CAPÍTULO 04 - O que ele quer...
- O que será que deu no Malfoy naquela hora? – Perguntou Hermione cismada com a história, que se tornara motivo de burburinhos por tantos os cantos, enquanto o trio caminhava para a primeira aula do dia, transfiguração.
- Não sei! – Respondeu Harry, também morto de curiosidade, mais tarde iria dar um jeito de perguntar o porquê.
- Vai ver endoidou de vez – Arriscou Rony com um risinho no rosto – Nunca bateu bem da cabeça mesmo!
- É, deve ser isso! Por que se não, por qual outro motivo ele ia brigar com a namoradinha dele!
- Ela não é a namorada dele! – Retrucou Harry automaticamente sentindo uma pontada de inveja "Eu sou o namorado dele! Nossa, que estranho pensar assim! Hum, mas até que soa bem!" Riu.
- Que não seja, mas é o que todos dizem! – Disse Hermione dando de ombros.
A aula correu monótona e extremamente estressante, a professora ainda transtornada com o incidente ocorrido no café da manhã, estava áspera com os alunos e estritamente exigente, todos, sem exceção, tinham que transformar uma taça azul em uma borboleta de porte médio preta. Até aquele instante, poucos estavam tendo sorte, apenas Hermione e Parvati haviam conseguido.
- Não adianta! – Lamentou Rony com a voz chorosa, escorregando os dedos pelos fios ruivos, deixando-os em pé, dando-lhe um ar rebelde – A minha fica preta transparente, mesclado com azul pavão! Argh, ridículo! Hermione... – Prolongou o "e" no final – Ajuda o seu namoradinho, vai!
- Ronald Weasley – Advertiu ferina, estirando o dedo na frente do rosto do garoto – Preste mais atenção na aula da próxima vez!
- Mas amoreco...
- Nada de "amorecos" para cima de mim! Anda, está perdendo tempo...
Quando deu o sinal, todos se sentiram aliviados, porém quando Minerva percebeu a alegria correr pelo local, adicionou, além da transformação dada em sala de aula, mais uma como lição de casa. Hermione e Parvati, juntas, conseguiram dez pontos para Grifinória.
A segunda aula foi de feitiços, prof º Fliwick ensinava a poção Dracrulus, a qual te transformava qualquer ser vivo em dragão por uma hora, quanto mais sangue de morcego tivesse maior o dragão que você se transformaria. Ninguém conseguiu entender por que o professor de feitiços ensinava uma poção em sua aula, talvez fosse porque era necessária a varinha para meche-la de modo correto. Neville sem querer tomara uma pequena quantidade de sua própria poção para ver se estava no ponto, se transformando assim, em um pequeno dragãozinho cor de mostarda, com listras azuis e rosas percorrendo a extensão de seu corpo. Pela ponta de seu rabo bifurcado, foi levado por Simas até a enfermaria, batendo hesitante suas asinhas pontudas.
A última aula fora trato das criaturas mágicas, ultimamente a preferida de Harry. Estavam aprendendo sobre os Kuhoras, lagartos de mais de dois metros de largura e oitenta centímetros de altura, semitransparentes que viviam nos rios e oceanos, ou então, em qualquer lugar com água. Tinham que ser alimentados com carne fresca de frango, para a cor de suas peles mudarem de cândidas para um vermelho claro, mais para rosa. Harry não prestava atenção na aula, naquele pátio havia outro branquinho que ele queria ver e não o um bicho esquisito. Sem notar, seu lagarto mudara para verde e depois para amarelo alaranjado, o bicho retorceu os olhos e então, com um último rugido, explodiu em milhares de pedacinhos, atingindo as pessoas ao redor com suas entranhas verdes pegajosas. Draco não pode conter o riso ao ver um Harry cego, por causa do óculo sujo bater em Lilá de cócoras derrubando-a de cara no bicho, empurrando-o para o lado, que saiu correndo derrubando milhares de alunos aparvalhados. Hermione pisara no rabo de um dos bichos com toda a confusão, que enfurecido enfrentou-a correndo atrás dela, mordendo a barra de sua saia, Rony tentara ajuda-la, mas o bicho o mordera, achando mais suculenta uma carne fofinha do que uns trapos que prendiam e machucavam os dentes.
- Harry o que você aprontou? – Perguntou Hagrid apavorado, correndo os olhos pelo campo de batalha – Não acredito! Você deu a ele uma asa do frango! – Ele ergueu as mãos a cabeça, tristemente – Tadinho, morreu engasgado!
- Explodindo!? – Retrucou Harry limpando os óculos melados nas vestes – Quem é que morre engasgado explodindo?
- Eles ué? – Balbuciou o gigante como uma criança birrenta, correndo atrás dos que restavam para prendê-los.
A classe foi liberada meia hora antes do término da aula, para que assim os alunos pudessem tomar um bom banho ou então, irem para a enfermaria, cuidar de mordidas, chifradas e arranhões.
- Nossa! Estou fedendo! – Disse Hermione fazendo uma cara de repugnância para as próprias vestes, agora esverdeadas – Aquele bichos são terríveis!
- Tadinho do Rony... – Comentou Harry balançando a cabeça negativamente – O bicho o mordeu de jeito, a perna dele ficou toda machucada... Ui, não queria ser ele!
- Hum, pobre do meu Roniquinho! – Disse Hermione melosa, a voz não ornava com sua cara sarcástica – Não ria dele Harry! – Disse dando uma cotovelada dolorida nas costelas do garoto.
- Ai, ai calma Hermione – Gargalhava – Mas a cara dele era muito boa e o "Socorro mamãe tem um bicho atrás de mim, ah!" Foi melhor ainda!
- Como você é ruim Harry! No pânico sempre falamos bobeiras, e você sabe disso!
- Mas a bobeira dele foi excepcional!
* * *
Harry e Hermione desceram juntos para o almoço, Rony já os esperava sentado na mesa, com a cara fechada. Sua a perna estava enfaixada do tornozelo até a virilha, encarando o prato de comida, como se pudesse matar algo já morto.
- Que foi amor? – Perguntou Hermione docemente sentando-se ao lado do rapaz.
- Olha para o prato! – Disse amargo mostrando com a mão um belo frango defumado no centro da mesa, que emanava um delicioso cheiro de dar água na boca – Não acredito nisso! Parece que acertaram em cheio!
- Ah! Tadinho do meu Roniquinho! – Disse Hermione dando um beijo de leve nos lábios de Rony, que desfez por um momento a carranca.
Estavam quase no final do banquete quando Harry viu Snape, seu odiado professor de poções, chamar da mesa principal o seu amado Draco para a tal conversa particular. O fato de pensar nos dois sozinhos por aí conversando, fez crescer dentro de seu peito uma pontada fria de inveja e ciúmes, queria a qualquer custo saber sobre o que iriam conversar. Pacientemente esperou os dois saírem pelo portal, aparentemente numa relação amigável, entornou o suco do cálice, sem desviar seu olhar da porta que se fechava.
- Hei vocês! – Se dirigiu ao casal que se beijavam ao seu lado, se soltaram vermelhos com o flagra – Eu vou dar um pulo na torre da Grifinória, já volto!
- Fazer o quê
- Depois eu conto Rony! – Já ia se levantando quando se lembrou de algo – Ah, e podem continuar a fazer aquilo, ok? – O casal corou a principio, mas assim que Harry foi, voltaram a se beijar.
Harry saiu apressado, Snape e Draco já deviam estar muito longe dele agora, pois já não podia mais ver seus semblantes, apenas ouvia seus passos, que ecoavam nos corredores, podia também ouvir os murmúrios de Snape, e as defesas de Draco que dizia insistentemente que a culpa fora de Pansy, e que ele não fizera nada, mas mesmo assim Snape o condenava por tê- lo obrigado a retirar quarenta pontos da própria casa. Foi então que Harry teve a impressão de estar chegando mais perto, ou talvez fosse apenas Draco gritando mais alto, pois ouvia toda a conversa com mais perfeição que antes.
- Não me culpe por causa daquela magrela! – Dizia Draco soando desesperado e frustrado pelo comportamento do professor – Aquela maluca vive dizendo que eu...
- Quieto Draco! – Harry estranhou o modo de tratamento do professor ao aluno, afinal, que intimidade era aquela? – Não era esse o assunto principal que eu queria conversar com você!
- Então qual é?
- Entre aqui, lá dentro eu te conto! – Ouviu-se a voz áspera de Severo.
