Amor abstrato Por Kiki-chan

Parte II- Brincando com fogo (08/12/03)

Algo fazia um barulho extremamente irritante e perturbador, ela resmungava enquanto tentava dormir. A superfície era dura e fazia um ruído estranho enquanto virava tentando encontrar a melhor posição para seu sono se tornar longe e relaxante. Então sentiu que estava sendo molhada por algo, resmungou mais uma vez, porém aquele apito irritante continuava.

-Mas o que...? –Sussurrou enquanto abria seus olhos.

Arregalou os olhos quando viu onde estava deitada.

Estava em cima do seu teclado, melhor dizendo ex-teclado, já que estava cheio de café assim como seu cabelo e rosto. O barulho vinha de seu computador que exibia inúmeros códigos a respeito do erro, mas claro! Tinha que estar deitada em cima do teclado para embaralhar tudo, sem sucesso tentou decifrar aquilo tudo, com certeza seria melhor um técnico para arrumar aquilo já que não entendia muito de computadores.

Porém lembrou-se do que estava fazendo antes da maquina entrar em pane... O seu relatório! Agora realmente estava encrencada, aquela porcaria de maquina apitando enquanto tinha um trabalho de dias perdido, Kikyou iria mata-la! Tentou desesperadamente achar os inúmeros rascunhos espalhados pelo pequeno escritório, girou a cadeira a procura dos papeis, de um jeito ou de outro teria que fazer aquilo novamente.

Somente lembrou de seu cabelo e rosto ensopados de café quando foi ler um papel e os pingos daquele liquido amargo caiam sobre a folha, então, desesperada foi até o banheiro dar um jeito naquele problema, abriu o chuveiro esperando a água quente descer, porém nada acontecia até que a luz de repente se apagou e a água gelada escorreu por seu corpo tirando dela um pequeno grito. Todo o seu corpo estava arrepiado e tremia de frio, tinha os lábios roxos e seus dentes batiam.

Encolheu-se no boxe tentando espantar o frio que se infiltrava por cada lugar de seu corpo, então como um gatinho saiu de lá, encolhida, enquanto tateava ao redor procurando uma toalha seca, mas acabou tropeçando batendo o seu braço, o esfregou fortemente reprimindo uma exclamação pela dor. Formaria um hematoma posteriormente, mas isso não interessava agora, achou a toalha e enrolou-se nela esperando seu sangue congelado voltar ao normal.

-Sangô-chan? –Chamou um garoto com uma lanterna entrando no quarto –Você está ai?

-Kohaku?

-Hai! A luz acabou 'nee-san!

-Que maravilha... –Suspirou enquanto o irmão jogava outra lanterna para ela –Pode ir Kohaku... Vá descansar.

-Mas e você?

-Eu estou bem, vá dormir... –Falou enquanto ligava o pequeno aparelho em sua mão.

Ouviu os passos do irmão indo embora, Kohaku sempre fora muito atencioso apesar de teimoso em algumas ocasiões, devia ter ouvido toda a barulheira, porém isso não importava muito agora, tinha que terminar o maldito relatório.

Com passos cautelosos abriu a gaveta de roupas, vestiu roupas intimas e colocou uma camiseta que ia até o meio de suas coxas, então, procurou os chinelos pelo quarto e voltou ao escritório.

-Aiaiai... Vou ter um grande trabalho nisso daqui... –Suspirou ajoelhando-se no chão separando a montanha de papéis.

Separa-los era realmente difícil, não que Sangô não fosse organizada, mas a sua letra era horrível, quando diziam que letra de médico era medonha não podia negar... Além do mais a lanterna não ajudava muito, havia as pequenas observações que anotava em folhas separadas, suspirou, era muita bagunça, mas quem mandou dormir naquela hora?

Bom, considerando que aquela semana fora extremamente maçante e cansativa para ela já que tinha muito trabalho com o seu novo "emprego", apesar de fazer o que gostava Miroku era irritante e preferia fazer tudo sozinha a ter que fazer junto com ele, passando a tarde inteira naquela agradabilíssima companhia.

Mas os céus estavam a castigando por ser tão egoísta com certeza, na verdade não estava sendo egoísta... Era ele que nunca atendia ao telefone ou ficava adiando o relatório, mas derramar todo o café no teclado e minutos depois a luz acabar não acontecia na sua rotina, porém quem mandava ser tão esquisita? Ela era a única pessoa conhecida que dormia ao tomar café. Continuou separando os papeis, porém como faria o relatório? Não tinha outro computador além daquele.

