Os Amuletos Irmãos

Capítulo Doze - O Invencível Lord Voldemort

-Malfoy, nos diga tudo o que sabe sobre os Amuletos Irmãos. - Harry ordenou.

Draco ergueu uma sobrancelha, mas manteve sua expressão ilegível. -Honestamente, Potter, você realmente tem que reconhecer que-

-Apenas, diga! - Harry disse rispidamente.

Um pouco surpreso de sua explosão, Draco suspirou e tentou ser ágil. -Meu pai me disse que quando o escuro e o claro se unem, liberam um poder grande o suficiente para destruir praticamente tudo no planeta.

-Mas você me disse que ele podia tornar um homem invencível. - Gina interrompeu.

Quando ele olhou para ela, ela rapidamente desviou os olhos. Parecia tão fria, quase deslizando pelas roupas que Rony colocou sobre ela, seus lábios estavam levemente azulados. Além disso, ela estava tão pálida, mas ele não sabia ao certo se era por ela ter perdido um pouco de sua vida para salvar Harry ou pela temperatura de seu corpo. Por um minuto, ele simplesmente considerou a possibilidade de abraçá-la e tentar esquentá-la. Ele rapidamente tirou a imagem de sua mente e respondeu a pergunta.

-Eles podem fazer tudo. - finalmente respondeu. -É muito poderoso.

-O que você quer dizer com escuro e claro? - Harry perguntou. Ele segurava ambos amuletos em cada mão e nem olhava para Draco.

-Eu pensei que significava o bem e o mal. - Draco disse, ainda soando aborrecido. -Mas agora que os vi, provavelmente significa as cores de cada um. O dourado com diamantes é o claro e o prateado com pedras pretas o escuro.

-Bem, ele está os juntando. - Rony disse olhando sobre os ombros de Harry sua tentativa de fazer o que Gina planejava, pressionar os amuletos. -E nada aconteceu.

-Exatamente. - Draco disse lentamente. -Voldemort obviamente teve os dois em seu poder, vocês acham que ele os usaria como chaves de portal se pudesse ter todo o poder apenas juntando-os?

-Então... Qual o uso deles? - Hermione perguntou, absorvida.

-Talvez a história sobre eles seja apenas um mito. - Draco a disse. -Ou, duas pessoas diferentes têm que juntá-los. Não só uma.

-Alguém escuro e alguém claro. - Gina sussurrou.

Todos se viraram para ela por um momento. Então Harry disse: -Você quer dizer alguém mau e bom?

-No caso, já temos o par aqui. - Rony declarou, soando brilhante. -Malfoy é o candidato perfeito para o amuleto escuro.

Draco tentou não ouvir isso e estava prestes a dizer outra coisa além do assunto dos amuletos quando Gina o interrompeu.

-Talvez não o bem e o mal. - ela disse, seus olhos castanho-escuros abertos com excitamento enquanto juntava as peças. -Como Dra-, Malfoy disse: cor. Talvez signifique alguém com cor escura e com cor clara.

Draco pensou sobre isso. Era possível. Mas agora como teriam certeza? -Por que você não nos conta seu plano primeiro, Potter. - ele disse.

-Os amuletos são provavelmente o que pode destruir Voldemort. - ele balbuciou rapidamente. Seus olhos, como os de Gina, estavam também muito brilhantes para a situação em que estavam. -Quando os juntarmos, o poder poderá matar-

-Não seja estúpido, Potter. - Draco disse instantaneamente. -Se ele pudesse, porque você acha que os deixaram para trás? Ele estaria guardando-os como sua vida agora mesmo.

-Talvez ele não saiba. - Hermione disse sinceramente.

-O homem é um dos mais inteligentes, e espertos, do mundo. - Draco continuou venenosamente. -E, de qualquer modo, no caso de você não ter percebido, Potter, ele te deixou meio vivo por uma razão. Ele não seria estúpido o suficiente para deixar uma de suas vítimas viva. Mesmo que ele tivesse pensado que você estaria morto pela tortura, usaria uma maldição de morte só para ter certeza.

