CAPÍTULO 09 - Loucura e descobertas
Um único dia restava até o tão glorioso dia. Pelos corredores enfeitados de Hogwarts, conversas animadas ecoavam das bocas dos alunos agitados pelas paredes do castelo, o assunto mais falado entre os meninos era sobre a decoração que começava a ser feita no salão principal, já os das meninas eram os garotos, seus futuros pares que dividiam o espaço com os vestidos, os quais elas ficavam idealizando se estava ou não na moda de Londres, o mundo dos trouxas.
Mas o tumulto e a agitação que se espalhava pelos corredores não alegravam a todos, havia aqueles que se irritavam com a alegria alheia, querendo que assim acontecesse um grande desastre para o cancelamento da festa.
Mal humorada como sempre, Pansy andava a passos largos em direção a sua casa, pelo menos lá não se podia ouvir os murmurinhos das meninas apaixonadas, que pensavam em convidar para o baile os capitães dos times de quadribol ou aquele menino popular da Corvinal, cujo nome ela não sabia.
Seus pensamentos estavam presos no único garoto descente, pelo menos na sua opinião, do colégio inteiro. Assim que Draco chegasse a Sonserina ela iria convidá-lo para o baile, as chances de um não sobrepujavam e muito a de um sim, mas mesmo assim não custava tentar, pois apenas a possibilidade de ter que ir com um dos dois capangas já era o suficiente pra lhe causar arrepios, e a imagem de um daqueles gigantescos pés pisando nos seus então, era igual a um iceberg depositado na boca do estômago.
Já se podia ver a passagem que levava a Sonserina mais à frente, quando uma seqüência de risos desenfreados cortou o habitual silêncio do covil sonserino. Logo a mente da garota começou a explodir com idéias e planos maliciosos. Pansy simplesmente não podia conter sua curiosidade, e a idéia de flagrar um casal enamorado se agarrando escondido em uma das salas de Hogwarts era mais tentadora do que poder por fogo no cabelo de Hagrid.
Pé ante pé, com o maior sigilo possível, se aproximou do local encostando um dos ouvidos na porta, assim se podia ouvir com mais nitidez as declarações pronunciadas, porém, devido à interferência da madeira, não conseguia decifrar exatamente o que diziam ou então a quem pertenciam àquelas vozes.
No primeiro instante pensou no casal mais famoso da Sonserina: Daniel Smith e Glória Simon, dois sextanistas. Aqueles dois já haviam sido surpreendidos diversas vezes nos maiores amassos dentro de armários e salas vazias, sem incluir é claro o próprio dormitório feminino. Não era de se espantar que fossem eles de novo infringindo as regras do colégio.
Girou a maçaneta lentamente, os dentes serrados em excitação. Com cuidado empurrou a porta que sem esforço algum, obedeceu às ordens abrindo- se calmamente, no ritmo que era ditado pela menina. As vozes agora soavam mais naturais, e Pansy conhecia bem aqueles timbres, mas não podia ser, simplesmente não podia ser. Avançou para dentro do local, muito bem iluminado por sinal, para tirar a prova. Não pode conter o grito de surpresa. Estava certa. Literalmente certa.
- Ai, que pouca vergonha! O que vocês dois estão fazendo!? – Guinchou tapando os olhos com as mãos, tentando esquecer o que vira.
Aturdidos com o flagrante, Crabbe e Goyle demoraram a se largar, permanecendo assim agarrados, numa posição extremamente constrangedora e diletante.
Retrocedeu alguns passos da porta batendo-a com toda a sua força logo em seguida, o som da madeira misturando-se com o grito emanado no interior do ambiente. Incrédula, encostou-se na parede, sem a capacidade de pensar direito, e antes que seu corpo pudesse recuperar a mobilidade, duas grandes figuras surgiam do interior da sala. Goyle encarou carrancudo a imagem miúda e frágilizada da criatura a sua frente, ele avançou ameaçadoramente em sua direção, seguido pelo outro, que ainda abotoava a camisa.
A imagem entrava e saia de foco, Pansy estava muito nervosa, neste exato momento devia estar desafiando-os com sua inteligência, mas agora, nesta situação, eles pareciam bem maiores e assustadores. Seu coração batia numa velocidade incrível, suas pernas pareciam que iam ceder, quando a mão pesada de Goyle veio em sua direção seu primeiro impulso foi correr, e ela realmente correu.
Sem ter idéia do que fazia, escorregou pela parede, o corpo virando ao mesmo tempo, no mesmo compasso. Não sabia da onde tirava forças para correr, apenas sabia que seus pés batiam no chão de mármore, mas simplesmente não sentia. Apertou a velocidade, queria sumir dali, desaparecer por um longo tempo, desejando que aquilo não tivesse acontecido. Virou o rosto para trás, eles a seguiam, grudados em seus calcanhares, seus lábios se moviam freneticamente, mas ela não ouvia, parecia estar dentro de um sonho, não, um sonho não, um pesadelo, um pesadelo horrível.
Os meninos estavam em pânico, podiam ser grandes, mas não corriam mais rápido do que ela, eles eram muito pesados e desengonçados para conseguir alcançá-la.
- Pansy, espera! – Gritava Goyle desesperado, queria explicar tudo, e do jeito que ela fugia parecia que ele queria matá-la – Um minuto, deixe- nos explicar! Pansy!
- Pelo amor de Deus! – Apelava o outro – Pare Pansy! Pare! Pare!
Ela não ouvia, não queria ouvir, parecia estar trancada dentro deu uma redoma de vidro inabalável, onde nada pudesse atingi-la, ou algum som chegar aos seus ouvidos. E mesmo que uma flecha lhe atingisse as costas, ela não pararia de correr, seu corpo parecia uma máquina programada para fazer somente aquilo e nada mais.
Avançava esbarrando nos alunos que encontrava no caminho, era xingada e interrogada por vários, havia ainda aqueles mais ousados que tentavam segurá-la para tirar satisfações, mas não conseguiam, ela escorregava pelos seus dedos com uma grande facilidade. Diversas pessoas caíram no chão junto com papéis, penas e cacos de vidros enlambuzados de tinta que tingiam o chão. Ela iniciou a subida das escadas, uma, duas, três, oito, não paravam mais.
Crabbe e Goyle já não estavam mais em sua perseguição, para eles era um esforço sobre humano aquela maratona, desejavam que ela desmaiasse-se logo, pois um corpo humano normal não poderia agüentar tamanho esforço físico motivado por um choque tão grande e tão profundo.
Lágrimas sem sentido escorriam pela face da menina, os olhos fora de foco banhados e brilhosos pela água. Como se estivesse sido chamada por algo, de solavanco adentrou em uma das salas do andar, a porta abriu e ricocheteou na parede fechando de novo com um estrondo, as janelas tremeram, um dos vidros superiores se soltou, espatifando-se no chão.
Ela correu de encontro à parede, se encolheu no canto da sala, no vértice que as paredes formavam, chorando desesperadamente, o rosto escondido nas mãos, a cabeça encaixada no vão. Devagar virou o rosto para o fundo do aposento, e a presença do menino pálido de cabelos loiros a tirou em parte do transe, ele estava assustado no final da sala, como se não soubesse o que fazer. Sem pensar ela correu desesperadamente para seus braços, soluçando e gritando.
