*N.A 1*= Estamos aqui de novo! Bem-vindos à segunda fase da fic Espada dos Deuses, a nova fase Quadribol. Nova porque, como eu já comentei antes, ela fazia parte da Saara, mas eu dividi, porque, se nesses capítulos que se seguem eles só jogam quadribol, não teria porquê ela se chamar Saara... Nessa fase o campeonato de Quadribol é o destaque, e, apesar de ter muita pouco ação com espadas e sem muita novidade, já que eles só estão em Hogwarts, essa fase faz um relativo sucesso, e a culpa é dos jogos. Essa também é uma Fase que será muito prejudicada e você não leu a anterior, Azkaban, pois ela começa exatamente no ponto em que a outra terminou: com a volta dos 'heróis' da agora em ruínas prisão de Azkaban.
É nessa fase que, agora com muitas outras cenas e um enfoque um pouco maior, acontece o primeiro romance assumido da fic, entre Gina e Not, artilheiro da Sonserina. Eu não pensava em desenvolver muito os personagens, mas Not se tornou o 'mascote' oficial da fic EdD, então ela ficou com a Gina, já que todo mundo torceu por eles. Muita gente que detestava a Gina me mandou e-mail torcendo rpa ela ficar com ele, e muito 'D/Gs' também curtem o casal, já que o Draco não fica com a Gina, pelo menos o Not 'consola'. E muito bem. Ele é fofo.
Tem também o odiado Harry e Cho, que não dura dois capítulos, mas é suficiente pra virar a fic de pernas pro ar. Mas, mesmo assim, os leitores adoraram o desfecho do romance na semifinal, quando a Corvinal joga contra nada menos que a Sonserina.
Bem, eu acho que esse é o interessante dessa fase. Ele foge da trama de ação e busca pela espada, mas, por outro lado, desenvolve bem mais os personagens, fazendo da Quadribol um bom passatempo.
Hum... isso ficou péssimo, não? HAHAHAHAHAHAHAHAHA nem aprece que fui eu, heim, gente? Bom, um recadinho mais leve:
Fico feliz em ver vocês aqui de novo! Agradeço á todas as pessoas que me apoiaram de um jeito ou de outro, que se divertiram comigo e que sempre falaram altas porcarias! também agradeço a todos os leitores que sempre estão conversando comigo, fazendo críticas, dando puxões de orelhas e também elogiando. É por vocês que continuo aqui! Não parem! Vocês fazem muita falta! Agradeço também aqueles que fazem 'propaganda' da fic em outro sites, foruns, blogs, na roda de amigo, nas listas de discussões, enfim, a galera que, apesar de não falar comigo e dar um alô, faz o grande favor de passar a fic de 'boca a boca'. Na verdade acho que é por isso que a fic faz sucesso. Ela não precisa de muita propaganda... os próprios leitores fazem questão de passa-la adiante! Brigadão, galera!!!!!!
Vamos em frente que atrás vem gente!
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ESPADA DOS DEUSES
EPISÓDIO II: QUADRIBOL
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--Capítulo 19--
Licantropo
Lupin entrou no quarto da ala hospitalar reservada aos professores e foi procurar
por Leah. Estava meio zonzo, a lua cheia estava chegando e a poção
parecia não estar mais tão boa quanto antes. Encontrou Sirius
e Dumbledore junto dela, que continuava desacordada desde que foi tirada dos
destroços de Azkaban.
- E aí? – disse Lupin – alguma novidade?
- Eu já sabia, ela está ótima – disse Sirius, sentado
ao lado de Leah, o braço apoiado ao lado dela. – Madame Pomfrey disse
que ela só está dormindo.
- Menos mal. – suspirou, sentando numa cadeira numa mesa próxima da
cama. Dumbledore sorriu. – é bom saber que mesmo depois de tantos anos
ela continua não quebrando fácil...
- É a velha história – riu Sirius- Vaso ruim não quebra.
- ...Eu ouvi isso. – murmurou Leah abrindo os olhos devagar e fitando Sirius,
que riu e afastou a cadeira na hora.
- Ah... que bom que está acordando... – sorriu Dumbledore.
- Acho que temos muito que conversar, não? – perguntou Leah, virando-se
para o diretor.
- Não, não... – acalmou Dumbledore – Não é necessário,
já fiquei sabendo do que aconteceu, descanse um pouco, a busca ainda
continua.
- Ficamos sem a Espada dos Deuses – disse Sirius, levantando-se e voltando
até a cama de braços cruzados – mas recuperamos as nossas espadas
das Trevas e isso já é alguma coisa. Por outro lado, Voldemort
ficou soterrado lá debaixo de Azkaban.
- Vaso ruim não quebra, Sirius... – murmurou Leah, desanimada, passando
a mão na testa – ele não morreu com aquilo.
- Sim, eu sei. Ele não seria derrotado por uma bobagenzinha daquela.
Mas ainda temos uma vantagem, ele também está esgotado e sem
saber para onde ir.
- Como nós.
- É... Como nós... – suspirou Sirius ao ver a cara de desânimo
de Leah. Em seguida virou-se para Lupin – Mas e você, Lupin? O que tem?
Parece mal... A lua está lá fora, você não tomou
a poção de Snape para não virar lobisomem?
- Tomei, mas... – gemeu Lupin – Ela parece estar me fazendo mal... O corpo
está começando a rejeitar a poção, eu acho...
- Se pudéssemos fazer alguma coisa... – lamentou Sirius. Dumbledore
se pronunciou, sorrindo.
- Peçam ajuda a Snape.
- Mas ele já faz a poção, profe...
