*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*

Capítulo 24: Feliz Natal!!!

O Natal nos Weasley

            Finalmente era véspera de Natal, Hermione já estava a caminho e por isso Ron se descontrolou completamente.

            -AH!!! O que é isso??? Ronald Weasley, o que essa meia suja está fazendo no armário dos copos???

            -Desculpa mãe... Desculpa, eu já...

            -RON! O que você tem??? –ele acabara de virar um litro de leite em cima de Charlie.

            -Eu limpo...

            -NÃO! –ela conseguiu impedi-lo de usar sua varinha.

            -Filho... Querido, vai descansar um pouquinho...

            Hermione chegou um pouco depois do meio dia, suas coisas já estavam arrumadas no quarto de Ginny e as duas ajudavam na arrumação da casa. Não haveria outras visitas na noite de Natal, mas mesmo assim Molly nunca passaria uma data como aquela em uma casa desarrumada.

            A cozinha estava lotada, toda a família Weasley mais os dois agregados trabalhavam no local. A bagunça era incrível, tornando qualquer ruído inaudível, mesmo aqueles provenientes do que era feito naquele lugar.

            -Ron, preste atenção...

            -AI meu pé...

            -Desculpa Chaaaaaaar....

            -Segura o prato!!!

            -Harry!!!

            -Nossa, ainda bem...

            -Oops...

            -RON!!!!!!!

            -AH!

            -Desculpa Fred!!!

            -É George, mãe...

            -O!!! O!!! O!!!

            -NÃO!!! PÁRA!!!     

            -AI!!! Põe ali...

            -Aonde...

            -Isso três na geladeira querido!!!

            -Você poderia PARAR DE APERTAR A MASSA DESSE JEITO!!!!!!

            -Não é ai!!! Pela quinta vez... Na quarta gaveta...

            -Mãe!!! O Bill me espetou com o garfo...

            -Mas que meleca!!!

            -FRED!!!

            -Segura!!!!!

            Repentinamente todos se silenciaram desconfiados de um barulho agudo no vidro da janela. Uma enorme coruja esperava impaciente por alguém que lhe desse atenção. A ave era muito bela, completamente negra, tinha olhos azuis brilhantes.

            Assim que a janela foi aberta ela entrou e pousou ao lado de Ginny, parecia mal humorada. Piava desesperadamente pedindo que retirassem o bilhete, escrito em letras douradas, que carregava em uma de suas pernas.

            Ginny desenrolou o barbante e retirou o papel. Para sua infelicidade a coruja se virou para alçar vôo e mostrou a todos um enorme M estampado em suas costas.

            -É A CORUJA DO MALFOY... –Ron gritou

            -Não é! –ela negou

            -È sim Ginny... Todos sabem que é a coruja do Malfoy... –Harry completou

            -O que está escrito no bilhete???

            -Como eu vou saber se ainda não li??? –ela respondeu sem se preocupar se estava ou não sendo educada.

            -O que está acontecendo??? –Arthur perguntou preocupado.

            -Nada. –ela respondeu secamente

            -Posso ler o bilhete, então??? De quem é??? –foi a vez de Bill

            -Parem... Deixem-na em paz... –um dos gêmeos retribuiu a defesa

            -Eu vi, eu sabia você estava beijando o Malfoy naquela noite... Eu vi!!!

            -NÃO RON! EU NÃO ESTAVA BEIJANDO O DRACO NAQUELA NOITE!!!

            -DRACO??? Filha, desde quando você o chama de Draco???

            -Não o chamei assim...

            Todos a olhavam de modo inquisidor, perguntavam coisas que ela não mais entendia, estava no meio de um círculo de olhos incriminadores.  Sentiu sua mão segurada por outra com força e lentamente foi puxada para longe. Ouviu uma voz conhecida dizer:

            -Me dá o bilhete, deixa que eu dou um jeito... –um dos gêmeos foi quem lhe falou.

            O garoto leu o bilhete e sorriu, virou seus olhos para Ron e observou-o como se fosse um legítimo estúpido.

            -Ronald, meu pequeno irmão... Vai se tratar! Fez todo esse escândalo à toa...!

            -Como assim... A coruja do...

            -Malfoy. Sim, incrível...

            -O que você quer dizer com isso???

            -Malfoy comprou alguns fogos coloridos e mandou uma carta estúpida para reclamar que não tinham os azuis...

