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Capítulo 23: Diferenças...
Ginny ainda estava atordoada ao sair do trem, passara as últimas horas calada, olhando pela janela sem nem mesmo se mover. Evitava os olhos das pessoas que dividiram a cabine com ela durante a viagem de volta, sentia-se magoada e por mais que Harry tentasse explicar as palavras de seu irmão, sabia muito bem o que achavam na verdade. Todos eles.
Seus pais não tardaram a aparecer, com largos sorrisos nos lábios, prontos para abraçá-los e beijá-los. Disfarçadamente olhou para seu lado direito e viu Draco, sendo seguido por um homem em um fraque negro, com um quepe escuro que levava todas suas bagagens. Parecia amuado, não lhe retornou o olhar, seus olhos cinzas estavam fixos no chão da Estação. "Está triste...". A tristeza do belo menino lhe fez se punir por reclamar de sua família.
Despediram-se de Hermione, ela passaria o Natal em sua casa, com a condição de passar a semana anterior com seus pais. Apesar da demora antes de partir estava bem animada, viajaria com sua família para a Espanha.
-Até logo, Hermione... –ela disse observando a garota se virar e seguir animadamente seus pais muggles.
Os cinco entraram no carro e seguiram para a Toca. Ginny sentiu falta de seus outros irmãos, Fred e George, que costumavam acompanhar a família até King's Cross, mas não estavam lá.
-Onde estão Fred e George???
-Negócios... –seu pai sorriu –Negócios que estão indo muito bem... Já devem estar em casa... Hoje o Fred estava mais inquieto que de costume...
-Estou um pouco preocupada... Os dois estão sempre atrás de novidades... E algumas são... Explosivas... –sua mãe disse receosa.
-Imagino... –Harry sorriu.
Ron a observava com os olhos cheios de um estranho sentimento, algo que ela não conseguia definir. Mas um frio lhe subiu pela espinha, anunciando que alguma coisa aconteceria, alguma coisa bem desagradável. Estava certa.
-Mãe... –ele murmurou. –A Ginny já te contou sobre o presente que ganhou de um tal desconhecido???
Foi tomada por uma raiva quase incontrolável e sentiu a face ferver. Será que nada funcionaria? Nunca teria paz? Tudo estava ótimo, gostava de alguém que gostava dela, ganhara um presente muito mais maravilhoso que qualquer outro com qual sonhara, estava feliz... De repente o chato do seu irmão a delatava. "Quem ele pensa que é??? Talvez eu não tenha o direito de ser feliz...".
-Que presente??? –a mulher perguntou com o rosto desconfiado. Ela parecia sorrir internamente, sua reação era completamente diferente daquela que Ginny esperava. Entretanto tudo mudou após ver o bracelete que levava em seu pulso.
-Minha filha, quem lhe deu isso??? – sinceramente não mais suportava essa pergunta. Ganhara do garoto misterioso das estrelas, e se era misterioso ninguém deveria saber sua identidade. "Misteriosíssimo..." –pensou debochando de si mesma.
-Mamãe –ela foi irônica –não sei quem é... Não havia nome nos bilhetes...
-Queremos ler esses bilhetes. Ginny, a Ordem precisa saber sobre esses presentes... Você se lem... –foi a vez de seu pai
-SIM! –ela berrou –EU ME LEMBRO! PERFEITAMENTE! Como poderia esquecer??? Não dá! PRINCIPALMENTE PORQUE TODO MUNDO FAZ QUESTÃO DE ME LEMBRAR!!!
-Não fique brava... Não, minha querida... –Molly disse com os olhos cheios de pena, deixando-a ainda mais furiosa.
-Não! NÃO VOU FICAR BRAVA! Sou somente uma criança... Uma menininha MUITO educada, MUITO quieta, MUITO ingênua, MUITO inexpressiva, MUITO... MUITO... –ela engasgou com seu próprio nervoso.
-GINNY NÃO É ISSO! SÓ ESTAMOS PREOCUPADOS... QUE SACO!!! –Ron urrou.
Não mais discutiram esse assunto, ela ainda se sentia afrontada pelas desconfianças e sabia que ao chegar a sua casa encontraria mais problemas.