Amedrontado Draco entrou calado na sala que lhe era indicada, aproveitando para olhar tudo ao seu redor, inspecionando cada detalhe, desde os mais chamativos objetos até os míseros quadros trouxas. Era um grande e belo aposento, com diversas estantes, todas de mogno, que contornava boa parte das paredes creme. Cada uma delas era abarrotada de livros e pastas de papelão, pesadas cortinas de veludo verde cobriam as untuosas janelas de vidro escuro, o que deixava a sala um pouco tenebrosa. Toda a iluminação da sala vinha de um único abajur, não muito pequeno, localizado na borda da escrivaninha rústica, que ficava encostada na única parede desocupada. A sua frente havia duas cadeiras no mesmo estilo almofadadas. Do outro lado havia uma grande e imponente poltrona de linho, Snape se sentou nela.
- Sente-se senhor Malfoy! – Disse suavemente apontando com um gesto as cadeiras, o menino obedeceu rapidamente – Há algo muito sério a tratar com o senhor!
- Posso saber qual? – Arriscou Draco estralando os dedos.
- Primeiramente me chame de Severo – Pediu apoiando os cotovelos na mesa, ficando assim, mais perto do garoto - E o assunto a qual quero tratar é sobre os seus encontros escondidos a noite!
Um arrepio gélido percorreu a espinha de Draco, que sentiu os pelinhos de sua nuca eriçarem, será que havia ouvido direto? Encontros? Tentava se convencer que ouvira errado.
- De qual encontros o senhor está falando? – Não entendia como seu coração podia ter acelerado tão rapidamente, porém ainda conseguia manter a voz calma, como se isso adiantasse algo naquela hora.
- Não se lembra Sr.Malfoy? Estou me referindo aos seus encontros secretos! Aqueles com o Sr. Potter se não me engano! – Disse sarcástico, mudando rapidamente de expressão ao se levantar socando a mesa – Ou você acha que eu não sei? – Gritou.
- O senhor deve ter visto outra pessoa...– Sua voz oscilava – Eu nu... Nunca me encontrei com o Potter!
Severo soltou uma gargalhada fria, seus olhos negros brilhavam de malícia, era incrível como o pavor do menino o tentava, lembrava tanto a mãe, o jeito doce e casto, escondido pela mascara de arrogância e frieza, a terrível frieza que não deixara ele se aproximar dela.
- Não, não era outra pessoa! E sim você e o Potter... Dormindo grudados, naquela sala abandonada, com os corpos nus enroscados indecentemente um no outro... Com as malditas roupas esparramadas pelo longo do chão! Eu vi sim! Vi perfeitamente as vestes da sonserina largadas e a da Grifinória sobre vocês! – Ele dizia alto, mas ainda não gritando – Eu posso lhe assegurar que cheguei perto o suficiente para ver de quem se tratava! Diga-me que não é verdade! Prove o contrário e eu te deixo ir!
Draco apenas abrir e fechar os lábios sem nada proferir, queria falar algo a sua defesa, mas sua voz havia se perdido no fundo da garganta, e afinal de contas, que argumentos poderia utilizar? Era tudo a mais pura verdade, o professor vira e sabia de seu segredo, o que ele podia fazer? Continuar a negar e negar? Isso com certeza só irritaria o homem.
- Professor, o... O que pretende fazer? – Indagou tentando parecer tranqüilo.
- Se você for um menino bonzinho, guardo segredo a sete chaves, se não... – Ele voltou a se sentar em sua poltrona, recostando-se nela confortavelmente, com um sorriso diabólico estampado na cara – Seu pai vai ter uma surpresinha! – Riu ao ver a cara de incredulidade feita por Draco, que assumiu uma coloração pálida como giz, com os olhos gris arregalados e cheios de temor – Tem idéia do que quero menino?
- Não...? – Respondeu quase que com uma pergunta – O que o senhor quer?
- De um a dois dias por semana à noite e talvez alguns dias a mais, junto com feriados logicamente!
- Para que? – Indagou sem entender onde o homem queira chegar – O que está planejando?
Mais uma risada pastosa e arrastada, que inocente, igualzinho a mãe.
- Ter você para mim, horas! – Gritou sério olhando profundamente – Sua mãe, minha eterna amada, morreu! – Pausa – Pior, morreu longe de mim, longe dos meus olhos, do meu carinho, preferiu seu pai, aquele menino ambicioso e egoísta, em vez de me querer, o único que realmente a amava... Ela me esnobava, fingia que eu não existia, sei que era por puro temor, pura proteção, mas não posso ficar sem nada! Estou de olho em você há tempos... Só não me aproximei antes por ainda ter a ilusão e esperança que algum dia ela poderia voltar a ser minha!
- Você não faria isso! E além do mais, eu NÃO sou a minha mãe! – Redargüiu entre dentes, olhando de forma ameaçadora para o homem – Você é o meu professor e se Dumbledore souber? Com certeza vai perder seu emprego...
- Não vou, nossos encontros durarão por um mês mais ou menos, o tempo em que o diretor vai viajar... Depois a freqüência vai diminuir, mas nada demais...
Harry ouvia espantado tudo da porta, pobre Draco, estava encrencado, e tudo por sua culpa, não podia entrar na sala, estava sem a sua varinha, só ia agravar a situação se entrasse agora. Como fora burro, devia ter tomado mais cuidado, mas agora já era tarde de mais.
- É um grande lisonjeio poder ter você Draco, venha cá!
- Não vou! – Grunhiu se segurando nos braços da cadeira – Eu NÃO quero e eu NÃO vou até ai! De jeito nenhum! – Fazia questão de aumentar a voz nas negativas.
- Ah vem sim! – Irritou-se Snape socando a mesa novamente – Eu juro, por tudo que é mais sagrado, que te delato ao seu pai!
- Você jamais faria isso! Você tem medo do meu pai! – Gritou ficando em pé, apoiando-se na borda da mesa – E outra coisa! A minha mãe NUNCA te amou! Nem nunca foi sua! Por isso pare de difamar a imagem dela!
- Seu moleque petulante! – Rugiu Snape se levantando, agarrando Draco pela gola das vestes, puxando-o para frente, arrastando-o por cima da mesa.
Com a força aplicada pelo professor, Draco caiu sobre a mesa sem chance de deter a queda com as mãos, batendo dolorosamente o ombro contra ela, sendo arrastado com brutalidade até sua outra extremidade, levando junto com sigo papéis, penas e vidros de tinta, incluindo o abajur que se espatifou no chão, porém não parou de funcionar, apesar de deixar o ambiente mais escuro do que antes. Draco caiu com tudo no chão, sentindo a cabeça rodar, junto com a dor lacerante em seu corpo.
Draco ficou aos pés de Snape, que lhe agarrou pelos cabelos aos punhados, puxando sua cabeça para trás com força, fazendo com que seus olhos lacrimejassem, enquanto quase rasgava sua camisa com a outra mão.
- Ouça com atenção moleque! – Sussurrou com ódio ao pé do ouvido do garoto, e a cada nova investida de fuga do mesmo, lhe puxava o cabelo, prensando-lhe o corpo com uma de suas pernas. Draco tentava se manter apoiado em seus cotovelos – Em quem você acha que seu pai iria acreditar, heim? Em mim, um homem digno, um dos melhores mestres de poção do mundo, um alguém que, praticamente, foi o seu escravo durante a época de estudantes... Ou então em seu filho ingrato? Aquele a qual mantém relações homossexuais com o maior inimigo da família Malfoy e dos começais da morte! Aquele que fica de libertinagens pelos cantos do castelo com um Potter! – Gritou ainda mais alto do que antes deixando o garoto surdo, deitando-o no chão, curvando-se sobre o mesmo, pisando-lhe sobre o ventre – Então lhe pergunto Draco... Em quem você acha que seu pai iria acreditar?
Draco engoliu em seco. Conhecendo seu pai, com certeza ele iria acreditar em Snape. Lúcio sempre fora um homem movido à fúria, a ira, e ainda era, sem o apoio de sua mãe para fazê-lo parar e pensar, com certeza sua primeira reação ao saber da notícia, não seria ouvir e sim matar de uma vez o próprio filho, mesmo que se arrependesse depois. Draco estava encurralado, deitado desconfortavelmente no chão, prensado entre a parede e a mesa, com as pernas comprimidas, e com um pressentimento horrível do que estaria por vir.
- Responda! – Ordenou apertando a garganta de Draco contra o chão, sufocando-o.
- E... Em você! – Respondeu com dificuldade, se contorcendo no chão, tentando em vão se livrar daqueles dedos – Agora... Me... Solte!
Snape atendeu ao seu pedido, rindo vitorioso. Sem muita dificuldade, ergueu o corpo de Draco ainda amolecido pelo esforço anterior, até este ficar sentado no chão por conta própria, meio curvado para frente.
- O que me diz? Vai aceitar ou não?
Draco o olhou de soslaio, massageando a garganta dolorida, não acreditava que iria ter que fazer isso. Era uma decisão calamitosa, que podia, com certeza, mudar sua vida para sempre. Tristemente respondeu, querendo naquela hora ter pedido a língua.
