Os Amuletos Irmãos

Tradução da fanfic "The Brother Amulets" de Mocha Butterflly, a mesma autora de "All you need is love" (Da magia à Ilusão), "Wrongly acused" (O destino de Gina Weasley) e "A vampire temptress" (Uma tentação vampírica).

Capítulo Dois - Os Estados Unidos da América

Draco empurrou sua mão do pulso de Gina, sentindo-se muito irritado. Ele havia dito-lhe para que não tocasse no amuleto. E se ela realmente escutasse não estariam... onde quer que estivessem. Gina olhava perplexa o colar. Não sabia ao certo se era porque nunca tinha visto algo assim, tão valioso em sua vida, ou se era porque ele era uma chave de portal.

-Ótimo, Weasley. - Draco disse asperamente.

-Onde nós estamos? - perguntou suavemente, ignorando-o. Olhou ao redor.

-O quê? Esta não é sua casa? - Draco zombou.

Ela virou-se para olhá-lo, seus olhos castanho escuros piscavam irritadamente.

-E você se pergunta porque não tem nenhum amigo- disse-lhe brava.

-Quem disse que não tenho amigos? - perguntou despreocupadamente. -De qualquer maneira, desde que você não saiba onde nós estamos, e eu tampouco, nós temos uns problemas maiores a se preocupar.

Sem esperar a resposta dela, virou-se e andou o comprimento do beco. Notou que estava surpreendido. Era a primeira vez em sua vida que se sentia assim, ele normalmente sempre sabia o que esperar. Sentir-se surpreendido, o fez mais surpreso.

Gina estava em seus calcanhares, e o seguiu para fora do beco. Sua boca abriu-se. Por um minuto, ambos apenas olharam ao redor. Estavam em uma cidade de algum tipo... e era semelhante a Londres: pessoas a apressar-se, andando juntas, cabeças abaixadas e esperando não fazer o contato com qualquer um, carros pelas ruas.

-Estão dirigindo do lado errado da rua! - Gina gritou, apontando na rua os carros que passavam perto.

Draco rolou seus olhos de aversão. Naturalmente, Gina sabia tudo sobre Trouxas, por seu pai os adorar. Draco, por outro lado, nunca prestou atenção aos carros.

Mas ao observar a rua, classificou algo fora do lugar. Havia ido a Londres algumas vezes antes, e tinha olhado o tráfego. Aqui, parecia diferente.

-Você sempre teve Estudos dos Trouxas na escola, Weasley? - Draco perguntou.

- No quinto ano. - Gina respondeu distraídamente.

-Você se lembra de qualquer coisa sobre os povos que dirigem no lado errado da estrada? - fez sua voz soar tão áspera como poderia. Aqui estava, perdido em alguma cidade Trouxa com uma Weasley. Não estava no melhor dos modos.

-Sim. - disse. -Eu acho...  acontece algo aproximadamente... em países diferentes, dirigem no lado errado da rua. Bem, não errado... é o lado certo para eles.

-Países diferentes? - Draco disse repetindo, tirando seus olhos da rua para olhar fixamente nela. -Maravilha, assim nós podemos estar na China?

Ela lançou-lhe um olhar que o dissesse Você é tão idiota!

-Malfoy, olhe ao redor. Há alguma escrita oriental? Não. Nós não estamos na Ásia. Nós só podemos estar em algum país de língua inglesa.

-Weasley, cale a boca. Você está me dando dor de cabeça.

Ele a ouviu suspirar zangadamente.

-Você está aborrecido somente porque fiz você se sentir idiota.

-Eu não estou aborrecido. - ele disse calmo. -Só estou um pouco irritado agora. Nós estamos em uma cidade que está obviamente cheia de Trouxas. Não temos nenhum dinheiro de Trouxa, e tudo que eu tenho é aproximadamente dez Galeões em meu bolso. Que não nos levará a qualquer lugar a menos que pudermos encontrar uma loja bruxa que possa nos levar de volta a Inglaterra. Assim basicamente, nós estamos falidos. O dinheiro é que faz o mundo ir à frente, e é por isso que você e sua família patética não vão a lugar algum.

Gina colocou-se bem na frente dele, olhando mais firme do que nunca.