            -MAS COMO NÃO, FRED! –George entrou na conversa, de modo bem convincente. –Eu mesmo embalei os azuis... Olha, sinceramente, nunca mais vou vender essas coisas para ele... Ou melhor, para ele tudo vai ter o preço dobrado!!! Você tirou os fogos azuis???

            -Eu não...

            Ginny tinha certeza que eles sabiam de tudo. "Mas como?" –isso era o que menos interessava naquele momento, o importante era que tudo continuava em segredo, apesar de Ron não estar convencido.

            Subiu para seu quarto, leu o bilhete e de sua janela viu Fred e George conversando no quintal. Era estranho, pois falavam seriamente sobre um assunto que parecia preocupá-los, nunca antes havia visto aquilo acontecer. Resolveu agradecer a ajuda e desceu até eles.

            -Obrigada... Vocês me salvaram hoje...

            -Você é nossa irmã favorita!!! –os dois brincaram

            -Mas... Vocês sabem... Não sabem? –ela perguntou cautelosamente.

            -Bom, isso é com o Fred... –George disse antes de seguir de volta para casa. Não parecia muito feliz.

            -Se isso é com o Fred, estou com a pessoa certa...

            -Eu sabia... Sempre soube...

            -Como?

            -Não preciso esconder, logo você vai ficar sabendo. A Acies me contou...

            -Jones? Acies Jones?

            -É! Você sabe, ela e Malfoy são grandes amigos...

            -De onde você a conhece???

            -Isso é uma longa história... Resumindo, ela é minha... Minha...

            -Minha?

            -Minha namorada.

            -Você está namorando Acies Jones??? –ela perguntou descrente. Sabia que muitas garotas se apaixonavam por seus irmãos, principalmente por causa de seu jeito maroto. Não podia negar que os cabelos vermelhos e as sardas lhes davam uma falsa aparência angelical.

            -Não me olhe assim! Você está namorando Draco Malfoy, e até mais improvável...

            Isso era verdade, mas mesmo assim, nunca pensara que um de seus irmãos namoraria uma garota como Acies Jones. Ela era esquisita, diferente.

            -Ela é linda... –Ginny disse

            -Eu sei...

            -Mas... Ela é filha de um...

            -O Malfoy também! –ele aumentou o volume de sua voz

            -Não é uma crítica, na verdade é uma pergunta... Algo que só você pode me responder, está na mesma situação que eu. O que você vai fazer???

            -Não tenho a mínima idéia!!! DROGA! Penso nisso todos os dias... E você???                     

            -Como meu irmão mais velho, você deveria me dizer... –ela sorriu ao senti-lo abraçando-a.

            -Há uma única coisa que te digo e te peço... Meu relacionamento com Acies é sigilo absoluto... Não conte para quem for! E acredite em mim... Mantenha o seu relacionamento em segredo também!

            -Isso vai ser difícil... Ainda mais em Hogwarts!

            -Se as pessoas erradas ficarem sabendo a situação se tornará ainda mais difícil... Agora, como seu irmão mais velho, estou te mandando para dentro!!! O vento gelado vai te deixar doente...

            -Tá... Mas o que você ganhou, hein???

            -Isso aqui... –ele mostrou uma águia dourada. –É um comunicador... Algo bem parecido com aqueles telefones muggles, aqueles... Nossa, sempre confundo...Celalures... Não... Leculares... Não, não... –ele se esforçou- Celulares...!!! Isso...-os dois entraram juntos na casa.

            Naquela noite vestiu uma calça nova que havia ganhado de seu pai, era de jeans claro e usou uma de suas blusas favoritas, cor de rosa. 

            A ceia de Natal estava deliciosa, era bom estar reunida com toda a sua família. Infelizmente o lugar de Percy continuava vago.

            Ginny sentia-se estranha, sentia falta de alguma coisa que ela sabia exatamente o que era. "Draco...", ela pensou. Saiu no jardim, queria observar os pontos brilhantes no céu, talvez aquela dor diminuiria se ela pudesse avistar as estrelas. Estava muito frio, mas não nevava.

            Sentou-se em um banco velho e permaneceu olhando para o céu, que estava muito limpo. Procurava as estrelas, talvez olhando para elas lembrasse de Draco, de seus olhos. Queria senti-lo a seu lado, segurar suas mãos geladas... Fechou os olhos, sentiu a brisa gelada lhe tocar o rosto, lembrou das mãos que sempre lhe tocavam suavemente.

            -No que você está pensando???

            -Feliz Natal, Harry... Eu estou olhando as estrelas... Adoro olhar o céu, é muito belo...

