Os Amuletos Irmãos
Capítulo Dez - Traição
-Ah, não! A sangue-ruim e o Weasley estão aqui.
Draco ficou em frente a Rony, Harry e Hermione, e esperava que parecesse como se sentia: nervoso e irritado. Ele deveria saber que Potter traria seus amigos.
-Escute, Malfoy. Ela é minha irmã. - Rony disse furioso. -Eu iria de qualquer maneira.
-Hã, hãn... - Draco disse e olhou para Hermione. -E que desculpa patética você tem?
Hermione levou as mãos aos lábios e abriu a boca para dizer algo, mas Harry a impediu.
-Olhe, Malfoy, nós todos iremos. Então desista. De maneira nenhuma nós confiaremos em você para trazê-la sozinho. - Harry disse.
-Ótimo. - Draco respondeu friamente. "Mas se você morrer não é culpa minha", acrescentou para si. Então reparou em algo, havia apenas duas vassouras para quatro pessoas. -Espero que vocês três possam voar em uma vassoura.
-Um de nós vai ter que viajar com você.. - Harry estava determinado.
-Vou com você, Harry. - disse Rony instantaneamente.
Draco sorriu com sarcasmo para a expressão de Hermione, ela parecia assustada demais para queixar-se.
Vendo a aflição de Hermione, Harry disse quase com raiva:
-Vou com você, Malfoy. Vocês dois podem ir na minha vassoura com a capa.
-Capa? Para não terem frio? - Draco zombou.
-É uma capa de invisibilidade. - Hermione disse trivialmente, esperando que ele se impressionasse.
E ele quase ficou:
-Como você conseguiu por suas mãos em uma capa de invisibilidade, Potter?
-Era de meu pai. - Harry respondeu rápido, obviamente não querendo conversar sobre o assunto. -Trouxe apenas por necessidade. Então, onde Gina está?
-No País de Gales. - Draco disse montando em sua vassoura. -A um dia de vôo daqui.
-Um dia? - Hermione repetiu, montando na vassoura. -Chegaremos no meio da noite!
-Medo do escuro, Granger? - Draco disse.
-Não. - ela olhou duramente para ele por um momento e se ajeitou na vassoura atrás de Rony.
Draco não parecia feliz de dividir a vassoura com Harry. Por sorte, a Firebolt que Draco ganhou no quinto ano era longa o suficiente para Harry sentar-se atrás e segurar no cano. Eles não se tocavam, motivo pelo qual Draco ficou grato.
Hermione e Rony, por outro lado, pareciam bem confortáveis. Assim que deixaram o chão, Hermione se aproximou dele tremendo e murmurando: -Eu odeio voar... Oh, Deus, eu realmente não gosto de voar...
Draco estava quase batendo nela quando Rony perguntou: -Como você sabe onde Gina está, Malfoy?
-Eu tenho minhas fontes. - Draco respondeu esperando soar misterioso.
-Você está tão seguro disso. Aposto que você mesmo a levou para lá. - Rony fez uma careta.
-Então por que eu lhes mostraria aonde ela está? - Draco devolveu.
-Não estou certo de que você está nos levando para o local correto. - Rony continuou. -Por tudo o que sabemos você poderia nos levar para o meio do nada e nos matar.
-É exatamente isso que vou fazer, Weasley. Como você adivinhou? - Draco perguntou.
-Rony, coloque a capa de invisibilidade sobre você e Hermione. - Harry disse cansado, tentando parar a discussão.
Hermione se distanciou de Rony o suficiente para colocar a capa de invisibilidade sobre eles, e para o alívio de Draco ambos desapareceram. Todos ficaram em silêncio após isso.
Gina sentia como se caísse muito rápido, mas não se movia. Ela queria tirar seus olhos de Voldemort, mas não conseguia fazer nenhum músculo se mover. Sentia-se congelada como uma estátua.
"O que Voldemort quer comigo?" - se perguntava freneticamente. A única razão que lhe ocorria era por ela ser amiga de Harry. Mas realmente... Harry não se importava tanto com ela. Haviam muitas outras pessoas, como Rony, Hermione e Sirius, com quem ele se importava mais. "Se ele espera trazer Harry aqui, ele se confundiu. E se Harry quisesse me salvar não seria burro o suficiente para vir sozinho. Ele contaria a alguém, sem falar que ele nem tem idéia de onde eu estou."
-Olá, Gina. - Lucio disse. O choque de ouvir seu nome fez com que seus olhos voltassem a funcionar e ela olhou para ele surpresa. Ele sorriu sem humor para ela. -Surpresa? - "É claro que estou!" -Gostaria que eu explicasse? - "Sim". - ela pensou e mexeu sua cabeça.
-Eu te direi de qualquer maneira. - Lucio disse. -Primeiramente, talvez você devesse mostrar alguma educação em frente à Lorde Voldemort, não?
