CAPÍTULO 07 - O gosto amargo do silêncio

Eram mais de duas horas quando os três partiram para o vilarejo, o dia estava fresco, o céu era de um champanhe pálido, algumas nuvens rasgadas enfeitavam o céu naquela tarde. Eles passaram por todas as lojas tão conhecidas por eles: Zonkos Logros e Brincadeiras, Dedosdemel confeitaria, Três vassouras, entre outras. Antes de irem embora, sozinho, Harry foi até a Loja das Bruxas, comprar o tão esperado vestido. Ao entrar, foi atendido energicamente por uma bruxa baixinha e gordinha, de cabelos cheios e encaracolados presos de um jeito meio desleixado no alto de sua nuca. Toda sorridente ela se aproximou do menino. A casa estava cheia de bruxas de meia idade experimentando vestidos de festa, enquanto as mais jovens apenas olhavam sonhadoras os vestidos de noiva e debutantes que preenchiam um espaço em especial na loja, o lugar cheirava fortemente a camomila.
- Olá meu bem, no que posso te ajudar? – Perguntou a bruxa com a voz estridente – Algo em especial?
- Er... Acho que sim. – Disse Harry constrangido. Além de ser o único homem presente na loja, todas as garotas olhavam para ele e trocavam risinhos safados umas com as outras – É... É para a minha namorada.
- Ai que lindo! – Exclamou ela juntando as mãos, maravilhada – São poucos os que se dispõe em comprar roupas deste tipo para a amada, venha comigo meu bem! – Ela o puxava pelo pulso, ele reparou que ela batia um pouco acima de sua cintura no máximo – Qual a cor?
- Hã... Acho que preto! – Ele era arrastado cada vez mais para o fundo da loja – Ela é bem magrinha e tem a minha altura.
A bruxa parou e o encarou, percorrendo seu corpo com os olhos. Ela levou a mão ao queixo, pensou um pouco batendo o pé no chão.
- Acho que não vou ter o tamanho dela, vai ter que encomendar um com as medidas dela, é uma garota bem alta...
- Um pouquinho... Er, só tem um probleminha!
- Qual querido? – Perguntou ela puxando-o para dentro de uma salinha cheia de panos pesados e brilhantes, retalhos coloridos, linhas e diversas tesouras.
- Bem, ela não tem, digamos assim, um corpo muito feminino – Explicou, afinal de contas, Draco não tinha como ter um – Ela tem os ombros um pouco largos, pouca cintura, braços fortes... Uma esportista!
- Ah sim! Bom, você escolhe com vai ser o vestido e quando ele estiver pronto eu ponho um feitiço nele.
- Que feitiço? – Perguntou interessado.
- O corpus perfectus. Muito utilizado por bruxas gordinhas ou muito musculosas – Ela empurrou um monte de agulhas de uma cadeira jogando-as no chão – Venha, sente-se!
Ele obedeceu, afundando alguns centímetros quando soltou seu peso na almofada. A bruxinha contornou a mesa pequena mesa, sentando-se do outro lado – Bom vejamos como vai ser...
Ela puxou uma gaveta, retirando um bloco de papéis rosados, e uma varinha velha e gasta, dava-se para ver alguns talhos nela e vários riscos fundos pela madeira. Ela deu um toque com a varinha no papel e um pequeno manequim se desenhou.
- Diga-me como você gostaria que fosse!
- Bom, justo no tronco, pegando um pouco do quadril... Hum... E rodado em baixo. – Em quanto ele dizia ia averiguando o que a bruxinha fazia. A cada novo toque da varinha dela no desenho, tudo o que ele dizia aparecia desenhado – Não no joelho, acho que longo é melhor.
- Como quiser!
O vestido foi se desenhando do jeito pedido, ia tomando forma e estilo. Era um frente única amarrado no pescoço por tiras finas, bem justo no tronco e se alargava na parte de baixo, o tecido escolhido foi de cetim. Agora apenas faltava a cor.
- Pronto! – Disse ela soltando um gritinho de glória no fim – Que cor vai ser? Preto mesmo?
- Acho que sim! Que outra cor ficaria bonita?
- Qualquer uma, depende de como ela é...
- Loira, branca leite, olhos claros, de rosto delicado... Disseram-me que nela uma cor escura ficaria bem!