-Kagome... –Sussurrou enquanto terminava de arrumar a bagunça.

Era uma manhã de sábado, ela trabalhava a semana inteira agora, porém temia atrapalhar a amiga, já que nos sábados ela ficava muito "ocupada".

-Não tem jeito... Gomen K-chan!

Prendeu os cabelos num coque com uma caneta rapidamente enquanto terminava de arrumar os papeis, hoje seria um dia longo, muito longo...

***

-Hum... –Murmurou enquanto puxava as cobertas para si.

Enquanto fazia isso o companheiro ao seu lado resmungou e a trouxe para mais perto de si, descansando sua mão direita na cintura da garota, enquanto a outra estava embrenhada em suas mexas negras.

Deu um leve suspiro ao sentir o doce aroma de sua companhia, então com a mão esquerda o puxou mais para si em um abraço e mergulhou a outra mão nas mexas do rapaz. Sorriu sentir a sua pele deslizar na dele, apesar de ter os músculos bem desenvolvidos a sua pele era macia como ceda tornando o toque prazeroso. Sorriu satisfeita, seu parceiro era maravilhoso, sentia-se totalmente completa ao seu lado.

Abriu seus olhos brilhantes enquanto o fitava, o amor que saia deles não tinha como ser medido, já que era infinito.

Ele resmungou mais uma vez quando sentiu que ela se afastara dele, possessivo, a agarrou novamente a envolvendo fortemente pelos seus braços.

Descansou sua cabeça no peito dele enquanto suspirava, fechou os olhos novamente, tudo estava perfeito...

Um ruído estranho encheu o quarto, sonolenta, sentou na cama enquanto esfregava os olhos.

Pegou seu penhoar, o vestiu, e foi atender a porta, andava rapidamente com uma certa raiva e então viu pelo olho mágico quem estava na porta.

-Sango?!

Olhou novamente enquanto abria a porta, vendo desesperada a amiga entrar dentro da sua casa, e sentar na mesinha.

-Kagome, por favor! Eu preciso que me ajude! Eu preciso do computador!

-Hoe... Mas...

A jovem a olhou desesperadamente enquanto organizava os papeis rapidamente.

-Rápido Kagome!.

-Por que eu deveria emprestar o computador para você?

-Que pergunta idiota, Kagome! Eu não tenho tem...

-Ah querida... –Falou sarcástica –Eu tenho muito tempo.

Suspirou enquanto começava a falar.

-Você sabe do meu "emprego" no hospital... A minha chefe pediu para mim para fazer um relatório sobre os hábitos de higiene das pacientes, eu estava fazendo só que...

-Derramou café no teclado de novo?

-Er... Bem... –Falou enquanto fazia círculos com o pé.

-Ok... –Riu Kagome enquanto pegava a maleta –Está ai dentro... Você sabe montar sozinha, certo? Já volto... –Disse enquanto ia para seu quarto.

-Certo!

Ligou o notebook na tomada, viu a tela do "windows" se abrir rapidamente e então abriu um arquivo novo no "Word".

Pegou o primeiro papel de rascunho, o averiguou e começou a digitar rapidamente olhando de vez em quando para os papeis em sua outra mão.

-Bom-dia... –Falou uma voz vindo do corredor.

Sango desviou os olhos rapidamente de seu trabalho, e viu Inu-Yasha vestindo uma calça social e uma camisa preta com os primeiros botões abertos enquanto seu longo cabelo caia-lhe pelas costas.

-Ah... Bom dia Inu-Yasha. –Disse enquanto voltava a se concentrar no trabalho.

Sentiu o jovem passar devagar, na verdade, quase tropeçando pelo corredor enquanto Kagome o seguia rapidamente.

-Quer comer alguma coisa Sangô? Eu vou preparar o café...

-Um café.

-Não mesmo!

-Por que?!

Kagome fitou a amiga e suspirou enquanto entrava na cozinha.

-Por que se você derramar café neste eu não vou ter dinheiro para comprar outro... Nem você! Além disso, você provavelmente irá dormir... Novamente!

-Baka... –Sussurrou.

***

-CANALHA!

Ele engoliu seco enquanto colocava as mãos na frente do rosto.

-SEM VERGONHA! CACHORRO! –Berrou a mulher de cabelos louros e olhos castanhos.