- Draco! Meu Draco! – Soluçava convulsivamente, agarrando-o pela blusa. – Eles querem me matar! Querem me matar! Querem... Querem sim, Draco! Me ajuda, por favor! Eu lhe imploro!
- Calma Pansy! Quem quer te matar!? – Gritava enquanto a segurava presa pelos braços, sua insensatez era completamente visível – Me fale! Anda!
- O Crabbe e... E o Goyle! São, eles mesmos, são eles sim, Draco! Acredita em mim!Por favor!
- O que foi que aconteceu, Pansy!? – Indagou levantando o rosto da menina – Heim?
A menina tremia muito, como se estivesse tendo uma convulsão.
- Eu vi! Eu os vi, Draco! – Murmurava totalmente alucinada, olhando nos olhos de Draco, como se tudo que dissesse fosse a mais pura verdade – Estavam lá... Se agarrando!
- Se agarrando!? – Naqueles olhos não refletiam a verdadeira Pansy.
- É sim! – Falava confirmando com a cabeça violentamente – Se beijando! As... As mãos! Nus... Totalmente nus! – Ela procurava abrigo naqueles olhos cinzas, os seus próprios dançavam nas órbitas sem um ponto fixo – Eu vi! E eles querem me pegar... Me... Me matar!
- Pansy o que foi que aconteceu com você? – Sussurrou apertando a cabeça da menina contra seu corpo, mantendo-a segura ali, procurando aflito o apoio de um Harry ainda mais confuso.
Sim, Harry estivera ali desde o primeiro instante, Pansy não havia notado sua presença, nem ao menos parecia saber onde estava no momento, e a única coisa que parecia ver era Draco. Harry estava exatamente do lado do loiro, presenciando a cena de camarote. Diversas vezes a menina olhara para ele em seus ataques de loucura, segurando o olhar, parecia que no fundo daquela mente confusa a verdadeira Pansy Parkinson estava o reconhecendo, querendo de todos os modos interrogar o que ele fazia ali, ainda mais com o Draco.
- O que ela tem? – Sussurrou.
- Não sei, ela está tremendo Harry! – Falou afobado – Nunca vi ninguém assim em toda a minha vida, mesmo com tudo o que vi e passei. Não entendo o que fez isso com ela!
Foi então que Pansy virou o rosto para o outro lado, fungando aninhada junto ao corpo do rapaz, levantando com dificuldade a pálpebras pesadas, deparando-se com a imagem aturdida de um menino, e fixou os olhos opacos em seu rosto. Os cabelos bagunçados, aqueles olhos verde-vivos, arregalados por detrás das lentes dos óculos redondos, a tão famosa cicatriz no centro de sua testa, fina e um pouco mais escura do que o resto da pele devido às sombras.
Ela desgrudou o rosto do corpo de Draco, forçando os olhos. Pressentindo tudo o que estava por vir, Draco ergueu uma das mãos apontando diretamente para a porta.
- Sai daqui, Potter! – Gritou virando a menina para o outro lado, tampando sua visão – Sai daqui agora! Rápido!
Parte da lucidez voltou a aquele corpo em pane, dando-se conta de quem era aquele ser, e do que devia estar fazendo lá, Pansy empurrou Draco pelo tórax se soltando dos braços que a prendiam. Harry mal tivera tempo de se mover. Ela avançou até o menino pulando encima dele, derrubando-o no chão, fazendo com que os óculos de Harry voassem para longe, batendo nos pés de Draco que, no pânico, pisou sobre eles, espatifando-os.
- Potter!? – Sua voz transpassava insegurança e incredulidade – Você aqui?
Ela se agarrou à blusa dele, puxando-a para cima, amassando-a em sua mão branca.
- O que você quer de mim, Parkinson? – Perguntou tentando parecer provocativo e ao mesmo tempo submisso.
- O que você esta fazendo aqui, Potter? E com o meu Draco! – Urrou ela com a voz rouca, erguendo o corpo do menino pela blusa. Harry se apoiava em seus próprios cotovelos, sentindo o hálito quente da menina bater em sua pele, ela ofegava de ódio misturado com o esforço anterior.
- Vem comigo, Pansy! – Exclamou Draco a puxando pelos ombros – Não é nada!
- Como não é nada? – Acusou cega de raiva, batendo na mão de Draco, repelindo-a – Vai me dizer que você estava aqui com este fedelho e não estava acontecendo nada!
- Lógico que estava acontecendo algo, Parkinson! Ele me intimou a um duelo, e eu não pude recusar – Começou Harry – Por qual outro motivo eu estaria aqui com o seu namoradinho!?
- Hum... Quer mesmo saber, Potter? – Indagou divertida, cochichando em seu ouvido, respirando pesadamente em seu pescoço – Hoje já vi tanta coisa... Que não duvido de mais nada! – Ela deu uma mordiscada em sua orelha.
- Pansy o que está fazendo!? – Draco a puxava novamente, o ciúme latejando no corpo – Ei?
- Me deixa, Draco! – Gritou afastando-o de novo. Realmente ela ainda não era a mesma – Eu quero aproveitar um pouco, horas! – Balbuciou rasgando a roupa do menino na parte de cima beijando-o e mordendo ao mesmo tempo.
- Deixe-me, Pansy! – Grunhiu Harry tentando empurrá-la para longe – Eu não te quero, sai!
- Pelo amor de Deus, Pansy! O Potter? – Exclamou Draco usando sua última cartada – Pensei que você gostasse de mim?
Ela parou subitamente, fixando-se no rosto de Draco que fingia estar magoado, tendo os olhos semicerrados junto com as sobrancelhas flexionadas. Ela soltou Harry e levantou-se tão subitamente que o menino bateu a cabeça no chão, ainda tendo a perna pisada por ela, aquilo doeu, e ela não se desculpou.
- Mas eu gosto de você, Draco! – Disse mansamente acariciando o rosto dele com as costas da mão – Pensei que você não gostasse de mim! Gosta?
- Eu gosto de você Pansy! – Afirmou, acenando discretamente para Harry ir embora.
- Mas... Mas eu não posso te perdoar – Choramingou se afastando novamente, subindo encima de Harry de novo antes que este levantasse ou fugisse.
- Por que?
- Fácil! Porque você me traiu com ele! Não tem como perdoar isso, tem? – Murmurava escorregando a mão pelo peito do menino, descendo até a fivela do cinto.
- Está maluca, Pansy!
- Eu? Eu não! – Começou a abrir o zíper do menino.
- Para com isso! – Gritou puxando-a para trás pelos cabelos – Eu não te traí com ele! Por que pegaria um homem se tenho milhares de meninas aos meus pés? Incluindo você...
- Solte os meus cabelos! – Ganiu horrorizada, sentada sobre as pernas entreabertas – É isso que eu quero saber! – Retorquiu puxando Harry novamente para o chão sentando-se sobre o seu pescoço – O que ele tem que eu não tenho! O que ele tem que nenhuma outra garota de Hogwarts inteira tenha...
- Deixe de ser ridícula! Eu não tenho nada com o Potter... Quantas vezes mais eu terei que te dizer?
- Para de mentir para mim, Draco! Eu não sou burra... Pode me dizer quantas vezes quiser que você não se encontra com ele, mas eu sei, eu sei que é verdade! Se Crabbe e Goyle podem, por que você não?
