Os Amuletos Irmãos
Capítulo Seis - De volta à Inglaterra
Gina se sentiu muito estranha. Draco deu um passo para longe dela, mas ela não conseguia fazer suas pernas se mexerem. Ela olhava para seu irmão, Rony, e para Harry, seu raciocínio não funcionava. Suas entranhas que estavam quentes há um segundo antes, agora estavam congeladas.
"Oh, Deus." - sua mente começou a funcionar de novo. "O que eu fiz?"
Ela esteve próxima a beijar Draco Malfoy. E ela queria beijar Draco Malfoy. E muito pior do que isso é que... Rony a viu. De todos os lugares do mundo, de todos os becos da cidade, ele teve que aparecer naquele exato momento, naquele mesmo lugar.
O rosto de Rony estava mais vermelho que seu cabelo. Ele tremia de nervoso. Harry olhava de Gina para Draco, como se não pudesse acreditar no que vira.
-Gi-Gina. - Rony murmurou furiosamente, cerrando seus punhos e olhando para Draco. -O-o quê?
Gina não sabia o que responder, ela não tinha que responder. Mas de repente ela percebeu algo, eles seguravam um amuleto. Um amuleto exatamente como ela tinha, a diferença é que era prateado com pedras pretas, em vez do dela, dourado com pedras brancas.
Sentindo lentamente voltar a seu corpo Gina raciocinou algo. Obviamente o amuleto era uma chave de portal que devia os ter transportado para lá. "Eles querem o Harry." - ela pensou. "No lugar pegaram Draco e eu, mas agora... Harry está aqui!"
-Onde estamos? - Harry disse tentando distrair Rony. Mas ele não tirou seus olhos de Draco.
-Nova York. - Gina respondeu harmoniosamente. -Na América.
Ela andou até Rony e lhe deu um abraço rápido e desajeitado, que ele não correspondeu. Quando ela o soltou viu que ele olhava para ela no momento. O olhar era duro o suficiente para fazê-la ter vontade de chorar.
-Nós devemos sair daqui. - ela disse baixo, dando alguns passos à frente dele.
-Para onde nós vamos? - Harry a perguntou.
-Qualquer lugar, menos aqui. - ela disse a ele com uma voz fraca.
Rony continuava dando a ela um olhar mortal, então ela passou por ele e liderou o caminho para fora do beco. Ela engoliu as lágrimas. "Por que eu quis tanto beijá-lo? Rony vai me odiar para sempre." Ela teve que olhar de relance para Draco. "Eu tenho mais com que me preocupar." - pensou. "Harry está em perigo aqui, e eu ficou me preocupando comigo mesma."
A sua cabeça estava tão abaixada que ela não viu duas pessoas bloqueando a saída do beco, até estar quase batendo neles. Viu os sapatos pretos e olhou para cima. Dois homens altos, vestidos de pretos, capuzes cobrindo seus rostos, impediam que escapassem. Isso a surpreendeu tanto que ela engasgou e deu uns passos para trás.
"Comensais da Morte." - pensou sentindo seu estômago afundar. "Eles não mandaram Rabicho, mandaram dois comensais."
Ela voltou tanto para trás que bateu em alguém. Era Harry. Ele nem percebeu que ela correu até ele, ele se mantinha concentrado nos comensais, como se tentasse tirá-los do lugar.
O coração de Gina batia freneticamente. Não havia escapatória. Eles não podiam correr, se o fizesse, estariam mortos antes de dar cinco passos. Ela olhou por sobre seu ombro. Draco parecia... interessado, era a única maneira de descrever sua expressão. Harry parecia um pouco surpreso e talvez um pouco assustado. E Rony...
"Rony!" - ela pensou olhando em volta rapidamente. "Onde ele está?"
Então ela o viu um pouco atrás. Ele estava escondido atrás de uma lata de lixo. Ela pode ver um pouco do seu cabelo vermelho arrepiado, mas se ninguém estava procurasse por ele, não o encontrariam no escuro.