Gina virou seus olhos para Voldemort mais uma vez, mas não disse nada. "Esse homem realmente se pareceu um dia com Tom Riddle?" - se perguntou. Tom Riddle era uma das pessoas mais bonitas que ela já viu. Como ele poderia ficar assim?
Lucio apontou sua varinha para ela e disse: -Imperio!
Após isso todos os problemas de Gina se foram. Ela estava em um estado de puro êxtase, e ouviu-se dizer: -Olá, meu Lord Voldemort. - Mas então, tão rápido como veio, ele se foi e ela sentiu o peso do medo em seu estômago. Ela tinha ânsias só por ter dito "Meu Lord Voldemort". Mas ainda tentou manter uma expressão de quem não se importava e apenas deu um passo para trás.
-Por que eu? - ela sussurrou. Ela não pensou ter dito alto o suficiente para que Lucio se virasse para ela e Voldemort zombasse.
-Porque você é a única. - Lucio respondeu. "A única o quê?!" - Gina se perguntou. "Sou a única para quê?" -Você nos trará Potter. - Lucio continuou suavemente.
-Não, eu não o trarei. - Gina deixou escapar. -Ele nem sabe onde estou.
-Mas ele saberá. - Voldemort disse rapidamente, sua voz dando a sensação de que algo extremamente gelado corria pela espinha de Gina. -Assim que o jovem Malfoy lhe passe a informação...
Gina piscou. "Draco? Draco não pode estar metido nisso. A menos que... que tudo o que ele me disse fosse apenas atuação. Então ele seria um ótimo ator."
Sua mente girava tentando encontrar razões para que Draco não tivesse feito isso com ela. E tudo o que ela conseguia pensar é que ele a tinha beijado, mas essa não era uma boa razão... pessoas beijavam umas às outras e isso não significava que morreriam por elas. "Mas praticamente mandá-las para ser mortas?"
Ela viu Lucio e Voldemort deixarem o quarto. O homem encapuzado os seguiu, fechando a porta firmemente atrás deles. Gina se chocou com a parede, deslizando até o chão. Eles não tinham explicado muito... mas ela sabia tudo o que precisava saber.
Era apenas a sua vida, ou a de Harry e a dela? Se Voldemort estivesse contando a verdade, Draco enganaria Harry e o traria para sua morte e tudo estaria acabado.
Gina percebeu que se fosse ao contrário e Harry estivesse ali, em seu lugar, ele provavelmente estaria desejando que ela não viesse. Estaria rezando para que ele morresse ao invés dela.
Mas Gina sabia que não era tão corajosa. Ela não queria que Harry morresse... é claro que não, ela desejava desesperadamente que ele não viesse, tampouco. Ela esperava que Harry fizesse a coisa certa depois que Draco lhe dissesse onde ela estava e contasse para Dumbledore, ou outra pessoa. "É claro que ele fará isso". - Gina tentou assegurar a si mesma. "Ele não é burro... não viria sem contar a ninguém onde está. Seria suicídio."
Gina soube que não conseguiria sair de lá e sobreviver. Mas se Harry viesse, Voldemort a mataria também. Nesse momento, tudo o que ela mais queria era abrigar-se no colo de sua mãe e apenas chorar. Ela trouxe seus joelhos para perto de seu queixo e tentou espantar as lágrimas. "Não chore, não chore, não chore..." - ela pensou. Apenas algumas lágrimas escaparam e ela as tirou do rosto rapidamente.
Então ela se deitou e se curvou em posição fetal, chegando os olhos fortemente para impedir outras lágrimas.
A determinação manteve Draco acordado. Enquanto Rony reclamava constantemente sobre estar cansado e descer um pouco para dormir, Hermione dormia com seu queixo apoiado nos ombros dele. Harry estava sonolento atrás de Draco, às vezes caía para frente, nas costas de Draco, que o empurrava para trás novamente. Draco permanecia alerta.
A noite veio e passou. Quando estava amanhecendo Rony começou a reclamar que estava com fome. Draco manteve a calma e tentou bloquear a voz que ouvia, mas não era fácil.
Assim que o sol estava completamente no céu, Draco anunciou que estavam perto. Hermione ergueu-se devagar e Harry tirou seus óculos de seus olhos para espantar o sono. Logo sobrevoavam uma densa floresta.
Quando o lar de verão dos Malfoys surgiu à vista, Harry perguntou: -Você tem uma casa de verão no meio das árvores?
"Não somos uma família normal". - Draco pensou, mas não comentou.
-Isso não é uma casa de verão, é um castelo. - Rony murmurou assim que tocaram o chão.
Draco estava muito tenso de ficar na mesma posição por quase vinte e quatro horas. Logo que tocou o chão sentiu-se cansado e de estôomago vazio.
-Tem certeza que é aqui? - Hermione perguntou, bocejando e abrindo os braços sob sua cabeça.
-Não, não tenho certeza. Eu só viajei quase um dia por nada. - Draco respondeu.
-Eu só estava perguntando. - Hermione disse furiosa.
