Dias de um passado (quase) esquecido
By Lexas
Joaotjr@hotmail.com
Setembro/2001
- Amy, aonde você pensa que vai ?
- Aiiii – e era o quarto "ai" que ela soltava . Se continuasse desse jeito, teria que matar Rei, do contrário, cometeria suicido !
- Amy .
- ....
- Amy .
- ....
- AMY !!!!
- Eu não sou surda, Rei . E, caso não tenha percebido, já são quase sete da noite . Tive um caso difícil hoje na emergência, um outro imbecil decidiu que seria uma boa morrer no meu turno e aceitou a proposta no hora, destruíram algumas lojas no centro de Tóquio e a minha favorita onde eu comprava roupas foi junto, tive que contar uma história de ninar pro meu lindinho ... e agradeceria imensamente se parasse de gritar no meu ouvido !!!
Talvez tenha sido a maneira de falar, talvez tenha sido a expressão de Amy, vai saber . O fato é que Rei se calou tão logo o "apelo" de Amy . Fazer o que, né ?
Amy seguia pela casa, atravessando os cômodos . Logo, ela já se encontrara dentro da biblioteca . Aquilo havia chamado a atenção de Rei :
- Amy ... aonde estamos indo ?
- Eu já te falei ...
- Você disse que ia me explicar o que estava acontecendo ... e me traz pra uma biblioteca ?
- Quer falar mais baixo ? Minha família não sabe de nada, se quer saber !
- Não ? Pensei que eles soubessem sobre ...
Amy dá as costas pra ela, e continua andando . Pouco depois, ela para em frente a uma estante que estava encostada em uma parede.
Para a surpresa de Rei, Amy para e, sem olhar para trás, diz :
- Eles não sabem . E, se depender de mim, E DE MAIS NINGUÉM, eles não vão tomar conhecimento disso . Nunca . Jamais . Ficou claro ?
- Muito . Mas ... não me trouxe até aqui só pra me mostrar alguns livros, não é ?
Embora quase que Inaudível, seus lábios produzem uma palavra oriunda de uma linguagem morta . A estante se divide em duas, revelando uma porta que possuía metade do tamanho de Amy . Instantes após atravessa-la, a estante volta ao seu lugar e a porta se fecha .
E lá estava ela, novamente naquele lugar . Não fazia muito tempo desde a última vez que tinha vindo até aqui .
Nesse instante ela olha para trás e percebe que não havia ninguém . Fazendo a passagem se abrir novamente, ela percebe que Rei ainda estava lá, na biblioteca, boquiaberta com o que acabara de presenciar .
- Eí, vai ficar ai a noite toda ?
Antes que ela pudesse responder, Amy puxa Rei para dentro do laboratório . Quando as estantes se fecham, Rei sai de seu estado de transe, e passa a prestar atenção ao lugar onde estava .
- Mas que ... Amy, que lugar é esse ?
- Ora, Sherlock ... não te parece óbvio ? Veja a mesa, veja os troféus, veja o microscópio, veja aqueles jalecos especiais . Sim, minha cara ! Nós estamos ...
- Na Batcaverna ?
Uma gotinha escorria pela testa de Amy . É, ela tinha razão . Certas coisas nunca mudam .
- Há,há,há!!!
- He,hé,hé !!!
- Muito engraçada, Rei . Muito engraçada , mesmo !
- Olha só quem fala ! Não fui eu quem me fantasiei de colegial ...
- Hã ... deixa isso pra depois . Vem comigo .
- Nossa, Amy ... que lugar é esse afinal ? Parece tão ... tão ...
- Antiquado ? Sim, é . Se o sistema de ar-condicionado não estivesse funcionando
direito, já teria perdido muitos volumes .
- Volumes ?
Foi então que Rei prestou atenção . Ao entrar, só tinha percebido a "tralha cientifica" de Amy, mas não tinha prestado atenção ao que se encontrava nas paredes : Livros . Estantes abarrotadas de livros .
- Nossa !!! Tem mais livros aqui dentro !!!
- Esqueça-o, por enquanto . Temos trabalho a fazer . Sente-se aqui . – dizia Amy, enquanto Rei se sentava em um banco de madeira . Amy estica o braço dela, e coloca uma tala de borracha, prendendo a circulação do sangue . Eis que ela tira de dentro de um jaleco que estava pendurado uma seringa e "enfia" no braço de Rei, retirando um pouco de sangue . Como não estava prestando atenção a essa última parte, Rei só teve tempo de gritar bem alto quando a seringa furou seu braço .
- Amy, mas no que diabos está pensando ?
- Pare de choramingar ! Esqueceu que eu sou médica ? Sei o que estou fazendo !
- Mas você bem que ... ops !!! – Imediatamente ela tampou a boca, ao perceber que estava gritando – Me desculpe ! Eu não queria ...
- Tudo bem . O som morre aqui .
- Hã ?
- Agora, fique aí quietinha, enquanto eu verifico algumas coisas ...
Amy colocou um pouco do sangue coletado num pequeno pedaço de vidro quadrado, e o levou até seu microscópio, começando a analisar, até que ...
- Amy .
- Hmm ?
- Já são sete horas ... mas não posso ficar muito tempo aqui . Não sei o que está acontecendo, e pode ter certeza de que não vou ficar parada, mas não posso ficar aqui até mais tarde .
Amy tira os olhos do microscópio, parando de analisar o sangue . Aquilo podia esperar.
- Certo . – Ela dizia, enquanto seu banco giratório virava-se para Rei . Ela cruza os braços, as pernas e olha bem para Rei. – O que quer saber ? – ela falava, com um tom bem sarcástica no tom de voz ao fazer essa pergunta a Rei .
- Olha só pra você ... Nem parece aquela CDF que mal saia de casa, se não fosse puxada pelas suas amigas .
- CDF ... ora, é muito fácil resumir toda a minha genialidade em apenas uma palavra .
- Verdade . Em que mudamos, Amy ?
- Acho que a pergunta mais adequada seria o quanto mudamos . Mas não acho que seja isso o que quer saber, não ? Está preocupada com toda aquela destruição, não é ?
- Amy ... eu vi aquilo com os meus próprios olhos . Eu sei quem fez aquilo .
- Como ? Estava lá ?
- Sim , digo, não , quero dizer ... olha, de uma certa forma, eu estava lá . Não da maneira que você imagina, mas estava lá .
- Hã ... depois você me explica isso direito . Quem eram as quatro pessoas ?
Nesse instante Rei piscara rapidamente os olhos, tomando um rápido susto .
- Como sabe que eram quatro ?
Amy estende o braço e liga o computador que estava ao seu lado . Em seguida, ela tira da cintura um pequeno aparelho preto, que se assemelhava muito com um celular . Ela puxa um pequeno fio do computador e conecta no aparelhinho, e ambos começam a piscar .
- Isso aqui me disse .
- O que é isso ?
- Criei a partir de um medidor de voltagens . Ele analisa a energia dispersa no ambiente que está acima da média . O ambiente ao nosso redor é repleto por diversos tipos de energia, como sabe . Ele rastreia e analisa fontes maiores do que o normal .
Quando ela terminou, percebeu que Rei estava meio "perdida" com a explicação .
- Isso é um ...
- Já sei, um rastreador . Entendi o que disse, só fiquei espantada com a simplicidade com a qual você explicou .
- Voltando ao assunto ...
- Eram duas as pessoas que atacaram a cidade .
- Pessoas ? Quer dizer, demônios do Negaverso ?
- Não, Amy . Pessoas . Eram dois homens, e pareciam ter uns 18 anos, mais ou menos .
- Estranho . Então, os outros dois deviam ser Usagi e Mamoru, certo ?
- Errado . Eram Makoto e Minako .
- O que ela fazia lá ? Não estava dando aula ?
- Não me pergunte . Quando eu cheguei, um deles atacou Minako, mas ela escapou ilesa . Não entendi direito, mas ela fez um troço lá, sei lá, encostou a mão num dos caras enquanto ela brilhava, e o cara ficou calminho ! Parecia um santo ! Depois apareceu outro e atacou Minako, mas o "santo" pulou na frente dela, morrendo na hora ! Logo depois disso, Makoto saltou de um prédio que devia ter uns cinco andares e, com um só soco, esmigalhou o pobre-coitado ! Você precisava ter visto ! – ela dizia, enquanto fazia gestos com as mãos para representar melhor o momento .
Amy estava parada, prestando atenção em tudo o que ela havia dito . Então, ela resolve se manifestar .
- Elas estavam transformadas ?
- Hã ? Como ? Não, por mais incrível que possa parecer, elas nem sequer estavam transformadas !!!
- Rei ... tem se sentido ... diferente ?
- Diferente ? Como assim ?
- Quero dizer ... não está se sentindo mais forte ? Sabe, mais rápida, mais resistente ... ?
