O CAMINHO DE VOLTA - EPÍLOGO - Para sempre, entre as árvores douradas do outono...

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Comentários Inicias:

Epílogo, o final do final, para quem fica esperando algo mais além... Trilha de Peter Ratzenbeck - Clairvoyance, música instrumental de violão...

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Deitada, escutava o som do farfalhar das árvores. "Consegui", pensou, enquanto intimamente sorria e começava a abrir os olhos, mas um clarão a obrigou a fechá-los. Nova tentativa, e aos poucos os vultos distorcidos foram se transformando em galhos com folhas douradas que se desprendiam, flutuando com o vento. Acima dos galhos, o céu azul de outono ((ver cap. 3)) colorido em tons laranja, provavelmente de um entardecer. O vento soprava fazendo com que os galhos roçassem uns nos outros, produzindo um som gostoso de ouvir, que lhe enchia o espírito de paz. Sentiu a grama à sua volta, pontilhada de minúsculas flores brancas. O vento fazia a grama se agitar também, espalhando um perfume doce no ar. Respirou fundo e levantou, ainda encantada com o lugar onde estava. Tudo lhe parecia tão familiar! Talvez fosse a atmosfera de seus sonhos. Olhou entre as árvores e um brilho dourado bastante conhecido lhe chamou a atenção. Caminhou como se não sentisse o chão aos seus pés, o coração palpitante querendo sair-lhe pela boca. Parou.

Aquela mesma figura serena, numa túnica clara, sentado em posição de meditação. Não quis atrapalhá-lo e sentou silenciosamente ao seu lado, fechando os olhos e assumindo a mesma postura. Sorriu lembrando que na primeira vez que o tinha visto, pensou que o brilho fosse de uma Armadura de Ouro, mas na verdade o brilho dourado era resultado dos raios de sol que se refletiam nos cabelos de Shaka.

"Você não deveria estar aqui, Marine."

"O mesmo vale para você, Shaka."

"Este era meu destino. Mas você..."

"Não tente discutir. Há muito tempo decidi que meu lugar era ao seu lado."

Shaka não respondeu. Ao invés disso, levou sua mão lentamente até a mão dela. Marine estremeceu ao toque, mas nenhum dos dois saiu de suas poses de meditação. Demorou até que voltassem a conversar.

"Shaka..."

"Sim!?"

"Uma vez, ouvi que a eternidade consistia em voltarmos ao momento mais feliz de nossas vidas para podermos vivê-lo para sempre. Compreendo porquê estou aqui, mas não pensei que você..."

"Não seja boba!"

"Então aquele também foi o omento mais feliz da sua vida!?"

"Eu estou aqui, não estou!?"

Mais um momento de silêncio.

"Marine..."

"Sim!?"

"Eu te amo... Sei que você sabe disso, mas eu precisava dizer..."

Mas não precisava. Há muito tempo já faziam parte um do outro. Uma lufada de vento passou pelos dois que ainda estavam sentados lado a lado de mãos dadas, desfrutando serenamente da eternidade.

As folhas secas foram suspensas pelo vento e levadas para o céu azul tingido de laranja, ao mesmo tempo em que Lune, Amy, Marin e Athena despertavam de seus sonhos. O dia ainda não clareara, e uma estranha paz queimava no interior de seus corpos. "Eles estão bem", pensaram, enquanto fechavam novamente os olhos.

De algum lugar com árvores de folhas douradas, Shaka e Marine sorriam. Não precisavam mais de pressa, não tinham mais preocupações: tinham um ao outro apenas.

Finalmente.

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Considerações Finais:

Agradecimentos especiais às pessoas que me incentivaram a continuar a fic... Como andam rodando boatos pela net sobre os Cavaleiros de Ouro terem virado pedra depois de "unirem seus poderes ((huhuhu!))" para destruir o Muro das Lamentações, imaginei que eles tinham realmente morrido, a não ser que a consciência ((ou alma)) dos pobres coitados ainda resida nas estátuas de pedra... Falando nisso, se for verdade, tanto a estátua do Shaka quanto a do Kamus são minhas e ninguém tasca!!! Imaginaram que maravilha no meu jardim!?