            -Você tem razão... –sentiu-se um pouco incomodada, pois o garoto estava quase encostado a ela.

            Ginny sentiu um fio de raiva corta-lhe a pele. Afinal, na época em que ela gostava dele nunca o teve sentado tão perto, nesse tempo ele mais parecia fugir. Agora, quando estava com outra pessoa, com alguém que parecia gostar muito dela ele fazia essas coisas. "Não é justo!!!".

            Trocar Draco por Harry nunca havia passado por sua cabeça, até aquele exato momento.

            As mãos de Harry eram tão quentes. Sua pele emanava um calor quase inexplicável. Agora ela sabia que ele era, certamente, especial.

            A cabeça de Ginny estava tão cheia de sensações que ela não conseguia raciocinar, seus olhos pareciam cheios de areia. Sua mente pesava e o mundo rodou depois que ela sentiu-se abraçada pelo garoto. Mal conseguia abrir os olhos.

            A última coisa que pôde sentir antes de recobrar seus sentidos foram os lábios do garoto, que assim como o resto de seu corpo, eram quentes. Ela se deixou levar por tudo o que sentia, mas ao sentir sua língua tocada pela outra acordou. Esperava ver olhos cinzas, e acariciar cabelos loiros, mas ao invés disso se viu beijando o dono de olhos tão verdes como esmeraldas, que tinha os cabelos pretos como o céu sobre sua cabeça.

            "O que estou fazendo???". Não se conformava com aquilo, não era o que desejava fazer e ao mesmo tempo não conseguia parar.

            Afastou-se abruptamente, usando todos os músculos de seu corpo para se afastar e percebeu que seu bracelete tinha um peso quase insuportável em seu braço. "Culpa... Por que eu fiz isso...???".

            -Harry... Por que você fez isso??? –como ele podia agarrá-la daquele modo após dizer, em meio a toda família, que os considerava, todos, como irmãos?

            -Mas... Pensei... Você gostou... Você me beijou também...

            "Que droga!!!". Não se lembrava exatamente do que havia acontecido, provavelmente tinha o beijado, mas sob um controle maior, algo muito forte, praticamente inexplicável.

            -NÃO! Não fui eu... Eu não queria te beijar...

            -Como assim??? Eu não entendo, você me beijou...

            -Não... Não... –ela falava enquanto pensava em uma explicação racional para o que acabar de acontecer. "Há muito que minha vida deixou de ser racional...".

            Adentrou sua casa batendo a porta. Ninguém podia entender o que estava acontecendo com ela, antes estava tão calma, e agora parecia furiosa. "O que aconteceu comigo??? Não... Eu não queria isso... Mas... Foi tão bom!!!" –Quieta!!! –ela gritou para si mesma com vontade.

            -Gin... –Harry chamou com um certo medo impresso em sua voz.

            -Por que??? Por que você fez isso??? Por que???

            Correu para o seu quarto e se enfiou em sua cama. Nunca havia se sentido tão mal em toda a sua vida. Era como se não pudesse respirar, agora ela era a traidora. "Acies namora Fred, ela não vai traí-lo, e ela... ela lê mentes, vai saber que eu beijei o Harry". Enquanto pensava lembrou-se que além de tudo a garota poderia descobrir como ela havia se sentido ao beijar aquele-que-sobreviveu. "Não... Não... Nunca vou me perdoar... Não...".

            Olhava para o belo dragão que envolvia seu pulso. "Me desculpe... Por favor...". Adormeceu embebida em uma culpa que não conseguiria suportar.

*_-_*_-_*_-_*_-_*_-_*_-_*_-_*_-_*_-_*_-_*_-_*_-_*_-_*

O Natal nos Malfoy

            A semana passou e já era véspera de Natal. Sua mãe estava desesperada, um dia antes havia encontrado um milhão de falhas que poderiam, nas palavras dela, "arruinar o jantar!!!".

            As coisas melhoraram na tarde. Ele ficava feliz ao saber-se só. Sua mãe estava no cabeleireiro e seu pai em algum lugar que não lhe interessava.

            Tinha em suas mãos um bilhete...

Oi...

Sinto muito a sua falta. Espero que você tenha um ótimo Natal.

A festa aqui em casa será uma droga, como todos os anos... Espero como nunca a volta para Hogwarts.

Te adoro muito... Muito mesmo

Com carinho

Draco

            Mandou a mensagem para Ginny. Observava a coruja negra voando, ela tinha um M dourado em suas penas. "Problemas...".