- Não estou te entendendo, Amy !!!
- Ah, esquece ! Escuta, temos que chamar as outras, urgente !
- Chamar ? Esqueça . Elas não vem . Ninguém veio. A propósito, por que não respondeu ao meu recado ?
- Meio difícil de me encontrarem aqui dentro, não acha ?
- Boa desculpa . Mas as outras nem responderam .
- Talvez você tenha se esquecido, Rei-chan ... mas Minako dá aula durante boa parte do dia, e quando chega em casa, ainda tem que dar um jeito nela, sabe . E Makoto tem seu dojo para manter, alunos para ensinar, além, claro, da faxina "básica" da casa .
Rei estava com uma cara de boba . Sequer tinha pensado nessa possibilidade . Como sacerdotisa do templo, ela também tinha suas obrigações domésticas e com o templo . Havia se esquecido completamente desse detalhe .
- Mas ainda assim, elas podiam ter me ligado, avisando que não poderiam comparecer ! Mulheres, mães ou qualquer outra coisa, todas nós ainda somos Sailors ! Ou será que se esqueceu de que é uma guerreira, Amy ?
- Vai com calma, Rei . Não vai adiantar nada descontar seu mau-humor em mim . Elas virão, disso pode ter certeza . E, por via das dúvidas, amanhã eu vou até a casa de Minako, e você à de Makoto . E, se ainda assim elas derem alguma "desculpa", lembre-se de que amanhã é Sábado, depois vem Domingo, e elas terão todo o tempo do mundo para fazerem o que quer que tenham que fazer ! Está bom assim ?
- Melhor, impossível . De volta a ativa ?
A frase de maneira muito estranha para Amy . Quanto tempo havia se passado . Pelas suas memórias, muito tempo . Ela sabia com perfeição o tempo que passara, mas um jornal, preso e colado em uma das paredes, refrescava bem sua memória . Ele estava envolto por completo em um plástico, do contrário já teria sido destruído pelo tempo . Seu cabeçalho datava de exatos dez anos atrás, mais precisamente, o último show de pirotecnia e destruição que Tóquio veria, fruto da batalha das Sailors contra seu último adversário . Parecia que foi ontem, como se tivessem só se passado alguns dias desde que ouviram frases como "Oi, meu nome é Tsukino Usagi, tenho quatorze anos, meu signo é ..." ou "Por magoar o corações dos casais apaixonados, por atacar a semente do amor" e até "Sailor Moon vai castigar você em nome da lua" .
- É ... tem toda a razão, Sailor Mars . De volta a ativa .
- Não esperava por isso tão cedo, mas ... vou gostar de trabalhar junto de vocês novamente, Sailor Mercury ...
* * * * * * * * * * * *
Sábado . Parte da Manhã . Um tremendo sol nos céus ... e ela subindo aquela escadaria, suando como uma condenada . Não que não estivesse acostumada com aquilo, pois tinha uma escadaria enorme em seu templo, mas aquela era especial : Foi projetada especialmente para dificultar o caminho de qualquer um : era bem mais inclinada do que a de seu templo, o que dava a impressão de que era maior do que parecia, embora fosse bem grande ...
Nisso, ela tem uma estranha sensação . Como um estalo vindo de todas as direções . De certa forma, sentia que algo de ruim ia acontecer .
Nem teve tempo de reagir quando uma corda se prendeu no seu pé a suspendeu à alguns metros do chão, de cabeção para baixo . Ela até que tentaria se soltar, se não estivesse segurando sua saia ...
- AAAAHHHHHHHH !!!!!! Vem cá, seu pulha ! Sai daí !!! Eu vou te fritar todo !!! Aparece, desgraçado !!!
Para a surpresa de Rei, um garotinho de cabelos castanhos saia de trás das arvores . Ele observava Rei, com um ar de curiosidade nos olhos ...
- Tia Rei ?
- Hã ? Quem ? Akira ? É você ? Foi você quem fez isso ?
- Tudo bem com a senhora, tia Rei ?
- Não, eu não estou bem ! Onde está a sua mãe ? – detalhe interessante que Rei ainda estava segurando sua saia
- Ela tá lá encima, tia Rei . Quer que eu a chame ?
- Rápido, por favor .
O garotinho subiu disparado os degraus, para a surpresa de Rei . Como é que alguém tão pequeno conseguia subir aquilo tão rápido ? De repente, ela se tocou de um detalhe :
- Akira ! Espera ! Volta aqui ! Me tira daqui, menino ! Akira !
* * * * * * * * * * * *
- Mãe ! Mãe ! Mãe !
- Que foi, querido ?
- A tia Rei está aqui !
- Jura ? Aonde ?
- Lá embaixo ! Eu já vou buscá-la ...
- Filhinho ... por acaso ela ficou presa naquele seu "brinquedo" ?
- Hum ? Quer dizer, minha armadilha para ladrões ? Sim, ficou sim , por que ? Não vai dizer que a senhora quer que eu a tire de lá ? Ah, mãe ...
- Não, meu bem . Mas acho que talvez fosse melhor que tia Rei saísse de lá sozinha, sabe .
- Acho que ela não vai gostar .
- Ela precisa de exercitar um pouco, além do que, é uma guerreira .
- É ? E eu, o que eu sou, hein ?
Makoto pega Akira no colo, e começa a caminhar para dentro da casa. – Você é o meu aprendiz favorito !!! – Ela dizia, enquanto coçava a cabeça dele e bagunçava todo o seu cabelo.- Vamos, Você ainda não tomou o café-da-manhã, não é ? Vamos aproveitar e preparar alguma coisa pra tia Rei também ...
* * * * * * * * * * * *
Já faziam quase dez minutos desde que o garoto subiu . Mas que suficiente para voltar, levando em conta de quem ele era filho .
Diante desse brilhante pensamento, ela só podia concluir uma coisa : Akira estava aprontando das suas . Se bem que, lá no fundo, ela imaginava que Makoto tinha uma parcela de culpa nisso tudo .
Uma vez que não havia mais ninguém lá, ela pode parar de segurar sua saia, e começar a tentar alguma coisa .
De cabeça para baixo, ela tentava levantar o corpo para atingir a corda, em vão . Estava gorda .
Gorda ? Havia mesmo pensado nisso ? Nem que o mundo acabasse ! Ela não era qualquer uma ! Sempre fora alvo dos outros, seja por fascinação, seja por inveja . Não, ela não estava gorda . Apenas não havia pensado numa maneira de escapar dali .
Fazendo um esforço maior, ela alcança a corda . Usando-a para puxar seu corpo, ela se apoia na corda, observando a região . Era um lugar muito bonito . As escadas eram típicas de Makoto . Ela e Akira deviam subir e descer isso aqui à toda, ela pensava . Mas não era o melhor momento para se pensar nisso . Por estar naquela posição apenas por que estava se segurando na corda, ela logo começa a se cansar . Observando a corda, encontra o laço que prendia sua perna . Infelizmente, enquanto se segurava com uma mão e tentava desamarrar o nó com a outra, ela perde o equilíbrio e caí, quase se esborrachando no chão . Quase . A corda ainda a segurava . No entanto, seu cabelo atingia o chão com facilidade, absorvendo bastante terra e poeira no processo .
Irritada, mesmo de cabeça para baixo, ela joga o corpo, de forma que as mão alcança o nó, e começa a desamarra-lo . Ou melhor, a tentar .Ainda restava um pequeno problema :
- DIABOS !!! – ela gritava – Isso não sai ? O que aquele escoteiro super- desenvolvido aprontou aqui ? AKIRAAAAA !!!!!!
E, incrivelmente, Akira e Makoto conseguiram ouvir os gritos de Rei . Se fora pelo fato de ambos terem uma audição bem desenvolvida, se fora pela incrível potência da voz de Rei, isso ninguém sabe .
Nisso, ambos se aproximavam do alto da escadaria, e observavam, ao longe, Rei , dependurada enquanto tinha um de seu ataques de fúria ;
- Akira ... você amarrou daquela forma que eu te ensinei ?
- Hai ! Usei aquele laço que a senhora me ensinou a fazer pra amarrar gente forte ! A tia Rei é forte, não é , mãe ?
- Muito . Mas não dessa forma que você imagina .
- Hmm ... então, não seria melhor irmos ajuda-lá ?
- ... já tomou seu café, Akira ?
- Não . Fui treinar primeiro !
- "timo . Mas vamos comer alguma coisa . Um corpo bem alimentado pensa melhor e com mais calma .
- E a tia Rei ?
- Ah, não se preocupe . Ela vai conseguir se soltar ...
* * * * * * * * * * * *
- Bom dia, senhor Yamamoto !
- Bom dia, Shin ! O mesmo de sempre ?
- Sim !
