menos tanto sofrimento acaba amanhã...
__ Amanhã eu vou voar!!!
__ Vai sim, passarinho. Agora deita e dorme.
A menina ainda deu um pulo e caiu deitada e tornou a fingir que dormia. Bellatrix se deu por satisfeita e saiu do quarto.
__ Só espero que acabe mesmo... E que acabe para bem...
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__ Dá pra você parar de andar de um lado para o outro? – Draco reclamou com Anna. – Você ta me deixando tonto.
__ Relaxa um pouco, Anninha. – Harry tentou acalmá-la. – Você já fez o que podia. Agora é com ela.
__ Harry... – Anna olhou para ele, a voz engasgada. – Ela vai morrer amanhã. A única coisa que eu fiz foi ter certeza de que ela teria noção do que vai acontecer, de que ela não vai perder nenhum minuto do espetáculo.
__ Não seja tão pessimista. Talvez exista uma chance de ela se salvar.
__ Claro, se você acredita em milagres... – Draco murmurou.
__ Mas nem quando é a sua namorada você tem um pouquinho de pensamento positivo??
__ Baseado em que eu teria pensamentos positivos? Eu sei o que vai acontecer lá. E não é bonito.
__ Enquanto há fé, há esperança. – Anna murmurou.
__ Que bom que pensa assim, Anninha. – Harry afagou os cabelos da menina, que tinha se sentado ao lado dele.
__ Eu perdi a fé, Harry. Acabou pra mim e pra ela... Nós vamos morrer...
__ Não!!
__ Acabou, Harry. Eu já me acostumei com a idéia. Tente fazer o mesmo... Console-se com o fato de que Voldemort não vai conseguir o que quer.
__ Não!!! Eu não vou me acostumar com essa idéia, nem você!!! Enquanto houver sangue correndo em minhas veias, eu não vou desistir e não vou deixar você desistir!!
__ E o que pretende fazer Harry?? Mostre uma solução e eu ficarei encantada em segui-la!!
O menino-que-sobreviveu ficou calado.
__ Foi o que eu pensei... Com licença, eu vou pro dormitório.
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Seis da tarde. Começava a escurecer e Fayth começava a tremer. Tinha ficado sozinha em seu quarto o dia todo e a quietude da casa não era bom sinal.
__ O que eles estão aprontando? – ela resmungou, enquanto roía as unhas compulsivamente.
Como se respondesse à sua pergunta, a porta se abriu, revelando um Comensal encapuzado. Imediatamente ela começou a agir como louca.
__ Viva... Viva... Viva a sociedade alternativa!! Se eu quero, e você quer, tomar banho de chapéu, ou esperar Papai Noel, ou discutir Carlos Gardel então vá... Faça o que tu queres, pois é tudo da lei, da lei...
O Comensal entrou e a pegou pelo braço, enquanto ela dançava para disfarçar a tremedeira.
__ Eu vou pra maracangáia, eu vou...
Ao sentir um leve aperto em seu braço, Fayth reconheceu a mão leve e um pouco suada de Bellatrix Lestrange. Quase sentiu ternura pela mulher que cuidou dela durante todo aquele tempo. No fundo, teria ela sido enganada por Voldemort? Resolveu, disfarçadamente, demonstrar sua gratidão.
__ A Bella é legal, ela cuida de mim, me leva pra passear, dança comigo, brinca comigo...
__ Ah, cale a boca, Fayth... – a voz dela saiu tão engasgada e trêmula que Fayth não resistiu. Abraçou Bellatrix com força.
__ Eu vou ajudar o Tom, Bella. Não chora, eu sei que você gosta do Tom. O Tom é legal e eu vou ajudar ele porque a gente deve ajudar gente legal. – a cada palavra Fayth se impressionava com sua própria atuação. – E depois eu vou sair voando, voando...
__ Vai ver você é mesmo um anjo... – Bella murmurou bem baixinho, mas a menina ouviu.
Elas terminaram o percurso em silêncio, com exceção de algumas "crises" de loucura de Fayth.
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__ O tempo... Está acabando... – Anna murmurou. Ela e Harry estavam sozinhos no escritório de Dumbledore, o lugar mais seguro da escola.
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A lua já ia alto, enquanto Fayth rodava incessantemente, tentando descarregar o nervosismo, o que não era notado, já que todos pensavam que ela era louca.
Um pedaço da fraca luminosidade da lua entrou pela clarabóia e iluminou o salão escuro.
Voldemort se ergueu de sua cadeira, onde esperava.
__ Está quase na hora.
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__ Vai começar... – Anna apertou a mão de Harry, amedrontada.
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Faltavam milímetros para a lua se encaixar perfeitamente no formato da clarabóia. Foi aí que Fayth resolveu deixar pra lá. Parou, estática, olhando para Voldemort, que se postava diante dela, a uma distância de dois metros.
__ Que se inicie a tranferência!!! – Voldemort gritou.
Então Fayth sentiu uma dor dilacerante e alucinante. Nada pelo que passara jamais foi sequer parecido.
A sensação era de que seu corpo estava se abrindo na altura da barriga e que garras forçassem a saída de dentro de para fora de sua barriga.
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Anna tinha se jogado no chão e se contorcia de dor. Harry tentava fazer alguma coisa, mas não tinha nada a ser feito.
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Quando Fayth percebeu que se deixasse mais um pouco iria acabar e Voldemort conseguiria, se revelou. Sorriu diabolicamente olhando para o homem de olhos vermelhos à sua frente, que estava de braços abertos, esperando o poder do Algoz.
__ Sinto muito, Tom Servoleo Riddle... – ela disse, com uma voz rouca, mas muito audível. – Mas não vai ser desta vez que sua ânsia de poder vai ser saciada.
Voldemort olhou aterrorizado para a menina, que, rapidamente, fechou os braços em torno de si e pulou para fora da luz da Lua.
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Anna parou de se contorcer e permaneceu inerte no chão. Harry olhou assustado para ela. Tinha acabado?
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Fayth não entendeu o porquê de ainda estar viva, mas, apesar de a sensação de estar sendo cortada ainda não ter passado, ela percebeu que tinha um poder maior do que jamais imaginara. Apesar da confusão que estava sua mente, não perdeu tempo.