- Talvez, porque eu não sou eles! – Gritava afogueado, vendo o sufoco de Harry tentando respirar desesperadamente - E olhe o que esta fazendo com ele! Quer matá-lo, é isso?
Não se importando muito, Pansy olhou a face vermelha do menino entre suas cochas, tentando em vão respirar e se livrar dela, ela sorriu maldosa, vendo o desespero percorrer o corpo do rapaz embaixo dela.
- Ops! – Riu-se acariciando os cabelos do menino preso – Se realmente não gosta dele, qual a causa de tamanha preocupação? – Murmurou calmamente prensando a cabeça de Harry entre suas pernas com mais força, se divertindo – Ele fica tão bonito assim! O vermelho orna perfeitamente com seus belos olhos verdes, não concorda?
- Deixe o em paz! Não quero ser expulso de Hogwarts por tua culpa! – Gritou, desta vez se tacando sobre ela, empurrando-a para o lado, para longe de Harry que rolou no chão sugando o ar com gula.
Pansy se debatia vorazmente em baixo do corpo de Draco que lutava para mantê-la presa contra o chão, ela chutava sua costas com a frente das pernas, a saia encolhida para cima.
- Raios! Me larga seu gay! Seu cretino! Me larga! – Gritava se debatendo.
- Pare! Pansy você está fora de si! – Consolava – Me ouça, a cena do Crabbe e do Goyle se atracando em pleno dia te abalou muito, você não esta dizendo nada com nada! Pansy... Acorde!
Por um momento curto, ela parou relembrando tudo o que vira mais a perseguição e também a hora que ela viu Draco no fundo da sala envolto nas sombras, e de como ele estava lindo aos seus olhos, mas não havia ninguém ao seu lado, ninguém, apenas ele. Mas as imagens de Harry eram frescas, como podia ser?
Draco podia confirmar como a brincadeira mental que ele fazia nela, estava dando certo. Na maioria do tempo ela estivera fora de si, vivendo num mundo distante, apesar de estar brigando com ele e com Harry como se tudo fosse de verdade.
Ele aproveitou o curto momento em que ela voltava à realidade para usar seus tão populares jogos, que facilmente confundiam as pessoas, e o fato de Harry ter sido inteligente o suficiente para fugir enquanto tinha tempo, ajudou.
- Draco!? – Indagou ainda confusa. – Cadê o, Potter? Ele estava aqui a um segundo atrás...
- Não estava não – Continuou a manipulá-la – Você estava sonhando, Pansy!
- Sonhando? Eu não estava sonhando! – Exclamou irritada saindo de baixo dele indo até a porta, colocou a cabeça para fora, tudo estava vazio – Não estava!
- Estava sim! Você atacou um Potter imaginário, Pansy!
- Não! Eu não ataquei nenhum fruto da minha imaginação! Foi o próprio! E você e ele têm um caso... Isso é verdade!
- Pára, Parkinson! – Admoestou mostrando irritação – Você está me confundido com aqueles dois!
- Mas... Mas foi tudo tão real – Murmurou com a voz fraca, encostou- se na parede ao lado da porta, as idéias zizagueavam em sua mente. Durante todo o período de alucinações não tinha muita certeza do que havia acontecido – Foi muito real!
- Não se culpe! – Ele caminhou até ela.
- Fica longe de mim, Malfoy!
- Calma! – Ele recuou alguns passos – Não vou te fazer mal!
Pansy apertou as mãos contra os ouvidos tentando isolar as idéias dentro da sua cabeça, ligar os fatos um aos outros, montar uma história que ao menos pudesse se encaixar com a que era contada. Mas era tudo um monte de pedaços soltos, na grande parte, não tinha certeza se era lembranças reais ou fruto de sua imaginação.
- Eu vou para a Sonserina – Disse firmemente, com a voz embargada – Vou colocar minhas idéias em ordem! Não venha atrás de mim, não tente confundir minha cabeça!
- Tudo bem! – Aceitou dando de ombros – Mas cuidado com o Goyle e com o Crabbe, eles são bem fortes, e se eles realmente quiserem te matar, não vai ter como você fugir! – Disse cruel e secamente.
- CALA A BOCA... O que você quer!? Me enlouquecer!? – Urrou em pânico.
Por um momento ele se permitiu sentir um pouco de dó daquele ser confuso e assustado, mas no fundo não estava ligando para absolutamente nada do que ocorria com ela, a sua função era confundi-la e assustá-la o máximo que pudesse, impedindo que ela abrisse a boca para quem quer que fosse sobre o que tinha visto ou feito.
- Te enlouquecer? – Disse pueril – Eu não, para que propósito eu faria isso com você?
- Pare com isso! – Gritava alto, muito alto – Pare, por favor!
- Parar com que? – Deu um sorriso rude e cruel para ela – Não estou relando em você! Só estou falando...
Ela escorregou pela parede, ficando de cócoras com o rosto apoiado nos joelhos, os braços dobrados sobre a cabeça.
Quer que eu te leve para a Sonserina? – Perguntou puxando-a delicadamente pelo braço, sendo afastado com brutalidade logo em seguida –Ei, calma!
- Fica longe de mim! – Ditou arrogante. Seus olhos novamente estavam longe – Se afaste!
Pela primeira vez se sentiu penalizado pelo o que ia ter que fazer com ela, mas sem pestanejar muito a puxou com força para cima, prensando-a contra a parede, deixando-a ereta. Aproximou-se do rosto aflito.
- Desculpe-me Pansy – Sussurrou.
- Pelo que?
Ele se afastou da parede puxando-a pelos braços gentilmente até o centro da sala, quando ele a soltou, Pansy ficou parada sem se mover, estava morta de medo. Ele posicionou o braço para trás e para cima, a mão fechada
- Por isso! – E com todo a força que tinha socou o rosto da menina, que caiu desacordada no chão, com o rosto arroxeado – Me desculpe, Pansy! – Murmurou de novo a pegando no colo.
Sem muita dificuldade a levou por todos os corredores até a enfermaria, recebendo olhares curiosos de todos que ali estavam, poucos tiveram a coragem de perguntar o que havia acontecido, mas foram deixados a esmo, sem resposta alguma.
Pansy tinha a cabeça caída para trás molemente, a saia escorregava em direção a sua cintura, deixando sua perna inteira a vista, mas Draco não se importou em arrumar.
Bateu na porta da enfermaria meio desajeitado, uma mulher loira atendeu sorrindo para Draco, mas seu sorriso se desfez quando olhou para os braços do mesmo e viu o corpo da menina inconsciente neles.
- Minha nossa! – Gritou arregalando os olhos claros e tapando a boca com as mãos – Entre menino!
- Quem é a senhora?
- Annelle Metsys – Respondeu apontando para uma cama mais ao fundo – Pode me chamar como achar melhor. A ponha lá, por favor!
Ele obedeceu em silêncio, depositando desajeitadamente a pessoa inerte sobre a cama.
- E posso saber quem é o senhor? – Perguntou gentil.
- Draco Malfoy. Malfoy para você. – Respondeu antipático.
- Oh, sim claro, Sr. Malfoy! – Ela deu uma risada abafada, e ele fingiu não perceber – O que aconteceu com ela?
- Não sei! – Disse não tendo intenção de dizer mais nada, mas ao ver a cara da enfermeira achou melhor continuar – Ela veio correndo e gritando como uma louca... Ai ela desmaiou!