-E como sabe de tudo isso, Malfoy? - Rony grunhiu, olhando como se fosse pular em Draco em qualquer segundo, se Hermione não estivesse com um braço entre o dele.

Ele escolheu não responder. -Se os amuletos podem matá-lo, ele não deixaria colocarmos as mãos neles. E mesmo se ele deixasse, os pegaria de volta. Ele sabe que ainda os temos.

-Vale a pena tentar, não é? - Hermione disse silenciosamente. -Quer dizer, nós poderíamos pelo menos tentar unir os amuletos-

-A única coisa que vocês têm a perder serão suas vidas. - Draco interrompeu. -Se é algo que estão dispostos a dispensar, então vão em frente. Não irei pará-los.

-Não podemos fazer isso sem você, Malfoy. - Harry disse, parecendo relutar. -Se Gina estiver certa, então precisamos de alguém claro. Você é a única pessoa que tem o cabelo e os olhos claros o suficiente para segurar o amuleto dourado.

Isso era verdade. Rony e Gina tinham cabelos vermelhos e olhos escuros, Hermione cabelos castanhos e olhos castanhos azulados, e Harry tinha os cabelos pretos e olhos verdes.

-Quem seguraria o prateado? - Hermione sussurrou.

A resposta era óbvia. Harry, é claro. Não apenas por ele ter o cabelo mais escuro, mas também ele era o mais moreno deles. Hermione parecia mais branca que os Weasleys por não ter sardas. Os Weasleys eram muito brancos, sem mencionar que de alguma maneira os cabelos eram claros também.

Todos ficaram quietos por um longo tempo. Draco não estava certo se pensavam em fazer a coisa certa. O que diziam fazia sentido, mas parecia muito distante da informação que ele havia dado a eles.

-Nós precisamos de você, Malfoy, se formos fazer isso. - Harry repetiu.

Draco amarrou a cara. Escuro e claro... poderia significar tantas coisas. Como eles poderiam ter tanta certeza que significava cores escuras e claras? E se quisesse dizer mau e bom? Draco não tinha certeza se poderia ir longe e chamar-se de mau, mas, se o fizesse, deveria segurar o amuleto escuro, não o claro. E quem saberia se esses rumores sobre o poder dos amuletos era verdadeiro?

-O que acha que vamos lucrar fazendo isso, Potter? - ele perguntou finalmente.

-Como disse antes, provavelmente mataríamos Voldemort. - respondeu Harry.

-Mas não temos certeza. - Draco apontou. -Então, vamos supor que seguíssemos por esse plano, nós entramos lá e juntamos os amuletos. Há uma grande possibilidade de nada acontecer. E se isso acontecesse, Voldemort poderia nos matar em um segundo antes de qualquer poder começar a se acumular.

-Ele pode estar certo. - Rony disse olhando como se concordar com Draco fosse a última coisa que quisesse fazer no mundo. -É muito arriscado, Harry. Eu digo para apenas irmos embora, temos a capa de invisibilidade-

-Estou cansado de fugir. - Harry o cortou. -Pelos últimos sete anos de minha vida tive que me preocupar se alguém que trabalha para Voldemort, ou o próprio apareceria e me mataria. Agora nós temos a chance de derrotá-lo de uma vez por todas. E você quer que eu fuja mais uma vez? Quando estou fora de Hogwarts sempre tenho que olhar por sobre meu ombro, desde que Dumbledore não esteja por perto. Sem mencionar que odeio não poder ir a qualquer lugar sozinho. Até em Hogsmead sei que têm pessoas me vigiando. É desconfortável e estou cansado disso.

Houve um longo silêncio. Então Hermione disse baixo:

-Harry, todos nós entendemos o que você vem passando, mas ele poderia te matar facilmente. Você tem só dezessete anos.

Harry olhou para a parede pelo que pareceu um grande tempo. Finalmente, ele virou-se para Draco e disse:

-Vai me ajudar ou não?