Ela poderia mata-lo, mas isso seria condenar sua alma eternamente. Matar três pessoas, não importa quem fossem, aí não haveria penitência que salvasse sua alma.
Ao invés disso, fê-lo voar para longe dele e fez sua varinha se esfarelar, vendo, prazerosamente, a poeira voar para longe.
Depois olhou para a única Comensal presente, Bellatrix, que tremeu ao sentir o olhar, que chegava a ser mais maligno que o de seu mestre.
__ Não vou te machucar, Lestrange. Não esqueci o que fez por mim.
Ao dizer essas palavras, aconteceu algo estranho. Fayth pareceu ter literalmente explodido, e logo não havia nada ali.
--------------------------
__ Anna...? – Harry sacudiu o ombro da menina, que deu sinal de vida.
__ Harry... – sua voz era quase inaudível, mas, ao perceber que ela ainda vivia, Harry a abraçou tão forte que ouviu sua coluna inteira estalar.
__ O que aconteceu...? – a menina perguntou.
__ Eu não sei, mas você está viva, e é isso que importa... – ele apertou um pouco mais o abraço.
__ E a Fayth?
__ Não tenho nem idéia.
A porta praticamente explodiu quando Rony e Hermione irromperam na sala.
__ VENHAM RÁPIDO, É A FAYTH!!! – eles berraram ao mesmo tempo, agarrando os dois pelos braços e arrastando-os rapidamente.
------------------------
Uma forte explosão foi ouvida no pátio do colégio, onde Draco, Rony e Hermione permaneciam, no mais absoluto silêncio, até o ocorrido.
__ Mas que... – Draco começou a resmungar quando viu Fayth, encolhida e trêmula no chão. – FAYTH!!!! – sem perder nem um segundo correu até a menina e, pegando-a nos braços se dirigiu à Ala Hospitalar.
__ Impossível... – Hermione murmurou.
__ NÃO FIQUEM AÍ PARADOS, SEUS IDIOTAS!!!! CHAMEM POTTER, FOSTER E DUMBLEDORE, RÁPIDO!!!!!!! – Draco berrou, antes de sumir no fim do corredor. Rony e Hermione não perderam tempo.
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__ Mas não é possível, era pra ela ter morrido! – Hermione murmurou para Rony. – Não que eu quisesse isso, mas o lógico seria isso!
Draco, Harry, Rony e Hermione estavam do lado de fora da Ala Hospitalar, esperando por notícias. Por qualquer notícia.
Madame Pomfrey finalmente deu sinal de vida, fazendo o loiro e o moreno se levantarem de supetão.
__ COMO ELA ESTÁ??????? – eles berraram em perfeita harmonia.
__ Bom... A senhorita Foster já está totalmente recuperada.
Harry, que deveria ter festejado a notícia, esperou para ver o que ela diria de Fayth.
__ Mas temo que... A senhorita Kvar não sobreviva. A sobrecarga de poder que seu corpo recebeu é maior que qualquer ser humano possa suportar. É um milagre ela ter suportado até agora.
__ MERDA!!!!!! – Draco explodiu. – POR QUÊ????? POR QUE VOLDEMORT TINHA QUE EXISTIR E DESTRUIR A COISA QUE EU MAIS AMO NESTE MUNDO???????
__ Mas ela está consciente e deseja vê-lo, senhor Malfoy. – Papoula ignorou a demonstração de fúria e revolta do garoto.
Sem perder um segundo sequer, Draco invadiu a Ala Hospitalar, mas o que viu estava além de sua compreensão de magia.
Anna brilhava em tons vermelho e dourado e pairava ao lado de Fayth, que brilhava em verde e prata.
__ POTTER!!!!!!! – ele gritou, sem controlar o impulso.
Harry entrou e ficou terrificado com a cena. Elas não pareciam humanas, pareciam seres místicos maravilhosos.
Anna olhou para os garotos, que olhavam, estupefatos, para a cena.
Quando as duas seguraram a mão uma da outra, uma explosão tão forte foi ouvida por todo o castelo e uma luz ofuscante tomou conta de toda a Ala Hospitalar.
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Hogwarts. Lar de tantas pessoas e mistérios.
Lar de tantas lendas... Lar de tantas alegrias e tristezas.
Hoje o dia era particularmente alegre. A turma do sétimo ano se formaria, dois anos após a paz entre Grifinória e Sonserina ser totalmente estabelecida. A rivalidade agora só se estendia ao Quadribol, mas era natural, assim como Lufa-Lufa e Corvinal.
O dia que isso ocorreu ganhou tantas versões que jamais se soube o que realmente aconteceu na Ala Hospitalar naquele dia. Ninguém a não ser Harry Potter e Draco Malfoy. Mas estes jamais disseram uma palavra.
Porque ela pediu. "Só na formatura!", fê-los prometer. E eles cumpriram. Por dois anos e três meses guardaram o mais absoluto sigilo.
Claro que o diretor sabia, mas este sabia de tudo e tudo escondia.
Tudo estava pronto para o discurso dos dois, que, depois daquele dia, se tornaram melhores amigos (o que causou um certo ciúme da parte de Rony, mas ele logo entendeu. Destino...). O discurso tão esperado, que colocaria tudo em pratos limpos.
Então Dumbledore, calmamente, sentado em seu lugar na mesa dos professores, acenou para eles, dando sinal verde para que soltassem tudo.
Do palco, Harry lançou um olhar para Anna, sua noiva (sim ela só tinha treze anos, mas e daí?), que sorriu para ele.
Após lançarem o feitiço Sonorus em suas gargantas, os dois se prepararam para começar.
__ Boa noite, senhoras e senhores, professores e professoras. – Harry saudou os colegas e os mestres.
__ Finda mais um ano e mais uma turma de bestas, quer dizer... De bruxos e bruxas se despede desta escola. – Draco brincou.
__ Mas nós dois não poderíamos sair daqui sem cumprir uma promessa.
__ Contar pra vocês todos o que aconteceu na Ala Hospitalar, dois anos atrás.
E iniciou-se a narração.
FLASHBACK...
Quando a luz se extinguiu, Anna segurava nas mãos um pequeno demônio, que se debatia e berrava.