- Você a conhece? – Perguntou examinado Pansy.
- Como não poderia conhecer! Ela está na minha casa, seu nome é Pansy Parkinson, 16 anos, sonserina.
- Obrigada pelas informações!
- De nada, e eu já vou indo!
- Não vai não, tenho que falar com o senhor antes!
Meio contrariado Draco se sentou novamente na cama, quieto.
- Estou esperando! – Apressou mal-humorado.
Um pouco sem jeito ela começou, aquele menino a deixava desconfortável.
- Ela disse alguma coisa antes de perder os sentidos?
- Sim, mas não sei se a senhora gostaria de ouvir!
- Me conte, sim!
Ele pestanejou um pouco antes de começar a narrativa, a qual fez questão de resumir ao máximo.
- Ela viu dois meninos se abraçando em uma das salas! – Tentou ser gentil.
Ela encarou-o interrogativa.
- E o que tem demais nisso? – Perguntou, sua expressão estava indiferente.
- Acho que a senhora não entendeu – Afirmou com um sorriso torto – Falando vulgarmente, ela viu dois garotos transando! – Gritou as duas últimas palavras, abaixou a voz novamente e continuou – Entendeu agora?
- Oh... Sim! Agora tudo mudou de plano!
- Disse que eles queriam a pegar, em outras palavras, ela disse que eles estavam querendo matá-la!
- E quem são estes dois?
- Não posso dizer, se me permite a rudez! – Murmurou se levantando – Não sou dedo duro! Se me entende...
- Não precisa me dizer o nome, mas acha que eles a atacaram?
- Duvido! Eu os conheço... Não são animais, apesar de suas inteligências serem iguais.
- Sinto dizer isso, Sr.Malfoy, mas essa garota foi agredida! – Falou séria entrando na frente de Draco.
Ele parou indolente.
- É melhor você me contar tudo o que sabe...
- Ela tem muitos inimigos, Sra.Metsys! E como não quero mentir, fui eu que a ataquei!
Annelle se assustou, não só pela confissão, mas também pela frieza com que ele dissera.
- Por que fez isso? – Perguntou com a voz aguda.
- Eu TIVE que fazer!
- E pelo jeito não se arrepende, não é mesmo? – Guinchou cruzando os braços.
- Não. Por que me arrependeria se eu tinha um ótimo motivo para fazer isso? Agora com licença, mas eu preciso ir!
Draco desviou-se dela indo até a porta, mas antes que pudesse sair ela lhe segurou novamente. Ele virou-se desdenhoso, puxando seu braço da mão da mulher.
- Você vai ter que me explicar!
- Não tenho que explicar nada! – Grunhiu entre os dentes – Eu fiz o que tinha que ser feito, eu já a trouxe até aqui! Não devo explicações a ninguém, e muito menos a senhora!Tchau!
Draco foi embora sem ao menos olhar para trás, deixando-a perplexa e sozinha na porta da enfermaria. Annelle voltou até onde estava Pansy, parando ao seu lado. Delicadamente, segurou a mão da garota com condolência, dando tapinhas gentis.
- Minha criança! Afinal de contas quem era aquele menino... – Seus olhos se encheram de lágrimas, mas não permitiu que nenhuma gota escorresse.
* * *
Harry esperava Draco junto a uma grande estátua em forma de gárgula no corredor que levava a Sonserina. Toda vez que um aluno da respectiva casa passava ele se escondia atrás dela, espremendo-se contra a parede. Era difícil reconhecer quem passava, sua vista estava embaçada pela falta dos seus óculos, teria que pegar o reserva mais tarde. Quando Dracopassou, reconheceu rapidamente os cabelos loiros, os mais claros de Hogwarts em sua opinião. Chamou a sua atenção.
- Draco! – Disse baixinho.
- Oi Harry, o que esta fazendo aqui?
O garoto se aproximou.
- Eu quero saber o que aconteceu depois que eu fui embora – Replicou puxando-o para dentro de uma sala qualquer – Me conta!
- Não há muito que se contar – Falou se sentando no chão de pedra – Como você viu, ela estava totalmente alucinada...
Harry riu, se sentando de frente ao garoto.
- Na hora que ela sentou sobre mim, parecia estar bem acordada!
- Mas não estava. O choque deve ter sido tão grande, que superaqueceu o cérebro dela! Ela tinha espasmos de memórias, pouquíssimos e de curta duração, mas...
- Mas... O quê?– Incitou a narrativa.
- Ela sabe que você estava de algum modo lá... Só não tem certeza entende?
- Mais ou menos, continue.
Draco deu um longo suspiro.
- Eu tentei fazê-la acreditar no que eu dizia: Que ela estava imaginando coisas e tal. Mas chegou uma hora que não deu mais para agüentar, ela ia e voltava, acreditava não acreditava, isso estava me dando nos nervos então...
- Então? – Repetiu curioso quase levantando de expectativa.
- Ela desmaiou!
- Como ela desmaiou? Assim de repente?
- Não foi bem de repente... Eu bati nela! – Balbuciou num sussurro.
- Você bateu nela?
- Horas, bati... O que é que tem de mais! No final eu acho que meu plano deu certo... Duvido que ela vá se lembrar de alguma coisa quando acordar. Vai viver mais na confusão do que na realidade!
- E se ela lembrar?
- Ela pode tanto lembrar como não! Cinqüenta a cinqüenta, metade a metade! Não tem como saber...
- Por que não fez outra coisa?
- Queria ver o que você faria no meu lugar... Eu usei diversos jogos mentais nela, mas aquele bendito vai e vem me deixou irritado!
- Torturas psicológicas? Boa idéia! – Assentiu indo para o lado de Draco – Eu não saberia o que fazer. Aonde ela está?
- Na enfermaria!
- E a Sr.Metsys não perguntou nada? – Deu um risinho abafado.
- Lógico que sim. Aquela lá é pior do que a Pomfrey, xereta!
- E você disse o que? – Incentivou a continuação da conversa, se encostou em Draco, apoiando sua cabeça na dele.
- O que eu disse? – Repetiu – Bem, eu disse a verdade modificada...
Harry se recompôs olhando fixamente para ele.
- Como assim: A verdade modificada?
- Contei tudo, resumidamente, esquecendo de te colocar na história. Ela acreditou em tudo sem duvida alguma... Só queria saber o porque de eu ter... Sabe né? Batido nela.
- E ela acreditou? – indagou Harry estupefato.
- Lógico que acreditou... Era a verdade!
Draco deu um muxoxo contrariado, então surgiu uma dúvida.
- Ei, Harry! Como você conhece aquela mulher? – Perguntou curioso.
Harry engoliu em seco, não havia contado a Draco o incidente com Snape, e não pretendia contar, uma desculpa resolveria tudo, mas não tinha uma pronta para justa causa. Então falou olhando o teto.
- Eu ouvi uns meninos comentarem! – Disse, consentindo que era a pura verdade, fora assim que descobrira a existência da nova enfermeira.
- Hum...
- Quando será que a Pansy vai voltar? – Sussurrou, caindo para o lado, deitando no ombro de Draco.