            Era tarde demais, a coruja já havia alçado vôo.

            Sentou-se na cama se perguntando a razão pela qual foi tão descuidado. Estava ainda sonhando quando ouviu uma voz muito suave, que lhe trouxe a mente as fadas dos contos que lia quando criança.

            -Ela se vira... Pode ficar tranqüilo...

            Acies dizia sorrindo para ele. Parecia uma fada vestida toda de branco, só se viam os lábios rosados, os grandes olhos castanhos e o longo cabelo sedoso.

            -Tem certeza???

            -Absoluta... Ela tem irmãos MUITO escorregadios...

            -Mas eles não vão com a minha cara!

            -Não! Nem um pouco... Mas eu já solucionei a situação...

            -O QUE??? – ele se levantou assustado. O que Acies teria feito??? Ele guardava certa confiança por ela, mas mesmo assim não estava certo de certas atitudes tomadas pela garota.

            -Eu disse que você gostava muito dela... Não menti, menti???

            -Não. Mas, para quem você disse isso...???

            -Para os gêmeos...

            -Aqueles insupo...

            -Pode parar por ai... Não os critique, eles vão salvar Virginia do seu descuido com a coruja!!!

            -Tá, tá... Mas desde quando você os conhece???

            -Há um bom tempo...

            -Mas... Bom... Com quem você estava conversando??? Agora pode me falar... Você prometeu...

            -Com meu namorado... –ela sorriu

            -Acies??? Eu perdi alguma coisa??? Quem é o seu namorado...???

            -Cabelos vermelhos... Sardas... Roupas de segunda mão!!!

            -WEASLEY???? QUAL WEASLEY?????

            -Um dos gêmeos!!! O Fred...

            -VOCÊ ESTÁ NAMORANDO UM WEASLEY!!!! NÃO ACREDITO!!!

            -E VOCÊ NÃO!!!- ela brincou em resposta

            -Mas você ainda é pior que eu... Além de escolher um Weasley você escolheu em dobro!!!

            -Não zombe, não!!!

            -Ano passado ele me socou após um jogo de quidditch.

            -Não foi ele, foi o George, e você mereceu apanhar!

            -Obrigado!!!

            -Desfrute... No bom sentido...

            Conversavam animadamente, os dois estavam sentados na cama de Draco. Enquanto brincavam e Acies lhe jogava vários travesseiros na cara uma desagradável surpresa adentrou o recinto.

            -Bom dia...

            Sim, era seu pai que olhava muito satisfeito toda a cena. "Agora ele vai pensar que ela é a minha namorada... Ai!!! QUE SACO!!!".

            -Acies Jones... Prazer tê-la em minha casa... espero não estar atrapalhando qualquer coisa...

            -Não Sr. Malfoy... O senhor nunca atrapalha... –Draco pensou que ela seria uma ótima atriz, como conseguia ser tão falsa. A menina sorria verdadeiramente que ele quase acreditou que ela adorou ver Lucius Malfoy parado na porta.

            -Se já atrapalhou fala logo!!! –ele estava com tanta raiva de seu pai que foi a única coisa que lhe veio à mente. Recebeu um olhar completamente reprovador de Acies e logo descobriu que acabara de falar uma grande besteira.

            -Desculpem-me... –o homem deixou o quarto sorrindo.

            -VOCÊ TEM PROBLEMA??? –ela falou em sussurros desesperados

            -Ele me enche o saco... –ele respondeu no mesmo tom, desconfiando que seu pai ainda estivesse bisbilhotando a conversa.

            -Mas agora ele pensa que nós estamos juntos... Na verdade ele tem certeza que nós estamos juntos... Parabéns!!!

            -Eu não tinha isso em mente... Não mesmo... –era mentira, ele sabia que seu pai ficaria desconfiado. –Mas... Qual é o problema??? Veja bem, se ele acha que nós estamos juntos ele não vai pensar... Nem ele nem seu pai... Ninguém vai pensar que temos algo com Weasleys... Isso foi até bom...

            -Visto desse ponto você tem razão... Mas eu tenho medo do que pode acontecer, temo aonde essa farsa possa chegar, você conhece nossos pais...

            -Vamos ver...

            Tudo estava perfeito, desde a enorme árvore de natal até as mesas que ficavam despercebidas em um canto. Sua mãe havia conseguido fazer com que todos os retratos sorrissem ao mesmo tempo.

            Poucas pessoas haviam chegado, parte da família, alguns tios que ele nunca havia visto. Mas as outras visitas não tardaram a tomar todo o hall.