-Então vamos lá buscá-la. - disse Rony aproximando-se da porta de entrada.
Draco pôs a mão em seu ombro para impedi-lo de abrir a porta: -Espere, Weasley. Sua mãe não te ensinou a bater antes de abrir uma porta desconhecida?
Rony olhou para ele.
-Meu pai é muito famoso por seus feitiços. - Draco disse com um sorriso malicioso, largando o ombro de Rony. -Ele acha divertido colocar essas armadilhas em cada porta que leva à casa. A porta de entrada teêm mais de vinte feitiços. Qualquer um que não seja um Malfoy sentirá o castigo deles.
-Que tipo de feitiços? - Hermione perguntou timidamente, tentando não demonstrar o quanto interessada estava.
-Apenas do tipo que faz você perder um membro, ou um órgão. - Draco a disse casualmente dando de ombros. -Tem uma porta lateral ao invés dessa, com uns oito ou nove feitiços, eu acho.
Draco pegou sua vassoura e começou a andar em volta da casa.
-Só oito ou nove? - Rony repetiu, bem atrás dele. -Só?
-Lembre-se que na porta da frente são mais de vinte. - Draco disse sem olhar para ele.
-Eu conto que você saiba desarmar esses feitiços. - Harry disse.
-Se não souber Hermione sabe. - Rony adicionou.
-Eu posso desarmá-los. - Draco respondeu friamente, parando em frente a uma porta pequena de madeira. Ele virou a maçaneta e abriu a porta. Sorrindo com ironia disse: -Meu pai gosta de checar as portas de entrada todas as manhãs para ver se ele encontra alguma pessoa desprevenida.
-Seu pai é uma pessoa doente. - Hermione o informou.
-Tal pai, tal filho. - Rony espetou maldosamente.
Draco não comentou, mas começou a desfazer os feitiços. -Isso vai levar algum tempo. - disse por sob o ombro.
E levou um grande tempo. Harry, Rony e Hermione sentaram-se um pouco afastados, falando baixo. Após quase uma hora. Rony acabara dormindo com a cabeça no colo de Hermione e ela cochilava com a cabeça no ombro de Harry, que estava distraído por enxergar através do cabelo dela tudo em diversos tons púrpuras.
-Certo. - Draco anunciou aproximadamente uma hora e pouco depois de ter começado. -Você pode passar por ela agora.
Ele atravessou primeiro e os viu lentamente se levantando e espreguiçando. Todos hesitaram em frente aà porta.
-Vou primeiro. - Harry disse incerto e colocou um pé aà frente.
Hermione agarrou o braço de Rony como se esperando que Harry de repente gritasse de dor e perdesse seu braço. Mas nada aconteceu e relutando eles atravessaram a porta em seguida dele.
-Você tem alguma idéia de em qual cômodo ela pode estar? - Rony disse enquanto Draco os guiava pela casa.
"No mesmo cômodo onde as pessoas costumam ficar para ser torturadas". - disse a si mesmo, mas percebeu que não queria dizer para Rony. -Sim. - foi tudo o que disse.
Em torno de um minuto chegaram no quarto que ele queria. Ele tentou abrir a porta e a encontrou trancada. "Isso significa que não há feitiços nela". - Draco pensou.
-Alorromora! - ele disse, apontando a varinha para a porta. Ela abriu com uma pancada.
Gina pulou quando ouviu o som de uma pancada. Levantando a cabeça viu que a porta estava aberta. E, entrando por ela estava Draco.
Devagar ela se levantou. Para seu medo Harry, Rony e Hermione seguiam Draco. Eles entraram depois de Draco e correram para ela, os três falando ao mesmo tempo.
-Como você chegou aqui?
-... estávamos tão preocupados...
-... você está bem? Parece fria...
Gina sentiu-se dormente pela preocupação deles. Olhou para eles chocada. Não era apenas Harry que estava em perigo, mas Rony e Hermione. Eles seriam certamente mortos com ela.
-O que você tem, Gina? - Rony perguntou, com o brilho sumindo de seu sorriso. -Não está feliz de nos ver?
-Não... - ela respondeu, e continuou. -Quero dizer, sim... quer dizer, vocês não podem, vocês têm que sair daqui...
-Claro, e você virá conosco. - Harry disse sorrindo.
Ela tentou sorrir em resposta, mas não conseguiu. "Talvez se formos rápido o suficiente poderemos sair". - ela pensou.
Essa esperança se foi assim que viraram-se para a porta, onde Draco permanecia. Atrás dele surgiram Lucio e Voldemort, seguidos por uma dúzia de Comensais da Morte.
Lucio deu um passo à frente no quarto, e colocou a mão no ombro de Draco. -Bom trabalho. - disse assim que Voldemort e os outros entraram.
Ouviu-se o som da porta fechando-se atrás deles, mais de dez Comensais da Morte bloqueando a fuga e levando-os à condenação.
Continua...