-Ei... Naoko-cha-

-NAOKO-CHAN?! Quem te deu essa liberdade seu CAFAGESTE! GALINHA!

-Na-

A jovem não se controlava, pegou um vaso na estante e foi jogar no rapaz que olhava tudo dividido entre e o medo e a risada.

-Só não me taque este vaso, certo Naoko? Ele é de família...

A mulher ficou vermelha, apertou com força o vaso na mão enquanto tremia.

-SEU IDIOTA! –Arremessou o vaso.

-Droga... –Gemeu enquanto ia para o outro lado.

Que horas deveriam ser? Com certeza não passava das oito e aquela maluca arrombava a porta de seu apartamento, furiosa. Devia ser engraçado quando se via a cena de longe, ele vestindo apenas uma cueca de seda verde água com o desespero estampado em seus olhos enquanto ela o xingava e arremessava objetos.

Olhou para o canto vendo o seu vaso de família no chão todo quebrado, na próxima "visita" que suas tias gagas fizessem a sua casa iriam reclamar até o fim de seus dias pela porcaria do vaso.

-Miroku-kun? –Perguntou uma voz feminina vinda do quarto.

De repente os dois pararam, aquela voz tinha assinado sua sentença de morte.

-Então é ela? –Perguntou a loira em tom suave –É COM ESSA VADIA QUE VOCÊ ESTÁ ME TRAINDO?!

Ela passou furiosa por ele, o empurrando, enquanto ia direção ao seu quarto, agora realmente estava encrencado.

-HOEEE! MIROKU-KUN! –Gritou a voz.

-Akari-chan! –Ele murmurou.

Correu para o quarto indo evitar um desastre, correu rapidamente enquanto via a garota de cabelo ruivo e intensos olhos azuis com lágrimas nos olhos. Naoko puxava o cabelo dela com toda a força enquanto ela gritava de dor, a loira sorria vitoriosa ao ver a expressão daquele rostinho. Virou-se encontrando Miroku a vendo, abobado, na porta.

-Que decepção Miroku –Disse sarcástica –Me trocar por essa garotinha? Diga-me, querida... –Falou sádica –Em que escola você estuda?

-Pare com isso Naoko!

-Pensei que valesse mais, mas agora... Realmente, você não tem bom gosto... Sabia que pode ser preso por isso?

A mulher levantou-se e saiu da casa sem olhar para trás, tinha conseguido sua vingança. Os dois que restaram puderam ouvir o som da porta batendo, logo depois o silêncio reinou naquele lugar até ser preenchido pelos soluços desesperados da ruiva, ele a viu encolhida na cama limpando os olhos com o lençol. Tentou aproximar-se dela delicadamente com a intenção de tranqüiliza-la, porém atrás daquela aparência frágil, a garota o olhou ferozmente dando-lhe um tapa na face dele.

-Em pensar que você encostou em mim... Seu nojento! Canalha!

A garota o chutou em suas "partes" fazendo-o dobrar-se ao meio enquanto ela corria para o banheiro dele para colocar uma roupa, o que ela fez rapidamente saindo furiosa.

-Todos da faculdade me avisaram que você não prestava... –Rosnou –TODOS! E eu acreditei em você! Cafajeste! VÁ PARA O INFERNO! –Berrou enquanto saia do pequeno apartamento.

Miroku ainda estava desnorteado, trancou a porta e começou a raciocinar um pouco... Havia perdido duas garotas na mesma manhã... Aquele dia não estava sendo dos seus melhores, objetos quebrados, ouvidos doendo e para completar tinha que trabalhar hoje, aquela parte não era tão ruim, já que sua nova R1 era bastante divertida, tudo bem que ela devia o odiar, mas gostava de irrita-la, coisa que fazia com facilidade já que a garota tinha um temperamento terrível e imperativo. Iria descontar seu humor nela hoje, então sorriu maliciosamente enquanto pegava as tabelas.

As tabelas eram o local onde o planejamento de operações ficava marcado, pegou uma caneta e procurou as dele e de Sango. Então preencheu a tabela com uma cirurgia para ela e as cinco restante para ele, isso iria ser muito interessante.