Yamamoto, um senhor que já aparentava uma certa idade, visto pela face um pouco enrugada e os cabelos brancos, pegava alguns pãezinhos para Shin, junto de leite e um pouco de margarina .
- Só um instante, senhor Yama .... anoo ... acho que não tenho dinheiro suficiente ...
- Não precisa se preocupar, jovem Shin . Pode me trazer o dinheiro depois .
- Não senhor, senhor Yamamoto ! Okaasan disse que sempre é bom ....
- Tome . Isto deve bastar para pagar as compras do garoto . Poderia me dar algumas frutas também, por favor ?
- Com todo o respeito, senhorita, mas a mãe do garoto não gosta que ele fique na companhia de estranhos, se me permite dizer .
- Ah, mas eu não sou uma estranha, não é , Shin-chan ?
- Tia Amy ! Que saudade da senhora ! Bom dia !
- Só se você me der um beijo !
Ele o faz .
- Viu só como eu não sou uma estranha ? Me dê ... cinco maçãs, quatro bananas, um cacho de umas e dois mamões .
- Para que isso , tia Amy ?
- Depois você vai ver . Vamos andando . Como você cresceu, Shin !
- Eu tô forte também ! Quer ver ?
- Depois . Como vai na escola ? E as notas !
- Tia, eu tirei um dez em redação !
- Puxa, que bacana ! Qual era o título ?
- Se chamava "Por que eu amo a marinha do Japão" !
- Tema bastante interessante . Sua mãe te ajudou ?
- Não ! Okaasan disse que não pode me ajudar, apenas me dar algumas dicas .
- Ah, sim ! esqueci-me completamente de que Minako é professora em Juban School ! Ah, velhos tempo aqueles ...
- Eu ouvi falar que Okaasan, dona Makoto, dona Rei e a senhora estudaram lá ...
- Quase acertou . Rei, a mãe de Megumi-chan, estudava em outro colégio .
- Okaasan disse algo outro dia sobre a mãe de Megumi-san ...
- E Usagi também .
- Usagi ?
- Hã ? Não a conhece ? Talvez você não se lembre dela, mas com certeza ela já te viu antes !
- Não, eu ... mamãe, voltei !
- Que bom, querido ! Como foi ? Comprou tudo direitinho ? – Uma voz era ouvida, vinda da cozinha .
- Hai ! Adivinha quem eu encontrei no caminho ?
- Não, querido . Quem você encontrou ? Algum dos seus amigos ? – Respondia Minako, enquanto se dirigia para a sala . Suas mãos estava com um pouco de espuma e sabão, e ela usava um avental amarrado na cintura . Quando chegou na porta da cozinha para falar com Shin, teve uma rápida surpresa; lá estava, sentada no sofá, de frente para ela .
- Oi, Minako !
- Amy ?!?!?!?
Ela não perdeu tempo diante da expressão de dúvida e confusão feita por Minako :
- Eu sei, eu sei . Devia ter mandado uma carta, telefonado avisando que viria, mas é que eu estava passando pela vizinhança, e pensei "por que não fazer uma visita" ?
Saindo de seu rápido momento de surpresa, ela limpa as mãos no avental, respondendo em seguida :
- Quem é vivo sempre aparece .
- Eí, você falou um ditado corretamente !
- E você fez uma piada ....
Diante da situação, ambas riram . Só Shin, que estava ali, esquecido em um canto, não estava entendendo nada ....
* * * * * * * * * * * *
- Shin, faz um favor pra tia ? Poderia ir até o mercado e comprar essas coisa que estão na lista pra mim ? Obrigado ! Viu só, Minako ? Simples e eficaz . Temos que aproveitar a época em que eles querem ser úteis, sabe .
- Ah, mas o meu é muito educado, um perfeito cavalheiro . Ele é muito prestativo .
- Sei como é . Tenho dois que disputam só pra ver quem me ajuda .
- Me diz uma coisa, Amy . só uma coisa ...
- Fala .
- Esse seu celular ... ele não para de apitar ?
Notando que o aparelho estava bipando interminavelmente, Amy tratou de ajustá-lo para a "energia ambiente" .
- Desculpe . Mas não é um celular . É um aparelhinho que eu criei .
- Mesmo ? E o que ele faz ?
- Analisa o e detecta níveis de energia no ambiente acima do normal . Brincadeira de criança .
- O professor Pardal nunca morre, sempre esta na ativa .
- E as Sailors também .
Nesse momento, a expressão de Minako muda totalmente . Se antes ela olhava com uma calma e descontração para Amy, agora seu olhar estava um pouco fechado, olhando para outra direção, evitando encará-la .
- Que foi ? Disse algo errado ?
- Foi pra isso que você veio ?
- Como ?
- Diga logo, Amy ! O que você quer realmente ?
- Olha, eu não sei do que você está falando, mas ... eu só vim visitar uma amiga, mas se não sou bem vinda, eu me retiro .
Ela estava prestes a se levantar, quando ...
- Espera . É ... é só isso mesmo ? Foi só isso mesmo que você veio fazer aqui ? Só uma visita ?
- Não é "apenas uma visita" . Estou visitando uma amiga de infância, que sempre esteve ao meu lado quando eu precisei .
Prontamente Minako a abraçou, impedindo-a de sair .
- Me desculpe, Amy-chan ! Eu ... eu só estou um pouco cansada, é isso .
- Tudo bem, Minako, tudo bem . Essas coisas acontecem . Eí, quer dar uma volta ?
- Hã ...
- Vamos, ele tem dez anos ! Já sabe voltar pra casa sozinho ! Ele não vai tacar fogo na casa só por que você se ausentou durante alguns minutos, vai ?
- Hmmm ....
- Não pense muito, Minako . Isso quem faz sou eu ! Vambora ! – dizia Amy, enquanto praticamente arrastava Minako para fora de casa .
- Espera ... espera, Amy ! Aonde você vai ? Aonde nós estamos indo ?
- Quero aproveitar para visitar uma pessoa que ainda mora nessas redondezas, mais especificamente naquela direção !
- Naquela direção ? Hã ... Usagi-chan ?
- Bingo !
* * * * * * * * * * * *
- Estranho ... ninguém atende ... aonde será que eles foram ?
- Não tinham viajado ?
- E só agora você me diz ?
- Pensei que já tivessem voltado .
- Vamos resolver isso !
Amy começa a mexer em seu relógio . Seu velho comunicador, na verdade .
- Que estranho ... só pega estática ...
- Será que o comunicador de Usagi está desligado ou fora de cobertura ?
- Engraçadinha . Aquilo foi construído com tecnologia ancestral ! Seu alcance transcende o simples conceito de "distância" ! Tem algo errado acontecendo ... e eu nem quero pensar no que é !
- Você está sendo paranóica . Provavelmente já estão voltando .
- Tem outra pessoa que eu gostaria que voltasse a agir, também ...
- Hã ?
- Nada . Vamos embora .
- Isso foi uma indireta, por acaso ?
- Não, mas ... deveria ? Há algum problema, algo que eu não saiba, amiga ?
- Hmm ... não .
Nesse momento, Amy percebeu que Minako parecia um tanto quanto "incomodada" em responder a pergunta . Estranho . Muito estranho . Havia algo com ela . Todas passaram por muita coisa, todas mudaram . Mas havia algo de estranho em Minako . Rei havia dito que ela não reagiu quando aquele homem a atacou, mas isso não era um sinal forte de algo grave . E ela não gostaria nem um pouco de descobrir isso da pior forma possível .
Que pena . Ela acabara de pensar na palavra proibida .
Eles vinham de longe, porem, bem rápidos . Mesmo a distância, podiam ser ouvidos . Seu barulho ecoava pelos quarteirões . Então, eles chegaram .
Era um jipe cinza, com quatro pessoas de pé nele, mais o motorista . Estavam todas encapuzadas . Mas não era esse o detalhe que chamava atenção . O que chamava a atenção das pessoas era o fato de que eles estavam armados, e estavam atirando !
O pânico foi geral .
As balas atingiam prédios, casas, lojas ... e algumas pessoas que ainda não haviam se jogado no chão . Era um inferno aquele lugar . As crianças, as mulheres gritando, todos com medo do que estava acontecendo ... era um horror .
Amy e Minako haviam se atirado no chão, totalmente sem alternativa .
- Droga ! De onde esses caras vieram ? Ah, quer saber ? Com esse tiroteio todo, não tem ninguém prestando atenção ! Vamos, Minako, vamos nos transform ... Minako ?
Da mesma forma que Amy, Minako estava deitada no chão, mas com as mão sobre a cabeça . O que havia chamado a atenção de Amy, no entanto, foi o fato de ter ouvido um ... choro ....
- Nãonãonãonãonãonãonãonãonãonãonãonãonãonãonãonãonão .....
- Minako, o que houve ? Vamos, temos que nos transformar, senão ...