__ Tu não mais destruirás vidas, Algoz. – sua voz estava etérea e ecoava pelas paredes. – Porque agora, eu te destruirei!
Instantaneamente ele começou a pegar fogo e a se desfazer nas mãos de Anna, que permanecia brilhando em vermelho e dourado.
Em pouco tempo o Algoz havia sido destruído.
__ Onde está Fayth??? – Draco perguntou, com a voz engasgada.
__ A serpente prata de olhos verdes abriu asas e se entregou à liberdade da alma. – Anna respondeu, não parecendo ser Anna de verdade.
__ NÃO!!!! – ele berrou, sucumbindo à própria tristeza, chorando compulsivamente.
__ Mas sua essência ficou e contigo permanecerá. Olhes em sua cama e verás.
Harry, ao ver que o garoto não conseguiria, pegou-o por debaixo do braço e o ajudou a chegar perto da cama, onde repousava um pingente de uma serpente de prata com olhos de esmeraldas.
Então, como por um pedido atendido, o espírito de Fayth tocou a mão trêmula de Draco, que alcançava a serpente, que era grande como um medalhão.
__ Não chora, Draco... Eu estou livre!
__ Droga, Fayth, por quê??
__ Se eu tivesse escolhido a vida, aquele demônio ficaria eternamente dentro de mim, até que eu, um dia morresse, e passasse o Algoz para outra pessoa. E muitas pessoas continuariam a sofrer.
__ Mas e o meu sofrimento??? Ele não conta pra você????
__ Eu seria a pior das pessoas se continuasse viva, Draco... Eu prendi o mal absoluto dentro de mim. Eu me tornaria o mal absoluto. E você, em breve, sofreria ainda mais do que sofre agora.
__ Impossível, Fayth! É impossível sofrer mais do que isso!!!
__ Me prometa que vai seguir em frente, Draco. Eu te amo tanto... Quero tanto que você seja feliz...
__ COMO VOU SER FELIZ SEM VOCÊ??????
__ Você vai ser feliz. Mas prometa que vai seguir em frente.
Eles seguraram a serpente juntos.
__ Eu... Não sei se vou conseguir...
__ Eu sempre estarei com você.
Ela desapareceu, deixando Draco no vácuo.
Harry colocou a mão no ombro do rapaz, que, jogando pro inferno a rixa entre eles, abraçou o moreno e chorou como criança.
__ Como eu vou seguir em frente, Potter??? Eu a amo demais!!!!!
__ Justamente por isso vai seguir em frente, Malfoy. Porque a pessoa que você mais ama fez você prometer isso.
FIM DO FLASHBACK
O Salão estava no mais absoluto silêncio, com exceção dos soluços de pessoas mais emotivas.
__ Bom, a senhorita Foster nos fez prometer só contar o que aconteceu na nossa formatura. Promessa cumprida. – Draco falou, com naturalidade. – E não, eu não superei, mas segui em frente. Promessa cumprida. – ele apertou o pingente que estava pendurado em seu pescoço.
__ De qualquer forma, esta é uma noite de alegria. A partir de agora as Esquisitonas vão nos entreter e eu não quero ver ninguém parado! – Harry encerrou o discurso, descendo do palco, sendo seguido por Draco.
-------------------------
Draco saía da Estação 9 ¾ pela última vez. Acenou para Harry, que ia ao encontro de Sirius (inocentado após a destruição de Voldemort, no sexto ano e casado com Bellatrix Lestrange, agora Black, que se arrependeu de tudo o que fez quando Fayth morreu) e foi ao encontro de seu pai, que o aguardava.
Andaram em silêncio, saíram da Plataforma, quando Draco esbarrou em alguém, que carregava alguns livros, derrubando-os no chão. Abaixou-se para ajudar a recolher os livros, sem olhar para o rosto de quem era.
__ Desculpa, eu estava distraído... – ele tentou se desculpar.
__ Não, a culpa é minha, eu sou muito desastrada.
Draco tremeu. Aquela voz era inconfundível. Olhou para frente e viu o mesmo rosto, um pouco mais velho – aliás, bem mais velho – escondido por um par de óculos finos, os mesmo cabelos, soltos e esvoaçantes, os mesmos olhos cor-de-mel...
__ Fayth???
__ Fayth? Desculpe, meu nome é Sarah. Nós nos conhecemos?
__ Não, não... Pensei que fosse outra pessoa... – ele baixou os olhos.
__ Vem de Hogwarts? – ela sorriu.
__ Sim. Último ano.
__ Que coincidência, eu também! Qual era sua casa?
__ Sonserina.
__ Eu era da Corvinal. Meu pai é professor lá na escola, sabe? Ele também era da Sonserina quando jovem.
Uma nova centelha de esperança se acendeu dentro de Draco.
__ John? John Telford??
__ É, ele mesmo. Como adivinhou?
__ Você é Sarah Telford???
__ Sou... – ela se assustou um pouco com a reação dele, e mais ainda quando viu a próxima reação dele.
Sem segurar o impulso, Draco beijou os lábios de Sarah, com tanta intensidade, que ela mal teve reação, a não ser corresponder.
__ Dois anos... E três meses... – ela murmurou. – E eu pedi pra você seguir em frente!
__ Ninguém mandou você voltar e aparecer pra mim!! – ele tornou a beijá-la. – E no final das contas eu segui em frente. Eu namorava Fayth Kvar. Agora pretendo namorar Sarah Telford.
__ Eu disse que estaria sempre com você.
__ Mas e Anna? – ele perguntou.
__ Ela sempre soube, óbvio. Continuamos irmãs, como sempre. E ela me ajudou a guardar este segredo. Era um presente pra você.
__ Por que demorou tanto a me dar esse presente???
__ Porque é presente de formatura! – ela riu e saiu correndo, sendo perseguida pelo loiro.
__ Eu não vou perguntar como isso é possível. – ele disse, depois de alcançá-la. – Mas que um dia você vai me contar, ah vai.
__ Quem sabe?
Mas aí será outra história...
FIM
AAAAAAAAIIIIIIIIIIII, eu não resisti!!!! Era pra ela morrer, mas eu não resisti!!! Ela é tão eu... E eu amo tanto aquele loiro platinado de olhos azuis...