***

Devia parecer um zumbi, pois quando entrou no hospital todos a olhavam espantados, olhou no relógio em seu pulso, mesmo com a vista embaraçada conseguia decifrar as horas, ainda faltava meia hora para o seu turno começar. Então caminhou até o pequeno café que ficava dentro de seu local de trabalho, pegou sua bolsa tirando algumas moedas e foi até a maquina onde tirava chocolate quente. Sem muito esforço colocou o dinheiro e digitou o que queria, esfregou as mãos enquanto esperava seu chocolate, mas não via nada vindo... Somente ouvia o zumbido irritante da máquina.

-Droga... –Gemeu –Isso não está acontecendo...

Primeiro deu um chute discreto no aparelho, como fazia na faculdade, porém aquilo era pior do que pensava. A máquina devia estar com defeito, então olhou discretamente ao redor para se certificar que ninguém a observava, então chutou a máquina mais forte.

-Srta. Yamakawa?

Virou-se encontrando a sua chefa a fitando com curiosidade.

-Ah! Já sei... A máquina não está funcionando direito? –Sorriu divertida –É simples!

Kikyou digitou o código mais uma vez enquanto dava um murro no aparelho e em poucos segundos o chocolate parava da mão de Sango.

-É... Essa maquininha é péssima, lhe aconselharia a usar os aparelhos da sala de visitas, eles funcionam.

-Obrigada!

-Não quer se sentar comigo? Não são tão má quanto falam... Só sou muito rigorosa, exigente e tenho que ser fria às vezes... Medicina não é uma profissão fácil.

-Hai! –Falou enquanto sentava-se.

Kikyou olhou para a grossa pasta que a moça carregava e perguntou.

-É o relatório?

-H-Hai! –Falou enquanto dava um sorriso amarelo –Se quiser ficar com ele...

-Que estranho, não falta a parte de Miroku?

Sango quase cuspiu seu chocolate, mas logo se recompôs tentando parecer o mais calma possível diante da chefa.

-Eu fiquei no pé dele a semana toda, mas ele não mostrava sinais de interesse... Liguei para ele ontem à noite, mas parecia que ele estava... hum... ocupado.

A mulher mexeu seu café enquanto o levava aos lábios, fechou os olhos e deu um demorado do gole, então, deu um suspiro cansado.

-Infelizmente o Miroku é assim... Mas você não fez a parte dele, fez?!

-Não... Eu não tinha as coletas.

-Ótimo! Esse Miroku vai ver... Acho que Sesshoumaru tem razão, Miroku precisa se sentir ameaçado... Mas ele... Bem, de qualquer forma bom trabalho Yamakawa. Acompanhe-me até minha sala, precisa ajustar seus horários com os partos...

-Partos?

-É, quem faz ginecologia faz obstetrícia também.

-Claro...

-Mas pode ficar tranqüila, nos primeiros dois partos você só irá ficar olhando como é um parto normal e uma cesárea e-

-SANGO! –Gritou alguém no corredor.

A garota corria ofegante pelo corredor até que chegou até Sango apoiando-se no ombro dela.

-O que foi Hatomi?

Hatomi ergueu seus olhos verdes acinzentados para a companheira, assim como Sango era uma R1.

-O Miroku, fez "aquilo" de novo. –Suspirou.

O rosto dela adquiriu uma cor rubra enquanto seus lábios começavam a tremer novamente.

-Ele só deixou duas cirurgias para você... E as quatro restantes para ele –Concluiu enquanto dava meia volta –Desculpe senhora... –Dirigiu-se para Kikyou –Não queria atrapalhar.

-Acho melhor ir lá para verificar. –Falou a mulher.

-Ah... Eu sei, obrigada! –Fez uma reverência rápida e saiu.

Caminhou furiosa para o centro cirúrgico, quem ele pensava que era?! Ninguém brincava com ela daquele jeito, estava lá para trabalhar não para ficar discutindo com um idiota tarado como ele. Moveu-se rapidamente pelo corredor, enquanto seus sapatos faziam um barulho alto quando colidiam com o chão encerado.

Desceu rapidamente dois lances de escada ignorando o elevador, e então chegou onde queria, abriu as portas daquele lugar e correu seu olhar por todo o ambiente procurando por "ele", até que o encontrou rindo com mais dois rapazes. Caminhou até o procurado com o olhar ferino, cautelosamente aproximou-se colocando uma de suas mãos em seu ombro.

O jovem tremeu ao sentir "aquela" mão em seu ombro e virou-se abruptamente, encontrando-a com um sorriso cínico nos lábios, o vermelho em seu rosto e a raiva que transbordava em seus olhos denunciavam que ela o mataria a qualquer momento.