- Nãonãonãonãonãonãonãonãonãonãonãonão .... faça eles pararem ! Faça eles pararem, por favor ! Eu não quero ! Eu não quero lutar ! Por favor !
- Não podemos ficar aqui ! Se não fizermos algo, e agora, alguém vai acabar se machucando ! Anda logo, Minak ....
quando Amy colocou a mão sobre a cabeça de Minako, teve uma surpresa : Minako estava tremendo . Mais ainda : ela rapidamente levantou a cabeça, e Amy percebeu que ela ostentava um semblante triste, apavorado, e seus olhos estavam encharcados . Mas afinal, o que significa isso ? Estaria Minako com medo ? Não fazia o estilo dela . Então, o que ... ?
- Minako ? Minako ? Minako ? Tudo bem com você ? Minako ? Anda, responde ! Deixa eu te ajudar ! Por que você está assim ? Minako !
Infelizmente, as coisas ainda podiam ficar bem piores ...
Lá estava ele, de pé, assustado, sem saber o que fazer . Tudo o que queria era sua mãe . Nada mais importava . Afinal, como culpar Shin disso ? Ele só tinha dez anos, e nunca passara por nada parecido . Apenas não teve muita sorte ao estar na rua . Não sabia o que fazer . Não sabia como agir . Não sabia .
- SHIN !!!!!!!
A própria Amy se assustou quando Minako se levantou de repente e, como uma louca, correu em direção a Shin ; realmente, como uma louca, pois parecia não se importar com o que estava acontecendo ao seu redor.
Sem se importar com mais nada, ela corria em direção a ele . Estava desesperada .
Estava é louca, na opinião de Amy .
Shin, paralisado do jeito que estava, mal tem tempo de ver o corpo de Minako se chocar contra o dele, derrubando-o; Minako estava respirando pesado, enquanto cobria o corpo de Shin usando o seu próprio; ainda assim, ele estava em transe, bastante assustado com tudo o que estava acontecendo.
Naquele instante, em meio a todo aquele pesadelo ... ele viu, mais uma vez ... a luz ...
Estava lá, brilhando, de forma muito forte . Mesmo não conseguindo se mover, ele podia senti-lá . De alguma forma, sabia que ela brilhava para ele e somente para ele . Dessa vez, ao contrário das outras, ele não temia a luz . Pelo contrário, esticava o braço, tentando alcançá-la ;
Nesse instante, quando fazia isso, ele voltara a si, demorando um pouco para perceber onde estava . Estava no meio da rua, deitado no chão . Haviam muitos barulhos, como se alguma coisa estivesse sendo disparada continuamente ... e sua mãe estava ali encima dele . Era uma cena estranha para aquele garotinho, ver sua mãe, com a face encostada em seu peito, chorando .
- M-mãe ? Mãe ? Mãe ?
Um minuto de silêncio;
E, então, ela levanta sua cabeça . Mesmo chorando, mesmo tendo parte de sua blusa encharcada pelas lágrimas, ela moveu um pouco seu corpo para frente, abraçando Shin por completo . Ela ainda chorava só que, desta vez, sua lágrimas eram de alegria .
- Shin-chan ! Que bom ! E-eu estava t-tão preocupada com você ! Tudo bem ? Não está machucado ?
- Mamãe !!!
Shin "desmoronou" num choro, abraçando Minako com mais força, enquanto ela fazia o mesmo .
De onde estava, e deitada no chão, Amy observara toda a cena, observando Mãe e filho chorando e se abraçando . Se Minako não iria fazer nada, ela iria . Do jeito que estava, não demoraria para alguém se ferir seriamente ...
- Mercury Cristal Power, Make ....
- Não, Amy !
Qual a surpresa dela ao descobrir que havia sido a própria Minako que havia lhe gritado ; afinal, no que ela estava pensando ?
- Não temos tempo pra isso, Minako ! Se não fizermos nada ...
- Não se transforme ! Acredite em mim ! Não faça isso ! Eles não vão demorar !
E não tardou : tão logo Minako terminou de falar, o jipe, que estava dando voltas pela rua, deu ré e foi embora, disparando tiros pelo caminho .
Quem não estava entendendo nada era Amy, depois de tudo aquilo .
- Eles foram embora ! Mas ... mas por que ? E por que fizeram isso ? Nunca aconteceu algo assim em Juuban ! Minako, você me deve explicações ! Como é que você sabia que ... Minako ?
Ao olhar para Minako, rapidamente Amy percebeu que ela parecia mais ... calma, mais ... serena . Era totalmente o oposto de alguns instantes atrás . Ela estava sentada no chão, enquanto a cabeça de Shin estava sobre suas pernas; Minako o acariciava, enquanto as últimas lágrimas do rosto dele terminavam de descer .
Decidida que já vira mais do que o suficiente por um dia, ela se pôs de pé, decidida a ajudar as vitimas do tiroteio . Felizmente, e para a sua surpresa, quase ninguém havia sido atingido e, os poucos que foram, não haviam se ferido gravemente . Restava, então, resolver o problema com Minako ...
* * * * * * * * * * * *
- Não quero tomar café, mãe ! Vou ajudar tia Rei !
- Você acha que ela não consegue se soltar dali ?
- Não sei, mas ela vai ficar muito furiosa ... e é muita maldade deixar ela lá enquanto nós comemos !
Makoto pega Akira e o coloca em sua carcunda, para a surpresa dele, enquanto vai se aproximando da escadaria .
- Akira, meu querido ... que bom que você pensa assim . Tem toda razão em se preocupar . Vamos, vamos tira Rei de lá !
- Hã ? Fala sério ?
Makoto desce Akira, quando estavam no alto da escadaria, observando Rei, que estava "se matando" para desfazer o nó que Akira fizera ;
- Akira ... o que está vendo ?
- Estou vendo que tia Rei está tendo problemas !
- Pois é, isso as vezes acontece . O que foi que eu te disse sobre os necessitados ?
- Disse que devemos sempre ajudar os outros que são mais fracos que nós, pois eles não tem culpa dos outros serem mais fortes !
- Certo ... eu devo ter dito algo parecido ... mas, e quanto aos fortes ?
- Ora, eles se defendem !
- Não .
- Não ? Ué, se os fortes não se defendem, como é que vão defender os fracos ?
- Não é bem isso o que eu quis dizer, Akira-chan ... as pessoas mais fortes, essas sim tem a obrigação de defender os mais fracos, mas eles também tem que defender os seus .
- Os seus ? Não entendi !
- Veja . Olhe só para Rei . Ela está ... tão ... vulnerável .
- A senhora quer dizer ... indefesa ?
- Não, não é a mesma coisa . Rei está longe de estar indefesa . Mas, ali, presa da forma que ela está, ela se encontra muito vulnerável . Se prestar atenção, ela está direcionando todos os seus esforços para sair dali . Dessa maneira, outras partes dela se tornam um alvo fácil para um ataque não – esperado .
- Ainda não entendi !
Ao ouvir isso, Makoto se agacha, olhando Akira nos olhos .
- Filhinho ... eu ... eu vou te contar uma coisa . Não acho que você vá entender metade de tudo o que eu disser, mas é muito importante que preste bastante atenção, para que se lembre disso depois, certo ?
- Tá !
- Eu nunca lutei sozinha . Sempre tive o apoio de minhas amigas ... amigas que me ajudaram nas horas mais difíceis . Muitas vezes, nós, guerreiros, ficamos expostos a ... situações ... que nos tornam ... vulneráveis . São situações que, de alguma forma, nos desarmam . Haverá vezes em que companheiros estarão debilitados de alguma forma, e precisarão de ajuda, seja ela qual for . Em momentos com este, eles só poderão contar com aqueles que são mais importantes para eles, aqueles que estão mais próximos, ajudando, compartilhando experiências, enfim, aqueles que eles tratam como seus .
Depois de tudo o que sua mãe havia falado, Akira estava com uma expressão de dúvida ;
- Hm ... prestou atenção no que eu acabei de dizer ?
- Eu ... sim, mas não entendi muito bem, e ...
- E ... ?
- Okaasan, tem uma coisa que eu não entendi também !
- Pode perguntar .
- A senhora vive dizendo que nós devemos defender os outros, que é nossa obrigação defender os mais fracos ... mas, por que ?
- Como ?
- Por que nós devemos fazer isso ? Por que eu tenho que me machucar por alguém que eu nem conheço ? Por que ? Por que ? Por que ?
- Eu ... eu não posso ... te responder essa pergunta, Akira-chan . Mas eu te prometo que daqui há algum tempo você terá uma resposta . Mas, deixando isso de lado por enquanto ... vamos solta-lá !
Ambos começaram a saltar as escadas, pulando vários degraus de cada vez . De onde estava, Rei praticamente perdera o equilíbrio e quando se esborrachara no chão, se não fosse pela corda . O motivo ? Ela, na posição em que estava, havia visto uma mulher e um menino descendo a escada, saltando mais de dez degraus de cada vez ....