-Sim... – Aquela simples palavra queimou em sua garganta, ferindo seu orgulho de forma permanente, gravando-se no fundo da sua alma assim como uma tatuagem, algo que ele levaria eternamente.
- Finalmente cedeu Sr. Malfoy? – Indagou Snape sorrindo malicioso – Realmente você carrega com sigo a reputação Malfoy: Homens duros, frios, racionais... Hum, você é até melhor que sua própria mãe, sabia? – Riu ainda mais da cara que Draco fez a menção do nome de Narcisa, agora sabia como provoca-lo e arrancar mais reações do que simplesmente mencionar o nome de Harry. Acomodou-se mais uma vez em sua poltrona, suspirou, assistindo de cima todos os movimentos que Draco fazia aos seus pés – Levante-se!
Draco pensou seriamente em responder de forma malcriada e novamente se recusar a fazer os caprichos asquerosos de Snape, porém a razão o fez optar pelo caminho que, de certa forma, seria menos doloroso, não queria apanhar novamente. Isso lhe trazia humilhação, não que ser usado não trouxesse, mas se negasse com certeza iria apanhar e ser abusado do mesmo jeito, afinal, Snape era um homem adulto, muito mais velho que ele, e conseqüentemente, mais forte também.
De cabeça baixa obedeceu Snape, parando de frente ao professor que, sem perder tempo, o agarrou pelos braços, massageando-os calmamente, sentindo os músculos contraídos com força. Aproveitando-se da distração do garoto que olhava para o teto, o puxou para mais perto, acabando por fazer Draco tropeçar em seus próprios pés.
- Venha, sente-se no meu colo – Pediu sem ter a mínima vontade de negar caso o outro disse não, para sua felicidade Draco fez o que ele mandou sem reclamar – Não, assim não!... De frente!... Isso, bom garoto!
Draco se sentia completamente constrangido, sentimento que nunca havia sentido de modo tão forte em toda sua vida, nem mesmo com Harry quando tiveram seus primeiros contatos físicos. Encontrava-se sentado sobre o colo de Snape, tendo as suas pernas dobradas para trás, uma para cada lado das do professor, sentia-se completamente estranho, o sentimento de repúdio que percorria seu corpo era horrível, tentava manter os olhos bem fechados ou então olhava para o teto. Sentia as mãos dele percorrer todo o seu corpo, lentamente desabotoando sua camisa. Snape vislumbrou deliciado todo o corpo branco e fresco de Draco a amostra.
- Não sei como deixou Potter tocar em você! – Dizia passando as mãos pelo peito e o ventre de Draco, sentindo a maciez da carne alheia, desejando cada pedacinho de pele.
Não contendo mais seus impulsos, puxou Draco com urgência pelas costas, beijando com avidez seu pescoço e peito, mordendo e lambendo cada centímetro de carne que seus lábios tocavam, vendo com satisfação a pele se arrepiar, fazendo o corpo do menino tremer, não de desejo, mas de medo. As mãos de Snape penetravam na parte de traz das calças de Draco, explorando suas nádegas, apertando-as, sentindo assim sua rigidez, movimentando-as em movimentos circulares, as abrindo e fechando, apertando com força, querendo que seus dedos perfurassem aquela pele fina, num frenesi absoluto. Draco concentrava-se me manter os olhos bem lacrados, fechados com muita força, aponto de ver tudo branco. E fez isso até mesmo quando Snape segurou com força seu rosto, beijando-o com voracidade. Podia sentir os lábios ásperos machucarem os seus, mordendo com força e sem nenhum carinho seu beiço, que começava a avermelhar pelo sangue que era retirado aos poucos dele, lutava para não deixar lágrima alguma escapar.
Do lado de fora, Harry apenas ouvia os rangidos proporcionados pela poltrona devido ao peso excessivo sobre ela, sentia-se a pior escória do mundo por não poder ajudar seu anjo loiro das garras de Snape.
Cegamente, o professor foi tateando todo o corpo de Draco até chegar aonde queria, abrindo com impaciência o cinto do garoto, que soltou uma exclamação contrariada. Com o movimento instintivo que fez para trás, pode sentir a rigidez por debaixo das vestes do professor roçar-lhe a parte de trás, será que era isso que lhe aguardava? Com certeza sim. Foi retirado de seus devaneios quando ouviu a voz de Snape se dirigir a ele.
- Vamos menino... Se dispa! – Ordenou cheio de luxúria, observando Draco abaixar a calça igual a um lobo faminto – Isso, bom garoto! Bom garoto! – Repetia com a voz rouca – Como é lindo! Hum... Delícia!
Até receber alguma nova instrução, Draco ficou parado, nu, de fronte ao professor, que seguindo o seu exemplo se levantou, retirando sua própria capa aproveitando para abrir também sua calça que se tornara um pouco apertada, retirando assim sua masculinidade para fora, deixando que a calça apenas até seus joelhos. Como se fosse a coisa mais normal do mundo, voltou- se a se sentar novamente na poltrona com as pernas bem abertas, se expondo por completo, Draco olhou-o com nojo.
- Faça igual ao que você fez com o Potter! – Mandou brincando com seu próprio pênis.
Tentando engolir o bolo que se formava em sua garganta, Draco seguiu lentamente até o professor, ajoelhando-se a sua frente, encarando com incredulidade aquilo que apontava em sua direção, que nojo! Controlando suas próprias emoções segurou firmemente o membro do professor, levando-o rapidamente até a boca, antes que perdesse a coragem. Com as mãos se concentrava em fazer movimentos rítmicos para cima e para baixo rapidamente, num vai e vem frenético e enlouquecido, enquanto com a língua estimulava a cabeça do membro de Snape, chupando-o com força, algo no fundo da sua mente dizia que Severo Snape gostava de sentir dor nestas horas, ou seja, sadomasoquismo puro. Mesmo com estas idéias absurdas atrapalhando sua concentração, continuou entorpecendo os sentidos do professor. Snape gemia muito e ria de gargalhar, tamanho o êxtase que sentia. Para Draco era ridículo ouvir o professor esgoelar-se com tão pouco, com certeza devia fazer muito tempo que não dormia com ninguém.
- Você é bom moleque... Hm... Nossa faz tempo... Que eu não me si... Sinto assim... Hm... Ai que delícia... Ah...- Snape se agarrava aos braços da poltrona com força, içando o corpo para cima, entrando mais fundo na boca do garoto.
Draco sentiu a explosão de Snape em sua boca, porém foi obrigado a continuar a estimulá-lo, pois o homem havia afundado as mãos em sua nuca, empurrando seu rosto. Quase se engasgou.
- Bom garoto, bom ga...roto! – Dizia continuamente em meio a respiração falha – Agora sente-se aqui! – mandou batendo em suas próprias cochas..
- Aí? – Perguntou incrédulo – Não mesmo! Pode esquecer... – Grunhiu se afastando do homem.
- Seu pai vai adorar saber que alguém anda por ai de...
- Tá, tá bom! – Gritou nervoso. Odiava ser chantagiado, ainda mais com uma coisa dessas.
Com um medo crescente guiou-se até Snape, virando-se de costas pouco antes de chegar até ele, quase gritou de pânico quando sentiu as mãos do homem em sua cintura o posicionando. Fechou os olhos com força e cerrou os dentes segundos antes de ser puxado para baixo.
Seus olhos se arregalaram. O membro de Snape entrou de uma única vez, de forma brutal, lágrimas escaparam dos olhos de Draco que sentiu sua carne rasgar ou pelo menos, algo bem semelhante a isso, estava doendo, e muito. O professor começou a mover os quadris para cima e para baixo, lentamente no princípio, aumentando o ritmo gradativamente, chegando a erguer mais da metade do corpo da poltrona a cada estocada. Draco não estava sentado, tinha os braços apoiados nos do sofá, com o corpo levemente dobrado para frente, era complicado se manter de pé, a dor se espalhava por todo seu corpo como correntes elétricas, era horrível, até mesmo pior do que isso, suas lamúrias e grunhidos de dor misturavam-se aos gemidos do professor. Draco gritava a plenos pulmões, sua voz ganhando uma sonoridade rouca, lágrimas escorriam por seu rosto fino e bonito, marcando-o.
Um grito ecoou pela sala, a voz de Snape assustou Harry, que estava sentado ao lado da porta, os olhos vermelhos de lágrimas, com um pulo ficou em pé, chegando mais perto da porta, querendo saber o que acabara de acontecer.
Satisfeito, o homem empurrou Draco para frente pelas costas, derrubando-o de cara no chão, soltando seu membro. Sem lançar olhar algum ao menino ferido fechou as calças e vestiu a capa, recolhendo as roupas de Draco aos pés da poltrona, jogando sobre ele.
- Pelo jeito o Potter te ensinou bem! Depois de manhã aqui, às nove horas, entendeu?