Todos os seus outros irmãos estavam na Toca, Charlie, Bill, Fred e George. Percy não mais freqüentava a casa de sua família, e infelizmente ela não sentia falta dele. "É seu irmão... AH! É um chato!!!".
Novamente o assunto veio à tona, com ainda mais força após o relato feito sobre a mordida do Dragão. Notou que, estranhamente, os gêmeos não se mostraram abalados, sorriam como se tudo não passasse de mais uma de suas brincadeiras.
-Mas... Esse dragãozão é um gênio!!! Imagine... Uma jóia antifurto!!!
-É Fred... E sabe que isso está me dando uma idéia fantástica...
-Sei George, porque eu também tive uma incrível...
-Imagine... Podemos criar uma pena...
-Uma pena que morde o dedo de quem está escrevendo!!!
-Isso Fred... E também uma bala que morde a língua!!!
-GENIAL!!! –cantaram em coro
-Hum... Pelo que vejo todos nessa casa andam ganhando presentes... E caros... –Charlie adentrou a sala com uma grande maçã em sua mão. –Não é mesmo, Fred??? –ele se dirigiu a um dos garotos que estavam no canto da sala.
-Se cuidasse mais da sua vida Charles –ele acentuou o sotaque inglês. –evitaria muitos problemas!!!
-Muitos mesmo... –o outro gêmeo acrescentou.
Assim que Charlie mordeu a maçã ela pareceu explodir, fazendo um barulho assustador e soltando muita fumaça. Quando a cortina cinza abaixou Ginny percebeu o rosto de seu irmão completamente azul, cor de céu. Não só seu rosto estava colorido, mas também todo o seu corpo, braços, mãos, pescoço.
-FRUTAS EXPLOSIVAS WEASLEY!!! –as vozes se animaram
-Não conhecia essa... –seu pai disse observando atentamente o ocorrido.
-É nova pai!
-Acabamos de terminá-la!!!
-Sinta-se honrado Sr. Charlie Weasley...
-Foi o primeiro a testar uma invenção que promete ser a mania do verão!!!
-Lógico! Pareço honrado, não??? –o homem disse rudemente.
-OS DOIS! JÁ PARA O...
-Ah mãe... Foi só uma brincadeira inocente... Vai!!! –ela defendeu seus irmãos.
-Só uma brincadeira??? Não é você que está azul... –resmungou pegando uma pastilha vermelha que lhe foi jogada por George. Engoliu-a e em seguida sua pele voltou gradualmente à cor natural.
Ao chegar no jardim olhou para o horizonte, o céu cinzento anunciava a proximidade da noite e poucas estrelas brilhavam fracamente no céu. Era estranho estar de volta a sua casa, apesar das saudades que sentia de toda a família, porque dessa vez voltar para a Toca significou mais, significou deixar algum lugar, deixar uma pessoa.
Contraiu seus olhos e sentiu a brisa fria, o toque do vento era algo que a ajudava a pensar, a relaxar. Sempre fora mais sensível à natureza do que as outras pessoas, por isso era tão apaixonada por aquele lugar.
Viu Draco novamente, sentiu seus lábios e sorriu ao perceber seus cabelos dançarem. Gostava muito daquele garoto, mais do que uma vez pudera se apaixonar por Harry, mais do que imaginara ser possível.
Tanta coisa havia mudado dentro dela, e agora estava certa... Era hora de planejar sua própria vida. Uma vida com, ou sem Draco, mas que fosse só dela, somente dela. "Se for com ele... Vai ser melhor...".
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Draco pensava constantemente em como Virgínia estaria se sentindo, se estaria feliz ou triste, se estaria ou não pensando nele. Ainda pôde vê-la deixar a estação com sua família. Todos pareciam se amar tanto... E ele? Ele era seguido por Andrews, seu motorista, afinal sua mãe deveria estar muito preocupada com todos os detalhes da festa de Natal enquanto seu pai cuidava dos seus negócios particulares.
Seguiu todo o caminho até o carro olhando fixamente para o chão, e ao deixar a estação concluiu que os muggles eram extremamente porcos e desleixados, afinal um chão nunca poderia ficar tão sujo como aquele.