"Como ele teve tempo de se esconder antes que o vissem?" - Gina se perguntou. Ela se sentiu um pouco mais esperançosa, sabendo que Rony era o elemento surpresa.
-Harry Potter. - um dos comensais disse com uma voz baixa e perigosa. -Gostaria de nos acompanhar?
Eles poderia ter dito: 'Gostaria de morrer?', o significado teria sido o mesmo. Harry continuou olhando para eles, um pouco pasmo que eles tivessem perguntado isso a ele, como haviam feito.
Os dois comensais se olharam, e Gina poderia jurar que eles suspiraram. Um deles levantou sua varinha .
-Vá para o lado, garota. - ele disse bruscamente a Gina, que continuou na frente dele.
Ela começou a dar um passo para o lado, mas no último segundo alcançou e pegou sua varinha. Sem hesitar apontou-a para o homem e gritou o mais alto que pode:
-ESTUPEFAÇA!
Sem dizer nenhuma palavra, o homem foi ao chão. O outro comensal colocou a mão entre as suas roupas, procurando sua varinha, Gina ouviu Rony levantar-se atrás dela e dizer a mesma palavra. Em seguida o segundo comensal caiu sobre o primeiro, as varinhas longe de suas mãos.
Harry andou até eles e pegou suas varinhas, jogando-as no lixo. Olhou para Gina, com um sorriso fraco e perguntou: -Devemos ir agora?
Draco que normalmente amava estar sozinho com Weasley e Potter, os quais ele podia zoar a vontade, dessa vez sentia-se muito desconfortável com suas presenças. Rony continuava lhe lançando olhares duros, mas não dizia nada. Gina e Harry eram as únicas pessoas que falavam.
"Ter alguém criado com Trouxas pode ser útil." - ele pensou enquanto Gina e Harry discutiam sobre maneiras de como voltar para a Inglaterra. "Eu nunca pensei que viveria para ouvir a mim mesmo pensar isso, eu também nunca pensei que viveria para estar perto de beijar uma Weasley."
-Vocês têm algum dinheiro, como Galeões? - Harry perguntou a Draco e Rony.
-Por que eu carregaria Galeões a todo lugar? - Rony disse mal-humorado.
-Eu tenho. - Draco respondeu, pegando no seu bolso. Ele pegou algumas moedas de ouro e contou. -Tenho onze.
-Ótimo. - Harry disse, evitando seus olhos e pegando o dinheiro dele. Se Draco estivesse normal, ele ficaria com o dinheiro ele mesmo, mas ele não se sentia normal. Não inteiramente.
Na verdade, se sentia louco. Depois de quão tolo e embaraçado ele esteve, próximo a beijar Gina, ele não podia evitar se lembrar de quanto ele queria fazê-lo. O quanto ele quer ainda beijá-la.
"Eu estou, definitivamente, perdendo a sanidade." - pensou chacoalhando sua cabeça, tentando expulsar os pensamentos dela.
Assim que clareou, eles foram procurar o que Harry chamava de 'Casa de Penhor'. Encontraram uma em uma parte pobre da cidade, e Harry trocou os Galões por dinheiro Trouxa americano.
-Isso não é contra a lei, Potter? - Draco disse assim que Harry entrasse. -Não somos permitidos dar o nosso dinheiro aos Trouxas.
Harry sorriu sabiamente para ele. -Você não sabe, Malfoy? Para qualquer pessoa que não seja bruxo, nosso dinheiro parece apenas moedas. Para o homem lá dentro, eu lhe darei um bocado de moedas de ouro.
-Eu acho que eu não gasto meu tempo estudando como os Trouxas vêem o nosso dinheiro, não é? - Draco respondeu rispidamente, se sentindo um pouco idiota.
Dez minutos depois Harry voltou com duzentos e cinqüenta dólares.