-Você tem sorte por eu não acreditar nas Artes das Trevas, caso contrário, você estaria agonizando no chão agora.

-De algum modo eu duvido que você fizesse isso, mesmo se soubesse Artes das Trevas.

-Hum. Você está mais perto da verdade do que você sabe, Malfoy. Eu deixarei isso a você e a seu pai terrível.

Tinha começado a andar, mas voltou ao ouvir a última frase dela.

-Eu não sou como meu pai!  - ele gritou, seus olhos cinzentos contra os escuros dela. Gina olhou devolta para ele, pasma.

Ele deu um passo a frente e agarrou o ombro de um dos passantes, parcialmente sem raiva.

O homem que foi agarrado o olhou rapidamente com os olhos arregalados de medo.

-Aqui, toma tudo! - disse, alcançando seu bolso. Retirou sua carteira e jogou-a em Draco, e afastou-se apressado.

A carteira caiu longe de Draco no chão, mas ele estava muito ocupado, prestando atenção em como o homem corria dele. Gina pegou a carteira do chão para ele.

-Malfoy, você foi realmente cruel. - Gina disse friamente. O momento anterior pareceu ser esquecido.

-Quem é você, minha mãe?- disse arrancando a carteira das mãos dela.

-Não, graças a Deus. - Gina respondeu.

-Eu iria apenas perguntar onde nós estávamos. - Draco disse, escolhendo ignorar seu comentário. Abriu a carteira e mexeu dentro dela. Havia uns cartões plásticos, um que tinha escrita e o retrato do homem nele. Quando Draco tentava ler a letra pequena, Gina mexeu numa dobra e removeu diversas notas verdes.

Ela fez um ruído estranho com sua garganta. Draco olhou para cima e a viu tornar-se mais pálida do que era normalmente.

Draco percebeu que as notas eram dinheiro Trouxa.

-É muito, não é? - ele disse com um tom de ironia, mesmo que não tivesse nenhuma idéia de quanto era. -Talvez você possa comprar algumas roupas não usadas com ele.

Mas Gina não o olhou ofendida. Enfiou a nota na cara de Draco.

-Nós estamos na América. - anunciou.

Observou o dinheiro. Tinha o número 10 em cada canto e em um retrato de alguém no centro. Acima do retrato estava escrito 'Os Estados Unidos da América' .

-Que tipo de moeda corrente se usa na América? - Draco perguntou, odiando como soou... como se ele e Gina fossem semelhantes.

Gina inspecionou a nota.

-Dólares. - leu. Contou as notas nas mãos. -Duas de um,  três de cinco, duas de dez e três de vinte. Isso dá o total de noventa e sete dólares. E eu não sei se é muito.

-Certamente é muito para você. - Draco disse, examinando o dinheiro e pondo devolta na carteira. -Bem, ao menos nós temos dinheiro. Nós podemos comprar bilhetes de um trem para voltar à Inglaterra.

 -Bilhete de trem? - ela repetiu. -Os Estados Unidos fica do outro lado do Oceano Atlântico. E a menos que os Trouxas tenham construído algum tipo de trilha de trem através do oceano que nós não conhecemos, não se pode ir da Inglaterra para cá e vice-versa de trem.

-E você não pode sair daqui de vassoura. - Draco disse amargamente. -Há outra maneira de sair daqui além de uma chave de portal?

-Eu não sei. - Gina respondeu irritadamente. -Eu cresci em uma família bruxa tanto quanto você . Eu não sei tudo.

-Há contradições. - Draco disse sarcasticamente.

Gina abriu sua boca para dizer algo. Antes que pudesse expressar um som, alguém bateu no ombro de Draco. E não era bater delicadamente com um dedo. Sentiu como se a pessoa encravasse suas unhas nele. Ele e Gina viraram-se.

-Eí... - Draco disse irritadamente, aprontando-se para tirar a pessoa de seu caminho.

Mas parou assim que viu quem era. Era alguém em vestes pretas. A pessoa era baixa, obviamente um homem, e uma capa sombreava seu rosto e fazia suas características identificáveis. Depois que viraram-se e observaram-no um minuto ou dois, ele retirou sua capa. Draco notou imediatamente um braço de prata.