Vocês não podem me culpar!!!!!!! Ele é tão TDB!!!!!!!!!
Bom, acho que é isso... acabou... Quanto a uma história explicando o que aconteceu, eu duvido... Imaginem vocês. Se é que pretendem...
Beijus pra todos que tiveram a santa paciência de ler isso e que disseram ter gostado (se for mentira, não me contem, tá?).
E BEIJÃO, pra minha maninha querida, que eu amo e que eu sei que me ama demais!!!!
That's all folks... I see you next fiction! Bye!!!!!
__ O que quer que a gente faça??? – Draco berrou de volta – Invada a casa, vire para o Voldemort e diga "A gente vai levar ela embora, se você não se importa!"??? Acorda pra vida, Anna!!! Eu quero ela de volta tanto quanto você, mas não é assim tão simples!!! Agora está tudo nas mãos de Dumbledore e da sua querida Ordem!!!
__ SE ELES FOREM ATÉ LÁ, EU VOU TAMBÉM!!! É MINHA IRMÃ QUE VAI MORRER LÁ!!!
__ Pois, para a sua informação, ela morre de qualquer jeito!!! Se Voldemort conseguir o que quer, ela morre!!! Se acontecer um milagre e a invocação for interrompida, ela morre!!! E, se você não se lembra, ela é minha namorada!!! Eu também a amo!!!
__ PAREM VOCÊS DOIS, AGORA!!!! – Harry gritou. – De que vai adiantar vocês ficarem gritando um com o outro??? Anna, se você quiser ajudar, vai ter que convencer Dumbledore de que é útil!
__ E como eu posso ser útil??? EU SÓ TENHO ONZE ANOS, O QUE POSSO FAZER PRA AJUDAR????
__VOCÊ TEM MERDA NA CABEÇA??? – Draco tornou a gritar e Harry contou até mil para não avançar nele. – Por mais que eu ODEIE admitir, não existe neste mundo alguém que a Fayth ame mais do que você!!
__ Mas agora ela acha que eu a odeio... – Anna murmurou, mas não chorou. Tinha a sensação de que todas as suas lágrimas tinham secado.
__ Exato!!! Por isso que ela se deixou enlouquecer!!! Mas se você provar pra ela que você nunca a odiou ela pode voltar ao normal e impedir que aquele bosta se torne a coisa mais poderosa e maligna deste e de qualquer mundo ao nosso redor!!
Ela percebeu o quão certo ele estava. Se era pra ela perder a Fayth, pelo menos não deixaria que ela recebesse nenhuma parcela de culpa pela destruição de metade da raça humana trouxa do planeta.
__ Certo, vamos falar com Dumbledore. – Anna falou.
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Fayth estava dormindo, em um dos seus raros momentos de tranqüilidade em sua loucura. Pelo menos era o que parecia. Mas a parte ruim era que, mesmo dormindo ela não ficava muito melhor do que quando acordada. E, nesta tarde em particular, ela estava tendo o sonho mais estranho que já teve, sã ou insana.
Ela estava sozinha, no meio de um espaço vazio e branco, vagando, quando, repentinamente, um coral, formado por Comensais da Morte, surgiu à sua esquerda e começou a cantar.
Coral: iIs this the real life? Is this just fantasy? Caught in a landslide No escape from reality Open your eyes Look up to the skies and see/i
Estranhamente ela começou a responder o coral, como se estivessem conversando, mas ela respondeu cantando.
Fayth: iI'm just a poor girl, I need no sympathy/i
Coral/Fayth: iBecause I'm easy come, easy go A little high, little low Anyway the wind blows, Doesn't really matter to me, to me/i
Fayth: iSister, just killed a man Put a wand against his chest Said the spell, now he's dead Sister, life had just begun But now I've gone and thrown it all away Sister, ooo Didn't mean to make you cry If I'm not back again this time tomorrow Carry on, carry on, As if nothing really matters
Too late, my time has come Sends shivers down my spine Body's aching all the time Goodbye everybody - I've got to go Gotta leave you all behind And face the truth Sister, ooo - (anyway the wind blows) I don't want to die I sometimes wish I'd never been born at all/i
Os Comensais olhavam para ela como se olhassem para algo valioso, mas repugnante.
Então a sombra de Voldemort se projetou em um lugar que deveria ser a parede daquele lugar. Ao lado direito de Fayth, um outro coral, formado por seus amigos e pelos professores de Hogwarts, surgiu. Ela voltou a cantar.
Fayth: iI see a little silhouetto of a man/i
Coral de Comensais(CC): iScaramouch, Scaramouch will you do the fandango/i
Coral de Hogwarts(CH): iThunderbolt and lightning – very, very frightening me Gallileo, Gallileo, Gallileo, Gallileo, Gallileo Figaro – magnifico/i
Fayth: IBut I'm just a poor girl and nobody loves me/i
CH: iShe's just a poor girl from a poor family Spare she her life from this monstrosity/i
Fayth: iEasy come easy go - will you let me go?/i
CC: iBismillah! No - we will not let you go!/i
CH: iLet her go!!/i
CC: iBismillah! We will not let you go!!/i
CH: iLet her go!!/i
CC: iBismillah! We will not let you go!!/i
Fayth/CH: iLet me go!!/i
CC: iWill not let you go!!/i
Fayth/CH: iLet me go!!i Never!! Never let you go!/i!
Fayth/CH: iLet me go!! Never let me go – ooo/i
CC: iNo, no, no, no, no, no, no!!/i
Fayth: iOh mama mia, mama mia/i
Fayth/CH: iMama mia let me go!! Beelzebub has a devil put aside for me For me For me/i
Aí que o sonho de Fayth perdeu totalmente o sentido. Ela se viu com um microfone, usando umas roupas, no mínimo, estranhas, e, atrás dela, Harry, Draco e Rony no baixo, guitarra e bateria, respectivamente.