-É verdade... –começou tentando manter a calma, falando com uma suavidade falsa –Que me deixou somente duas cirurgias?

O rosto assustado dele transformou-se totalmente e então ele sorriu.

-Claro que não!

Ela arregalou os olhos o fitando com desconfiança, porém ele continuou.

-Eu deixei UMA cirurgia para você e CINCO para mim.

-C-como?!

-Mas você também poderá ter NENHUMA, pois se a bexiga da paciente cair depois de anestesia-la, o que é provável de acontecer –Acrescentou –Irá virar cirurgia de R2.

-Como é que é?! MAS E AS OUTRAS?!

-Oh... São cirurgias muito simples, tenho certeza que a Srta. Perfeição gostaria de algo mais complicado, porém as complicadas não são para o seu nível... Aprenda isso.

O corpo todo dela começou a tremer enquanto cerrava os punhos.

-VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE FAZER ISSO!

-Claro que tenho... Eu que organizo as tabelas. –Falou calmamente enquanto os rapazes que faziam companhia para ele se afastavam assustados devagar.

-VOCÊ IRÁ SER PREJUDICADO! –Socou a mesa onde ele sentava –EU VOU ME CERFICAR QUE VOCÊ SEJA EXPULSO!

E saiu pisando duro.

***

-Ela realmente te causou problemas dessa vez. –Cochichou um rapaz no ouvido de Miroku.

Ela havia saído havia meia hora, não tinha medo dela, porém seu amigo tinha razão, olhou para a porta e viu a figura imponente de Sesshoumaru, passando pela porta com seu ar de superioridade olhando a todos com desprezo.

-Não acredito... –Ele cochichou de volta, com um certo temor em sua voz, quando o viu ir a sua direção.

-Bom dia Miroku... –Falou friamente –Eu vim aqui, pois a Senhorita Sango me notificou algo muito estranho. Sobre suas cirurgias. Pensei que fosse esperto o bastante para ver que ela está aqui para aprender, sem cirurgias ela não irá aprender bem, do jeito que as coisas vão terei que adverti-lo... Novamente... Será que não percebe que assim nunca vai conseguir um emprego? Além de perder a residência... Isso seria horrível... –Falou ironicamente.

Sua face ia perdendo toda a cor a cada palavra do doutor a sua frente.

-Porém... Felizmente, Kikyou teve a bondade de re-organizar as cirurgias... Assim você não será prejudicado, porém ela falou para tomar cuidado, mas saiba que eu estou de olho em você, já que a Srta. Sango é uma pessoa extraordinária, muito talentosa, ao contrario de certas pessoas... Bom, -Suspirou enquanto olhava em seu relógio –Tenho que atender, até breve –E saiu.

-Nossa Miroku...

Ouviu aquela voz conhecida atrás dele e cerrou os punhos.

-Acho que não devia brincar com fogo... Você viu a cara que ele fez? –Falou ironicamente Sango sorrindo.

-Hai, eu vi. –Respondeu seco.

E levantou-se saindo da sala, aquela garota mimada não sabia o que poderia ter acontecido se ele tivesse perdido o emprego, ele tinha muito mais problemas do que todos podiam imaginar, Kikyou tentava ajuda-lo, mas sentia que ela não iria conseguir fazer muita coisa por mais tempo. Suspirou enquanto olhava para a rua pelas janelas do corredor, caminhou até uma sessão totalmente diferente da que seus colegas iam, abriu a última porta e lá jazia um senhor de idade deitado, cheio de fios em volta dele ligados a alguns aparelhos. Em seu rosto havia um inalador.

O jovem aproximou-se do leito dele, puxou a cadeira que já estava lá fazia algum tempo e sentou-se. Pegou a mão enrugada e seca do velho, havia uma expressão de profunda dor no rosto do jovem enquanto o fitava.

-Vovô... Precisa ficar bom logo... –Sussurrou –Por favor, você é o único que realmente importa-se comigo.

Abaixou a cabeça com um sorriso triste em seus lábios.

-Se você se for realmente vou estar perdido... Não tenho mais ninguém.

-Miroku?

Virou a cabeça e encontrou Kikyou na porta.

-Então está ai... –Ela aproximou-se e olhou para o semblante do velho –Ele está mal, não é?

-Como sempre, -Suspirou –Ele não melhora!

A mulher colocou uma mão no ombro dele e disse.

-As pessoas não são para sempre Miroku... Elas se vão um dia.