Draco não respondeu, sua garganta parecia travada. Rindo da situação, Snape acariciou a cabeça do menino, despenteando ainda mais o cabelo úmido de suor, saiu satisfeito da sala, não sem antes olhar para cada um dos lados, certificando-se se não havia ninguém. Para sua felicidade não havia ninguém, ou pelo menos quase, Harry ainda se encontrava lá, escondido atrás da armadura medieval. Assim que Snape sumiu de vista, Harry correu para dentro da sala, Draco estava de costas para ele, já vestido com as calças. O garoto mantinha-se sentado sobre as pernas arrumando a camisa, Harry, silenciosamente, chegou por trás, ajoelhando-se e abraçando-o por trás rapidamente por debaixo dos braços, beijando lhe o pescoço.
- Harry? – Perguntou fracamente, reconhecia o perfume do garoto, e também a sua delicadeza.
- Meu Draco – Sussurrou no ouvido do outro – Você está bem?
- Acho que sim – Caiu à cabeça para trás no ombro de Harry – Estou melhor agora com você aqui... Foi horrível!
- Eu sei, calma! – Deu mais um beijo carinhoso na base do pescoço do menino, seguindo pela linha do ombro – Vai ficar tudo bem, vamos dar um jeito, ok?
- Claro, mas vou ficar sem sentar direito por uma semana! – Permitiu uma brincadeirinha com um sorriso fraco.
Harry ajudou-o a terminar de se vestir, Draco estava trêmulo e seu rosto ainda carregava as marcas das lágrimas secas. Penalizado, Harry o abraçou carinhosamente apertando-o entre seus braços, o menino precisava de conforto agora. Humildemente, procurou pelos seus lábios, como era esperado, Draco se entregou totalmente, seu corpo estava mole e exausto. Harry optou por ficar com Draco o dia inteiro, naquele momento queria que a escola se explodisse.
Delicadamente, puxou o menino pelo braço sentando-se na poltrona com Draco entre suas pernas. Com os pés, Harry virou a poltrona deixando-a de costas para a porta entreaberta. Segurava Draco pela cintura fracamente, acariciando-o com o dedo, enquanto o mesmo lhe acariciava os joelhos, fazendo desenhos imaginários nele, Harry beijou-lhe os cabelos.
- Harry – Começou timidamente – Se alguém te desse a chance de se esquecer completamente do que sente por mim, você aceitaria?
- Não, lógico que não! – Respondeu rapidamente – Por que a pergunta?
- É que eu sei de uma poção... Acho que ela ajeitaria as nossas vidas.
- Que poção? – Tinha receio na voz.
- Não sei o nome – Mentiu, tinha medo que Harry descobrisse o livro em que ela estava – Li uma vez em um livro!
Harry ficou em silêncio por alguns instantes, consentia que uma poção deste feitio acabaria com o sofrimento dos dois, principalmente com o de Draco, que não teria mais que se encontrar com Snape.
- Eu não gostaria de te esquecer. – Suspirou Harry, sentindo uma pressão incomoda em sua barriga - Mas se você quiser... Eu tomo a poção com você.
- Tenho medo do meu pai e de Snape, mas... – Draco engoliu em seco – Mas eu não quero te perder! Quero você só para mim, para sempre! – Murmurou levantando os braços até estes estarem enrolados no pescoço de Harry, acariciando os cabelos negros.
- Que bom que pensa assim!
- Te amo Harry, muito, mas muito mesmo! – Disse firmemente passando os bons e os maus da poção. Era mais do que óbvio que não conseguiria viver sem o rapaz. Preferia o carinho de Harry a esquecê-lo – Você sabe disso, né?
- Lógico, nunca duvidei, Draco! Eu também te amo muito – Declarou-se – Nunca vou te deixar, e juntos vamos dar cabo do Snape, pode ter certeza!
- Obrigado! – Agradeceu, virando-se para beijar Harry. Um beijo calmo, que não passou de um simples roçar de lábios.
Draco adormeceu nos braços de Harry, um sonho sem história, sem cara, estava exausto demais até para sonhar. Era tão bom ficar junto ao menino, sentia-se leve, o calor do menino, seu perfume, sua respiração cadenciada, o confortava. Sentia-se seguro, aconchegado, sem medo, sem frio e sem fome.
Draco acordou horas depois com um pulo. Harry também havia adormecido, suas mão prendiam-no fragilmente pela cintura, a cabeça caída para o lado, apoiada de leve na sua.
- Nossa... Já são mais de seis – Espantou-se olhando o relógio de Harry – Ei Harry, acorda!
- Hã? Draco? Que horas são? O... o que aconteceu? – Perguntava desconexo, se espreguiçando como um gato – O que foi?
- Calma, ai! – Riu Draco com a confusão do menino - Já esta quase na hora do jantar!
- Não quero jantar! – Disse esparramando-se mais um pouco na poltrona – Vou ter que explicar pro Rony e para Hermione o porque eu não compareci nas aulas, e não estou com a mínima vontade de ver a cara sebosa do Snape.
- Hurg! – Draco gemeu atormentado, sentindo um calafrio lhe cobrir o corpo – Nem eu! Isso me assusta, sabia? Por mim eu não o via nunca mais!
- Eu também gostaria que isso fosse capaz, porém... Amanhã temos aula dupla com ele...
- Eu sei disso! – Sentiu um nó se formar em sua garganta – Gostaria de pertencer só a você!
- Mas você é só meu! – Retrucou virando Draco para si, encarando-o nos olhos. De forma carinhosa arrumou os cabelos do menino para trás, que sorriu lindamente para ele. Num impulso, Draco tomou os lábios de Harry, que envolveu seu corpo frágil nos braços. Meio deitado meio sentado no colo de Harry, Draco passou os seus braços pelo pescoço dele, controlando o desejo que sentia queimar dentro do peito, adoraria fazer amor com ele lá mesmo, naquele instante, mas seu corpo estava demasiado dolorido para fazer qualquer coisa.
- Eu lamento os dias em que você não era meu – Sussurrou Harry, no ouvido de Draco, roçando o rosto na face e no pescoço do garoto – Quero tê- lo sempre ao meu lado!
- Te condeno por não ter me querido antes...
- Sempre te quis... E ainda te quero! – Disse coçando o queixo de Draco como se este fosse um gato – Falando nisso, o que você via no espelho?
Draco parou para pensar por um tempo, respondendo rapidamente.
- Uma noite de insônia eu o encontrei naquela sala, não entendia a imagem que nele refletia, então voltei durante noites a fio, e só agora entendo o que ele mostrava – Draco sorriu, se aconchegando mais junto ao peito de Harry – Eu via você, para ser sincero, nós dois juntos! Pensei a principio que mostrava quem você odiava, ou então o seu rival... Depois talvez o meu futuro, foi na última noite, aquela em que nos encontramos, que li a inscrição nele, e entendi os meus sentimentos... Melhor dizendo: o meu desejo!
- Onde será que ele está? Eu sinceramente pensei que ele tivesse sido destruído assim com Dumbledore disse no primeiro ano. Par mim foi uma surpresa reencontrá-lo.
- Não sei, mas gostaria de olhá-lo novamente, pelo menos mais uma vez.
Quando deu o horário do jantar, eles saíram pelos corredores vazios, seguindo cada um para sua casa, sem ter nenhum incômodo pelo caminho, já que todos estavam banqueteando no momento. Despediram-se com um ultimo beijo, enquanto Draco descia mais algumas escadas, Harry chegava no quadro da mulher gorda.
- Peru defumado
- Senha correta – Rodou para o lado, liberando a passagem.
Harry subiu rapidamente até o dormitório, tinha que começar a pensar num modo de salvar Draco das garras asquerosas de Snape o quanto antes.
* * *
Quando chegou a masmorra, Draco correu diretamente para o banheiro, do bolso interno da capa retirou o frasco lascado, estava muito gelado, a ponto de congelar sua mão de fora para dentro com uma sensação que começava na palma, terminando nas pontas dos dedos, como milhares de agulhas entrassem em sua carne, num ritmo continuo "O que eu faço? Guardo mais um pouco ou me livro dela de vez, seria de grande ajuda no momento... Harry aceitou toma-la! Mas não quero perdê-lo, ele é a única coisa que tenho, o ser mais valioso que possuo!" Escorregou pela parede, sentando-se no chão úmido, contemplou a garrafinha "Valeria a pena fazer isso? Sei que dei minha palavra contra a bendita, estou me arriscando tentando acabar com o Severo, mas... Ah meu Deus! E agora, o que é melhor!?" Rodou-a entrem os dedos, era bem pequena e fina, sem pensar mais, num impulso, a arremessou violentamente contra a parede, a estilhaçando em milhares de pedaços cristalinos, com um barulho seco. Na parede escorria um liquido rubro e espesso, que foi congelando aos poucos antes de chegar ao chão.
