Os Amuletos Irmãos

Capítulo Três - O Plano de Voldemort

Rony, Harry e Hermione voltavam da biblioteca quando um grupo das meninas correu até eles. Rony reconheceu-as imediatamente como sextanistas, as que andavam penduradas para cima e para baixo com sua irmã. Ele não sabia nenhum de seus nomes, mas elas sabiam do seu.-Rony! - ofegou uma delas, a mais baixa com a pele mais escura. -Nós temos procurado por você em toda parte.

-Por mim? - Rony foi surpreendido. Geralmente as meninas procuravam Harry. Mas então observou que elas pareciam um bocado apavoradas, e se perguntou onde Gina estava.

-É a Gina. - disse outra friamente, cruzando os braços como se pensasse que era a rainha do mundo.

Rony preocupou-se imediatamente: -O que há com ela? Está bem?

-Dumbledore disse-nos que era para vir e o levar. - uma terceira menina disse sem ar.

-Por quê? O que está acontecendo? - Ele deu a Harry e Hermione um olhar, que o olharam concernidos.

-Nós estávamos lá. - a última garota continuou -Havia um colar no chão...

-E Gina o pegou. - a terceira garota terminou.

-Mas então Draco Malfoy veio... - a garota morena adicionou.

-Malfoy? - Harry repetiu.

-E ele disse que não era para tocá-lo, mas ela o fez.

-Então ele agarrou seu pulso e ambos desapareceram no ar!

-Agora Dumbledore quer vê-lo, como nós dissemos. Então, você  vem ou não?

Levou aproximadamente cinco minutos para Gina acalmar sua respiração. Não estava certa se era porque correu por muito tempo e duramente, ou se porque Draco Malfoy a tinha salvado.

Bem, ele não a tinha salvado realmente. Gina não tinha cem por cento de certeza se esse cara com o braço de prata chamado Rabicho poderia matá-la. Contudo, o fato era que Draco poderia ter voltado. Ele poderia ter ido com Rabicho e a deixado sozinha na América. Mas não fez isso. Permaneceu com ela, e a levantou quando deslizou em algum lápis idiota no chão (seu pai tinha uma grande coleção de lápis de Trouxas, assim que soube o que era um). Que Draco tocasse nela mesmo era uma coisa surpreendente.

Então se sentiu desconfortável sentada ao lado dele, de repente ciente que o assento era pequeno e suas pernas estavam se tocando. Tentou ignorá-lo e inclinou-se para a frente, assim poderia ver em torno dele para fora da janela.

-Que cidade você acha que nós estamos?- perguntou, tentando iniciar uma conversa.

-Oh, eu não posso escolher. - Draco disse com uma falsa animação. -Eu acredito que sei muito sobre cidades americanas e tudo de Trouxas. Eu não estou certo em qual nós estamos.

Gina agitou sua cabeça, inclinando-se para trás: -Desculpe por tentar ser amigável.

-Eu não preciso que você seja amigável. - Draco virou-se para ela. -Caso você não tenha observado, eu não aprecio estar com você.

- Está com medo que algo passe de mim para você? Que você possa realmente se tornar agradável? - Gina desafiou, levantando sua sobrancelha para ele.

-Certo e errado. - disse lentamente, deslizando no assento até que seus joelhos colidiram na parte traseira do assento da frente deles. -Eu não estou com medo, estou preocupado. Preocupado que algo de você passe para mim, como sua sujeira. Mas não sua bondade.

Gina olhou fixamente para ele. "Me zoando!" - pensou irritadamente. Bufando, cruzou os braços e girou seu corpo para o corredor longe dele.

-Como você sabia que o colar iria nos transportar até aqui? - Gina exigiu.

-Não sabia. Ou você pensa que eu agarraria seu pulso se eu soubesse que era uma chave de portal? - disparou virando para trás.

-Então por que você não queria que eu o tocasse?

Draco sorriu tão alto que ela virou-se para olhá-lo.

-Onde está?- perguntou, soando exasperado.

Gina procurou em seu bolso e retirou-o. -Bem aqui! - disse, segurando-o para fora de alcance dele.

-Esse amuleto esteve em uma redoma de vidro no escritório do meu pai, desde antes que eu nascesse. - Draco disse-lhe, soando como se preferisse saltar na frente de um ônibus a contar-lhe isso. -Nunca foi permitido que eu o tocasse. Mesmo se eu chegasse perto dele seria punido. Provavelmente por respirar nele. E estava em uma maldita redoma de vidro, de qualquer maneira. Mas quando eu vi que ele estava no chão soube que aquilo não era certo. Meu pai disse-me uma vez que tinha poder o suficiente para fazer alguém queimar em uma pilha das cinzas. Eu soube que era algum tipo de armadilha, mas eu nunca esperava que fosse uma chave de portal.

Gina olhou fixamente para baixo, no amuleto: -E, você está certo que ele é o mesmo? Quer dizer, ele não transformou nenhum de nós em uma pilha de cinzas ainda...

-Sim, é o mesmo. - ele respondeu asperamente. -Você não pode duplicá-lo. - Gina quis saber porque, mas ele não explicou. -Está satisfeita agora? - Virou para a janela sem esperar sua resposta.

Gina suspirou e colocou o colar em torno de seu pescoço, guardando-o sob suas vestes. "Draco é um idiota!" - pensou furiosa..