- Com certeza, o escuro contrasta com a pele clara, acho que preto ficará ótimo!
Ela estralou os dedos, pronta para começar. Na primeira batida da varinha o desenho ganhou cor, no segundo, o vestido foi puxado para cima saindo do papel. O tecido brilhava e girava com o comando da bruxa, ele ficou flutuando acima da mesa, cheio como se houvesse um corpo invisível dentro dele.
- Gostou? – Perguntou a ela entusiasmada, olhando do vestido para ele e depois de volta ao vestido várias vezes.
- Muito, hã... A Senhora vai fazer o tal feitiço?
- Me chame de Lucila, querido! E é claro que vou, foi o que me pediu certo?
Lucila agitou os braços, rodando as mãos, jogando logo depois o feitiço contra o vestido, que com o impacto do jorro avermelhado, dobrou-se para frente. Harry assentiu que realmente parecia que alguém o vestia. Com gestos contínuos de zig-zag da varinha a peça foi se dobrando, e logo depois se embrulhou num papel pardo que voou de trás de Harry.
- Aqui está! obrigada pela preferência! – Agradeceu ela entregando o embrulho a Harry.
- Quanto custa?
- Deixe me ver... Trinta galeões! – Disse ela consultando um caderninho esfarrapado.
Harry pagou à bruxa sorridente, conversando animadamente com a mesma, enquanto se dirigiam até a porta. Antes de ir, Harry fez uma última pergunta.
- Sra. Lucila, como é que funciona este feitiço?
Ela sorriu logo começando a explicar.
- Ele disfarça as formas naturais da moça. Apenas a pessoa que veste vê que é uma ilusão, para todos os outros ela vai ter um corpo escultural. Lindinho! Até mesmo se a tocarem sentiram algo consistente, como se o corpo fosse daquele jeito mesmo, entende?
- Sim, e obrigado de novo!
- Eu que agradeço, volte sempre!
Animado, Harry se encontrou com os amigos no três vassouras. Hermione entornava um grande copo de cerveja amanteigada, e Harry percebeu que a mesa estava cheia delas, cada um havia tomado no mínimo três. Ele se aproximou dando um leve toque no ombro de Rony, que estupidamente alegre o encarou meio zonzo.
- Oh... Olá Harry! – Cumprimentou ele rindo abestalhado.
- Comprou a roupa? – Perguntou Hermione segurando a cabeça com as mãos, tudo rodava.
- Sim... O que deu em vocês para se embriagarem assim?
- É que o Hagrid esteve aqui, e ele nos convidou para uma cerveja, que no fim viraram duas, três, quatro... – Murmurou Hermione revirando os olhos – Minha cabeça parece que vai explodir! Amanhã vou estar com uma baita ressaca! Nunca bebi tanto, já estou me arrependendo!
- Malucos! – Murmurou indignado – Acompanharem o Rúbeo... Eu heim!
Harry já estava se retirando, quando sentiu sua blusa ser puxada delicadamente. O garoto olhou interrogativo para Hermione que o mantinha preso por suas unhas.
- Er... Harry, você pode me ajudar a levantar? – Ela tinha as faces coradas, um pouco pela embriagues, outro pela humilhação – Não sei se estou em condições seguras de me guiar sozinha! – Sorriu constrangida para o menino de olhos verdes.
- Claro que sim, Mione! – Aderiu, retribuindo o sorriso.
Com um pouco de dificuldade, carregou a menina nas costas de cavalinho com Rony vindo logo atrás, um pouco cambaleante. Poucos os olhavam e Harry consentia que o amigo fingia muito bem a má disposição que sentia. Rony seguia de rosto erguido e olhar sério, enquanto Hermione adormecera em seu ombro, respirando tranqüilamente. Ela deu um pequeno apertão em seu pescoço quando ele pisou torto devido a um buraco.
Chegaram quase meia hora depois ao colégio. Hermione continuava adormecida e não parecia disposta a acordar tão cedo. Rony subia lentamente as escadas de mármore apoiando todo seu peso nas paredes do castelo, suas pernas fraquejavam sobre seu próprio peso, enquanto o álcool tomava conta de cada uma de suas células aos poucos, com ajuda de um pobre Harry conseguiu se deitar em segurança na sua cama. Depois de dar cabo de Rony, Harry levou Hermione até o dormitório feminino, se deparando com um ambiente muito aconchegante e perfumado. Ele nunca havia entrado lá antes.