(n/a) – Não se esqueçam de entrar na minha Homepage, o site oficial da fanfic Segundas Intenções, ok? http://geocities.yahoo.com.br/segundasdm
Um único dia restava até o tão glorioso dia. Pelos corredores enfeitados de Hogwarts, conversas animadas ecoavam das bocas dos alunos agitados pelas paredes do castelo, o assunto mais falado entre os meninos era sobre a decoração que começava a ser feita no salão principal, já os das meninas eram os garotos, seus futuros pares que dividiam o espaço com os vestidos, os quais elas ficavam idealizando se estava ou não na moda de Londres, o mundo dos trouxas.
Mas o tumulto e a agitação que se espalhava pelos corredores não alegravam a todos, havia aqueles que se irritavam com a alegria alheia, querendo que assim acontecesse um grande desastre para o cancelamento da festa.
Mal humorada como sempre, Pansy andava a passos largos em direção a sua casa, pelo menos lá não se podia ouvir os murmurinhos das meninas apaixonadas, que pensavam em convidar para o baile os capitães dos times de quadribol ou aquele menino popular da Corvinal, cujo nome ela não sabia.
Seus pensamentos estavam presos no único garoto descente, pelo menos na sua opinião, do colégio inteiro. Assim que Draco chegasse a Sonserina ela iria convidá-lo para o baile, as chances de um não sobrepujavam e muito a de um sim, mas mesmo assim não custava tentar, pois apenas a possibilidade de ter que ir com um dos dois capangas já era o suficiente pra lhe causar arrepios, e a imagem de um daqueles gigantescos pés pisando nos seus então, era igual a um iceberg depositado na boca do estômago.
Já se podia ver a passagem que levava a Sonserina mais à frente, quando uma seqüência de risos desenfreados cortou o habitual silêncio do covil sonserino. Logo a mente da garota começou a explodir com idéias e planos maliciosos. Pansy simplesmente não podia conter sua curiosidade, e a idéia de flagrar um casal enamorado se agarrando escondido em uma das salas de Hogwarts era mais tentadora do que poder por fogo no cabelo de Hagrid.
Pé ante pé, com o maior sigilo possível, se aproximou do local encostando um dos ouvidos na porta, assim se podia ouvir com mais nitidez as declarações pronunciadas, porém, devido à interferência da madeira, não conseguia decifrar exatamente o que diziam ou então a quem pertenciam àquelas vozes.
No primeiro instante pensou no casal mais famoso da Sonserina: Daniel Smith e Glória Simon, dois sextanistas. Aqueles dois já haviam sido surpreendidos diversas vezes nos maiores amassos dentro de armários e salas vazias, sem incluir é claro o próprio dormitório feminino. Não era de se espantar que fossem eles de novo infringindo as regras do colégio.
Girou a maçaneta lentamente, os dentes serrados em excitação. Com cuidado empurrou a porta que sem esforço algum, obedeceu às ordens abrindo- se calmamente, no ritmo que era ditado pela menina. As vozes agora soavam mais naturais, e Pansy conhecia bem aqueles timbres, mas não podia ser, simplesmente não podia ser. Avançou para dentro do local, muito bem iluminado por sinal, para tirar a prova. Não pode conter o grito de surpresa. Estava certa. Literalmente certa.
- Ai, que pouca vergonha! O que vocês dois estão fazendo!? – Guinchou tapando os olhos com as mãos, tentando esquecer o que vira.
Aturdidos com o flagrante, Crabbe e Goyle demoraram a se largar, permanecendo assim agarrados, numa posição extremamente constrangedora e diletante.
Retrocedeu alguns passos da porta batendo-a com toda a sua força logo em seguida, o som da madeira misturando-se com o grito emanado no interior do ambiente. Incrédula, encostou-se na parede, sem a capacidade de pensar direito, e antes que seu corpo pudesse recuperar a mobilidade, duas grandes figuras surgiam do interior da sala. Goyle encarou carrancudo a imagem miúda e frágilizada da criatura a sua frente, ele avançou ameaçadoramente em sua direção, seguido pelo outro, que ainda abotoava a camisa.
A imagem entrava e saia de foco, Pansy estava muito nervosa, neste exato momento devia estar desafiando-os com sua inteligência, mas agora, nesta situação, eles pareciam bem maiores e assustadores. Seu coração batia numa velocidade incrível, suas pernas pareciam que iam ceder, quando a mão pesada de Goyle veio em sua direção seu primeiro impulso foi correr, e ela realmente correu.
Sem ter idéia do que fazia, escorregou pela parede, o corpo virando ao mesmo tempo, no mesmo compasso. Não sabia da onde tirava forças para correr, apenas sabia que seus pés batiam no chão de mármore, mas simplesmente não sentia. Apertou a velocidade, queria sumir dali, desaparecer por um longo tempo, desejando que aquilo não tivesse acontecido. Virou o rosto para trás, eles a seguiam, grudados em seus calcanhares, seus lábios se moviam freneticamente, mas ela não ouvia, parecia estar dentro de um sonho, não, um sonho não, um pesadelo, um pesadelo horrível.
Os meninos estavam em pânico, podiam ser grandes, mas não corriam mais rápido do que ela, eles eram muito pesados e desengonçados para conseguir alcançá-la.
- Pansy, espera! – Gritava Goyle desesperado, queria explicar tudo, e do jeito que ela fugia parecia que ele queria matá-la – Um minuto, deixe- nos explicar! Pansy!
- Pelo amor de Deus! – Apelava o outro – Pare Pansy! Pare! Pare!
Ela não ouvia, não queria ouvir, parecia estar trancada dentro deu uma redoma de vidro inabalável, onde nada pudesse atingi-la, ou algum som chegar aos seus ouvidos. E mesmo que uma flecha lhe atingisse as costas, ela não pararia de correr, seu corpo parecia uma máquina programada para fazer somente aquilo e nada mais.
Avançava esbarrando nos alunos que encontrava no caminho, era xingada e interrogada por vários, havia ainda aqueles mais ousados que tentavam segurá-la para tirar satisfações, mas não conseguiam, ela escorregava pelos seus dedos com uma grande facilidade. Diversas pessoas caíram no chão junto com papéis, penas e cacos de vidros enlambuzados de tinta que tingiam o chão. Ela iniciou a subida das escadas, uma, duas, três, oito, não paravam mais.
Crabbe e Goyle já não estavam mais em sua perseguição, para eles era um esforço sobre humano aquela maratona, desejavam que ela desmaiasse-se logo, pois um corpo humano normal não poderia agüentar tamanho esforço físico motivado por um choque tão grande e tão profundo.
Lágrimas sem sentido escorriam pela face da menina, os olhos fora de foco banhados e brilhosos pela água. Como se estivesse sido chamada por algo, de solavanco adentrou em uma das salas do andar, a porta abriu e ricocheteou na parede fechando de novo com um estrondo, as janelas tremeram, um dos vidros superiores se soltou, espatifando-se no chão.
Ela correu de encontro à parede, se encolheu no canto da sala, no vértice que as paredes formavam, chorando desesperadamente, o rosto escondido nas mãos, a cabeça encaixada no vão. Devagar virou o rosto para o fundo do aposento, e a presença do menino pálido de cabelos loiros a tirou em parte do transe, ele estava assustado no final da sala, como se não soubesse o que fazer. Sem pensar ela correu desesperadamente para seus braços, soluçando e gritando.