            Draco não agüentava mais receber pessoas ensebadas, cheias de bons e falsos modos. "Mais uma... Pai... Eu te mato...". Seu pai, apesar de pensar que ele Acies estavam juntos continuava a trazer filhas de "amigos" para lhe conhecer.

            -Draco, essa é Eda... Filha de... –ele não ouvia mais nada, não queria saber quem ela era, quantos anos tinha ou o que desejava fazer no futuro, nesse momento queria ir para seu quarto, se enfiar em sua cama e ficar trancado lá até o próximo dia.

            -Prazer... Prazer... –ele disse sem deixar seu pai terminar a apresentação.

            -Draco, o que pensa que está fazendo??? A menina estava tentando iniciar uma conversa civilizada com você e você...

            -Não... Não gostei dela... Muito... Muito... Muito feia... Sim... Horrorosa!!! –mal lembrava do rosto da menina

            Continuava a vagar pelo hall, sua mãe havia mandado que ficasse ali para receber as visitas e não estava disposto a ouvir o que teria caso deixasse o seu posto de porteiro da sua própria mansão.

            Estava todo de preto, não queria parecer simpático, assim talvez espantasse todos que viessem lhe falar.

            -Draco essa é Kina, filha de... – "Não é possível... Caramba...". Foi salvo por uma voz suave, mas muito grave. "Acies...".

            -Olá... Boa noite, Senhor Malfoy... –ela pegara sua mão direita. Estava também toda de preto.

            -Acies... Que bom que você chegou... –ele nunca havia sido tão sincero

            -Kina... Draco, preciso muito falar com você... Muito mesmo...

            -Certamente minha querida... –ele queria muito rir, mas não podia. –Com licença...

            Os dois subiram as escadas sob o olhar de todos os convidados. Lucius Malfoy sorria, assim como o pai da menina.

            -Você salvou minha vida...

            -Posso imaginar... Aonde você está indo??? –ela parou no topo da escada

            -Algum lugar longe dessa gente...

            -E a nossa brincadeira favorita... Que tal??? Essas pessoas pensam em cada coisa...

            -Obviamente... Como pude esquecer...

            -Disfarça... Você escolhe...

            -A menina que estava sendo apresentada para mim.

            -Kina, Kiara Brown. Filha de um death eater, o engraçado é que o pai dela, Jason Brown é um empregado de segunda linha... Seu pai está desesperado mesmo...

            -Nem me fale... Mas ele parece feliz achando que estamos juntos...

            -AH!!! Avada Kevadra para ela!!! Nojenta...

            -O que foi???

            -Ela está pensando que eu sou uma vagabunda e que sou feia... Você me acha feia???

            -Não... Nem passa perto disso...

            -Disse que eu sou fedida... Vai espalhar que eu cheiro a perfume falsificado...

            -Não cheira... Agora, aquela ali... De vestido vermelho e preto...

            -NOSSA!!!! Haha... Ela é mulher o Ministro da Magia da Irlanda... Pelo visto o pessoal lá não sabe que a maioria das pessoas aqui é... Diríamos, do mal!!!! Ela tem um caso com aquele homem de terno azul marinho, parado ao lado do vaso de flores vermelhas... Aquele que acabou de jogar as cinzas do seu cigarro na terra... Sua mãe entra em colapso se souber disso...

            -Ministro corrupto e corno... Esse povo não presta... Quero saber o que nossos pais estão conversando...

            -Eu não sei...

            -Vamos... Desde quando você é medrosa...

            -Mas não sou louca...

            -Ah... Não... –ele foi cínico

            -Só para algumas coisas...

            Ela parou olhando para os dois.

            -Acabaram de mudar de assunto...

            Draco pôde perceber que algo não estava exatamente bom, ela ficara pálida e seus olhos se encheram de lágrimas. "O que está acontecendo???", estava preocupado, pois o assunto o envolvia também, pelo menos era muito provável.

            -Draco... Eles querem nos dar a Marca Negra... Antes do planejado... O Lorde quer aumentar seu exército e precisa de nós... Eu... Eu...

            -Pára! Não precisa mais... Acho que fomos longe demais... –aquilo havia estragado sua noite, a dela também, ele não estava preparado para aceitar aquela marca, pensara que só a teria após deixar Hogwarts.

            -Espere... Nossa... NÃO!!! Não, Draco... Não...

            -O que foi agora??? –as lágrimas silenciosas escorriam pelo rosto pálido da garota.