Continua...
- O que será que deu no Malfoy naquela hora? – Perguntou Hermione cismada com a história, que se tornara motivo de burburinhos por tantos os cantos, enquanto o trio caminhava para a primeira aula do dia, transfiguração.
- Não sei! – Respondeu Harry, também morto de curiosidade, mais tarde iria dar um jeito de perguntar o porquê.
- Vai ver endoidou de vez – Arriscou Rony com um risinho no rosto – Nunca bateu bem da cabeça mesmo!
- É, deve ser isso! Por que se não, por qual outro motivo ele ia brigar com a namoradinha dele!
- Ela não é a namorada dele! – Retrucou Harry automaticamente sentindo uma pontada de inveja "Eu sou o namorado dele! Nossa, que estranho pensar assim! Hum, mas até que soa bem!" Riu.
- Que não seja, mas é o que todos dizem! – Disse Hermione dando de ombros.
A aula correu monótona e extremamente estressante, a professora ainda transtornada com o incidente ocorrido no café da manhã, estava áspera com os alunos e estritamente exigente, todos, sem exceção, tinham que transformar uma taça azul em uma borboleta de porte médio preta. Até aquele instante, poucos estavam tendo sorte, apenas Hermione e Parvati haviam conseguido.
- Não adianta! – Lamentou Rony com a voz chorosa, escorregando os dedos pelos fios ruivos, deixando-os em pé, dando-lhe um ar rebelde – A minha fica preta transparente, mesclado com azul pavão! Argh, ridículo! Hermione... – Prolongou o "e" no final – Ajuda o seu namoradinho, vai!
- Ronald Weasley – Advertiu ferina, estirando o dedo na frente do rosto do garoto – Preste mais atenção na aula da próxima vez!
- Mas amoreco...
- Nada de "amorecos" para cima de mim! Anda, está perdendo tempo...
Quando deu o sinal, todos se sentiram aliviados, porém quando Minerva percebeu a alegria correr pelo local, adicionou, além da transformação dada em sala de aula, mais uma como lição de casa. Hermione e Parvati, juntas, conseguiram dez pontos para Grifinória.
A segunda aula foi de feitiços, prof º Fliwick ensinava a poção Dracrulus, a qual te transformava qualquer ser vivo em dragão por uma hora, quanto mais sangue de morcego tivesse maior o dragão que você se transformaria. Ninguém conseguiu entender por que o professor de feitiços ensinava uma poção em sua aula, talvez fosse porque era necessária a varinha para meche-la de modo correto. Neville sem querer tomara uma pequena quantidade de sua própria poção para ver se estava no ponto, se transformando assim, em um pequeno dragãozinho cor de mostarda, com listras azuis e rosas percorrendo a extensão de seu corpo. Pela ponta de seu rabo bifurcado, foi levado por Simas até a enfermaria, batendo hesitante suas asinhas pontudas.
A última aula fora trato das criaturas mágicas, ultimamente a preferida de Harry. Estavam aprendendo sobre os Kuhoras, lagartos de mais de dois metros de largura e oitenta centímetros de altura, semitransparentes que viviam nos rios e oceanos, ou então, em qualquer lugar com água. Tinham que ser alimentados com carne fresca de frango, para a cor de suas peles mudarem de cândidas para um vermelho claro, mais para rosa. Harry não prestava atenção na aula, naquele pátio havia outro branquinho que ele queria ver e não o um bicho esquisito. Sem notar, seu lagarto mudara para verde e depois para amarelo alaranjado, o bicho retorceu os olhos e então, com um último rugido, explodiu em milhares de pedacinhos, atingindo as pessoas ao redor com suas entranhas verdes pegajosas. Draco não pode conter o riso ao ver um Harry cego, por causa do óculo sujo bater em Lilá de cócoras derrubando-a de cara no bicho, empurrando-o para o lado, que saiu correndo derrubando milhares de alunos aparvalhados. Hermione pisara no rabo de um dos bichos com toda a confusão, que enfurecido enfrentou-a correndo atrás dela, mordendo a barra de sua saia, Rony tentara ajuda-la, mas o bicho o mordera, achando mais suculenta uma carne fofinha do que uns trapos que prendiam e machucavam os dentes.
- Harry o que você aprontou? – Perguntou Hagrid apavorado, correndo os olhos pelo campo de batalha – Não acredito! Você deu a ele uma asa do frango! – Ele ergueu as mãos a cabeça, tristemente – Tadinho, morreu engasgado!
- Explodindo!? – Retrucou Harry limpando os óculos melados nas vestes – Quem é que morre engasgado explodindo?
- Eles ué? – Balbuciou o gigante como uma criança birrenta, correndo atrás dos que restavam para prendê-los.
A classe foi liberada meia hora antes do término da aula, para que assim os alunos pudessem tomar um bom banho ou então, irem para a enfermaria, cuidar de mordidas, chifradas e arranhões.
- Nossa! Estou fedendo! – Disse Hermione fazendo uma cara de repugnância para as próprias vestes, agora esverdeadas – Aquele bichos são terríveis!
- Tadinho do Rony... – Comentou Harry balançando a cabeça negativamente – O bicho o mordeu de jeito, a perna dele ficou toda machucada... Ui, não queria ser ele!
- Hum, pobre do meu Roniquinho! – Disse Hermione melosa, a voz não ornava com sua cara sarcástica – Não ria dele Harry! – Disse dando uma cotovelada dolorida nas costelas do garoto.
- Ai, ai calma Hermione – Gargalhava – Mas a cara dele era muito boa e o "Socorro mamãe tem um bicho atrás de mim, ah!" Foi melhor ainda!
- Como você é ruim Harry! No pânico sempre falamos bobeiras, e você sabe disso!
- Mas a bobeira dele foi excepcional!
* * *
Harry e Hermione desceram juntos para o almoço, Rony já os esperava sentado na mesa, com a cara fechada. Sua a perna estava enfaixada do tornozelo até a virilha, encarando o prato de comida, como se pudesse matar algo já morto.
- Que foi amor? – Perguntou Hermione docemente sentando-se ao lado do rapaz.
- Olha para o prato! – Disse amargo mostrando com a mão um belo frango defumado no centro da mesa, que emanava um delicioso cheiro de dar água na boca – Não acredito nisso! Parece que acertaram em cheio!
- Ah! Tadinho do meu Roniquinho! – Disse Hermione dando um beijo de leve nos lábios de Rony, que desfez por um momento a carranca.
Estavam quase no final do banquete quando Harry viu Snape, seu odiado professor de poções, chamar da mesa principal o seu amado Draco para a tal conversa particular. O fato de pensar nos dois sozinhos por aí conversando, fez crescer dentro de seu peito uma pontada fria de inveja e ciúmes, queria a qualquer custo saber sobre o que iriam conversar. Pacientemente esperou os dois saírem pelo portal, aparentemente numa relação amigável, entornou o suco do cálice, sem desviar seu olhar da porta que se fechava.
- Hei vocês! – Se dirigiu ao casal que se beijavam ao seu lado, se soltaram vermelhos com o flagra – Eu vou dar um pulo na torre da Grifinória, já volto!
- Fazer o quê
- Depois eu conto Rony! – Já ia se levantando quando se lembrou de algo – Ah, e podem continuar a fazer aquilo, ok? – O casal corou a principio, mas assim que Harry foi, voltaram a se beijar.
Harry saiu apressado, Snape e Draco já deviam estar muito longe dele agora, pois já não podia mais ver seus semblantes, apenas ouvia seus passos, que ecoavam nos corredores, podia também ouvir os murmúrios de Snape, e as defesas de Draco que dizia insistentemente que a culpa fora de Pansy, e que ele não fizera nada, mas mesmo assim Snape o condenava por tê- lo obrigado a retirar quarenta pontos da própria casa. Foi então que Harry teve a impressão de estar chegando mais perto, ou talvez fosse apenas Draco gritando mais alto, pois ouvia toda a conversa com mais perfeição que antes.
- Não me culpe por causa daquela magrela! – Dizia Draco soando desesperado e frustrado pelo comportamento do professor – Aquela maluca vive dizendo que eu...
- Quieto Draco! – Harry estranhou o modo de tratamento do professor ao aluno, afinal, que intimidade era aquela? – Não era esse o assunto principal que eu queria conversar com você!
- Então qual é?
- Entre aqui, lá dentro eu te conto! – Ouviu-se a voz áspera de Severo.