- Draco! Meu Draco! – Soluçava convulsivamente, agarrando-o pela blusa. – Eles querem me matar! Querem me matar! Querem... Querem sim, Draco! Me ajuda, por favor! Eu lhe imploro!
- Calma Pansy! Quem quer te matar!? – Gritava enquanto a segurava presa pelos braços, sua insensatez era completamente visível – Me fale! Anda!
- O Crabbe e... E o Goyle! São, eles mesmos, são eles sim, Draco! Acredita em mim!Por favor!
- O que foi que aconteceu, Pansy!? – Indagou levantando o rosto da menina – Heim?
A menina tremia muito, como se estivesse tendo uma convulsão.
- Eu vi! Eu os vi, Draco! – Murmurava totalmente alucinada, olhando nos olhos de Draco, como se tudo que dissesse fosse a mais pura verdade – Estavam lá... Se agarrando!
- Se agarrando!? – Naqueles olhos não refletiam a verdadeira Pansy.
- É sim! – Falava confirmando com a cabeça violentamente – Se beijando! As... As mãos! Nus... Totalmente nus! – Ela procurava abrigo naqueles olhos cinzas, os seus próprios dançavam nas órbitas sem um ponto fixo – Eu vi! E eles querem me pegar... Me... Me matar!
- Pansy o que foi que aconteceu com você? – Sussurrou apertando a cabeça da menina contra seu corpo, mantendo-a segura ali, procurando aflito o apoio de um Harry ainda mais confuso.
Sim, Harry estivera ali desde o primeiro instante, Pansy não havia notado sua presença, nem ao menos parecia saber onde estava no momento, e a única coisa que parecia ver era Draco. Harry estava exatamente do lado do loiro, presenciando a cena de camarote. Diversas vezes a menina olhara para ele em seus ataques de loucura, segurando o olhar, parecia que no fundo daquela mente confusa a verdadeira Pansy Parkinson estava o reconhecendo, querendo de todos os modos interrogar o que ele fazia ali, ainda mais com o Draco.
- O que ela tem? – Sussurrou.
- Não sei, ela está tremendo Harry! – Falou afobado – Nunca vi ninguém assim em toda a minha vida, mesmo com tudo o que vi e passei. Não entendo o que fez isso com ela!
Foi então que Pansy virou o rosto para o outro lado, fungando aninhada junto ao corpo do rapaz, levantando com dificuldade a pálpebras pesadas, deparando-se com a imagem aturdida de um menino, e fixou os olhos opacos em seu rosto. Os cabelos bagunçados, aqueles olhos verde-vivos, arregalados por detrás das lentes dos óculos redondos, a tão famosa cicatriz no centro de sua testa, fina e um pouco mais escura do que o resto da pele devido às sombras.
Ela desgrudou o rosto do corpo de Draco, forçando os olhos. Pressentindo tudo o que estava por vir, Draco ergueu uma das mãos apontando diretamente para a porta.
- Sai daqui, Potter! – Gritou virando a menina para o outro lado, tampando sua visão – Sai daqui agora! Rápido!
Parte da lucidez voltou a aquele corpo em pane, dando-se conta de quem era aquele ser, e do que devia estar fazendo lá, Pansy empurrou Draco pelo tórax se soltando dos braços que a prendiam. Harry mal tivera tempo de se mover. Ela avançou até o menino pulando encima dele, derrubando-o no chão, fazendo com que os óculos de Harry voassem para longe, batendo nos pés de Draco que, no pânico, pisou sobre eles, espatifando-os.
- Potter!? – Sua voz transpassava insegurança e incredulidade – Você aqui?
Ela se agarrou à blusa dele, puxando-a para cima, amassando-a em sua mão branca.
- O que você quer de mim, Parkinson? – Perguntou tentando parecer provocativo e ao mesmo tempo submisso.
- O que você esta fazendo aqui, Potter? E com o meu Draco! – Urrou ela com a voz rouca, erguendo o corpo do menino pela blusa. Harry se apoiava em seus próprios cotovelos, sentindo o hálito quente da menina bater em sua pele, ela ofegava de ódio misturado com o esforço anterior.
- Vem comigo, Pansy! – Exclamou Draco a puxando pelos ombros – Não é nada!
- Como não é nada? – Acusou cega de raiva, batendo na mão de Draco, repelindo-a – Vai me dizer que você estava aqui com este fedelho e não estava acontecendo nada!
- Lógico que estava acontecendo algo, Parkinson! Ele me intimou a um duelo, e eu não pude recusar – Começou Harry – Por qual outro motivo eu estaria aqui com o seu namoradinho!?
- Hum... Quer mesmo saber, Potter? – Indagou divertida, cochichando em seu ouvido, respirando pesadamente em seu pescoço – Hoje já vi tanta coisa... Que não duvido de mais nada! – Ela deu uma mordiscada em sua orelha.
- Pansy o que está fazendo!? – Draco a puxava novamente, o ciúme latejando no corpo – Ei?
- Me deixa, Draco! – Gritou afastando-o de novo. Realmente ela ainda não era a mesma – Eu quero aproveitar um pouco, horas! – Balbuciou rasgando a roupa do menino na parte de cima beijando-o e mordendo ao mesmo tempo.
- Deixe-me, Pansy! – Grunhiu Harry tentando empurrá-la para longe – Eu não te quero, sai!
- Pelo amor de Deus, Pansy! O Potter? – Exclamou Draco usando sua última cartada – Pensei que você gostasse de mim?
Ela parou subitamente, fixando-se no rosto de Draco que fingia estar magoado, tendo os olhos semicerrados junto com as sobrancelhas flexionadas. Ela soltou Harry e levantou-se tão subitamente que o menino bateu a cabeça no chão, ainda tendo a perna pisada por ela, aquilo doeu, e ela não se desculpou.
- Mas eu gosto de você, Draco! – Disse mansamente acariciando o rosto dele com as costas da mão – Pensei que você não gostasse de mim! Gosta?
- Eu gosto de você Pansy! – Afirmou, acenando discretamente para Harry ir embora.
- Mas... Mas eu não posso te perdoar – Choramingou se afastando novamente, subindo encima de Harry de novo antes que este levantasse ou fugisse.
- Por que?
- Fácil! Porque você me traiu com ele! Não tem como perdoar isso, tem? – Murmurava escorregando a mão pelo peito do menino, descendo até a fivela do cinto.
- Está maluca, Pansy!
- Eu? Eu não! – Começou a abrir o zíper do menino.
- Para com isso! – Gritou puxando-a para trás pelos cabelos – Eu não te traí com ele! Por que pegaria um homem se tenho milhares de meninas aos meus pés? Incluindo você...
- Solte os meus cabelos! – Ganiu horrorizada, sentada sobre as pernas entreabertas – É isso que eu quero saber! – Retorquiu puxando Harry novamente para o chão sentando-se sobre o seu pescoço – O que ele tem que eu não tenho! O que ele tem que nenhuma outra garota de Hogwarts inteira tenha...
- Deixe de ser ridícula! Eu não tenho nada com o Potter... Quantas vezes mais eu terei que te dizer?
- Para de mentir para mim, Draco! Eu não sou burra... Pode me dizer quantas vezes quiser que você não se encontra com ele, mas eu sei, eu sei que é verdade! Se Crabbe e Goyle podem, por que você não?