-Isso não nos leva a lugar nenhum. - Draco disse friamente a Harry. -Custa mais que isso para duas pessoas voar para a Inglaterra. E se você não sabe contar, agora somos quatro.
-Bom, vocês têm oitenta dólares, não têm? - Harry disse, olhando para ele. -E se nós quisermos, dois voltam e falam para Dumbledore que nós estamos aqui. De qualquer maneira, cedo ou tarde estaremos de volta.
Draco não confiava nessa possibilidade.
-O que fazemos agora? - Gina perguntou a Harry. Sua voz soou fraca e Draco não podia dizer se era pelo o que aconteceu, ou se porque ela não tinha dormido mais de cinco horas nos últimos dois dias.
-Agora nós vamos para um aeroporto. - Harry respondeu. Ele guardou o dinheiro no bolso e fez um aceno com o braço gritando: -Táxi! Táxi!
Rony, Gina e Draco olharam parados para ele.
Um carro amarelo parou no meio-fio, e Harry sorriu timidamente.
-Eu vi isso num filme uma vez! - disse.
-Filme? - Draco repetiu ironicamente.
-Bem, funcionou, não é? - Rony respondeu estupidamente a Draco, entrando no banco da frente do táxi.
Gina entrou no banco traseiro, Harry foi em seguida deixando Draco por último. Ele ficou esmagado entre a porta e Harry. "Que maravilha." - pensou emburrado.
-Para onde vamos? - o motorista perguntou.
Gina e Draco olharam para Harry, esperando que ele respondesse.
-Ah, ãh... o aeroporto mais próximo. - ele disse, esperando ter dito a coisa certa. O motorista acenou e entrou no tráfego.
Era a primeira vez que Draco andava em um carro. Ele achou que era parecido com o ônibus, apenas mais suave. E apertado.
Levou alguns minutos para chegarem ao aeroporto. Draco imediatamente não gostou do lugar. Tinha visto apenas por fora, cheio de pessoas carregando bagagens, mas ele soube que estava cheio de pessoas. Ele não gostava de lugares cheios de pessoas.
Pagaram o taxista e saíram. Harry os guiou para dentro do aeroporto, e andaram até um dos lugares onde checavam bagagens.
-Quando é o próximo vôo para Londres? - ele perguntou para uma moça no balcão.
-Tem muitos vôos para Londres... Meio-dia teremos três. - ela respondeu sorrindo.
-Meio-dia?
-Sim. Você viaja com a Midway? Porque esses vôos são para passageiros Midway.
-Hum, sim. Nós podemos viajar com a Midway. - Harry respondeu. -Tem quaro lugares em um dos vôos hoje?
A moça checou no computador: -Sim, tem quatro assentos vagos no vôo das quatro e quarenta da tarde, direto, sem paradas para Londres.
-Quanto custa?
-Quatro passagens? - o sorriso da atendente vacilou.
-Sim. - Harry confirmou.
-Em torno de quatrocentos e trinta e dois dólares.
Draco sorriu com desprezo. "Eu te disse, Potter. Mas você acha que sabe tudo, não é?"
Ao seu lado, Gina soltou um gemido de desespero.
-Você-você tem algum mais... barato? - Harry perguntou, tentando parecer despreocupado.
A moça sorriu simpaticamente e voltou ao computador. -Viagem de ida são sempre mais barato. - disse a ele.
-Viagem de ida?
-Você deve saber. Sem vôo de retorno. Mas deve servir se vocês quiserem ficar em Londres.
-Nós queremos, quanto custaria essas passagens? - Harry perguntou.
-Seria, Trezentos e dez dólares e sessenta e seis centavos.
"O que diabos são centavos?" - Draco se perguntou.
-Iremos nesse. - Harry disse com esboçando alegria em seu rosto.
-Obrigado por trabalhar conosco. - a mulher disse. -E como você vai pagar?