Amedrontado Draco entrou calado na sala que lhe era indicada, aproveitando para olhar tudo ao seu redor, inspecionando cada detalhe, desde os mais chamativos objetos até os míseros quadros trouxas. Era um grande e belo aposento, com diversas estantes, todas de mogno, que contornava boa parte das paredes creme. Cada uma delas era abarrotada de livros e pastas de papelão, pesadas cortinas de veludo verde cobriam as untuosas janelas de vidro escuro, o que deixava a sala um pouco tenebrosa. Toda a iluminação da sala vinha de um único abajur, não muito pequeno, localizado na borda da escrivaninha rústica, que ficava encostada na única parede desocupada. A sua frente havia duas cadeiras no mesmo estilo almofadadas. Do outro lado havia uma grande e imponente poltrona de linho, Snape se sentou nela.
- Sente-se senhor Malfoy! – Disse suavemente apontando com um gesto as cadeiras, o menino obedeceu rapidamente – Há algo muito sério a tratar com o senhor!
- Posso saber qual? – Arriscou Draco estralando os dedos.
- Primeiramente me chame de Severo – Pediu apoiando os cotovelos na mesa, ficando assim, mais perto do garoto - E o assunto a qual quero tratar é sobre os seus encontros escondidos a noite!
Um arrepio gélido percorreu a espinha de Draco, que sentiu os pelinhos de sua nuca eriçarem, será que havia ouvido direto? Encontros? Tentava se convencer que ouvira errado.
- De qual encontros o senhor está falando? – Não entendia como seu coração podia ter acelerado tão rapidamente, porém ainda conseguia manter a voz calma, como se isso adiantasse algo naquela hora.
- Não se lembra Sr.Malfoy? Estou me referindo aos seus encontros secretos! Aqueles com o Sr. Potter se não me engano! – Disse sarcástico, mudando rapidamente de expressão ao se levantar socando a mesa – Ou você acha que eu não sei? – Gritou.
- O senhor deve ter visto outra pessoa...– Sua voz oscilava – Eu nu... Nunca me encontrei com o Potter!
Severo soltou uma gargalhada fria, seus olhos negros brilhavam de malícia, era incrível como o pavor do menino o tentava, lembrava tanto a mãe, o jeito doce e casto, escondido pela mascara de arrogância e frieza, a terrível frieza que não deixara ele se aproximar dela.
- Não, não era outra pessoa! E sim você e o Potter... Dormindo grudados, naquela sala abandonada, com os corpos nus enroscados indecentemente um no outro... Com as malditas roupas esparramadas pelo longo do chão! Eu vi sim! Vi perfeitamente as vestes da sonserina largadas e a da Grifinória sobre vocês! – Ele dizia alto, mas ainda não gritando – Eu posso lhe assegurar que cheguei perto o suficiente para ver de quem se tratava! Diga-me que não é verdade! Prove o contrário e eu te deixo ir!
Draco apenas abrir e fechar os lábios sem nada proferir, queria falar algo a sua defesa, mas sua voz havia se perdido no fundo da garganta, e afinal de contas, que argumentos poderia utilizar? Era tudo a mais pura verdade, o professor vira e sabia de seu segredo, o que ele podia fazer? Continuar a negar e negar? Isso com certeza só irritaria o homem.
- Professor, o... O que pretende fazer? – Indagou tentando parecer tranqüilo.
- Se você for um menino bonzinho, guardo segredo a sete chaves, se não... – Ele voltou a se sentar em sua poltrona, recostando-se nela confortavelmente, com um sorriso diabólico estampado na cara – Seu pai vai ter uma surpresinha! – Riu ao ver a cara de incredulidade feita por Draco, que assumiu uma coloração pálida como giz, com os olhos gris arregalados e cheios de temor – Tem idéia do que quero menino?
- Não...? – Respondeu quase que com uma pergunta – O que o senhor quer?
- De um a dois dias por semana à noite e talvez alguns dias a mais, junto com feriados logicamente!
- Para que? – Indagou sem entender onde o homem queira chegar – O que está planejando?
Mais uma risada pastosa e arrastada, que inocente, igualzinho a mãe.
- Ter você para mim, horas! – Gritou sério olhando profundamente – Sua mãe, minha eterna amada, morreu! – Pausa – Pior, morreu longe de mim, longe dos meus olhos, do meu carinho, preferiu seu pai, aquele menino ambicioso e egoísta, em vez de me querer, o único que realmente a amava... Ela me esnobava, fingia que eu não existia, sei que era por puro temor, pura proteção, mas não posso ficar sem nada! Estou de olho em você há tempos... Só não me aproximei antes por ainda ter a ilusão e esperança que algum dia ela poderia voltar a ser minha!
- Você não faria isso! E além do mais, eu NÃO sou a minha mãe! – Redargüiu entre dentes, olhando de forma ameaçadora para o homem – Você é o meu professor e se Dumbledore souber? Com certeza vai perder seu emprego...
- Não vou, nossos encontros durarão por um mês mais ou menos, o tempo em que o diretor vai viajar... Depois a freqüência vai diminuir, mas nada demais...
Harry ouvia espantado tudo da porta, pobre Draco, estava encrencado, e tudo por sua culpa, não podia entrar na sala, estava sem a sua varinha, só ia agravar a situação se entrasse agora. Como fora burro, devia ter tomado mais cuidado, mas agora já era tarde de mais.
- É um grande lisonjeio poder ter você Draco, venha cá!
- Não vou! – Grunhiu se segurando nos braços da cadeira – Eu NÃO quero e eu NÃO vou até ai! De jeito nenhum! – Fazia questão de aumentar a voz nas negativas.
- Ah vem sim! – Irritou-se Snape socando a mesa novamente – Eu juro, por tudo que é mais sagrado, que te delato ao seu pai!
- Você jamais faria isso! Você tem medo do meu pai! – Gritou ficando em pé, apoiando-se na borda da mesa – E outra coisa! A minha mãe NUNCA te amou! Nem nunca foi sua! Por isso pare de difamar a imagem dela!
- Seu moleque petulante! – Rugiu Snape se levantando, agarrando Draco pela gola das vestes, puxando-o para frente, arrastando-o por cima da mesa.
Com a força aplicada pelo professor, Draco caiu sobre a mesa sem chance de deter a queda com as mãos, batendo dolorosamente o ombro contra ela, sendo arrastado com brutalidade até sua outra extremidade, levando junto com sigo papéis, penas e vidros de tinta, incluindo o abajur que se espatifou no chão, porém não parou de funcionar, apesar de deixar o ambiente mais escuro do que antes. Draco caiu com tudo no chão, sentindo a cabeça rodar, junto com a dor lacerante em seu corpo.
Draco ficou aos pés de Snape, que lhe agarrou pelos cabelos aos punhados, puxando sua cabeça para trás com força, fazendo com que seus olhos lacrimejassem, enquanto quase rasgava sua camisa com a outra mão.
- Ouça com atenção moleque! – Sussurrou com ódio ao pé do ouvido do garoto, e a cada nova investida de fuga do mesmo, lhe puxava o cabelo, prensando-lhe o corpo com uma de suas pernas. Draco tentava se manter apoiado em seus cotovelos – Em quem você acha que seu pai iria acreditar, heim? Em mim, um homem digno, um dos melhores mestres de poção do mundo, um alguém que, praticamente, foi o seu escravo durante a época de estudantes... Ou então em seu filho ingrato? Aquele a qual mantém relações homossexuais com o maior inimigo da família Malfoy e dos começais da morte! Aquele que fica de libertinagens pelos cantos do castelo com um Potter! – Gritou ainda mais alto do que antes deixando o garoto surdo, deitando-o no chão, curvando-se sobre o mesmo, pisando-lhe sobre o ventre – Então lhe pergunto Draco... Em quem você acha que seu pai iria acreditar?
Draco engoliu em seco. Conhecendo seu pai, com certeza ele iria acreditar em Snape. Lúcio sempre fora um homem movido à fúria, a ira, e ainda era, sem o apoio de sua mãe para fazê-lo parar e pensar, com certeza sua primeira reação ao saber da notícia, não seria ouvir e sim matar de uma vez o próprio filho, mesmo que se arrependesse depois. Draco estava encurralado, deitado desconfortavelmente no chão, prensado entre a parede e a mesa, com as pernas comprimidas, e com um pressentimento horrível do que estaria por vir.
- Responda! – Ordenou apertando a garganta de Draco contra o chão, sufocando-o.
- E... Em você! – Respondeu com dificuldade, se contorcendo no chão, tentando em vão se livrar daqueles dedos – Agora... Me... Solte!
Snape atendeu ao seu pedido, rindo vitorioso. Sem muita dificuldade, ergueu o corpo de Draco ainda amolecido pelo esforço anterior, até este ficar sentado no chão por conta própria, meio curvado para frente.
- O que me diz? Vai aceitar ou não?
Draco o olhou de soslaio, massageando a garganta dolorida, não acreditava que iria ter que fazer isso. Era uma decisão calamitosa, que podia, com certeza, mudar sua vida para sempre. Tristemente respondeu, querendo naquela hora ter pedido a língua.