Fayth: iSo you think You can stone me and spit in my eye So you think you can love me And leave me to die Oh baby - can't do this to me baby Just gotta get out Just gotta get right outta here
Ooh yeah, ooh yeah Nothing really matters Anyone can see Nothing really matters - Nothing really matters to me
Anyway the wind blows.../i
Estranhamente, quando Fayth acabou de cantar, a sombra de Voldemort pegou fogo, assim como os Comensais.
__ Credo... Meus únicos momentos de sanidade mental e eu tenho um sonho desses... Argh...
Olhando para o coral de Hogwarts, Fayth, por mais que soubesse que conhecia todos ali, apenas reconheceu o rosto de Anna no meio de todos os outros. Ela sorria um sorriso triste.
__ Maninha... – Fayth murmurou.
__ Eu não te odeio, Fayth.
__ Eu sei... Eu deveria ter percebido isso antes, mas agora é tarde! Quando eu acordar eu não me lembrarei de bulhufas do que sonhei, mesmo porque eu estou louca. Deprimente pensar que eu só tenho um pensamento lógico quando estou sonhando.
__ Maninha, eu vou te salvar.
__ Não alimente falsas esperanças, Anninha. Eu não tenho salvação.
__ Fayth... – Anna saiu do meio dos outros e eles desapareceram. Aproximou- se de Fayth e abraçou a irmã, como se não houvesse o amanhã. Ela retribuiu – Não diga que você não tem salvação.
__ Mas eu não tenho!
__ Enquanto tiver sangue correndo por minhas veias, eu não vou desistir de te salvar!
__ Maninha... – Fayth murmurou, se deixando chorar. – Por que isso tinha que acontecer com a gente? É esse o preço que a gente tem que pagar por tentar ser feliz??
__ Fayth...
__ Talvez fosse melhor pra você nunca ter me conhecido!! Ou melhor, talvez fosse melhor para o mundo que eu jamais tivesse nascido!!!!
__ Não diga bobagens!! Eu não me arrependo de ter te conhecido!!! Você é minha irmã!!! Você não tem culpa de nada disso!!
__ Eu não sou sua irmã!! Sou um estorvo para a humanidade!!! O simples fato de eu estar viva coloca a vida de todos em perigo!!!
__ Você É minha irmã, Fayth Kvar!!!
Anna meteu a mão no bolso e tirou de dentro uma pequena adaga. Cortou a própria mão e depois cortou a mão de Fayth.
__ AI!! Espera... Se isso é um sonho, por que eu senti dor?
__ Meio difícil de explicar. Coisas do mundo da magia que a gente ainda não conhece.
__ Aquele musical da Broadway também tem algo a ver com isso?
__ Não, aquilo foi fruto da sua mente perturbada.
__ Argh, que depressão...
Anna segurou a mão cortada de Fayth em sua mão cortada. O sangue das duas se misturou e um clarão ofuscante seguido de um empurrão e uma ventania tomou conta do lugar e Fayth acordou assustada.
Estava sozinha no quarto onde esteve durante todo o tempo e a lua surgia no céu. Ainda não estava totalmente cheia, o que foi aliviante.
"Espera..." – pensou ela. – "Eu estou tendo pensamentos lógicos e estou acordada ao mesmo tempo?"
Num reflexo ela olhou para a mão que Anna havia cortado em seu sonho. E o corte estava ali. Vivo e fresco. Tocou, com medo de que fosse ilusão e sentiu arder. Queria gritar de felicidade, mas se conteve ao ouvir passos se aproximando de seu quarto. Voltou a se deitar e fingiu estar dormindo. A porta se abriu.
__ Eu disse que ela ainda estava dormindo!! – Fayth ouviu e reconheceu a voz de Bellatrix. – Mas nãão, você tinha que vir aqui, né, Rabicho?? Ela já vai morrer amanhã e você tem que vir atrapalhar a última noite de sono da coitada!!
__ Alguém já te disse que você fala demais?? – Rabicho rosnou. – O mestre me mandou ver se a menina ainda estava aqui porque ele sentiu magia poderosa sendo executada! Ele achou que alguém tinha resgatado ela!!
__ Eu estava aqui dentro, Rabicho!! Só saí por um segundo porque, ao contrário de ratos, eu tenho higiene e fui tomar um banho!
__ Pois este um segundo poderia ter sido suficiente para alguém resgatar a fedelha!
__ Mas não foi!!! Agora desaparece daqui!!! E se ela acordar, você me paga!!
Fayth viu que era a oportunidade perfeita para ver Bellatrix furiosa com Rabicho, de um modo que até Harry a agradeceria.
__ AAAAAHHHHHHH!!!!!! – a menina gritou, com o olhar cheio de falso pânico. – RATOS, RATOS, RATOS!!! São malvados e feiosos!! Tentaram arrancar a estrelinha de mim!!!
__ PEDRO PETTIGREW!!! – Bellatrix berrou antes de sair correndo atrás do outro, que já tinha corrido ao ouvir Fayth gritar. – VOLTE AQUI SE FOR RATO!!!
Fayth segurou a gargalhada e se abraçou, com um sorriso.
__ Ah, minha querida... Que talento você tem... – ela falou, baixinho, para ninguém ouvir. Depois percebeu que Bellatrix voltava e fez cara de desamparada.
__ Fayth, você está bem?
__ Brilha, brilha estrelinha... – ela cantarolou, fingindo não ter ouvido Bellatrix.
__ Coitada... – Bellatrix passou a mão pelos cabelos da menina, que se segurou para não fazer cara de nojo. Fayth, de repente, se levantou e começou a rodar em cima da cama.
__ Roda, roda, roda! O mundo roda, o girassol roda, o hipogrifo roda!!!
__ Nossa, a coisa tá ficando pior do que eu pensava!! Bom, pelo menos tanto sofrimento acaba amanhã...
__ Amanhã eu vou voar!!!
__ Vai sim, passarinho. Agora deita e dorme.
A menina ainda deu um pulo e caiu deitada e tornou a fingir que dormia. Bellatrix se deu por satisfeita e saiu do quarto.
__ Só espero que acabe mesmo... E que acabe para bem...
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__ Dá pra você parar de andar de um lado para o outro? – Draco reclamou com Anna. – Você ta me deixando tonto.