Ao contrario daquele chão que vira durante os últimos minutos seu carro era muito limpo, e a pintura negra metalizada chamava atenção pelo brilho. Andrews abriu-lhe uma das portas traseiras e Draco se acomodou no confortável banco de couro escuro. Ainda com a mente fazia sentiu o automóvel se mover em direção ao Jardim das Águas.
Morava em um belo condomínio mágico, formado apenas pelas mais caras mansões da Grã-Bretanha. Alguns dos bruxos mais ricos do mundo habitavam o local, seu próprio pai era um deles.
Não tardaram a atingir os imponentes portões dourados que carregavam uma placa com os escritos Jardim das Águas. As grades se abriram, só o faziam para os carros cadastrados. Lentamente seguiram por entre belos e enormes chafarizes até chegarem à avenida principal.
A rua era larga, o asfalto brilhante e as casas gigantescas.
Passaram por algumas belas mansões, reconheceu a enorme mansão dos Jones. Lembrava-se que o interior daquele local era assustadoramente escuro, viu as janelas vermelhas e pôde sentir a terrível sensação de estar banhado por sangue. Durante o dia a luz penetrava com a cor de um espesso vinho. Poucos metros tornaram possível avistar a ponta de um telhado branco, de vidro, a edícula de Acies. A garota morava em um lugar separado do prédio principal e raramente adentrava sua própria casa.
Finalmente chegaram à Mansão Malfoy.
Os muros de pedra haviam há muito sido tomados por uma bela planta verde cheia de pequenas flores coloridas, escondiam uma bonita construção. As grades foscas cor de prata formavam um enorme portão, e carregavam a letra M, que se dividia quando abertas.
A parte favorita de Draco era o caminho a ser feito até a entrada principal de sua casa. Não havia passagem, somente um belo lago azulado, de águas transparentes, cheio de peixes de cores vibrantes e brilhantes, mas assim que o carro se movia uma ponte de pedra aparecia gradualmente e desaparecia após a passagem do veículo, ou de uma pessoa, parecia seguir quem lá chegava.
Aparentemente a casa tinha quatro andares, pois se podiam ver quatro fileiras de idênticas janelas. Draco sabia, entretanto, que morava dentro de um labirinto, com corredores e escadas que levavam a lugares que jamais visitara. Demorara anos para descobrir exatamente onde era o escritório de seu pai.
A bela porta de duas folhas era feita de mogno avermelhado entalhado com diversas formas de serpentes, algumas grandes e outras menores. Abriu-se logo que ele pisou no mármore do chão da entrada.
Não esperava encontrar ninguém para recebê-lo, isto nunca acontecia e aquele dia não seria exceção. O enorme espaço do hall estava completamente vazio. Viu-se refletido no chão de pedra escovada e ouviu o som de seus passos ecoar por todo o recinto.
Subiu a escada central que possuía uma bifurcação, escolheu os degraus do lado direito e logo chegou a um longo corredor coberto por um belo e grosso carpete cor de manteiga. Mais alguns passos deu até chegar à quinta porta, do lado esquerdo.
Entrou em um pequeno quarto completamente branco, com uma coluna de cimento em seu centro. Bateu com um de seus pés no chão é disse: -Opulentia. Uma escada se moveu levando-o até outro cômodo.
O seu quarto era gigantesco e vazio. Havia somente uma grande cama de casal encostada centralmente à parede contraria a entrada. O chão era de mármore azul, da mesma cor que a colcha e as almofadas que enfeitavam sua cama. Dormia entre várias janelas, que eram na verdade portas, aberturas para uma bela varanda que ficava sobre uma grande piscina de águas térmicas. As cortinas que barravam o sol eram brancas com véus grossos azuis, combinando com o resto do quarto.
Havia mais quatro portas, uma delas levava ao banheiro, a outra à sua biblioteca pessoal, havia comprado a maioria dos livros que estavam lá. A terceira delas era a entrada para seu closet e a última para uma sala onde guardava sua vassoura e se divertia com alguns jogos e também uma televisão mágica.
Estava muito cansado e se jogou sobre sua cama macia, sentia falta dela enquanto estava em Hogwarts. Era quente e aconchegante, na mesma hora pensou que poderia ficar ainda melhor se Ginny estivesse ali, deitada a seu lado. Sorriu ao vê-la e ouvi-la em seus pensamentos.