-Sim... – Aquela simples palavra queimou em sua garganta, ferindo seu orgulho de forma permanente, gravando-se no fundo da sua alma assim como uma tatuagem, algo que ele levaria eternamente.
- Finalmente cedeu Sr. Malfoy? – Indagou Snape sorrindo malicioso – Realmente você carrega com sigo a reputação Malfoy: Homens duros, frios, racionais... Hum, você é até melhor que sua própria mãe, sabia? – Riu ainda mais da cara que Draco fez a menção do nome de Narcisa, agora sabia como provoca-lo e arrancar mais reações do que simplesmente mencionar o nome de Harry. Acomodou-se mais uma vez em sua poltrona, suspirou, assistindo de cima todos os movimentos que Draco fazia aos seus pés – Levante-se!
Draco pensou seriamente em responder de forma malcriada e novamente se recusar a fazer os caprichos asquerosos de Snape, porém a razão o fez optar pelo caminho que, de certa forma, seria menos doloroso, não queria apanhar novamente. Isso lhe trazia humilhação, não que ser usado não trouxesse, mas se negasse com certeza iria apanhar e ser abusado do mesmo jeito, afinal, Snape era um homem adulto, muito mais velho que ele, e conseqüentemente, mais forte também.
De cabeça baixa obedeceu Snape, parando de frente ao professor que, sem perder tempo, o agarrou pelos braços, massageando-os calmamente, sentindo os músculos contraídos com força. Aproveitando-se da distração do garoto que olhava para o teto, o puxou para mais perto, acabando por fazer Draco tropeçar em seus próprios pés.
- Venha, sente-se no meu colo – Pediu sem ter a mínima vontade de negar caso o outro disse não, para sua felicidade Draco fez o que ele mandou sem reclamar – Não, assim não!... De frente!... Isso, bom garoto!
Draco se sentia completamente constrangido, sentimento que nunca havia sentido de modo tão forte em toda sua vida, nem mesmo com Harry quando tiveram seus primeiros contatos físicos. Encontrava-se sentado sobre o colo de Snape, tendo as suas pernas dobradas para trás, uma para cada lado das do professor, sentia-se completamente estranho, o sentimento de repúdio que percorria seu corpo era horrível, tentava manter os olhos bem fechados ou então olhava para o teto. Sentia as mãos dele percorrer todo o seu corpo, lentamente desabotoando sua camisa. Snape vislumbrou deliciado todo o corpo branco e fresco de Draco a amostra.
- Não sei como deixou Potter tocar em você! – Dizia passando as mãos pelo peito e o ventre de Draco, sentindo a maciez da carne alheia, desejando cada pedacinho de pele.
Não contendo mais seus impulsos, puxou Draco com urgência pelas costas, beijando com avidez seu pescoço e peito, mordendo e lambendo cada centímetro de carne que seus lábios tocavam, vendo com satisfação a pele se arrepiar, fazendo o corpo do menino tremer, não de desejo, mas de medo. As mãos de Snape penetravam na parte de traz das calças de Draco, explorando suas nádegas, apertando-as, sentindo assim sua rigidez, movimentando-as em movimentos circulares, as abrindo e fechando, apertando com força, querendo que seus dedos perfurassem aquela pele fina, num frenesi absoluto. Draco concentrava-se me manter os olhos bem lacrados, fechados com muita força, aponto de ver tudo branco. E fez isso até mesmo quando Snape segurou com força seu rosto, beijando-o com voracidade. Podia sentir os lábios ásperos machucarem os seus, mordendo com força e sem nenhum carinho seu beiço, que começava a avermelhar pelo sangue que era retirado aos poucos dele, lutava para não deixar lágrima alguma escapar.
Do lado de fora, Harry apenas ouvia os rangidos proporcionados pela poltrona devido ao peso excessivo sobre ela, sentia-se a pior escória do mundo por não poder ajudar seu anjo loiro das garras de Snape.
Cegamente, o professor foi tateando todo o corpo de Draco até chegar aonde queria, abrindo com impaciência o cinto do garoto, que soltou uma exclamação contrariada. Com o movimento instintivo que fez para trás, pode sentir a rigidez por debaixo das vestes do professor roçar-lhe a parte de trás, será que era isso que lhe aguardava? Com certeza sim. Foi retirado de seus devaneios quando ouviu a voz de Snape se dirigir a ele.
- Vamos menino... Se dispa! – Ordenou cheio de luxúria, observando Draco abaixar a calça igual a um lobo faminto – Isso, bom garoto! Bom garoto! – Repetia com a voz rouca – Como é lindo! Hum... Delícia!
Até receber alguma nova instrução, Draco ficou parado, nu, de fronte ao professor, que seguindo o seu exemplo se levantou, retirando sua própria capa aproveitando para abrir também sua calça que se tornara um pouco apertada, retirando assim sua masculinidade para fora, deixando que a calça apenas até seus joelhos. Como se fosse a coisa mais normal do mundo, voltou- se a se sentar novamente na poltrona com as pernas bem abertas, se expondo por completo, Draco olhou-o com nojo.
- Faça igual ao que você fez com o Potter! – Mandou brincando com seu próprio pênis.
Tentando engolir o bolo que se formava em sua garganta, Draco seguiu lentamente até o professor, ajoelhando-se a sua frente, encarando com incredulidade aquilo que apontava em sua direção, que nojo! Controlando suas próprias emoções segurou firmemente o membro do professor, levando-o rapidamente até a boca, antes que perdesse a coragem. Com as mãos se concentrava em fazer movimentos rítmicos para cima e para baixo rapidamente, num vai e vem frenético e enlouquecido, enquanto com a língua estimulava a cabeça do membro de Snape, chupando-o com força, algo no fundo da sua mente dizia que Severo Snape gostava de sentir dor nestas horas, ou seja, sadomasoquismo puro. Mesmo com estas idéias absurdas atrapalhando sua concentração, continuou entorpecendo os sentidos do professor. Snape gemia muito e ria de gargalhar, tamanho o êxtase que sentia. Para Draco era ridículo ouvir o professor esgoelar-se com tão pouco, com certeza devia fazer muito tempo que não dormia com ninguém.
- Você é bom moleque... Hm... Nossa faz tempo... Que eu não me si... Sinto assim... Hm... Ai que delícia... Ah...- Snape se agarrava aos braços da poltrona com força, içando o corpo para cima, entrando mais fundo na boca do garoto.
Draco sentiu a explosão de Snape em sua boca, porém foi obrigado a continuar a estimulá-lo, pois o homem havia afundado as mãos em sua nuca, empurrando seu rosto. Quase se engasgou.
- Bom garoto, bom ga...roto! – Dizia continuamente em meio a respiração falha – Agora sente-se aqui! – mandou batendo em suas próprias cochas..
- Aí? – Perguntou incrédulo – Não mesmo! Pode esquecer... – Grunhiu se afastando do homem.
- Seu pai vai adorar saber que alguém anda por ai de...
- Tá, tá bom! – Gritou nervoso. Odiava ser chantagiado, ainda mais com uma coisa dessas.
Com um medo crescente guiou-se até Snape, virando-se de costas pouco antes de chegar até ele, quase gritou de pânico quando sentiu as mãos do homem em sua cintura o posicionando. Fechou os olhos com força e cerrou os dentes segundos antes de ser puxado para baixo.
Seus olhos se arregalaram. O membro de Snape entrou de uma única vez, de forma brutal, lágrimas escaparam dos olhos de Draco que sentiu sua carne rasgar ou pelo menos, algo bem semelhante a isso, estava doendo, e muito. O professor começou a mover os quadris para cima e para baixo, lentamente no princípio, aumentando o ritmo gradativamente, chegando a erguer mais da metade do corpo da poltrona a cada estocada. Draco não estava sentado, tinha os braços apoiados nos do sofá, com o corpo levemente dobrado para frente, era complicado se manter de pé, a dor se espalhava por todo seu corpo como correntes elétricas, era horrível, até mesmo pior do que isso, suas lamúrias e grunhidos de dor misturavam-se aos gemidos do professor. Draco gritava a plenos pulmões, sua voz ganhando uma sonoridade rouca, lágrimas escorriam por seu rosto fino e bonito, marcando-o.
Um grito ecoou pela sala, a voz de Snape assustou Harry, que estava sentado ao lado da porta, os olhos vermelhos de lágrimas, com um pulo ficou em pé, chegando mais perto da porta, querendo saber o que acabara de acontecer.
Satisfeito, o homem empurrou Draco para frente pelas costas, derrubando-o de cara no chão, soltando seu membro. Sem lançar olhar algum ao menino ferido fechou as calças e vestiu a capa, recolhendo as roupas de Draco aos pés da poltrona, jogando sobre ele.
- Pelo jeito o Potter te ensinou bem! Depois de manhã aqui, às nove horas, entendeu?