__ Relaxa um pouco, Anninha. – Harry tentou acalmá-la. – Você já fez o que podia. Agora é com ela.
__ Harry... – Anna olhou para ele, a voz engasgada. – Ela vai morrer amanhã. A única coisa que eu fiz foi ter certeza de que ela teria noção do que vai acontecer, de que ela não vai perder nenhum minuto do espetáculo.
__ Não seja tão pessimista. Talvez exista uma chance de ela se salvar.
__ Claro, se você acredita em milagres... – Draco murmurou.
__ Mas nem quando é a sua namorada você tem um pouquinho de pensamento positivo??
__ Baseado em que eu teria pensamentos positivos? Eu sei o que vai acontecer lá. E não é bonito.
__ Enquanto há fé, há esperança. – Anna murmurou.
__ Que bom que pensa assim, Anninha. – Harry afagou os cabelos da menina, que tinha se sentado ao lado dele.
__ Eu perdi a fé, Harry. Acabou pra mim e pra ela... Nós vamos morrer...
__ Não!!
__ Acabou, Harry. Eu já me acostumei com a idéia. Tente fazer o mesmo... Console-se com o fato de que Voldemort não vai conseguir o que quer.
__ Não!!! Eu não vou me acostumar com essa idéia, nem você!!! Enquanto houver sangue correndo em minhas veias, eu não vou desistir e não vou deixar você desistir!!
__ E o que pretende fazer Harry?? Mostre uma solução e eu ficarei encantada em segui-la!!
O menino-que-sobreviveu ficou calado.
__ Foi o que eu pensei... Com licença, eu vou pro dormitório.
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Seis da tarde. Começava a escurecer e Fayth começava a tremer. Tinha ficado sozinha em seu quarto o dia todo e a quietude da casa não era bom sinal.
__ O que eles estão aprontando? – ela resmungou, enquanto roía as unhas compulsivamente.
Como se respondesse à sua pergunta, a porta se abriu, revelando um Comensal encapuzado. Imediatamente ela começou a agir como louca.
__ Viva... Viva... Viva a sociedade alternativa!! Se eu quero, e você quer, tomar banho de chapéu, ou esperar Papai Noel, ou discutir Carlos Gardel então vá... Faça o que tu queres, pois é tudo da lei, da lei...
O Comensal entrou e a pegou pelo braço, enquanto ela dançava para disfarçar a tremedeira.
__ Eu vou pra maracangáia, eu vou...
Ao sentir um leve aperto em seu braço, Fayth reconheceu a mão leve e um pouco suada de Bellatrix Lestrange. Quase sentiu ternura pela mulher que cuidou dela durante todo aquele tempo. No fundo, teria ela sido enganada por Voldemort? Resolveu, disfarçadamente, demonstrar sua gratidão.
__ A Bella é legal, ela cuida de mim, me leva pra passear, dança comigo, brinca comigo...
__ Ah, cale a boca, Fayth... – a voz dela saiu tão engasgada e trêmula que Fayth não resistiu. Abraçou Bellatrix com força.
__ Eu vou ajudar o Tom, Bella. Não chora, eu sei que você gosta do Tom. O Tom é legal e eu vou ajudar ele porque a gente deve ajudar gente legal. – a cada palavra Fayth se impressionava com sua própria atuação. – E depois eu vou sair voando, voando...
__ Vai ver você é mesmo um anjo... – Bella murmurou bem baixinho, mas a menina ouviu.
Elas terminaram o percurso em silêncio, com exceção de algumas "crises" de loucura de Fayth.
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__ O tempo... Está acabando... – Anna murmurou. Ela e Harry estavam sozinhos no escritório de Dumbledore, o lugar mais seguro da escola.
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A lua já ia alto, enquanto Fayth rodava incessantemente, tentando descarregar o nervosismo, o que não era notado, já que todos pensavam que ela era louca.
Um pedaço da fraca luminosidade da lua entrou pela clarabóia e iluminou o salão escuro.
Voldemort se ergueu de sua cadeira, onde esperava.
__ Está quase na hora.
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__ Vai começar... – Anna apertou a mão de Harry, amedrontada.
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Faltavam milímetros para a lua se encaixar perfeitamente no formato da clarabóia. Foi aí que Fayth resolveu deixar pra lá. Parou, estática, olhando para Voldemort, que se postava diante dela, a uma distância de dois metros.
__ Que se inicie a tranferência!!! – Voldemort gritou.
Então Fayth sentiu uma dor dilacerante e alucinante. Nada pelo que passara jamais foi sequer parecido.
A sensação era de que seu corpo estava se abrindo na altura da barriga e que garras forçassem a saída de dentro de para fora de sua barriga.
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Anna tinha se jogado no chão e se contorcia de dor. Harry tentava fazer alguma coisa, mas não tinha nada a ser feito.
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Quando Fayth percebeu que se deixasse mais um pouco iria acabar e Voldemort conseguiria, se revelou. Sorriu diabolicamente olhando para o homem de olhos vermelhos à sua frente, que estava de braços abertos, esperando o poder do Algoz.
__ Sinto muito, Tom Servoleo Riddle... – ela disse, com uma voz rouca, mas muito audível. – Mas não vai ser desta vez que sua ânsia de poder vai ser saciada.
Voldemort olhou aterrorizado para a menina, que, rapidamente, fechou os braços em torno de si e pulou para fora da luz da Lua.
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Anna parou de se contorcer e permaneceu inerte no chão. Harry olhou assustado para ela. Tinha acabado?
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Fayth não entendeu o porquê de ainda estar viva, mas, apesar de a sensação de estar sendo cortada ainda não ter passado, ela percebeu que tinha um poder maior do que jamais imaginara. Apesar da confusão que estava sua mente, não perdeu tempo.
Ela poderia mata-lo, mas isso seria condenar sua alma eternamente. Matar três pessoas, não importa quem fossem, aí não haveria penitência que salvasse sua alma.
Ao invés disso, fê-lo voar para longe dele e fez sua varinha se esfarelar, vendo, prazerosamente, a poeira voar para longe.
Depois olhou para a única Comensal presente, Bellatrix, que tremeu ao sentir o olhar, que chegava a ser mais maligno que o de seu mestre.