* * * * * * * * * * * *
Lá estava ela, da cozinha, tomando um pouco de café . Precisava de algo para relaxar, visto o que acabar de passar . De todas as respostas, para todas as perguntas, algo não a deixava em paz : O que houve ?
Era muito estranho . Não eram apenas arruaceiros . Não podiam ser .
- E então, Minako ? Tudo bem com ele ?
Era uma pergunta estranha de ser feita por uma médica, mas tinha seus motivos, uma vez que ela já havia prestado socorro aos feridos e Shin não havia sido esquecido, nem Minako .
- Ele está bem . Acabou dormindo com o susto . Quando acordar, vai achar que foi um pesadelo . E você ?
- Já estive melhor . Mas, e você ?
- O que tem eu ?
- O que foi aquilo que aconteceu ?
- Aquilo o que ?
- Minako ... eu não sou cega nem surda ! Você estava encolhida no chão, chorando e tremendo de medo, como uma criança ! Anda, responde .
Ignorando Amy por completo, Minako pega Shin no colo e leva-o para seu quarto, voltando logo em seguida e fechando a porta ;
- Aonde você quer chegar com isso, Amy ?
- Como assim aonde eu quero chegar ? Qual é o seu problema, Minako ? Por que você estava daquele jeito ? E por que não se transformou ?
- Eu ... eu não quero .
- Não quer ? Nós quase morremos ! Shin quase morreu ! Você quase é metralhada pelas costas ! Como assim não quer mais se transformar ?
- Eu ... eu ... eu não ... não quero ...
- Quer fazer o favor de parar com isso ? Até quando vai ficar repetindo ? Esqueceu de que nós temos uma missão com ....
- EU NÃO QUERO !!!! NÃO QUERO !!! NÃO QUERO !!! NÃO QUERO !!!!
O grito de Minako a assustou, mas o que mais a assustou fora o fato de ela continuar falando, enquanto chorava ;
- EU NÃO QUERO MAIS, QUE DROGA !!! POR QUE VOCÊ TEM QUE VIR ATÉ AQUI ME PEDIR PARA FAZER UMA COISA DESSAS ?
- Que droga digo eu, Minako ! Eu só estou tentando te ajudar ! Se não quer contar a Shin sobre seu passado, tudo bem, mas não pode negá-lo ! Por que, de uma hora pra outra, você decidiu não lutar mais, hein ? Responda ! Responda !
- EU ... EU ... NÃO Quero ... mais ... lutar ... não quero ... perder ... mais ninguém ! Eu não quero mais isso ! Não quero ter que passar por toda essa dor novamente ! Por favor, Amy, pare com isso ! Se não por mim, pelos seus filhos ! Não pensa neles ? Nunca te passou pela cabeça que pode não voltar para casa ? Nunca pensou na dor que vai deixar em outras pessoas ? Nunca ? Nunca ? NUNCA !!!!
Depois de gritar, mais uma vez, ela chorou . Mas era um choro diferente . Isso por que ela havia se abaixado, colocando o rosto entre os joelhos ... como uma criança . Uma criança triste .
Amy tentou se aproximar para consolá-la, mas foi em vão, pois Minako afastou sua mão no mesmo instante .
Sem conseguir acreditar no que havia presenciado, ela caminha lentamente em direção a porta, deixando aquela mulher ali, do jeito que estava . No entanto, quando já estava quase cruzando a porta ...
- Amy ... a voz saíra bastante soluçada, misturada com um choro bem baixo – aqueles homens ... aqueles homens ... eles ... aquilo não foi sem nenhum propósito . Eles ... eles foram mandados ... para nos fazer ... para que nós ... nos revelássemos ...
- Obrigada, Minako-chan ... – e essas últimas palavras soaram bem baixo e triste, pois demonstravam um sentimento muito forte pelo qual Amy passava naquele instante ...
* * * * * * * * * * * *
- Tia Rei, está bem ?
Para a surpresa de Akira, quando ele vai desamarrar o nó que prendia Rei, descobre que ele estava bem frouxo, e um sorriso brotava nos olhos de Rei .
Akira descobriu que Rei já estava solta, visto que ela se soltara facilmente e caira no chão, levantando-se em seguida ; ele nem teve tempo de desviar quando ela o agarrou pelas costas e aplicou-lhe um abraço de tal forma que não permitia que ele escapasse;
- Te peguei ! Quero ver você escapar agora !
- Aí ! Tá doendo ! Manhê !!!
- Oi, Rei .
- Bom dia, Mako-chan ! Essa geração de hoje em dia ... hunf ! Pensam que são os maiorais, os poderosos ! E então, Akira, por que você não se solta ? Achou mesmo que aquele nó fraquinho ia me prender ?
- Aí ! Tia Rei, a senhora tá me machucando !
- Ora, não me diga que está doendo ! Vamos, solte-se ! Anda ! Conseguiu saltar todos aqueles degraus e não consegue escapar dos braços de uma bela garota ? Tsc, tsc .
- Tá bom ! Mas foi a senhora quem pediu pra eu me soltar . Mãe, a senhora ouviu o que ela falou ?
- Ouvi sim, meu anjo . Pode se soltar .
- Tá certo . "timo . Mas nem em mil anos ele escap ...
Rei não acreditava . Akira estava fazendo "força" para escapar ! E ... e era maior do que a dos garotos que tinham a mesma idade ! Caramba !
Em determinado momento, Akira conseguiu uma brecha, e deixou escapar os braços . Não pensou duas vezes : segurou bem os braços de Rei, e começou a forçá-los para conseguir se soltar por completo . Quando viu que tinha espaço suficiente, Akira, aproveitando-se de seu "pouco" tamanho, abaixou-se, fazendo Rei abraçar o vazio . Ela não teve tempo de pensar no que fazer, uma vez que Akira aproveitou que estava abaixado para aplicar uma rasteira em Rei, a qual desabou em seguida, de cara no chão. Tão feio havia sido a queda que ela não se levantara, pois não estava conseguindo se manter consciente ...
- AAAAAAÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍ !!!!!!!
- O que foi, Rei ? Apanhando de um garotinho ?
- AAAAÍÍÍÍÍÍ !!! Não ... não é um garotinho qualquer ... aí, minha cabeça ....
- Claro que não ! É meu filho !
- AAAAÍÍÍ !!! Droga, Makoto, você bem que podia ter me dito que havia ensinado o garoto a lutar !
- Dito ? Ora, mas eu já te disse um monte de vezes isso ! Você já perguntou várias vezes e eu já te disse um monte de vezes que Akira sempre luta com os meus outros alunos, e volta e meio está lutando comigo ! Você é quem devia ter prestado mais atenção !
- Eu ... eu sei ... só que ... eu havia ... me esquecido ... diss .....
E, antes de poder terminar a frase, ela desmaia por completo, ficando inconsciente ;
- Xiii ! Mãe, será que eu agi bem ?
- Mas é claro, Akira ! Pegar leve com uma guerreira como Rei é um tremendo insulto ! Lembre-se disso ! Num combate, você tem que dar o melhor de si, não importando quem seja seu adversário ! Anda, - Makoto pega uma inconsciente Rei e a joga por sobre seu ombro – vamos levá-la pra dentro de casa . Vejamos o que podemos fazer por ela ...
* * * * * * * * * * * *
Já acordada, segurando um pano quente no rosto, Rei ainda gemia pelo golpe . Mas o que doía mais não era o corpo, mas o orgulho ...
- Akira-chan ... depois que isso passar, nós teremos uma revanche ... e eu lutarei com todas as minhas forças contra você, entendeu ?
Entendendo perfeitamente o que aquilo significava, a reação dele só podia ser uma :
- Manhê !!! Tia Rei quer me matar !!!
- Assustando um garotinho, Rei ? Por que não tenta com alguém do "seu" tamanho ?
- Sem graça ... mas eu pensei que estivesse treinando o garoto .... – um pensamento malicioso passava pela mente de Rei - ... e achei que ele soubesse resolver seus problemas sozinhos, ou será que quando aparecer um problema de verdade ele vai ter que chamar a mãe?
- Hmm .... – Makoto ponderou sobre o assunto durante alguns instantes, então ... – já entendi qual é o seu jogo, Rei ... mas ela tem razão, Akira . Você não vai poder correr até mim sempre que precisar .
- Anoo .... o que a senhora quer dizer com isso ?
- Significa que o dia que você quiser, a hora que você marcar, eu estarei lá, meu bem ! – Disse Rei, soando tremendamente de forma sarcástica .
- Glup ! Mas, tia Rei ... espera, o que a senhora quer dizer com "depois que isso passar" ?
- Eu disse isso ?
- Eu também ouvi, Rei . Não veio só aqui para testá-lo, não é ?