Draco pensou o quanto tempo podia antes de responder. Havia uma pequena chance de que esse plano louco funcionasse. E se ele ajudasse Harry a derrotar Voldemort, ele não ouviria mais o quanto maravilhoso o grande Potter era. Ele seria também popular e respeitado. Mas, por alguma razão, aquilo não o convenceu tanto quanto ele pensava que o convenceria.

Em vez disso, havia o olhar nos olhos de Harry. Sua expressão era difícil de ler, no entanto, seus olhos defendiam os de Draco. E, por alguma razão, ele simplesmente concordou:

-Eu quero ser enterrado em um caixão com listras azuis e vermelhas. - ele disse lentamente e sorriu ironicamente.

-Por que listras azuis e vermelhas? - Hermione perguntou.

-Porque eu não acho que alguém tenha sido enterrado em um caixão como esse antes. - Draco respondeu suavemente.

-Então? O que faremos? - Rony perguntou, as mãos nos lábios. -Devemos voltar a Hogwarts e mandar ajuda?

-Irá demorar muito. - Harry respondeu. -Eu preciso que vocês três mantenham os Comensais da Morte fora de nosso caminho. De alguma maneira, vamos pegar Voldemort sozinhos.

-Onde ele está agora? - Gina perguntou.

-Está, provavelmente, no quarto de meu pai. - Draco respondeu. -Todos os comensais devem estar lá embaixo. Conhecendo meu pai, ele está com Voldemort.

-Temos que tirá-lo de lá. - Harry disse e eles rapidamente formularam um plano.

Cinco minutos mais tarde, Harry, Gina, Rony e Hermione estavam apertados sob a capa de invisibilidade. Se Gina pensasse que três pessoas estariam apertadas, ela estava muito errada. Mais uma vez eles estavam curvados um sobre o outro, Gina pressionada contra as costas de Rony. Ao lado dela os cotovelos de Hermione entravam em suas costelas. Ela não reclamou mesmo que doesse muito.

-Eu queria poder ver como vocês estão. - Draco disse, rindo de divertimento.

-Tem certeza que não pode ver nada? Nenhum pé ou algo? - Harry perguntou.

-Não vejo uma coisa. - Draco responde e os guiou para fora do quarto.

Era difícil andar. Gina constantemente pisava nas costas dos sapatos de Rony. Quando chegaram os sapatos de Rony estavam quase fora dos pés.

-Esperem ali. - Draco sussurrou, gesticulando para a parede perto da porta de entrada.

Ele desapareceu entrando na sala, fechando a porta atrás de si. Gina aguçou os ouvidos para ouvir o que era dito, mas as paredes eram grossas. Ela não podia ouvir nem sequer vozes distantes.

Hermione, Rony e Harry tinham suas varinhas apontadas para a porta. As costas de Gina começaram a doer e ela desejou desesperadamente que pudesse ficar de pé e se esticar. Mas permaneceu curvada e esperou.

Finalmente, Draco saiu seguido por Lúcio. Seu pai parecia muito irritado, fechando a porta atrás de si e ficando de costas para Harry, Rony, Hermione e Gina. Ele bloqueou a visão de Draco, que estava exatamente onde eles esperavam que ficasse.

-Quantas vezes eu tenho que te dizer para não me interromper? - Lúcio disse duramente. -Você sabe o quanto estúpido eu pareço lá, quando você me continua insistindo-

-Agora! - Harry disse alto.

Os três deles que tinham varinhas disseram o mais alto que podiam, sem gritar. -Estupefaça!

Lúcio virou para o lado, batendo fortemente contra a parede e caiu no chão com um repugnante baque.

Eles tiraram a capa de cima e Gina endireitou-se. Harry pegou o amuleto escuro que estava sob a camiseta e Draco pegou o dourado.

-Certifiquem-se que ninguém entre. - Harry sussurrou para Rony e Hermione. Gina não podia fazer nada, já que não tinha sua varinha.