__ Não vou te machucar, Lestrange. Não esqueci o que fez por mim.
Ao dizer essas palavras, aconteceu algo estranho. Fayth pareceu ter literalmente explodido, e logo não havia nada ali.
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__ Anna...? – Harry sacudiu o ombro da menina, que deu sinal de vida.
__ Harry... – sua voz era quase inaudível, mas, ao perceber que ela ainda vivia, Harry a abraçou tão forte que ouviu sua coluna inteira estalar.
__ O que aconteceu...? – a menina perguntou.
__ Eu não sei, mas você está viva, e é isso que importa... – ele apertou um pouco mais o abraço.
__ E a Fayth?
__ Não tenho nem idéia.
A porta praticamente explodiu quando Rony e Hermione irromperam na sala.
__ VENHAM RÁPIDO, É A FAYTH!!! – eles berraram ao mesmo tempo, agarrando os dois pelos braços e arrastando-os rapidamente.
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Uma forte explosão foi ouvida no pátio do colégio, onde Draco, Rony e Hermione permaneciam, no mais absoluto silêncio, até o ocorrido.
__ Mas que... – Draco começou a resmungar quando viu Fayth, encolhida e trêmula no chão. – FAYTH!!!! – sem perder nem um segundo correu até a menina e, pegando-a nos braços se dirigiu à Ala Hospitalar.
__ Impossível... – Hermione murmurou.
__ NÃO FIQUEM AÍ PARADOS, SEUS IDIOTAS!!!! CHAMEM POTTER, FOSTER E DUMBLEDORE, RÁPIDO!!!!!!! – Draco berrou, antes de sumir no fim do corredor. Rony e Hermione não perderam tempo.
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__ Mas não é possível, era pra ela ter morrido! – Hermione murmurou para Rony. – Não que eu quisesse isso, mas o lógico seria isso!
Draco, Harry, Rony e Hermione estavam do lado de fora da Ala Hospitalar, esperando por notícias. Por qualquer notícia.
Madame Pomfrey finalmente deu sinal de vida, fazendo o loiro e o moreno se levantarem de supetão.
__ COMO ELA ESTÁ??????? – eles berraram em perfeita harmonia.
__ Bom... A senhorita Foster já está totalmente recuperada.
Harry, que deveria ter festejado a notícia, esperou para ver o que ela diria de Fayth.
__ Mas temo que... A senhorita Kvar não sobreviva. A sobrecarga de poder que seu corpo recebeu é maior que qualquer ser humano possa suportar. É um milagre ela ter suportado até agora.
__ MERDA!!!!!! – Draco explodiu. – POR QUÊ????? POR QUE VOLDEMORT TINHA QUE EXISTIR E DESTRUIR A COISA QUE EU MAIS AMO NESTE MUNDO???????
__ Mas ela está consciente e deseja vê-lo, senhor Malfoy. – Papoula ignorou a demonstração de fúria e revolta do garoto.
Sem perder um segundo sequer, Draco invadiu a Ala Hospitalar, mas o que viu estava além de sua compreensão de magia.
Anna brilhava em tons vermelho e dourado e pairava ao lado de Fayth, que brilhava em verde e prata.
__ POTTER!!!!!!! – ele gritou, sem controlar o impulso.
Harry entrou e ficou terrificado com a cena. Elas não pareciam humanas, pareciam seres místicos maravilhosos.
Anna olhou para os garotos, que olhavam, estupefatos, para a cena.
Quando as duas seguraram a mão uma da outra, uma explosão tão forte foi ouvida por todo o castelo e uma luz ofuscante tomou conta de toda a Ala Hospitalar.
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Hogwarts. Lar de tantas pessoas e mistérios.
Lar de tantas lendas... Lar de tantas alegrias e tristezas.
Hoje o dia era particularmente alegre. A turma do sétimo ano se formaria, dois anos após a paz entre Grifinória e Sonserina ser totalmente estabelecida. A rivalidade agora só se estendia ao Quadribol, mas era natural, assim como Lufa-Lufa e Corvinal.
O dia que isso ocorreu ganhou tantas versões que jamais se soube o que realmente aconteceu na Ala Hospitalar naquele dia. Ninguém a não ser Harry Potter e Draco Malfoy. Mas estes jamais disseram uma palavra.
Porque ela pediu. "Só na formatura!", fê-los prometer. E eles cumpriram. Por dois anos e três meses guardaram o mais absoluto sigilo.
Claro que o diretor sabia, mas este sabia de tudo e tudo escondia.
Tudo estava pronto para o discurso dos dois, que, depois daquele dia, se tornaram melhores amigos (o que causou um certo ciúme da parte de Rony, mas ele logo entendeu. Destino...). O discurso tão esperado, que colocaria tudo em pratos limpos.
Então Dumbledore, calmamente, sentado em seu lugar na mesa dos professores, acenou para eles, dando sinal verde para que soltassem tudo.
Do palco, Harry lançou um olhar para Anna, sua noiva (sim ela só tinha treze anos, mas e daí?), que sorriu para ele.
Após lançarem o feitiço Sonorus em suas gargantas, os dois se prepararam para começar.
__ Boa noite, senhoras e senhores, professores e professoras. – Harry saudou os colegas e os mestres.
__ Finda mais um ano e mais uma turma de bestas, quer dizer... De bruxos e bruxas se despede desta escola. – Draco brincou.
__ Mas nós dois não poderíamos sair daqui sem cumprir uma promessa.
__ Contar pra vocês todos o que aconteceu na Ala Hospitalar, dois anos atrás.
E iniciou-se a narração.
FLASHBACK...
Quando a luz se extinguiu, Anna segurava nas mãos um pequeno demônio, que se debatia e berrava.
__ Tu não mais destruirás vidas, Algoz. – sua voz estava etérea e ecoava pelas paredes. – Porque agora, eu te destruirei!
Instantaneamente ele começou a pegar fogo e a se desfazer nas mãos de Anna, que permanecia brilhando em vermelho e dourado.
Em pouco tempo o Algoz havia sido destruído.
__ Onde está Fayth??? – Draco perguntou, com a voz engasgada.
__ A serpente prata de olhos verdes abriu asas e se entregou à liberdade da alma. – Anna respondeu, não parecendo ser Anna de verdade.