Assustando todo mundo, a porta é aberta com um empurrão, gerando um barulho enorme e muito irritante . Qual a surpresa de todos ao ver que o responsável por isso era ...
- Amy ? – dizia Makoto – O que houve ? Por que essa violência toda ?
- Não vamos perder tempo com isso agora, Mako-chan . Temos coisa mais importante para fazer . Akira, vá treinar lá fora, por favor .
- Ele pode ficar e ouvir o que for dito, Amy . E você ainda não me respondeu o motivo de ter entrado desse jeito .
- Rei, ainda não falou com ela ?
- Bem, eu ... tive alguns problemas ...
- Estamos tendo problemas sérios e você fica de brincadeira ?
- Ei, eu estive ocupada enquanto você ficava dando voltas por Juuban, O.k. ?
- Grande ocupação !
- Olha só quem fala !
- ESCUTEM AQUI ! SE QUISEREM BRIGAR, QUE FAÇAM ISSO LÁ FORA ! SE OUSAREM FAZER ISSO AQUI DENTRO, TERÃO QUE SER VER COMIGO, ENTENDERAM ????
A ameaça de Makoto foi mais do que suficiente .
- .... me desculpa, Rei . Eu ... eu estou um pouco estressada, só isso .
- Tá . Eu também devia ter falado antes com o pessoal aqui ...
- Falar o que ?
- Mako-chan ... estamos com problemas – dizia Amy, com um olhar bem diferente do normal ....
* * * * * * * * * * * *
Algum tempo depois, estavam todos na sala, tomando um pouco de café, com exceção de Akira, que estava tomando uma vitamina de abacate( mãe-coruja; afinal, tomar coca-cola de manhã faz mal, na opinião de muitas "senhoras" ...) .
- Ah, então era mesmo a sua energia que eu havia sentido naquele dia, Rei !
- C-como assim ?
- Eu estava sentindo uma coisa estranha, mas não sabia dizer o que era . Então, era você .
- Conseguiu sentir que eu estava ali ?Então ... !!!
- Eu fiz aquela "dispersão" de energia para apagar meu rastro de qualquer um que estivesse tentando me seguir ...
- Mas aquilo deixou meu corpo nocauteado por horas, e na chuva !
- Mas ... os seus inimigos não haviam sido todos derrotados ?
A pergunta, a qual havia chamado a atenção de todas ali presentes, fora feita por Akira;
- Quer dizer ... A tal de Beryl e o Reino Negro, o clã Black Moon, os caçadores da morte, o "circo" Black Moon, acho que era esse o nome, a Sailor Galáxia e o tal de Chaos ... se vocês os derrotaram ... então, quem sobra ?
Era uma pergunta complicada que, por ter sido feita por uma criança, aguardava uma resposta simples, mas isso não seria possível . Todas elas estavam ali, pensativas, imaginando quem estaria por trás dos ataques. Era uma pergunta interessante . Afinal, quem imaginaria que depois de Beryl haveriam outros inimigos ?
(Makoto) - Talvez ... não, eles não .
(Rei) – Eles quem ?
(Makoto) – Só um palpite, mas tenho certeza de que eles não fariam isso .
(Amy) – Ah, é ? Então, você conhece algum suspeito ? Gostaria de compartilhar conosco seus conhecimentos ?
(Makoto) – É inútil .
(Akira) – Okaasan , quem a senhora achou que fosse ?
(Makoto) – Hã, bem ... sabem ... acho que vocês não avo acreditar se eu contar, mas ... sabem quem eu descobri que não morreu ?
(Rei) – Não vai dizer que Chaos ...
(Makoto) – Acho que ele seria preferível, pois ao menos teríamos algo para dar um fim . Eu me refiro ao ... aham ... Reino Negro ....
- O QUÊ ????????
Esse havia sido o comentário conjunto de quase todos, com exceção, logicamente, de Makoto .
Durante poucos instantes, Rei e Amy Encaravam Makoto, encaravam uma a outra, e depois voltavam a encarar Makoto . Poderia ela estar falando a verdade ? Poderia o Reino negro estar de volta ?
Poderia ... ?
* * * * * * * * * * * *
A coisas estavam muito calmas, na opinião de ALGUÉM . Então, era hora de agitar as coisas . E que maneira de agitar as coisas . Olhando calmamente um mapa de Tóquio, ele observa calmamente um lugar, um ponto para começar.
Eis que, de repente, seu telefone toca . Rapidamente atendendo, ele tem uma surpresa :
- Alô ? Takeru falando .
- Takeru, aonde você está ?
- Senhor Seo !
- Eu sei o meu nome, Takeru .
- Me ... me desculpe, senhor ! Há pouco eu reuni um grupo de mais de cem vândalos e drogados dentro de um armazém e executei o serviço !
- "timo . Nesse ritmo, obteremos sucesso rapidamente .
- Senhor, quanto a Yuji e Aruma ... eu, eu sinto muito por eles, senhor !
- Eu também, Takeru . Eu também . Não me agrada ver nenhum de vocês se machucando . Nem mesmo Yosho ...
- Yosho ... eu soube que ele morreu aqui por perto, no cais do porto, mas não fiquei sabendo muito sobre o ocorrido .
- Yosho gostava muito de beber, e quanto a isso era um tanto quanto irresponsável, deixando várias obrigações de lado . Várias foras as vezes em que perdi a paciência com ele, ou tive que enviar alguém buscá-lo, pois estava dormindo na rua por pura vadiagem . O porre deve ter sido demais, e ele deve ter tentado uma nova "brincadeira" com seus poderes que se descontrolou .
- Eu ... eu não sabia disso, Senhor Seo . Não sabia que Yosho tinha ...
- Takeru, você disse que está perto do local aonde os restos de Yosho foram encontrados, não é ?
- Sim, senhor .
- Há algo que eu gostaria que fizesse para mim ... há cerca de duas horas e meia do local aonde você está existe um templo ... acredito que você saiba de qual eu estou falando ... quero que vá até lá e faça uma "visita", e leve reforços . Todos os que você conseguir .
- Senhor, o que há de errado num templo ? Acredito que não hajam tantas pessoas lá dentro para que eu reuna reforços . Creio que eu possa executar isso sozinho e ...
- Reuna reforços e vá, Takeru . Não é uma ordem . Digo isso para seu bem . Compreendeu ?
- Entendi .
- "timo .
Tão logo ele desligara o telefone, Takeru começou a se mexer . Tinha algo muito importante a fazer . Não tinha a menor intenção de questionar o que Seo havia dito . Se ele estava tão preocupado a ponto de pedir que levasse reforços, era o que faria .
* * * * * * * * * * * *
Enquanto isso, Seo encontrava-se sentado, de pernas cruzadas e olhos fechados . Estava meditando . Precisava reagrupar a energia do ambiente para ...
- Senhor Seo !
A voz não tinha vindo de dentro da casa, tampouco havia sido ouvida por qualquer outro que pudesse estar ali . A voz falava diretamente com Seo, e somente ele podia ouvi-la ;
- Diga, Naru . Já está pronto ?
- Sim, senhor ! – Percebesse facilmente que pelo tom da voz, ela pertencia a uma mulher, provavelmente alguém jovem ; - eu irei até ai levar isso, Senhor !
- Que seja . Mas, antes, leia algumas partes para mim . Algumas partes as quais você julgar importante, por favor .
- Senhor, me permite fazer uma pergunta ?
- Faça .
- O senhor acha mesmo que foram elas ?
- Eu tenho certeza disso, Naru . Mas não posso contar apenas com meus instintos . Preciso ter certeza antes de agir . Não quero outras mortes, como Yuji, Aruma e Yosho .
- Yosho ? Mas eu pensei que ele havia morrido por ...
- Quando encontraram os restos de Yosho ... encontram também outras coisas lá ....
* * * * * * * * * * * *
Se Akira tivesse tomado café ao invés da vitamina, provavelmente faria o mesmo que Amy e Rei : iria até a rua e o despejaria no chão .Afinal, deveria haver algum troço ali dentro que estava fazendo Makoto delirar Claro, aquilo não havia agradado muito Makoto, que mantinha um olhar de "vocês não saem daqui sem limpar essa sujeira" para Amy e Rei, as quais ignoravam isso totalmente .
Tremenda era a fúria dela naquele instante que ela deu um soco na mesinha que estava a sua frente, esmigalhando-a por completo e decididamente conseguindo chamar a atenção das duas . Ambas só conseguiam tentar chegar para trás de puro medo (^__^```) !
- Hã ... Mako-chan ...
- Parem de brincadeira ! Vocês vão ficar quietinhas, me ouvir atentamente e depois vão me comprar uma mesa nova !
(Rei) – Mas foi você quem a destruiu !
Amy coloca a mão sobre o ombro de Rei, sinalizando que "não era bom contrariar" .