- Talvez, porque eu não sou eles! – Gritava afogueado, vendo o sufoco de Harry tentando respirar desesperadamente - E olhe o que esta fazendo com ele! Quer matá-lo, é isso?
Não se importando muito, Pansy olhou a face vermelha do menino entre suas cochas, tentando em vão respirar e se livrar dela, ela sorriu maldosa, vendo o desespero percorrer o corpo do rapaz embaixo dela.
- Ops! – Riu-se acariciando os cabelos do menino preso – Se realmente não gosta dele, qual a causa de tamanha preocupação? – Murmurou calmamente prensando a cabeça de Harry entre suas pernas com mais força, se divertindo – Ele fica tão bonito assim! O vermelho orna perfeitamente com seus belos olhos verdes, não concorda?
- Deixe o em paz! Não quero ser expulso de Hogwarts por tua culpa! – Gritou, desta vez se tacando sobre ela, empurrando-a para o lado, para longe de Harry que rolou no chão sugando o ar com gula.
Pansy se debatia vorazmente em baixo do corpo de Draco que lutava para mantê-la presa contra o chão, ela chutava sua costas com a frente das pernas, a saia encolhida para cima.
- Raios! Me larga seu gay! Seu cretino! Me larga! – Gritava se debatendo.
- Pare! Pansy você está fora de si! – Consolava – Me ouça, a cena do Crabbe e do Goyle se atracando em pleno dia te abalou muito, você não esta dizendo nada com nada! Pansy... Acorde!
Por um momento curto, ela parou relembrando tudo o que vira mais a perseguição e também a hora que ela viu Draco no fundo da sala envolto nas sombras, e de como ele estava lindo aos seus olhos, mas não havia ninguém ao seu lado, ninguém, apenas ele. Mas as imagens de Harry eram frescas, como podia ser?
Draco podia confirmar como a brincadeira mental que ele fazia nela, estava dando certo. Na maioria do tempo ela estivera fora de si, vivendo num mundo distante, apesar de estar brigando com ele e com Harry como se tudo fosse de verdade.
Ele aproveitou o curto momento em que ela voltava à realidade para usar seus tão populares jogos, que facilmente confundiam as pessoas, e o fato de Harry ter sido inteligente o suficiente para fugir enquanto tinha tempo, ajudou.
- Draco!? – Indagou ainda confusa. – Cadê o, Potter? Ele estava aqui a um segundo atrás...
- Não estava não – Continuou a manipulá-la – Você estava sonhando, Pansy!
- Sonhando? Eu não estava sonhando! – Exclamou irritada saindo de baixo dele indo até a porta, colocou a cabeça para fora, tudo estava vazio – Não estava!
- Estava sim! Você atacou um Potter imaginário, Pansy!
- Não! Eu não ataquei nenhum fruto da minha imaginação! Foi o próprio! E você e ele têm um caso... Isso é verdade!
- Pára, Parkinson! – Admoestou mostrando irritação – Você está me confundido com aqueles dois!
- Mas... Mas foi tudo tão real – Murmurou com a voz fraca, encostou- se na parede ao lado da porta, as idéias zizagueavam em sua mente. Durante todo o período de alucinações não tinha muita certeza do que havia acontecido – Foi muito real!
- Não se culpe! – Ele caminhou até ela.
- Fica longe de mim, Malfoy!
- Calma! – Ele recuou alguns passos – Não vou te fazer mal!
Pansy apertou as mãos contra os ouvidos tentando isolar as idéias dentro da sua cabeça, ligar os fatos um aos outros, montar uma história que ao menos pudesse se encaixar com a que era contada. Mas era tudo um monte de pedaços soltos, na grande parte, não tinha certeza se era lembranças reais ou fruto de sua imaginação.
- Eu vou para a Sonserina – Disse firmemente, com a voz embargada – Vou colocar minhas idéias em ordem! Não venha atrás de mim, não tente confundir minha cabeça!
- Tudo bem! – Aceitou dando de ombros – Mas cuidado com o Goyle e com o Crabbe, eles são bem fortes, e se eles realmente quiserem te matar, não vai ter como você fugir! – Disse cruel e secamente.
- CALA A BOCA... O que você quer!? Me enlouquecer!? – Urrou em pânico.
Por um momento ele se permitiu sentir um pouco de dó daquele ser confuso e assustado, mas no fundo não estava ligando para absolutamente nada do que ocorria com ela, a sua função era confundi-la e assustá-la o máximo que pudesse, impedindo que ela abrisse a boca para quem quer que fosse sobre o que tinha visto ou feito.
- Te enlouquecer? – Disse pueril – Eu não, para que propósito eu faria isso com você?
- Pare com isso! – Gritava alto, muito alto – Pare, por favor!
- Parar com que? – Deu um sorriso rude e cruel para ela – Não estou relando em você! Só estou falando...
Ela escorregou pela parede, ficando de cócoras com o rosto apoiado nos joelhos, os braços dobrados sobre a cabeça.
Quer que eu te leve para a Sonserina? – Perguntou puxando-a delicadamente pelo braço, sendo afastado com brutalidade logo em seguida –Ei, calma!
- Fica longe de mim! – Ditou arrogante. Seus olhos novamente estavam longe – Se afaste!
Pela primeira vez se sentiu penalizado pelo o que ia ter que fazer com ela, mas sem pestanejar muito a puxou com força para cima, prensando-a contra a parede, deixando-a ereta. Aproximou-se do rosto aflito.
- Desculpe-me Pansy – Sussurrou.
- Pelo que?
Ele se afastou da parede puxando-a pelos braços gentilmente até o centro da sala, quando ele a soltou, Pansy ficou parada sem se mover, estava morta de medo. Ele posicionou o braço para trás e para cima, a mão fechada
- Por isso! – E com todo a força que tinha socou o rosto da menina, que caiu desacordada no chão, com o rosto arroxeado – Me desculpe, Pansy! – Murmurou de novo a pegando no colo.
Sem muita dificuldade a levou por todos os corredores até a enfermaria, recebendo olhares curiosos de todos que ali estavam, poucos tiveram a coragem de perguntar o que havia acontecido, mas foram deixados a esmo, sem resposta alguma.
Pansy tinha a cabeça caída para trás molemente, a saia escorregava em direção a sua cintura, deixando sua perna inteira a vista, mas Draco não se importou em arrumar.
Bateu na porta da enfermaria meio desajeitado, uma mulher loira atendeu sorrindo para Draco, mas seu sorriso se desfez quando olhou para os braços do mesmo e viu o corpo da menina inconsciente neles.
- Minha nossa! – Gritou arregalando os olhos claros e tapando a boca com as mãos – Entre menino!
- Quem é a senhora?
- Annelle Metsys – Respondeu apontando para uma cama mais ao fundo – Pode me chamar como achar melhor. A ponha lá, por favor!
Ele obedeceu em silêncio, depositando desajeitadamente a pessoa inerte sobre a cama.
- E posso saber quem é o senhor? – Perguntou gentil.
- Draco Malfoy. Malfoy para você. – Respondeu antipático.
- Oh, sim claro, Sr. Malfoy! – Ela deu uma risada abafada, e ele fingiu não perceber – O que aconteceu com ela?
- Não sei! – Disse não tendo intenção de dizer mais nada, mas ao ver a cara da enfermeira achou melhor continuar – Ela veio correndo e gritando como uma louca... Ai ela desmaiou!