Exausto, Harry se jogou em uma das poltronas do salão comunal, acariciando o embrulho com afeição, imaginando com seria a noite tão esperada. Riu tolamente ao imaginar um Draco vestido de mulher, com seus pensamentos logo depois recaindo nas noites de treinamento que estavam por vir, e graças a essa última ele se lembrou do professor e dos encontros obrigatórios. Sentiu uma pontada de nervosismo no estômago. A poção estava quase pronta em um pequeno recipiente embaixo da cama de Hermione, o sofrimento de Draco acabaria no dia do baile, o evento seria o melhor dia para a execução do plano.
Meneou a cabeça em sinal de desaprovação. Ainda estava muito longe.

* * *

- Por favor, Madame Pomfrey! – Implorava Draco seguindo a bruxinha para onde quer que ela fosse – Já estou bem melhor... Eu juro que vou direto para a Sonserina... Mas me deixe ir!
- Por favor, digo eu Sr. Malfoy! – Resmungou a bruxa o empurrando-o de volta a cama – Ainda que você está podendo andar... Deite-se agora!
- Mas...
- Nada de "mas"! Se algo te acontecer a culpa vai ser minha! Anda garoto... Deite-se!
Ele tentou um último choramingo apesar de não ser ouvido pela enfermeira, se contentando em ler um manual de vassouras que se encontrava em sua cabeceira. Riu ao ver a data da publicação, se interessando rapidamente pelos modelos antigos: os cabos eram retos, o que dava um ar diferente a elas, apesar de parecerem ser muito desconfortáveis, ele preferia bem mais as de agora, eram mais possantes e indômitas.
- Com licença, Sr. Malfoy, o senhor tem visita! – Disse Pomfrey docemente, aparecendo pelo dossel.
- Quem é? – Perguntou fechando o livro cruzando as pernas sobre a cama.
- Sou eu, Draco! – Ouviu-se a voz rouca de Snape ecoar pelo quarto – Pomfrey, pode nos dar licença... Por favor!
Draco tinha vontade de gritar implorando para que ela se recusasse. Sentiu suas mãos esfriarem rapidamente, e gotículas de suor se formar por sua pele. Olhava aflito da mulher para o mestre. Uma gota de suor escorreu gelada pela sua têmpora, sentiu com se engolisse um cubo de gelo quando ela novamente falou. - Sim, Prof° Snape! – Responde ela um pouco incerta – Mas apenas um minuto...
- Como quiser! – Disse Snape forçando um sorriso cínico para ela. O homem esperou até ouvir o som da tranca se fechando após a passagem da enfermeira – Em fim sós, não é Draco? – Sussurrou ele se sentando ao lado do menino, que se encolheu contra a cabeceira da cama.
Draco estava paralisado, ainda mantendo as pernas cruzadas e as mãos apoiadas na cama, e mesmo que quisesse mudar de posição, não conseguiria. Seus músculos pareciam ter virado pedra.
Snape passou a mão delicadamente pela face assustada do garoto, descendo para o pescoço, abrindo assim os três primeiros botões da camisa do menino, passando a mão pelo espaço exposto. Com a ponta do dedo fez uma grande cruz pelo tórax de Draco, utilizando a força para arranhar a pele, fazendo-o gemer baixinho de dor. O professor pousou o dedo indicador no centro da cruz vermelha viva agora desenhada na tez do menino, ficando exatamente acima do coração, apertando com força o dedo, machucando-o.
- Continua irresistível! – Sussurrou chegando mais próximo ao menino. Draco sentia a respiração pesada do professor chegando em seus lábios – Quero você na mesma sala, amanhã depois do jantar! – Disse ele puxando a nuca do menino com uma das mãos, aproximando seus rostos para um contato mais íntimo.
Draco teve uma vontade imensa de vomitar quanto sentiu novamente a mesma sensação repugnante de ter a sua boca violada pela língua pegajosa do professor, mantendo novamente os olhos fechados com força. A mão livre de Snape percorria o corpo do menino, abusando dele, pousando-a sobre o membro do menino, acariciando Draco por cima das vestes, sem nunca abandonar seus lábios, começou a retirar suas calças. Primeiro o cinto, depois os botões, por fim o zíper, adentrando a mão nas vestes, apertando o membro do menino através das roupas íntimas. Exigiu mais no beijo, explorando novos espaços.