Permaneceram no ônibus por um tempo muito longo. Após algum tempo quando Draco caiu adormecido ao lado dela, com sua cabeça para trás. Gina olhou fixamente para ele, querendo saber como podia parecer tão doce em uma posição tão desconfortável. Soube que se estivesse como ele, sua boca estaria aberta, respiraria alto, ou talvez roncasse.

Gina estava se sentindo cansada também. Algumas horas passaram, e ela começou a reconhecer algumas das mesmas paradas. Mas o motorista nunca perguntou porque eles ainda estavam lá.

Estava tornando-se impossível para ela manter os olhos abertos. Queria permanecer acordada, apenas para o caso de que algo acontecesse. Mas estava começando a ficar difícil. "Por que não posso eu permanecer acordada?" - se perguntou, olhando de relance para fora da janela. O sol começava a se pôr. Parecia ser somente sete ou oito na noite.

Então percebeu algo. Obviamente, os Estados Unidos estava em uma zona de tempo diferente. Não usava um relógio, e nem Draco, pelo o que podia perceber. Assim não sabia que horas eram na Inglaterra. Deveria ser, pelo menos, meia noite. E tinha levantado cedo para as aulas, estava começando a sentir muito cansada.

Apenas quando começou a escurecer, os passageiros restantes saíram do ônibus. Pela primeira vez sempre, o motorista olhou Gina e Draco no espelho retrovisor, dando-lhes um olhar que indicasse claramente que os queria fora, assim poderia voltar para casa.

-Vocês dois estiveram neste ônibus o dia inteiro. - disse bruscamente. -Vão sair daqui?

-Já estamos saindo. - Gina disse sem nem olhar onde estavam.

Enquanto o ônibus parava em um ponto, cutucou Draco pelo braço. Ele acordou sem uma palavra, como se estivesse acordado o tempo inteiro. Ela levantou-se de seu assento e foi em direção a saída do ônibus. Tinha começado a descer as escadas quando o motorista agarrou seu braço.

-Eí! - disse bruscamente. -Você tem que pagar.

Gina olhou Draco, que tinha todo o dinheiro. Outra vez sem falar tirou uma nota marcada com um dez e entregou-a ao motorista, que a pegou e guardou em uma caixa ao lado dele. Ele resmungou algo que soou como 'Estrangeiros.'

Ambos saíram do ônibus, e afastaram-se ruidosamente. Então Gina começou olhar em seus arredores. Obviamente estavam na parte mais perigosa da cidade, mas era ocupada. Não estava tão escuro ainda e a maioria das lojas tinha luzes de néon brilhantes sobre suas janelas. As pessoas passaram perto em grupos, falando e rindo alto. Gina sentiu-se imediatamente fora do lugar.

-Vamos encontrar uma pensão ou algo? - disse a Draco.

-Não podemos. - ele respondeu categoricamente.

Ela virou para olhá-lo:  -O que você quer dizer? Não podemos?

-Exatamente o que eu disse. - respondeu agudamente. -Não podemos. Você sabe quanto custará para voltar à Inglaterra?

-O que vamos fazer com qualquer coisa?

-Tudo. - bocejou e olhou irritado. -Nós dois não fazemos idéia de quanto custará para começar voltar a Hogwarts. Nós já desperdiçamos algum nesse passeio de ônibus. Se nós gastássemos mais em lugares para dormir então nós não poderemos ter o bastante para voltar.

-Então você está me dizendo para não dormir ou comer até voltarmos à Hogwarts. - Gina disse duvidosamente.

-Nós podemos dormir. - ele respondeu irritadamente. -Só não teremos camas. E os seres humanos podem permanecer até duas semanas vivos sem comida, assim estaremos bem por mais algumas horas.

-Então onde nós dormimos? - Gina exigiu sarcasticamente, jogando a as mãos para o alto. -Nos jornais no beco?

Vinte minutos mais tarde, era exatamente onde estavam, deitados em jornais velhos no beco mais limpo que puderam encontrar. Cada um estava em lados diferentes. Um dos edifícios era uma casa de apartamentos baratos, e alguém estava gritando com alguma outra pessoa. Outro tocava música alta. Com todo o ruído e o lugar incômodo para dormir, Gina não dormiu tão rapidamente como antecipou.

-Eu nunca vou dormir. - Gina gemeu após dez minutos.

-Por que você está se queixando? Não está acostumada a dormir em lugares como este? - Draco disse.

Gina, com muita relutância, ignorou o insulto. Deslocou-se para trás, os jornais amassando-se e causando altos ruídos. Sabendo que não adormeceria tão cedo, ela fez a pergunta que tinha estado em sua mente todo o dia

-Por que Rabicho quer Harry?

Draco suspirou, soando muito irritado: -Quem sou eu, um oráculo? Como eu posso saber o que ele queria com o Potter?

-Você disse que o conhecia. - Gina respondeu. -Eu só pensei que talvez você soubesse o que ele queria.

-Certo, Weasley, você uniu as partes. Rabicho é um Comensal da Morte. Pense sobre ele. Por que um Comensal da Morte quereria o Potter?

Os olhos dela arregalaram-se no escuro: -Ele estava indo dá-lo a Você-Sabe-Quem!? gritou.

-Talvez você não tenha o cérebro morto como eu originalmente pensei. - Draco continuou. -Agora você pode calar a boca? Eu estou tentando dormir!

Surpreendente, Gina começou a cair no sono, também. Seu último pensamento foi: "Eu acho que Malfoy me disse algo mais próximo a um elogio do que ele poderia  me dirigir".

Continua...