Rony entregou a capa para Harry e ele a colocou sobre si e Draco. Eles sumiram de vista. A porta abriu e fechou, deixando Rony, Hermione e Gina, soube que eles estavam dentro da sala com Voldemort.

Gina estava preocupada demais para morrer. Ele pensava que preocupava-se apenas com Harry, mas estava mais interessada por Draco. Por alguma razão, ela não podia ficar com raiva dele mais. Ele tinha os resgatado e ajudado de alguma maneira a salvar a vida de Harry. E agora estava indo ajudar a tentar derrotar o Lord das Trevas. Não importasse o que os outros dissessem, Gina sabia que Draco tinha um coração, um grande, mas ele não tivera nenhuma razão para mostrá-lo.

"Oh, por favor, faça com que eles voltem vivos". - ela pediu, fechando os olhos com força. "Eles não podem morrer..."

Gina não tinha certeza do que faria se eles sobrevivessem.

Voldemort olhou para a porta quando ela abriu e Draco e Harry, invisíveis, entraram. Ele estava sentado na mesa de Lúcio e procurava por alguns pergaminhos. Quando a porta fechou-se, ele sequer olhou um pouco confuso. Apenas olhou para frente como se as portas se abrissem sozinhas o tempo todo.

Pela primeira vez em sua vida, Draco estava com medo. Ele podia sentir Harry tremendo a seu lado e soube que ele não estava tão assustado. Mas começou a pensar. Ele queria mesmo morrer? Não mesmo... ele queria crescer e tornar-se um famoso jogador de quadribol. Ter seu próprio dinheiro e nunca mais falar com sua família. Nunca se casar, mas ter várias lindas, jovens, namoradas e, talvez, adotar algumas crianças, de dez anos no mínimo, crianças que podiam cuidar de si mesmas sem precisar de sua ajuda o tempo todo.

Era um plano que ele simplesmente pensou que aconteceria. E a perspectiva de que não acontecesse nunca tinha ocorrido-o. ele nunca pensou que morreria antes que fosse um velho gordo.

Agora havia uma grande possibilidade que ele nunca deixasse de ser um homem jovem. Pensamentos desse tipo o chocaram.

-Tire essa capa ridícula, Harry. - Voldemort disse calmamente, abalando Draco de sua imaginação. -Seu pai a usava o tempo todo, você acha que não posso vê-lo?

Lentamente Harry tirou a capa deles. Draco silenciosamente se xingou. O primeiro erro deles, pensar que Voldemort não podia enxergar através de capas de invisibilidade.

Voldemort olhou para cima e sorriu. Era um sorriso que não tinha humor e fez Draco sentir-se mais amedrontado. Ele esperava que ninguém pudesse dizer o que ele sentia.

-Você está se perguntando porque eu o deixei viver tanto? - ele perguntou a Harry, quase agradavelmente, ignorando Draco completamente.

Harry não respondeu.

-A verdade é, - Voldemort disse, levantando-se graciosamente, de repente parecendo mais alto. -que não poderia te matar. Preciso de você.

"Perdi algo?" - Draco pensou, paralisado. "Voldemort precisa de Harry Potter? Então... por que ele tem tentado matá-lo nos últimos sete anos?"

-Oh, primeiro eu tentei matá-lo. - Voldemort continuou, percebendo os olhares chocados nos rostos dos dois. -Mais recentemente eu descobri que você é o único que pode me ajudar a ser mais poderoso que sou agora. - ele virou seus olhos vermelhos para Draco. -Você também, jovem Malfoy. Preciso dos dois.

-Nós não o ajudaremos a fazer nada. - Harry disse rispidamente. Para alguém que tremia tão fortemente, ele tinha uma voz firme.

Lord Voldemort fez um som que soou como uma pequena risada. -Eu esperava isso. - ele disse. -É muito parecido com seu pai. - ele virou-se para Draco novamente. -Você, por outro lado, não é parecido o suficiente com o seu.

Draco olhou de volta sem demonstrar nada em sua expressão. Finalmente, Voldemort voltou-se para Harry.