Draco já sentia a falta do ar devido ao desespero do beijo que se tornava insuportável, mordeu sem querer o lábio inferior de Snape quando este puxou seu membro para fora, acariciando-o e dando leves apertões em sua extensão.
Draco quase desfaleceu de felicidade quando, finalmente, o homem abandonou seus lábios. Mas sua felicidade durou pouco, mais precisamente quando o homem abaixou-se entre suas pernas. Draco tentava lutar contra as reações de seu corpo, que apesar de suas negativas de submissão, reagia positivamente a todas carícias recebidas. O professor beijava seu pênis, às vezes lambendo-o outras mordendo, até este ficar totalmente ereto. Dançava a língua pela a glande, em movimentos tortuosos e muito prazerosos, Draco tentava segurar seus gemidos, não queria que Snape reparasse sua satisfação, apesar de involuntária.
-Não... Por favor! Pare com isso...! – Implorava num sussurro, mesmo sabendo que não seria ouvido – Por que faz isso comigo? Ah...
Devorando com mais aptidão o membro de Draco, Snape puxava-o para si pelas costas, o menino estava com o corpo arqueado, com a cabeça encostada na cabeceira da cama, e o tronco esticado para frente, sua respiração estava falha, não dando mais ouvidos a razão, afundou as mãos na cabeleira oleosa empurrando o rosto do professor mais contra si. Tinha suas mãos engatadas nos cabelos do homem, puxando com força vários punhados de fios, tendo a sorte de arrancar alguns. Olhou para baixo não acreditando no que via, não acreditava que se entregara daquele jeito. Quase gritou quando chegou ao apogeu, Snape soltou seu objeto de desejo, e começou a lamber os testículos de Draco de baixo para cima, erguendo-o com as lambidas continuas, mordiscando-o em certas horas, em outras o engolia, enfiando-o por inteiro dentro da boca, enquanto Draco dominava seu asco que embrulhava o estômago. Então Snape começou a beijar as virilhas de Draco de baixo, perto dos testículos, para cima, no início da perna, ficando assim até o final.
O homem endireitou-se na cama arrumando os cabelos bagunçados, aproveitando para secar a boca nas mangas da veste. Draco ficou em pé rapidamente vestindo-se novamente, o rosto vermelho queimando. Fechou o zíper com um zunido.
- Por que fez isso? – Sua voz estava fraca e tremida – O que te deu?
- Oras...– Respondeu simplesmente arrumando suas vestes – Isso é apenas uma amostra do que você viverá na próxima noite, meu querido menino! – Snape levantou-se, abrindo o dossel – Você é o filho do demônio menino, poucos me seduzem assim...
- Obrigada pela comparação! – Motejou não escondeu a repulsa na voz.
- De nada, criança!
Snape saiu do aposento esbanjando um sorriso enigmático, profundamente realizado nos seus mais alucinados sonhos, sem reparar o olhar de profundo desprezo que Draco lhe lançou pouco antes de sair do aposento.
Não demorou muito tempo até a enfermaria chegar. Draco pensava como alguém podia ser tão inocente. Isso era impossível, ela sem dúvida era uma mulher perspicaz, era inacreditável que ainda não desconfiasse de nada.
- O prof° Severo já se foi? – Indagou com a candura na voz.
- Sim, há pouco tempo!
- O que ele queria?
Pego de surpresa, Draco demorou vários segundos formulando uma história qualquer.
- Ele queria me dizer que... Hã... Ele tem um livro muito bom, e quis me perguntar se eu gostaria de ler! – Ele balbucio tentando manter coerência em suas palavras. Sorriu.
- Que livro?
- Poções Muy Potentes! – Respondeu rapidamente, este foi o primeiro nome que veio em sua cabeça.
- Engraçado! Este nome não me é estranho, Hum! – Pomfrey deu de ombros.
- Vou voltar para a minha cama está bem?
- Claro, claro... Fique a vontade! Daqui a pouco você já pode sair! – Ela o olhou de forma estranha – Mas só as cinco, mocinho, até lá...
- Descanso, já sei, já sei! – Completou um pouco infeliz, ainda faltava cerca de uma hora para se sentir livre novamente, e talvez, contar a Harry o que havia ocorrido.