-Com dinheiro. - olhou para a moça como se ela fosse tola.
-É claro. - ela disse dando risada. -Mas com cartão de crédito, ou à vista?
-Ah, à vista. - respondeu Harry.
Minutos depois Harry segurava os bilhetes em suas mãos. Receberam apenas cinco dólares de troco, mas estavam tão agradecidos de voltar para casa de qualquer maneira que isso não importava. Encontraram o portão certo, mas tiveram um grande problema para encontrá-lo, pois não sabiam o que era, e Harry não ajudava porque nunca tinha viajado de avião antes. E tiveram que esperar a tarde toda até o avião chegar. Finalmente, aproximadamente às cinco horas podiam pegar o vôo.
Eles tinham dois lugares em cada fileira, perto do corredor e um dos outros. Gina ignorou os olhares de Rony e sentou do lado de Draco, o surpreendendo. Harry sentou no corredor próximo a ela, e Rony entre ele e um estranho, que pegou um lugar na janela.
Gina não falou com Draco antes que eles estivessem no ar. Eles voavam por nuvens brancas, mas Draco olhava entediado pela janela. Ao lado dele, Gina virou-se para o corredor e sussurrou algo com Harry. Quando ela virou-se de volta para ele, Draco viu que ela segurava o amuleto que troxera Harry e Rony para Nova York.
Ela colocou o dourado e ele lado a lado, os examinando.
-Os Amuletos Irmãos. - Draco disse.
Gina virou e olhou para ele: -O quê?
-Os Amuletos Irmãos. Eu não achava que o escuro realmente existisse. - Draco repetiu. -Meu pai sempre me falou sobre eles. Ele dizia que quando colocados juntos eles liberariam poder suficiente para tornar um homem invencível.
Gina uniu suas sobrancelhas e pressionou os amuletos juntos. -Bem, eles estão unidos e nada aconteceu.
-Apenas porque eles existam não significa que a história seja verdadeira. - ele a disse dando de ombros.
-Me conte a história.
-O que há com você e histórias?
Gina sorriu um pouco e devolveu a Harry o amuleto prateado. Ela recolocou o dourado em seu pescoço e guardou sob sua camiseta. -Por favor?
Draco suspirou e se mexeu em seu assento. -Meu pai me disse que quando a escuridão e a luz se unem, elas liberam o poder. Eu sempre pensei que escuridão e luz significassem bom e mau. Acho que ele queria dizer que era só a cor dos amuletos. Mas, como você disse nada aconteceu quando os uniu. Então a história é uma grande mentira.
-Eu tenho uma pergunta para você. - ela disse, virando e o encarando.
-Você e suas histórias e perguntas. - murmurou.
-Posso te chamar de Draco?
Ele não esperava por isso. "Por que qualquer pergunta que ela me faz abaixa minha guarda?"
-Você pode me chamar como quiser. - disse olhando para ela sem expressão.
Ela abaixou sua cabeça, mas ele pode vê-la sorrindo.
O vôo parecia durar para sempre. Serviram o jantar, quando Draco e Gina disputaram quem terminava mais rápido. Engraçado como quando Gina comia rápido não parecia tão bruta como Gregory e Vicent, que faziam Draco ter ânsias.
Finalmente, eles desembarcaram em Londres. Quando desceram do avião e chegaram ao chão, Draco sentiu um peso aliviar-se de seus ombros. Ele tinha sobrevivido em uma cidade Trouxa com uma Weasley, e voltado relativamente ileso.
A não ser pelo fato de que Draco tinha achado Gina incrivelmente linda e tinha um interminável desejo de beijá-la.
Continua...
N.T.: E agora? O que acontecerá com todos em Hogwarts? Quais os mistérios dos amuletos? Continuem lendo para saber =P
Valeu pelos reviews! Pode deixar que eu não vou parar de traduzir a fic, ainda mais sabendo que tem gente lendo ^^