-Eu suponho que Dumbledore nunca te contou porque eu precisei matar seu pai, não é? - perguntou ameaçadoramente. Quando não teve resposta, ele continuou. -Sua mãe não precisava morrer, ela apenas estava no caminho. Eu suponho que você nunca pensou que é a razão dela estar morta?

Nessa hora, Draco teve a impressão que Harry tremia mais de raiva do que medo.

-A verdade é que eu esperava que seu pai estivesse morto antes que pudesse reproduzir-se. - Voldemort disse. -Mas eu não sabia com quem ele estava daquela vez. Eu sempre soube que havia alguém capaz de me derrotar, mas eu nunca pude encontrar quem. O tolo Dumbledore sempre soube. Ele disse a Tiago Potter que ele era o único que podia me matar. Esse o motivo de eles precisarem de um guardião do segredo. Eu acho que Dumbledore nunca lhe disse isso também. Por sorte, tive como pegar a informação do guardião. Matei Tiago e tentei matá-lo. Se você vivesse também seria capaz de me destruir. Não vi que sua mãe idiota tinha o colocado em um feitiço que te protegia. Mas, - ele continuou soando brilhantemente. -tudo ocorreu perfeitamente, porque agora você está vivo e vai me ajudar a ser a pessoa mais poderosa do mundo.

"Você já ". - Draco pensou. E outro pensamento o ocorreu, Voldemort estava atuando tão confidente. Ele devia saber que eles não tinham vindo para ajudá-lo. Estavam ali para matá-lo. Ele disse que Harry era o único que podia derrotá-lo. Então por que ele parecia tão confortável com tudo?

Agora o nervosismo misturou-se com medo. Voldemort sabia de algo que eles não sabiam.

-Como você acha que eu o ajudarei? - Harry perguntou.

-Você irá. - a confissão e a suavidade só aumentaram a suspeita de Draco.

Harry olhou para os olhos dele. Draco soube que ele queria juntar os amuletos agora. Por alguma razão, algo dentro de si dizia para não fazê-lo. Alguma coisa estava muito errada.

"Apenas faça". - ele disse a si mesmo. "Vale tentar, quem sabe Potter esteja certo pelo menos uma vez na vida. Além do mais, Voldemort nos disse que ele era o único que poderia derrotá-lo. Talvez ele não esteja suspeitando que os amuletos estão aqui".

Ambos contaram até três em suas cabeças. Então, em um movimento fluído alcançaram e pressionaram os amuletos unidos, no lado liso, sem as pedras, acima de suas cabeças. Instantaneamente começaram a brilhar. Draco tirou sua mão e deu um passo para trás. Eles estavam flutuando no ar.

"Funcionou!" - Draco pensou.

As correntes dos amuletos se uniram, flutuando alto no ar. Liberou uma luz branca brilhante e, após um momento, machucou os olhos de Draco por olhá-la. Ele virou seus olhos para Voldemort.

Voldemort não pareceu completamente assustado. Em vez disso, parecia meio estático. A excitação de Draco desceu para nenhuma. Voldemort estava feliz de eles terem unido os amuletos!

Enquanto ele olhava, a luz dos amuletos passou a se mover em direção ao Lord das Trevas. Os amuletos permaneceram no lugar, mas a luz flutuou até ele e acertou-o, como um tapa, no peito. Incapaz de pensar, Draco assistiu a luz crescer de dentro de Voldemort, fazendo-o parecer um fantasma amarelo.

E ele estava rindo.

Draco soube instantaneamente que eles tinham cometido um imenso erro.

-Eu lhe disse que me ajudaria! - ele gargalhou. -Seu pai não lhe contou nada, Draco? Os poderes dos amuletos me fazem invencível! Agora eu sou o ser humano mais poderoso do universo.

Draco sentiu-se ligeiramente doente. Eles tinham ajudado Voldemort, agora nada poderia pará-lo. Ele poderia fazer o que desejasse e ninguém, nem mesmo Dumbledore, poderiam fazê-lo parar.