            -O que foi...???

            -Crabbe e Goyle... Sim... Eles serão... Ah... Descartados...

            -O que??? COMO??? –não tinha paciência com os dois, mas eles eram seus amigos. Apesar de tudo isso não poderia concordar com aquilo, eles foram, por muito tempo, as únicas pessoas que se lembravam dele, que, literalmente, tomavam conta dele. –Não podemos deixar que isso aconteça...

            -Eu não quero... Não quero ser um desses... Não quero matar ninguém... Não quero... –ela estava desesperada, e ele não se sentia muito diferente disso.

            -Vem cá... Vamos embora desse lugar...

            Ele puxou-a em direção a seu quarto. Esperava uma noite enfadonha, mas não trágica. Aquela notícia havia sido uma tragédia, e sua noite de natal um inferno.  

            "O que Virginia vai pensar??? Ela não vai querer ficar comigo se eu tiver aquela coisa horrível no braço!!!!".

            -Nem o Fred!!! Ele não vai querer ficar com alguém com um negócio no braço... Não... EU VOU FUGIR... VOU FUGIR PARA... SEI LÁ... PARA BEM LONGE...

            Não sabia o que fazer, mas naquele momento deveriam fingir que nada sabiam, e depois que fossem oficialmente avisados dos futuros planos do maldito Lorde, pensariam em alguma coisa.

            -Fica calma... Pelo menos por agora o melhor é fingir que não sabemos de nada... Depois damos um jeito!

            -Mas acho que não vai ter jeito, Draco... Cresci tentando me desvencilhar dessas pessoas, e a única coisa que ganhei foram algumas chicotadas nas costas!!! Não quero apanhar...

            -Ninguém vai bater em você... –ele viu a menina se encolher em sua cama. –Nunca mais você apanhar... Eu não deixo e acho que seu namorado teria uma boa vingança para quem tentasse... Uma vingança que prefiro nem imaginar...

            -É... É... –ela disse ainda afogada em lágrimas, mas sorrindo.

            -Não estou com ânimo para festas... Nem um pouco... –Draco disse sentando-se em sua cama

            -Estou com sono...

            -Eu também... –deitou-se ao lado de Acies. –Foi muito por uma noite.

            -Por uma vida!

            Ele sorriu tentando esconder o desespero que sentia. Queria chorar, mas nunca antes o fizera. Lágrimas eram a materialização da fraqueza dos homens... "Droga! Por que sempre repito as palavras de meu pai???".  Para Lucius só mulheres podiam chorar. Mulheres sabem como usar o choro, e ao contrário dos homens, engrandecem a cada lágrima derramada!

            Olhou para seu lado e viu o rosto de Acies ensopado, a ponta de seu nariz vermelha e os olhos inchados. "Não me parece engrandecida... Só muito triste, e muito frágil...".

            -Feliz Natal, Fred –ela gaguejou

            -Feliz Natal, Gin

            Sentindo o calor do corpo da garota ao seu lado deixou-se adormecer profundamente, desejando ardentemente que Virgínia estivesse pensando nele.

*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*-_-*

Ninguém gostou do capítulo passado! Eu recebi só cinco reviews... Tava tão ruim assim??? Espero que esse não esteja... Agradeço as que mandaram mensagens lindas... E  peço para que continuem mandando, não só para elas mas para todo mundo que lê a fic!!! AMO REVIEWS... Beijos tristinhos... (Já disse, vocês me estragaram, sou uma autora mimada!!!).

VALEUZÃO:

Flávia: Obrigada pela review... Esse capítulo enorme foi como você gosta, longo, MUITO longo... Espero não ter escrito muita bobagem, gostou??? Me conte... Beijões...

: Muito obrigada pela review!!! Fico super feliz em saber que está gostando da estória e do modo como descrevo os personagens... Continue acompanhando a fic e postando seus comentários, críticas e sugestões... Beijões...

Maira Granger: Fico feliz por saber que está gostando, muito obrigada pelos elogios... Continue acompanhando a fic e me mandando suas críticas, idéias e comentários... São muito importantes para mim!!! Beijões...

Anna Potter: Adorei sua mensagem!!! MUITO legal saber que está gostando, espero que tenha gostado desse capítulo também... Beijões...

Cila: Obrigada pela review!!! Ainda bem que conseguiu postar!!! Adorei sua mensagem, valeu pelos elogios!!! Fica tranqüila que ainda demora um pouco para terminar!!! Beijões...