__ NÃO!!!! – ele berrou, sucumbindo à própria tristeza, chorando compulsivamente.
__ Mas sua essência ficou e contigo permanecerá. Olhes em sua cama e verás.
Harry, ao ver que o garoto não conseguiria, pegou-o por debaixo do braço e o ajudou a chegar perto da cama, onde repousava um pingente de uma serpente de prata com olhos de esmeraldas.
Então, como por um pedido atendido, o espírito de Fayth tocou a mão trêmula de Draco, que alcançava a serpente, que era grande como um medalhão.
__ Não chora, Draco... Eu estou livre!
__ Droga, Fayth, por quê??
__ Se eu tivesse escolhido a vida, aquele demônio ficaria eternamente dentro de mim, até que eu, um dia morresse, e passasse o Algoz para outra pessoa. E muitas pessoas continuariam a sofrer.
__ Mas e o meu sofrimento??? Ele não conta pra você????
__ Eu seria a pior das pessoas se continuasse viva, Draco... Eu prendi o mal absoluto dentro de mim. Eu me tornaria o mal absoluto. E você, em breve, sofreria ainda mais do que sofre agora.
__ Impossível, Fayth! É impossível sofrer mais do que isso!!!
__ Me prometa que vai seguir em frente, Draco. Eu te amo tanto... Quero tanto que você seja feliz...
__ COMO VOU SER FELIZ SEM VOCÊ??????
__ Você vai ser feliz. Mas prometa que vai seguir em frente.
Eles seguraram a serpente juntos.
__ Eu... Não sei se vou conseguir...
__ Eu sempre estarei com você.
Ela desapareceu, deixando Draco no vácuo.
Harry colocou a mão no ombro do rapaz, que, jogando pro inferno a rixa entre eles, abraçou o moreno e chorou como criança.
__ Como eu vou seguir em frente, Potter??? Eu a amo demais!!!!!
__ Justamente por isso vai seguir em frente, Malfoy. Porque a pessoa que você mais ama fez você prometer isso.
FIM DO FLASHBACK
O Salão estava no mais absoluto silêncio, com exceção dos soluços de pessoas mais emotivas.
__ Bom, a senhorita Foster nos fez prometer só contar o que aconteceu na nossa formatura. Promessa cumprida. – Draco falou, com naturalidade. – E não, eu não superei, mas segui em frente. Promessa cumprida. – ele apertou o pingente que estava pendurado em seu pescoço.
__ De qualquer forma, esta é uma noite de alegria. A partir de agora as Esquisitonas vão nos entreter e eu não quero ver ninguém parado! – Harry encerrou o discurso, descendo do palco, sendo seguido por Draco.
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Draco saía da Estação 9 ¾ pela última vez. Acenou para Harry, que ia ao encontro de Sirius (inocentado após a destruição de Voldemort, no sexto ano e casado com Bellatrix Lestrange, agora Black, que se arrependeu de tudo o que fez quando Fayth morreu) e foi ao encontro de seu pai, que o aguardava.
Andaram em silêncio, saíram da Plataforma, quando Draco esbarrou em alguém, que carregava alguns livros, derrubando-os no chão. Abaixou-se para ajudar a recolher os livros, sem olhar para o rosto de quem era.
__ Desculpa, eu estava distraído... – ele tentou se desculpar.
__ Não, a culpa é minha, eu sou muito desastrada.
Draco tremeu. Aquela voz era inconfundível. Olhou para frente e viu o mesmo rosto, um pouco mais velho – aliás, bem mais velho – escondido por um par de óculos finos, os mesmo cabelos, soltos e esvoaçantes, os mesmos olhos cor-de-mel...
__ Fayth???
__ Fayth? Desculpe, meu nome é Sarah. Nós nos conhecemos?
__ Não, não... Pensei que fosse outra pessoa... – ele baixou os olhos.
__ Vem de Hogwarts? – ela sorriu.
__ Sim. Último ano.
__ Que coincidência, eu também! Qual era sua casa?
__ Sonserina.
__ Eu era da Corvinal. Meu pai é professor lá na escola, sabe? Ele também era da Sonserina quando jovem.
Uma nova centelha de esperança se acendeu dentro de Draco.
__ John? John Telford??
__ É, ele mesmo. Como adivinhou?
__ Você é Sarah Telford???
__ Sou... – ela se assustou um pouco com a reação dele, e mais ainda quando viu a próxima reação dele.
Sem segurar o impulso, Draco beijou os lábios de Sarah, com tanta intensidade, que ela mal teve reação, a não ser corresponder.
__ Dois anos... E três meses... – ela murmurou. – E eu pedi pra você seguir em frente!
__ Ninguém mandou você voltar e aparecer pra mim!! – ele tornou a beijá-la. – E no final das contas eu segui em frente. Eu namorava Fayth Kvar. Agora pretendo namorar Sarah Telford.
__ Eu disse que estaria sempre com você.
__ Mas e Anna? – ele perguntou.
__ Ela sempre soube, óbvio. Continuamos irmãs, como sempre. E ela me ajudou a guardar este segredo. Era um presente pra você.
__ Por que demorou tanto a me dar esse presente???
__ Porque é presente de formatura! – ela riu e saiu correndo, sendo perseguida pelo loiro.
__ Eu não vou perguntar como isso é possível. – ele disse, depois de alcançá-la. – Mas que um dia você vai me contar, ah vai.
__ Quem sabe?
Mas aí será outra história...
FIM
AAAAAAAAIIIIIIIIIIII, eu não resisti!!!! Era pra ela morrer, mas eu não resisti!!! Ela é tão eu... E eu amo tanto aquele loiro platinado de olhos azuis...
Vocês não podem me culpar!!!!!!! Ele é tão TDB!!!!!!!!!
Bom, acho que é isso... acabou... Quanto a uma história explicando o que aconteceu, eu duvido... Imaginem vocês. Se é que pretendem...
Beijus pra todos que tiveram a santa paciência de ler isso e que disseram ter gostado (se for mentira, não me contem, tá?).
E BEIJÃO, pra minha maninha querida, que eu amo e que eu sei que me ama demais!!!!
That's all folks... I see you next fiction! Bye!!!!!