-Eu te conheço. - Draco disse, estreitando seus olhos na cara na suspeita do homem de olhos aquosos. -Você vem sempre aos jantares do meu pai. Te chamam de Rabicho.

-Você é filho de Lucio Malfoy? - Rabicho perguntou com a voz baixa.

-Sim.

Rabicho olhou de relance para Gina, então para trás de Draco.

-Onde está Harry Potter?

-Não está aqui. - Gina disse alto.

-Não está aqui? - ele repetiu. Draco viu uma cintilação de pânico passar sobre a face dele. -Você pegou o amuleto?

-É verdade. - Draco disse. -Nós não sabíamos que a chave de portal nos traria aqui. Você que vai nos levar de volta?

-Naturalmente eu levarei você de volta. - Rabicho respondeu olhando distraído e preocupado. Parou então seus olhos justo em Gina. -Você é uma Weasley, não é?

-Sim. - Gina não olhou nem um bocado intimidada.

Draco estudou a cara de Rabicho. Observou um olhar lá... um olhar que todos os Comensais da Morte demonstravam em partes dos jantares de seu pai, quando falavam sobre pessoas desprezáveis e que quisessem matar. Era o olhar de alguém prestes a matar alguma outra pessoa. Draco, realmente nem sequer pensou e disse baixo:

-Weasley.

-Quê? - soou irritada.

Ele viu quando Rabicho enfiou a mão em suas vestes, tentando obviamente encontrar sua varinha.

-Ouça meu conselho... corra! - Draco disse.

Gina fez realmente o que ele disse. Sem hesitar girou e enfiou-se no fluxo das pessoas. Rabicho encontrou sua varinha e olhou justo quando ela se misturou com a multidão.

-Imbecil! - Rabicho gritou para Draco. -Seu pai ficará felicíssimo ao ouvir que você salvou a garota Weasley!

-Ótimo! - Draco disse. Virou-se e correu atrás de Gina. Realmente, não a tinha salvado. Disse-lhe somente para correr. Não era como obstruir um feitiço ou qualquer coisa desse tipo. Podia ver seu cabelo vermelho vivo acima na rua. Estava somente alguns metros atrás dela. A multidão era assim numerosa, era difícil correr e ao mesmo tempo manobrar em torno deles.

Olhando de relance sobre seu ombro, viu surpreso que Rabicho estava correndo realmente atrás deles. Mas não ousava matá-los, não com muitas pessoas ao redor e arriscar-se a acertar um deles.

Ou ao menos aquilo é o que Draco esperava que Rabicho estivesse pensando.

Quando Draco virou-se para olhar para a frente outra vez, não viu o cabelo de Gina. Por um momento, sentiu um pouco confuso. Então, à frente, viu que ela estava no chão. Provavelmente deslizou em algo, porque estava em seu lado, sustentada por seu cotovelo, olhando espantada demais para saltar e levantar-se. Draco alcançou-a e agarrou-a pelos braços, deixando-a em pé.

-Vamos, ele está se aproximando. - Draco disse continuando a correr na frente. Não se incomodou a olhar e ver se ela ainda estava com ele. Podia ouvi-la ofegando. Correram o que pareceu como dias. Mas cada vez que Draco olhava sobre seu ombro, via Rabicho somente a algumas pessoas atrás deles.

-Malfoy. - Gina disse com sua voz entrecortada. -Malfoy, eu não posso correr por muito mais tempo.

Draco procurou um lugar para esconderem-se. Seus olhos descansaram em um ônibus, recebendo passageiros adiante.

-Pegaremos aquele ônibus. - ele a disse.

Assim que o alcançaram, o último passageiro tinha passado e as portas estavam fechando. Draco espremeu-se entre as portas deslizantes para impedi-las de fechar-se. O motorista olhou irritado, mas abriu e deixou-os entrar. Draco sentou em um assento vazio atrás, Gina ao lado dele, e olhou para fora da janela. Rabicho estava alcançando o ponto de ônibus no momento que este se afastava. Parecia gritar de raiva, porque algumas pessoas olhavam fixamente para ele, mas Draco não podia ouvir por causa do barulho do ônibus.

-Bom. - Draco disse sorrindo com desprezo para Gina. -Isso foi divertido. Quer fazer de novo?

Continua...