Draco não respondeu, sua garganta parecia travada. Rindo da situação, Snape acariciou a cabeça do menino, despenteando ainda mais o cabelo úmido de suor, saiu satisfeito da sala, não sem antes olhar para cada um dos lados, certificando-se se não havia ninguém. Para sua felicidade não havia ninguém, ou pelo menos quase, Harry ainda se encontrava lá, escondido atrás da armadura medieval. Assim que Snape sumiu de vista, Harry correu para dentro da sala, Draco estava de costas para ele, já vestido com as calças. O garoto mantinha-se sentado sobre as pernas arrumando a camisa, Harry, silenciosamente, chegou por trás, ajoelhando-se e abraçando-o por trás rapidamente por debaixo dos braços, beijando lhe o pescoço.
- Harry? – Perguntou fracamente, reconhecia o perfume do garoto, e também a sua delicadeza.
- Meu Draco – Sussurrou no ouvido do outro – Você está bem?
- Acho que sim – Caiu à cabeça para trás no ombro de Harry – Estou melhor agora com você aqui... Foi horrível!
- Eu sei, calma! – Deu mais um beijo carinhoso na base do pescoço do menino, seguindo pela linha do ombro – Vai ficar tudo bem, vamos dar um jeito, ok?
- Claro, mas vou ficar sem sentar direito por uma semana! – Permitiu uma brincadeirinha com um sorriso fraco.
Harry ajudou-o a terminar de se vestir, Draco estava trêmulo e seu rosto ainda carregava as marcas das lágrimas secas. Penalizado, Harry o abraçou carinhosamente apertando-o entre seus braços, o menino precisava de conforto agora. Humildemente, procurou pelos seus lábios, como era esperado, Draco se entregou totalmente, seu corpo estava mole e exausto. Harry optou por ficar com Draco o dia inteiro, naquele momento queria que a escola se explodisse.
Delicadamente, puxou o menino pelo braço sentando-se na poltrona com Draco entre suas pernas. Com os pés, Harry virou a poltrona deixando-a de costas para a porta entreaberta. Segurava Draco pela cintura fracamente, acariciando-o com o dedo, enquanto o mesmo lhe acariciava os joelhos, fazendo desenhos imaginários nele, Harry beijou-lhe os cabelos.
- Harry – Começou timidamente – Se alguém te desse a chance de se esquecer completamente do que sente por mim, você aceitaria?
- Não, lógico que não! – Respondeu rapidamente – Por que a pergunta?
- É que eu sei de uma poção... Acho que ela ajeitaria as nossas vidas.
- Que poção? – Tinha receio na voz.
- Não sei o nome – Mentiu, tinha medo que Harry descobrisse o livro em que ela estava – Li uma vez em um livro!
Harry ficou em silêncio por alguns instantes, consentia que uma poção deste feitio acabaria com o sofrimento dos dois, principalmente com o de Draco, que não teria mais que se encontrar com Snape.
- Eu não gostaria de te esquecer. – Suspirou Harry, sentindo uma pressão incomoda em sua barriga - Mas se você quiser... Eu tomo a poção com você.
- Tenho medo do meu pai e de Snape, mas... – Draco engoliu em seco – Mas eu não quero te perder! Quero você só para mim, para sempre! – Murmurou levantando os braços até estes estarem enrolados no pescoço de Harry, acariciando os cabelos negros.
- Que bom que pensa assim!
- Te amo Harry, muito, mas muito mesmo! – Disse firmemente passando os bons e os maus da poção. Era mais do que óbvio que não conseguiria viver sem o rapaz. Preferia o carinho de Harry a esquecê-lo – Você sabe disso, né?
- Lógico, nunca duvidei, Draco! Eu também te amo muito – Declarou-se – Nunca vou te deixar, e juntos vamos dar cabo do Snape, pode ter certeza!
- Obrigado! – Agradeceu, virando-se para beijar Harry. Um beijo calmo, que não passou de um simples roçar de lábios.
Draco adormeceu nos braços de Harry, um sonho sem história, sem cara, estava exausto demais até para sonhar. Era tão bom ficar junto ao menino, sentia-se leve, o calor do menino, seu perfume, sua respiração cadenciada, o confortava. Sentia-se seguro, aconchegado, sem medo, sem frio e sem fome.
Draco acordou horas depois com um pulo. Harry também havia adormecido, suas mão prendiam-no fragilmente pela cintura, a cabeça caída para o lado, apoiada de leve na sua.
- Nossa... Já são mais de seis – Espantou-se olhando o relógio de Harry – Ei Harry, acorda!
- Hã? Draco? Que horas são? O... o que aconteceu? – Perguntava desconexo, se espreguiçando como um gato – O que foi?
- Calma, ai! – Riu Draco com a confusão do menino - Já esta quase na hora do jantar!
- Não quero jantar! – Disse esparramando-se mais um pouco na poltrona – Vou ter que explicar pro Rony e para Hermione o porque eu não compareci nas aulas, e não estou com a mínima vontade de ver a cara sebosa do Snape.
- Hurg! – Draco gemeu atormentado, sentindo um calafrio lhe cobrir o corpo – Nem eu! Isso me assusta, sabia? Por mim eu não o via nunca mais!
- Eu também gostaria que isso fosse capaz, porém... Amanhã temos aula dupla com ele...
- Eu sei disso! – Sentiu um nó se formar em sua garganta – Gostaria de pertencer só a você!
- Mas você é só meu! – Retrucou virando Draco para si, encarando-o nos olhos. De forma carinhosa arrumou os cabelos do menino para trás, que sorriu lindamente para ele. Num impulso, Draco tomou os lábios de Harry, que envolveu seu corpo frágil nos braços. Meio deitado meio sentado no colo de Harry, Draco passou os seus braços pelo pescoço dele, controlando o desejo que sentia queimar dentro do peito, adoraria fazer amor com ele lá mesmo, naquele instante, mas seu corpo estava demasiado dolorido para fazer qualquer coisa.
- Eu lamento os dias em que você não era meu – Sussurrou Harry, no ouvido de Draco, roçando o rosto na face e no pescoço do garoto – Quero tê- lo sempre ao meu lado!
- Te condeno por não ter me querido antes...
- Sempre te quis... E ainda te quero! – Disse coçando o queixo de Draco como se este fosse um gato – Falando nisso, o que você via no espelho?
Draco parou para pensar por um tempo, respondendo rapidamente.
- Uma noite de insônia eu o encontrei naquela sala, não entendia a imagem que nele refletia, então voltei durante noites a fio, e só agora entendo o que ele mostrava – Draco sorriu, se aconchegando mais junto ao peito de Harry – Eu via você, para ser sincero, nós dois juntos! Pensei a principio que mostrava quem você odiava, ou então o seu rival... Depois talvez o meu futuro, foi na última noite, aquela em que nos encontramos, que li a inscrição nele, e entendi os meus sentimentos... Melhor dizendo: o meu desejo!
- Onde será que ele está? Eu sinceramente pensei que ele tivesse sido destruído assim com Dumbledore disse no primeiro ano. Par mim foi uma surpresa reencontrá-lo.
- Não sei, mas gostaria de olhá-lo novamente, pelo menos mais uma vez.
Quando deu o horário do jantar, eles saíram pelos corredores vazios, seguindo cada um para sua casa, sem ter nenhum incômodo pelo caminho, já que todos estavam banqueteando no momento. Despediram-se com um ultimo beijo, enquanto Draco descia mais algumas escadas, Harry chegava no quadro da mulher gorda.
- Peru defumado
- Senha correta – Rodou para o lado, liberando a passagem.
Harry subiu rapidamente até o dormitório, tinha que começar a pensar num modo de salvar Draco das garras asquerosas de Snape o quanto antes.
* * *
Quando chegou a masmorra, Draco correu diretamente para o banheiro, do bolso interno da capa retirou o frasco lascado, estava muito gelado, a ponto de congelar sua mão de fora para dentro com uma sensação que começava na palma, terminando nas pontas dos dedos, como milhares de agulhas entrassem em sua carne, num ritmo continuo "O que eu faço? Guardo mais um pouco ou me livro dela de vez, seria de grande ajuda no momento... Harry aceitou toma-la! Mas não quero perdê-lo, ele é a única coisa que tenho, o ser mais valioso que possuo!" Escorregou pela parede, sentando-se no chão úmido, contemplou a garrafinha "Valeria a pena fazer isso? Sei que dei minha palavra contra a bendita, estou me arriscando tentando acabar com o Severo, mas... Ah meu Deus! E agora, o que é melhor!?" Rodou-a entrem os dedos, era bem pequena e fina, sem pensar mais, num impulso, a arremessou violentamente contra a parede, a estilhaçando em milhares de pedaços cristalinos, com um barulho seco. Na parede escorria um liquido rubro e espesso, que foi congelando aos poucos antes de chegar ao chão.
Continua...