(Amy) – O.k., Mako-chan, espere só um instantinho ... – Amy puxou seu rastreador de energia e começou a apontar para Akira, fazendo-o bipar e surgir uma onda no visor, que mantinha um nível acima do normal – Nada mal, Akira . Nada mal pra alguém que só tem dez anos ! Segundo os meus cálculos, seu nível se equipara ao de ... ao ... hunf !
(Rei) – Que foi , Amy ? Por que essa cara ? Ficou irritada com alguma coisa ?
(Amy) – Nada demais . Esse troço deve estar com efeitos . Vejamos com Mako-chan ... – Amy aponta o rastreador para Mako-chan, e o inesperado acontece : o rastreador começa a bipar mais e mais rápido, ao passo que ondas surgem em seu visor, alternando entre o alto e o altíssimo ... até que o aparelho simplesmente explode na mão de Amy !
(Amy) – Meu ... meu celular ....
(Akira) – Tudo bem, tia Amy ?
(Rei) – Devia estar quebrado mesmo ...
(Amy) – Meu ... meu celular ...
(Makoto) – Que troço é esse, Amy ? Por que explodiu ?
(Amy) – Aquilo ... era um rastreador e analisador de energia, que mostrava os graus de energia através de uma freqüência de ondas ... que eu havia construído à partir do meu celular ...
(Makoto) – Outra de suas invenções que não funciona .
(Amy) – Estava funcionando, mas você o destruiu !
(Makoto) – Eu ? Ah, esquece ! Escutem, o Reino negro ainda existe !
Depois disso, todos ficaram em silêncio ;
(Amy) – Continue .
(Makoto) – Nós derrotamos Beryl e seus generais, junto com diversos enviados ... mas nunca pararam pra pensar que isso não era tudo ?
(Rei) – Mas ... de onde eles vieram ?
(Akira) –Hã ... eles se casaram e tiveram nenens ?
(Amy) – Mais ou menos, Akira . Quando o Reino lunar enfrentou o Reino negro, diversos, não, centenas de milhares de habitantes do Reino negro, os youmas, estavam presentes na luta . Não seria tão estranho imaginar um numero bem grande nos dias de hoje . Mas, Mako-chan ...
(Makoto) – Eu havia sentido fontes de energia em diversos lugares e, depois de investigar durante algum tempo, encontrei um caminho até lá .
(Rei) – E onde fica ?
(Makoto) – Não posso contar .
(Amy) – Por que não ?
(Makoto) – Fiz uma promessa aos youmas .
(Rei) – Deixa eu ver seu eu entendi : você andou fazendo "negócios" com a raça de Beryl ?
(Amy) – Lembre-se que antes da guerra Beryl estava do nosso lado.
(Rei) – Você escolheu um "TIMO exemplo para comparar, Amy !
(Makoto) – Aham ... continuando, caso não se lembram, nós enfrentamos Beryl perto de uma entrada que existia no polo norte . Como sabem, Usagi deu cabo dela, mas ... alguém se lembrou de entrar no buraco de onde ela saiu ? Eu fiz isso . Não ali, mas em outro lugar . Dei de cara com uma "comunidade" de youmas que, por incrível que pareça, mantinha uma cidade naquele local . Uma cidade de verdade, com comércio, pousadas, famílias e tudo o mais que vocês possam imaginar !
(Akira) – Os vilões ... vivendo em família ? Com papai e mamãe ?
(Makoto) – Hai, Akira-chan ! Era tudo incrível !
(Rei) – Espera, tem algo que eu não entendo ! Por que não te atacaram ? Nossa fama por lá não deve ser muito boa, sabe . Ainda mais depois daquele monte de demônios que nós exterminamos .
(Makoto) – Youmas, Rei . Youmas .
(Rei) – Desculpe . Força de hábito .
(Makoto) – Eu ... eu tive alguns problemas no começo, mas consegui resolvê-los ; a maioria sequer sabia o que havia acontecido com Beryl . Para eles, ela havia se escondido em seu castelo, recuperando-se da batalha contra Usagi . Aliás, também achavam que Beryl havia ganho a batalha ...
(Amy) – Certo, mas ... depois de ter contado a eles o que houve realmente, por que te atacaram ? Certas coisas deixam as pessoas furiosas, sabe .
(Makoto) – Eu ... tive alguns problemas ... um problema sério, na verdade ... – Makoto fez uma longa pausa depois do que acabara de dizer . Ao fim disto, dera um curto suspiro . – mas conseguir resolvê-lo .
(Rei) – Que tipo de problema, Makoto ?
(Akira) – É, mãe ! Que problema ?
(Amy) – Deixem isso pra depois ! Mako-chan ... quando é que você foi lá, pela última vez ?
(Makoto) – Não sua lua-de-mel, Amy .
Lua-de-mel ? Aquilo havia despertado algo em Amy . Isso fora a cerca de quatro anos. Quatro anos .
Algo estalava na cabeça dela . Quatro anos ... havia algo mais . Era uma data muito mais importante do que aparentava . Mas o que seria ?
Infelizmente, ela foi interrompida
- Okaasan ! Tia Rei ! Tia Amy !
Todas correram para fora, com um péssimo pressentimento, porem, não encontraram nada do lado de fora;
(Amy) – O que foi, Akira ? Por que nos chamou ?
(Akira) – A senhora não consegue sentir isso ?
(Amy) – Sentir o que ?
(Rei) – Eu ... eu estou sentindo algo ... estranho . Parece ... energia !
(Makoto) – Também estou sentindo, Rei !
(Amy) – Como é que alguém tão pequeno consegue sentir energia ? Makoto ?
(Makoto) – Ele não consegue sentir muito bem . É que ... não é pouca energia !
(Rei) – Tem razão . Mas o mais estranho é que, apesar de ser poderosa, não parece ser de um nível alto !
- Mercury Cristal Power, Make up !
Bonita e graciosa, a transformação de Amy havia se completado . Com um simples pensamento, um visor surgira em seu rosto, refletindo a natureza ao redor .
(Makoto) – Mas ... pensei que ele havia sido destruído ...
(Amy) – Eu consertei o visor que Chaos destruiu ... e descobri algumas coisinhas, mas é melhor deixar para depois ! Já sei que energia enorme é essa ! Não vão gostar de saber o que eu acabei de rastrear ...
(Rei) – Diga logo, Amy !
( Amy) – Não é uma pessoa só . São várias . E estão se dirigindo para o Leste !
(Makoto) – Qual é o problema ?
(Rei) – Leste ... leste ... eles estão indo para o templo Hikawa ! Megumi !
Rei já estava correndo, quando Makoto a segura;
(Rei) – Me larga, Makoto ! Me solta ! Ela está em perigo ! Se eu não fizer nada, minha filha vai morrer ! Me solta !
(Makoto) – Rei ... – Makoto dá um tapa no rosto de Rei – acalme-se ! Acha que eu não estou preocupada com ela ? Se for lá agora, não vai adiantar de nada ! Vamos todas juntas !
Com o orgulho um tanto quanto ferido pelo tapa, porem mais calma, Makoto se levanta e resolve seguir o conselho de Makoto . Por hora .
(Rei) - Está certo . Vamos.
(Amy) – Vai com calma, Rei . Melhor pensarmos mais um pouco . Mesmo transformadas, ainda levaremos algum tempo para chegarmos até lá !
(Rei) – Então ... o templo Hikawa será o túmulo deles !
(Amy) – Não podemos ir, Rei .
Foi a vez de Makoto perder a paciência :
(Makoto) – Como assim, não podemos ir ? Ficou louca ?
(Rei) – Você pode até não se importar por que não são os seus, mas é o meu sangue que está lá !
(Amy) – Sabia que esse é o pior momento para o seu mal-humor, Rei ? Também estou preocupado com ela, mas não podemos ir por que é uma armadilha !
Aquilo assustou a todos .
(Akira) – Armadilha ?
(Makoto) – Como sabe disso ?
(Amy) – Há pouco eu e Minako estávamos indo falar com Usagi, quando um grupo armado abriu fogo contra as pessoas que estavam próximas, mas felizmente quase ninguém se feriu .
(Rei) – Já que você disse isso ... onde está Minako ?
(Amy) – Quer saber onde Minako está, ou quer salvar sua filha ? Não precisa responder ! Eu quase me transformei, mas Minako não deixou . Só então percebi que aquilo nunca havia acontecido por aqui, e eles foram embora em seguida . Era como se ...
(Makoto) - ... aquilo fosse planejado para atrair um peixe maior, ou seja, nós !
(Amy) – Exato . Lembram-se de que nós agíamos muito em Juuban ? Pois bem, alguém ligou os pontos e deduziu que nós poderíamos estar nas localidades !
(Rei) – Isso não resolve o problema da minha filha, Amy ! Vamos até lá e exterminamos com a raça eles, não deixando um inteiro para nos entregar !