Deitou-se na cama fechando os olhos, entregando-se a um sonho perturbado e agitado, milhares de pensamentos desagradáveis voavam por sua mente, as lembranças de seu último encontro com o professor lhe causavam arrepios gélidos na espinha, assim como o momento ocorrido há pouco. Debatia-se na cama, suando frio enquanto o pesadelo o levava para um lugar sombrio e aparentemente sem saída alguma.
- Acorda, garoto! – Acudia Madame Pomfrey agarrando pelos ombros – Você está bem?
- S-sim! Acho que... Sim! – Balbuciava correndo os olhos arregalados pelo quarto. Draco estava arfante, trêmulo e assustado.
- Venha tomar um copo com açúcar, criança! – Disse ela entregando-lhe um grande copo de vidro cheio d'água, que Draco entornou em dois tempos – Isso beba tudo! Acho melhor você voltar para a Sonserina... Tome essa poção assim que chagar lá, certo?
Ele fez um sinal positivo coma cabeça enquanto recolhia o recipiente azul da mão da enfermeira preocupada.
- Aconselho tomá-la em um lugar calmo e sem barulho! Ouviu? – Advertiu dirigindo-o em direção a porta – Vá direto para sua casa... Nada de parar por ai!
- Obrigado! – Agradeceu com uma pequena reverência, tomando caminho rumo a Sonserina.
Draco ia desejando encontrar Harry pelo caminho, para assim poder se abrir com ele, dizer tudo o que estava o afligindo, contar sobre o que ocorrera na enfermaria e a cara de pau de Snape de ter ido até lá para se abusar dele, com suas carícias mal vindas e imprudentes e sem o medo do flagrante que poderia ter acontecido. Como tinha ódio da inocência da mulher que zelava por todos os alunos, sempre preocupada com o bem estar de todos, mas não conseguia perceber o sofrimento de um pobre coitado forçado a manter relações doentias com um homem mais velho, mais forte, professor formado.
Seu desejo não se realizou, pelo longo caminho não esbarrou no garoto que balançava seu coração, nem mesmo em um de seus amiguinhos intragáveis, seguiu sozinho até as masmorras no mais absoluto silêncio. Foi encontrar vida apenas dentro da Sonserina, onde encontrou um grupo de alunas do terceiro ano sentadas em roda no centro do salão, praticando algum ritual inexplicável, sentadas dentro de um círculo negro desenhado no chão, com símbolos afrodisíacos no centro. Havia cinco velas em torno do círculo, variantes nas cores, verde, azul, preta, vermelha e roxa. Pelo chão havia diversos papeis com dizeres complicados e rimados. Elas o olharam de jeito mortífero quando ele atravessou o salão bem pelo meio do círculo, derrubando algumas velas e fazendo papeis voarem com o deslocamento de ar causado pelo seu corpo, colocando fogo em algumas das folhas, que concluiu ser de suma importância. Ele retribuiu o olhar do jeito mais carnificínio possível. Ficou satisfeito em constatar o medo que provocou nas meninas, que perderam rapidamente a compostura ameaçadora, ficando frágeis.
Arrastou-se até o dormitório, jogando-se sobre a cama, deitando a cabeça no travesseiro baixo. Estava impaciente, queria falar com alguém, aquele silêncio o estava matando, desesperado por um pouco de alívio desamarrou o bico da garrafa que estava preso com um fio fino e áspero, retirando o pano cheirou o odor que dela emanava, lembrava a terra úmida ou musgo, olhou torto para a garrafa, tampou o nariz com a mão e bebeu o conteúdo pegajoso. Logo se sentiu mais disposto e talvez até alegre, seu corpo inteiro ardeu por dentro, então uma grande moleza o atingiu, seguido de uma intensa euforia. Diversos sentimentos se apoderavam de seu espírito, sentindo todas as melhores sensações possíveis, alegria, prazer, realização, conforto... Quando tudo se acalmou, riu abobado. Fora uma experiência estranha, entretanto se sentia com uma imensa disposição, estava pronto para enfrentar um hipogrifo. Olhou para o relógio, o jantar ia ser servido em breve, mas preferiu tomar um bom banho antes.
Graças a Deus aquela sensação de desconforto havia passado. Santa Pomfrey.

Continua...