- Você a conhece? – Perguntou examinado Pansy.
- Como não poderia conhecer! Ela está na minha casa, seu nome é Pansy Parkinson, 16 anos, sonserina.
- Obrigada pelas informações!
- De nada, e eu já vou indo!
- Não vai não, tenho que falar com o senhor antes!
Meio contrariado Draco se sentou novamente na cama, quieto.
- Estou esperando! – Apressou mal-humorado.
Um pouco sem jeito ela começou, aquele menino a deixava desconfortável.
- Ela disse alguma coisa antes de perder os sentidos?
- Sim, mas não sei se a senhora gostaria de ouvir!
- Me conte, sim!
Ele pestanejou um pouco antes de começar a narrativa, a qual fez questão de resumir ao máximo.
- Ela viu dois meninos se abraçando em uma das salas! – Tentou ser gentil.
Ela encarou-o interrogativa.
- E o que tem demais nisso? – Perguntou, sua expressão estava indiferente.
- Acho que a senhora não entendeu – Afirmou com um sorriso torto – Falando vulgarmente, ela viu dois garotos transando! – Gritou as duas últimas palavras, abaixou a voz novamente e continuou – Entendeu agora?
- Oh... Sim! Agora tudo mudou de plano!
- Disse que eles queriam a pegar, em outras palavras, ela disse que eles estavam querendo matá-la!
- E quem são estes dois?
- Não posso dizer, se me permite a rudez! – Murmurou se levantando – Não sou dedo duro! Se me entende...
- Não precisa me dizer o nome, mas acha que eles a atacaram?
- Duvido! Eu os conheço... Não são animais, apesar de suas inteligências serem iguais.
- Sinto dizer isso, Sr.Malfoy, mas essa garota foi agredida! – Falou séria entrando na frente de Draco.
Ele parou indolente.
- É melhor você me contar tudo o que sabe...
- Ela tem muitos inimigos, Sra.Metsys! E como não quero mentir, fui eu que a ataquei!
Annelle se assustou, não só pela confissão, mas também pela frieza com que ele dissera.
- Por que fez isso? – Perguntou com a voz aguda.
- Eu TIVE que fazer!
- E pelo jeito não se arrepende, não é mesmo? – Guinchou cruzando os braços.
- Não. Por que me arrependeria se eu tinha um ótimo motivo para fazer isso? Agora com licença, mas eu preciso ir!
Draco desviou-se dela indo até a porta, mas antes que pudesse sair ela lhe segurou novamente. Ele virou-se desdenhoso, puxando seu braço da mão da mulher.
- Você vai ter que me explicar!
- Não tenho que explicar nada! – Grunhiu entre os dentes – Eu fiz o que tinha que ser feito, eu já a trouxe até aqui! Não devo explicações a ninguém, e muito menos a senhora!Tchau!
Draco foi embora sem ao menos olhar para trás, deixando-a perplexa e sozinha na porta da enfermaria. Annelle voltou até onde estava Pansy, parando ao seu lado. Delicadamente, segurou a mão da garota com condolência, dando tapinhas gentis.
- Minha criança! Afinal de contas quem era aquele menino... – Seus olhos se encheram de lágrimas, mas não permitiu que nenhuma gota escorresse.
* * *
Harry esperava Draco junto a uma grande estátua em forma de gárgula no corredor que levava a Sonserina. Toda vez que um aluno da respectiva casa passava ele se escondia atrás dela, espremendo-se contra a parede. Era difícil reconhecer quem passava, sua vista estava embaçada pela falta dos seus óculos, teria que pegar o reserva mais tarde. Quando Dracopassou, reconheceu rapidamente os cabelos loiros, os mais claros de Hogwarts em sua opinião. Chamou a sua atenção.
- Draco! – Disse baixinho.
- Oi Harry, o que esta fazendo aqui?
O garoto se aproximou.
- Eu quero saber o que aconteceu depois que eu fui embora – Replicou puxando-o para dentro de uma sala qualquer – Me conta!
- Não há muito que se contar – Falou se sentando no chão de pedra – Como você viu, ela estava totalmente alucinada...
Harry riu, se sentando de frente ao garoto.
- Na hora que ela sentou sobre mim, parecia estar bem acordada!
- Mas não estava. O choque deve ter sido tão grande, que superaqueceu o cérebro dela! Ela tinha espasmos de memórias, pouquíssimos e de curta duração, mas...
- Mas... O quê?– Incitou a narrativa.
- Ela sabe que você estava de algum modo lá... Só não tem certeza entende?
- Mais ou menos, continue.
Draco deu um longo suspiro.
- Eu tentei fazê-la acreditar no que eu dizia: Que ela estava imaginando coisas e tal. Mas chegou uma hora que não deu mais para agüentar, ela ia e voltava, acreditava não acreditava, isso estava me dando nos nervos então...
- Então? – Repetiu curioso quase levantando de expectativa.
- Ela desmaiou!
- Como ela desmaiou? Assim de repente?
- Não foi bem de repente... Eu bati nela! – Balbuciou num sussurro.
- Você bateu nela?
- Horas, bati... O que é que tem de mais! No final eu acho que meu plano deu certo... Duvido que ela vá se lembrar de alguma coisa quando acordar. Vai viver mais na confusão do que na realidade!
- E se ela lembrar?
- Ela pode tanto lembrar como não! Cinqüenta a cinqüenta, metade a metade! Não tem como saber...
- Por que não fez outra coisa?
- Queria ver o que você faria no meu lugar... Eu usei diversos jogos mentais nela, mas aquele bendito vai e vem me deixou irritado!
- Torturas psicológicas? Boa idéia! – Assentiu indo para o lado de Draco – Eu não saberia o que fazer. Aonde ela está?
- Na enfermaria!
- E a Sr.Metsys não perguntou nada? – Deu um risinho abafado.
- Lógico que sim. Aquela lá é pior do que a Pomfrey, xereta!
- E você disse o que? – Incentivou a continuação da conversa, se encostou em Draco, apoiando sua cabeça na dele.
- O que eu disse? – Repetiu – Bem, eu disse a verdade modificada...
Harry se recompôs olhando fixamente para ele.
- Como assim: A verdade modificada?
- Contei tudo, resumidamente, esquecendo de te colocar na história. Ela acreditou em tudo sem duvida alguma... Só queria saber o porque de eu ter... Sabe né? Batido nela.
- E ela acreditou? – indagou Harry estupefato.
- Lógico que acreditou... Era a verdade!
Draco deu um muxoxo contrariado, então surgiu uma dúvida.
- Ei, Harry! Como você conhece aquela mulher? – Perguntou curioso.
Harry engoliu em seco, não havia contado a Draco o incidente com Snape, e não pretendia contar, uma desculpa resolveria tudo, mas não tinha uma pronta para justa causa. Então falou olhando o teto.
- Eu ouvi uns meninos comentarem! – Disse, consentindo que era a pura verdade, fora assim que descobrira a existência da nova enfermeira.
- Hum...
- Quando será que a Pansy vai voltar? – Sussurrou, caindo para o lado, deitando no ombro de Draco.
(n/a) – Não se esqueçam de entrar na minha Homepage, o site oficial da fanfic Segundas Intenções, ok? http://geocities.yahoo.com.br/segundasdm