-Eu sei disso... Mas ele... –Suspirou.

-Eu entendo, venha comigo até a enfermaria, certo? Depois você volta... Preciso que você cuide da paciente do 276.

-Tudo bem. –E levantou-se lançando um último olhar para ele.

Andaram até o elevador, Miroku ia de cabeça baixa sem a habitual alegria e o sorriso de sempre, sempre que olhava seu avô lá ficava daquele jeito. Ele estava muito doente, fazia tempo que não levantava ou abria os olhos. Foi com esse pensamento que chegou até um balcão, atrás dele havia várias prateleiras com muitas fichas e ao lado havia uma porta simples.

-Vamos, temos que entrar ai.

Kikyou adiantou-se passando por baixo do balcão, o outro fez o mesmo. Ela pegou um molho de chaves de dentro de uma gaveta e começou a procurar a que abria a porta.

-Aqui Miroku. –Falou dando a chave –Vá abrindo enquanto eu pego umas fichas.

-Certo.

Girou a chave a rapidamente abriu a porta, porém seus olhos arregalaram-se ao olhar dentro da pequena sala.

-S-senhorita Kik-Kikyou... –Ele chamou com a voz fraca.

Ela estranhou a voz dele e se adiantou e assim como ele arregalou seus olhos levando uma de suas mãos a boca.

-Mas como... Como... O que está acontecendo aqui?!

Se ninguém havia visto Kikyou surpresa e abalada alguma vez teve a sua chance naquele dia.

Continua...

N/a: Olá pessoal!

Mais um cap da minha nova fic... Esse foi mais conturbado, não? ^^' E eu acabei justo agora... *Kiki malvada*

Desculpe pela demora do cap... É que a semana passada foi muito corrida porque tive ensaio de dança quase todos os dias, além de que o teste da cultura, o KET da vida foi sexta... Então eu voltava muito cansada apesar de já ter esse cap praticamente pronto.

Bom... Semana que vem tudo volta ao normal, espero... XD

Eu vou demorar um pouco com o próximo cap, oks?

Agora vou responder as reviews por ordem de postagem...

Lily: Que bom que você gostou! Não tem falhas o.o? Que bom ^__^-, fico feliz em saber que estou melhorando XD... Que bom que acha que eu vou cuidar das fics, do jeito que eu sou maluca sempre se dá um jeito... As bolachas XD vão me ajudar ^^'''' Kissu! E Ja ne!

Lally-chan: Que bom que gostou! Eu também espero fazer o desfecho dela T.T... Kissu e já ne!

Camis: *corando* elogiando desse jeito vocês me deixam sem jeito... *ego da Kiki lá em cima* Eu também adoro Miroku e Sango! Como Não vejo muitas fics deles resolvi fazer uma... E ele não aprende, né? UM dia... Talvez... Milagres acontecem, né? E aqui está o novo cap para matar a ansiedade ^^'. Bjus... e Ja ne!

K-chan: Uqe bom que gostou! Fico muito feliz ao saber disso! As brigas com o Inu-chan tão boas? Hehehe.... Pena que vão ser mais brigas do Miroku... O Inu-chan não vai aparecer muito de agora em diante. Kissu! Ja ne!

Sayo Amakusa: Moda? ^^' Num tinha reparado... Hahaha, eu também gosto de histórias em hospitais... Acho que é porque... Bom, a Kikyou de chefa realmente combina, já que ela tem aquele ar de superior, o Sesshoumaru também fica bom de chefe. Claro! A kagome toma sakê, mesmo certinha ela é gente, não é mesmo? E o tempo muda as pessoas, não é mesmo? XD Aqui está a continuação! Bjus, Ja ne!

Tici-chan: Que bom que está gostando! *Kiki muito, mais muito feliz* Aqui está a continuação! E como viu, eles se entenderam bem... Muito bem esse cap, eles se merecem. O Sesshy com a Kikyou é ruim? Não... Por que você acha que a Kikyou está tão calminha na minha fic? ^^' vamos ver se reconsidero... E obrigada pela "boa sorte" com faces ^^, a continuação virá logo! Bjs... E Ja ne!

Agora vou indo... Que droga... Inu-Yasha está reprisando de novo . e desculpe pelas respostas... Não estava muito entusiasmada para responder review *Kiki cansada*

Mas no próximo estarei com mais disposição!

Até o próximo cap...

Kissu!

Ja ne

Kiki