(Amy) – Ainda não entendeu ? Se as Sailors forem vistas, ou se aquele grupo "desaparecer" nas localidades de Juuban, eles vão confirmar suas dúvidas, e não vai demorar muito para um grupo maior e mais perigoso vir até aqui e arrasar com o bairro e arrasar com as pessoas que habitam nele !
(Makoto) – Droga, Amy ! Assim você nos deixa sem opção ! E agora, o que vamos fazer ?
(Rei) – Amy ... está sugerindo que deixemos Megumi lá pra morrer ? Anda, responde !
(Makoto) – Não temos muito tempo, Amy !
(Rei) – Amy !
(Amy) – Droga ! Parem de gritar no meu ouvido ! Querem fazer o favor de me deixar pensar ... mas que droga ! O que é que nós vamos fazer ?!?!?!?!?!?!?!?!?!?
* * * * * * * * * * * *
A situação era tensa ... para todos .
Takeru caminhava normalmente pelas ruas de Tóquio . Não havia motivo para correr . Ainda não eram nem onze horas da manhã . E, de qualquer, precisava recuperar um pouco da energia que havia gasto, e uma caminhada faria bem .
Os outros concordavam com ele .
Depois de ter eliminado todas aquelas pessoas há pouco, havia dispensado seus companheiros, mas precisou chama-los novamente . Apesar de terem começado isso cedo, ninguém reclamou e se uniu ao novo grupo que ele reunira, junto com outros que ele havia conseguido reunir .
Só havia uma coisa que ele não entendia : o que ele estava prestes a fazer . Não se referia a matar todas aquelas pessoas, mas ao fato de atacar um templo . Não que fosse religioso ou coisa parecida, mas ... aquilo não fazia sentido . Por que atacar um lugar assim com tão poucas pessoas ?
Não ousava questionar as ordens de Seo, seu líder, seu amigo, seu mentor . Ele sabia muito bem o que fazia .
De longe, vez ou outra, a população notava que um grupo de pessoas pareciam seguir na mesma direção, mas era algo rápido, visto que andavam de forma dispersa;
- Takeru .
- O que foi, Kleb ?
- Já ouviu algo sobre o templo Hikawa ?
- Tipo ?
- Alguma história, alguma lenda, algo do tipo .
- Não . Por que ?
- Lembro-me de ter ouvido, há muito tempo atrás, algo na TV sobre ele . Provavelmente não deve ser nada importante .
- Agora que falou, acho que já ouvi algo também . Deve ter sido uma reportagem sobre seres sobrenaturais, acho . Pura besteira .
- Sei .
* * * * * * * * * * * *
Seo estava pensativo . De acordo com o relatório de Naru, suas suspeitas se confirmaram . Claro, ele já tinha um palpite sobre isso . Puro instinto .
De outro cômodo da casa onde se encontrava, ouvia-se um leve barulho de àgua caindo . Em seguida, uma garota de olhos castanho claros, e cabelos da mesma cor, vinha em sua direção , trazendo uma garrafa de café em uma das mãos, e dois copos em outra . Ela coloca café em um dos copos e serve para Seo, sentando-se em seguida e servindo;
- Obrigado . Bom trabalho . Excelente trabalho, Naru .
- Não há de que, Senhor .
Em determinados momentos, Seo olhava furtivamente para Naru, sem que ela percebesse ; em segredo, ele admirava um pouco aquela garota . Havia crescido . Havia mudado . Não era mais aquela garotinha de antes . Havia amadurecido .
Da mesma forma, Naru ocasionalmente olhava para ele sem que ele percebesse . Aquele homem ... ele era especial . Não era um qualquer ... não era um ser qualquer . Devia sua vida a ele, daria sua vida por ele, embora ele recusasse esse tipo de proposta . Era um verdadeiro "pai" para ela e todos os seus "irmãos" .
- Naru ...
- Sim ?
- Eu pedi isso ontem ... e você conseguiu reunir todas essas informações em poucas horas ...
- Sim !
- Estou orgulhoso .
Naquele instante, ela corou um pouco ...
- O-obrigada ... pai .
- Não concordei muito quando você disse que queria fazer Jornalismo ... mas vejo que não posso te prender facilmente, não é ? Estaria interferindo no seu potencial ....
- Não ! Não ! Eu ... eu é que tenho que agradecer ! O senhor me deu tudo o que eu tenho, tudo o que eu sou hoje eu devo ao senhor !
- Você ... você realmente pensa assim ? É isso o que pensa sobre mim ? É isso ?
- É o que todos nós pensamos, senhor . Todos nós .
- Eu ... eu fico muito grato em saber que vocês pensam isso ... desculpe ...
- O que foi ?
- Nada . Vamos continuar .
- Ok . Senhor, posso perguntar algo ?
- Fique a vontade .
- Se forem elas ...
- São elas .
- Então ... já que o senhor tem tanta certeza de que quem matou Yuji, Aruma e Yosho foram as tais das Sailors ...que chance temos ? Quer dizer, o senhor disse que elas são poderosas ...
- Entendo sua dúvida . Você ... vocês todos eram pequenos quando elas agiam . Foi há dez anos atrás . Dez primaveras . Dez verões . Lembro-me perfeitamente da batalha contra aqueles fracotes chamados Galáxia e Chaos .
- Me desculpe, mas, segundo a pesquisa que eu fiz, ambos causaram tanta destruição ...
- Fracos . Se as Sailors tivessem lutado corretamente ... se aquela farsante não estivesse lá ... Chaos não teria a menor chance contra elas . Já está ficando tarde, é melhor você ir .
- Mas ... é Sábado ! E ainda é de manhã !
- Por isso mesmo . Uma garota jovem e bonita como você deveria estar se divertindo, namorando . Vá, vá passear .
- Certo, senhor !
Segundos depois, ele estava sozinho . Aproveitando isso, ele caminha mais uma vez para os fundos da casa . Porém, ao contrário das outras vezes, estava tudo escuro .
- Por que dispensou sua serva ? – como estava tudo escuro, a voz parecia vir de lugar algum .
- Ela já cumpriu minhas ordens, e com perfeição .
- Já que ela foi tão eficiente, poderíamos ter usado suas capacidades mais um pouco !
- Ouça - a voz de Seo estava bem mais grave e ameaçadora – Naru não é minha serva, tampouco sua, que fique bem claro !
A silhueta de um par de olhos brilhava naquela escuridão, à frente de Seo; não era possível ver os olhos com precisão, mas os contornos pareciam pulsar junto com aquela escuridão .
- Como ousa falar assim comigo ? Já se esqueceu quem eu sou ?
- Tenho boa memória, mas creio que você não .
- Insolente ! Verá quando ...
- Quando o que ? – a face de Seo parecia mais ameaçadora ainda – Que eu me lembre, o que foi que você fez até agora ? Nada . Eu, pelo contrário, junto com meus filhos, providenciei tudo . Não concorda comigo, Chiba ?
Um pouco de luz, vinda de lugar algum, ilumina um canto da sala . Seo olha atentamente para um homem que estava lá . Ele mantinha uma face bem rígida quanto a tudo e a todos ao seu redor .
- Desde quando alguém como você me chama de Chiba ?
- Oh, perdão . Do que prefere que eu o chame, senhor Chiba Mamoru ?
- Eu simplesmente não entendo ... – Mamoru devolvia um olhar neutro para ele – mas sei que logo, logo vou entender .
O par de olhos que pulsava com a escuridão se movia na direção de Mamoru . A única coisa que ele percebe são aqueles dois pares de olhos bem perto dele, e uma respiração bem forte no rosto ;
- Sabe, eu não sei dizer por que, tampouco consigo imaginar o motivo ou a causa disso ... mas não gosto de você . Não te suporto .
- Eu sei o por que disso, mas acredito que ambos prefiram descobrir por si próprio, correto ? – dizia Seo .
- Você sabe que terá problemas .
-Ora, senhor Chiba ... o senhor é um homem maduro, experiente ... eu sei disso . Sei também que já deve ter ouvido isso antes, mas ... se o senhor acha que somos o que o senhor acha que somos, sugiro que se apegue mais as suas memórias ...
- Eu sei .
- Mesmo ? Pois isso é questionável ... mas acredito que a senhora Chiba saiba ...
Seo aproveitara e olhara para sua direita . A arvores que havia no jardim era visível, devido a uma luz que a cercava . Porém, outro detalhe podia ser percebido nela : Uma mulher, presa. O estranho naquilo era o fato de que parte do corpo da mulher não estava a vista, como se estivesse dentro do tronco da árvore, sendo que as únicas coisas a vista eram seu rosto, suas pernas, seus braços e seu cabelo era loiro, o qual terminava em duas trança enormes, que quase atingiam o chão ...
Continua
...