-Gostaria de saber o que deixa o meu filho tão feliz...
Ele se levantou apressadamente. Sua mãe o observava com desconfiança e carinho.
-Estar em casa me deixa assim... E a festa do Natal???
-Me dando um trabalho exorbitante... Mas tudo sairá bem.
-Certamente tudo estará perfeito... Como sempre.
-Meu querido, você me parece um pouco desanimado...
-Cansaço... Essas viagens de trem são precárias...
-São sim...
Ela acariciou o rosto do filho. Beijou-lhe a testa e continuou a observá-lo por longos minutos sem falar uma palavra, até que:
-Draco... Você está apaixonado... –ela o conhecia muito bem, irritantemente bem.
-Não... De onde você tirou isso... Por favor... Eu...
-Calma... Não vou te perguntar por quem... Não que eu não queira saber.
-Nada demais... Só uma garota...
-Uma garota que te fez sorrir de um modo que eu nunca vi.
-Garotas... Espero que seja alguém descente... –seu pai acabara de adentrar o quarto.
O olhar que ostentava era frio, parecia tirar sarro de sua cara.
-É descente. Muito.
-Pura?
-Certamente. –não mentia
-Rica?
-Talvez...
-Draco, você não ouse me aparecer com uma miserável nessa casa...
-Pare com isso, Lucius... Deixe o menino viver a vida dele...
-Você não deveria me desautorizar em frente a meu filho... –teve vontade de voar no pescoço do homem e ensiná-lo a tratar uma mulher.
Ela se calou.
-Pai, você gosta dela... –ele lançou e viu seu pai sorrir
-Parkinson?
-Não sei, pai... Você descobre...
A vida na mansão continuava a mesma, apesar da confusão causada pela festa.
Seu pai parecia muito interessado na tal menina e o pressionava sempre que tinha chance.
-Pai... Não... Eu não vou falar...
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Tenho que agradecer a todo o pessoal que acompanha a fic! Quando comecei a escrevê-la nunca pensei que chegaria a cem reviews... Na verdade quando consegui dez fiquei MUITO feliz... Obrigada mesmo! Quero que saibam que seus comentários são a parte mais importante da minha estória!!! Como sempre: O que acharam desse capítulo??? Reviews!!! :0)
Um VALEUZÃO especial para a Flávia que, após um árduo trabalho revisional atingiu sua meta e conseguiu ser a REVIEW N°100!!! Muito obrigada por todos os elogios, críticas construtivas e sugestões que sempre me dá!!! Espero que continue a acompanhar minha fic!!! BEIJOCAS!!!
VALEUZÃO:
Lindjinha: Obrigadíssima pela review!!! Fico muito feliz em saber que está gostando da estória!!! Continue acompanhando a fic, espero que tenha gostado também desse capítulo! Me conte! Beijões...
Suu-chan: Valeu pelo recado fofo!!! Achei que estava na hora da Ginny se rebelar... Que bom que gostou!!! E aí, o que achou da Mansão Malfoy??? Beijões...
Ginny Malfoy (Pamella): Obrigada pela review e continue mandando seus recados!!! Infelizmente acho que 200 capítulos não vão ser suficientes... Hahaha!!! Pode deixar que atualizo freqüentemente, pelo menos duas vezes por semana... Beijões...
Flávia: OBRIGADA!!! Review maravilhosa como sempre!!! Adoro suas mensagens, e não me importa que número elas representem!!! Espero que tenha gostado desse capítulo também... O que achou da mansão dos Malfoy??? Seja sincera... Beijões... (não consegui mandar resposta para seu e-mail, o que será que aconteceu???Tinha tanto para falar sobre suas reviews!!!).
Centaura: Obrigada pela mensagem!!! Linda como sempre... Quanto a fic acho que ainda demora um pouquinho para que eu a finalize... E há duas possibilidades, quando chegar na hora eu farei uma pesquisa para ver o que o pessoal pensa... Espero que tenha gostado desse capítulo... Beijões...
Cila: Obrigada pela review, que bom que conseguiu postá-la!!! Mas no capítulo passado sua mensagem veio "ao vivo", né??? Gostou da mansão dos Malfoy??? Espero que sim... Beijões...