-Não preciso mais de varinha. - Voldemort disse alegremente. Com um movimento dos braços, cinco grandes pilares de pedra surgiram do chão. E não deixaram nenhuma marca.

Voldemort apenas levantou ambas as mãos e ele sentiu como se algo gigante o levantasse pela cintura. Ele estava preso fortemente contra um dos pilares. Sua cabeça bateu com força e ele estava tonto por um momento, vendo pontos brilhantes, mas vagamente sentiu cordas de couro envolverem-no e prenderem-no ao pilar. As cordas o cobriam do peito até o tornozelo.

No outro pilar ao seu lado o mesmo aconteceu a Harry.

-Por que não convida seus amigos a entrar? - Voldemort perguntou.

Ele gesticulou selvagemente seus braços e a porta abriu-se com força. Uma força invisível trouxe Hermione, Rony e Gina para dentro e os amarrou as três pilares restantes, como estavam Draco e Harry.

-Já que me ajudou, - Voldemort disse para Harry, soando repugnantemente contente. -então eu te darei a chance de viver. Você tem a oportunidade de juntar-se a mim como Comensal da Morte.

Todos na sala olharam para Harry. Draco esperou que ele respondesse instantaneamente, mas ele não o fez. Ao invés disso, olhava duramente para a luz que acertava o peito de Voldemort.

-Não esperarei por muito tempo. - Voldemort disse lentamente. -Você tem até o contar de cinco, após isso, estará morto.

Harry pareceu nem sequer ouvi-lo. Draco se perguntava do porquê ele olhar tão concentrado. O que ele tentava fazer?

Do outro lado de Draco, Gina estava retorcendo-se e tentando se livrar das cordas. Rony e Hermione olhavam para Harry, desesperançosos, mas parecendo tão confusos quanto Draco.

-Um. - Voldemort começou a contar.

Harry finalmente desviou seus olhos de Voldemort e olhou para Draco. Olharam-se por um longo tempo. Draco teve a impressão de que o outro tentava dizer-lhe algo com os olhos.

-Dois.

"Eu não leio mentes, seu idiota!". - Draco pensou. "Como vou saber o que está tentando me dizer?"

mas Harry manteve seus olhos em Draco, com expectativa, como se esperasse que ele entendesse em algum segundo.

-Três.

"Você estará morto em dois segundos! Não sei o que quer que eu faça".

E, de repente, estalou. Draco instantaneamente  entendeu o que Harry tentava dizer a ele. A única maneira de derrotar Voldemort era matá-lo com o poder que o fazia invencível.

Draco fixou os olhos em Voldemort e começou a se concentrar. Queria que o poder dos amuletos o destruísse. Era o que Harry tentava fazer antes, fazer com que os poderes matassem o Lord das Trevas, mas ele não podia fazer isso sozinho, precisava de ajuda.

Draco imaginou o poder matando Voldemort de uma vez por todas. A única maneira de matá-lo era dirigir os poderes. "Se eles podem ser utilizados para fazer um homem invencível ou destruir todo o mundo, por que não pode destruir o homem que é invencível?"

-Quatro. - a voz de Voldemort soou distante, mas Draco teve a certeza de que ela vacilou um pouco.

A luz aumentava e Voldemort ficou mais brilhante. Ele nunca chegou ao cinco. Antes, a luz o engolfou e o quarto todo em um flash de branco. Draco forçou seus olhos fechados quando ficou muito claro, mesmo assim a luz pareceu passar pelas pálpebras.

Começou a ventar. O ar bagunçou os cabelos de Draco e assobiou em seus ouvidos. Soava como se estivessem no meio de um tornado. O tumulto durou por aproximadamente dois minutos, que é um tempo enorme quando não se está fazendo nada. Finalmente a luz desapareceu e Draco sentiu a pressão das cordas de couro cessar.

Quando ele abriu seus olhos os pilares sumiram. A sala estava perfeitamente em ordem. As únicas pessoas na casa inteira eram Draco, Rony, Hermione, Gina e Lúcio Malfoy.

Continua...