- Lupin, creio que ele tenha um pequeno presente para você. Não,
é, Severo?
Nesse momento Snape vinha entrando inocentemente na sala e se espantou com
a "visitação" à Leah em plena noite.
- Pois não, professor? – perguntou, com as mãos para trás
como se fosse um mordomo, ignorando os outros.
- Lupin não está mais passando bem ao tomar a poção...
Não acha um momento oportuno para dar a pequena lembrança que
você e o senhor Malfoy encontraram em Azkaban?
Snape sorriu triunfante, ainda sem olhar os outros.
- Ah, tem razão... Seria muito conveniente... Mas...
Ao murmurar o "mas" os outros fecharam a cara para Snape.
- Acho que não estou a fim de colaborar. – continuou. Sirius segurou
a respiração, enquanto Leah levantava e saía da cama,
mal humorada.
- Querido Snape, murmurou Leah, pegando sua capa no cabideiro ao lado da cama
e pondo por cima do pijama, pare de tagarelar e vamos logo resolver isso.
Dumbledore parecia se divertir, e Snape manteve a mesma cara:
- Hum... Com licença, professor... – e seguiu Leah, mas antes de sair
pela porta, olhou Sirius e Lupin – os interessados vão ficar aí?
Sem entender muito bem, os dois se olharam e seguiram Snape. Dumbledore ficou
ainda os observando e achando graça, quando madame Pomfrey chegou e
quase deu um grito ao ver a cama vazia.
- Eu não acredito! – protestou – o senhor deixou eles irem!? Levarem
minha paciente!? Ah, meu Deus! O que eu vou fazer com esses adultos metidos
a crianças? Estão me dando mais trabalho que os alunos do primeiro
ano!... Marotos! Bah...
E se afastou, balançando a cabeça brava. Dumbledore permaneceu
no lugar, rindo.
- Ah... Essa paz e tranqüilidade... Vai durar até quando? – suspirou,
olhando pela janela e tendo a lua refletida nos óculos.
*
Os professores entraram na sala de Snape, nas masmorras. Ele foi direto para
o armário e pegou uma caixa de madeira e a colocou sobre a mesa. Os
outros se olharam.
- Quando nós nos separamos, Draco e eu entramos em várias câmaras
do templo, contou Snape, várias delas com objetos pertencentes aos
ex-prisioneiros... Muitos papéis com inscrições, muitos
objetos que poderiam ser considerados tesouros...
Sirius continuava interessado nos papéis encontrados por Snape e Draco
em Azkaban:
- Interessante... Essas inscrições parecem ter alguma ligação
com os templos que devemos ir... Olhe só essa, parecem... Hieróglifos...
- Não é só isso... - murmurou Snape, com as mãos
para trás e levantando os olhos desdenhosos para Lupin - Draco encontrou
também algo que poderá... Ser-lhe útil...
Lupin e Leah se olharam, em seguida foi a vez de Sirius fazer o mesmo.
- Tipo?... - perguntou Lupin, desconfiado.
- Por acaso lhe diz alguma coisa a palavra... - Snape cerrou mais as sobrancelhas
ao olhar o professor - Licantropo?...
Os outros três professores prenderam a respiração.
- Li... Licantropo ?- murmurou leah, incrédula, olhando para Lupin.
Snape deu um sorrisinho e abriu a urna. Nela havia um par de algemas muito
enferrujadas, com inscrições nos braços e ligados por
uma grossa corrente.
Ninguém parecia ter reação. Snape pôs as algemas
na mesa, com um sorriso superior.
- Licantropo - começou - as algemas que podem controlar um lobisomem.
Você a usa a qualquer dia, qualquer momento... e você se transforma
num lobisomem... sem perder a vontade própria, podendo fazer um bom
uso da sua força e habilidades animais...
Um silêncio ainda permaneceu, estavam todos boquiabertos. Snape continuou:
- E então?... O que me dizem?...
- Será que funciona? – perguntou Leah, pegando as algemas.
- Bem... só há um jeito de saber... – murmurou Sirius, ainda
com os papéis na mão, mas olhando Leah. Um silêncio separou
o fim da frase dos olhares que caíram em Lupin.
- É... – suspirou Lupin. – temos de testar...
- Com medo? – perguntou Sirius.
- Naturalmente – disse Lupin.
- Vamos para Hogsmead? – sugeriu Sirius.
- É pra já – disse uma animada Leah, deixando todo mundo para
trás.
*
Os quatro entraram na cabana velha e abandonada já de madrugada. Leah
vinha toda arranhada e Sirius de mau humor, ralhando:
- Pelo amor, Leah, era só apertar o nó! Você saiu do hospital
agora, e já me agarra de briga... com uma árvore?
- Nunca fui com a cara daquele salgueiro. – resmungou, toda arranhada, sentando
no empoeirado e velho sofá.- tive a infelicidade de dar meu primeiro
beijo em Tiago nas proximidades dele. Terminamos o beijo em cima da lula gigante,
lá no meio do lago. Ordinário.
Sirius começou a rir ao lembrar, Lupin também. Leah não
pareceu gostar muito, mas não deixou de sorrir. Só Snape continuava
com cara de tacho.
- Ai, ai... – disse Sirius, tomando fôlego – bem, vamos logo experimentar
isso? Será que serve?
Lupin se aproximou meio desconfiado, Leah cruzou as pernas e apoiou o cotovelo
para espiar. Snape pôs a caixa numa mesa e a abriu, dando o licantropo
para Lupin.
Lupin chegou até o centro da sala, ainda com medo, Leah sentada num
canto do lugar no sofá, Sirius próximo a ela e Snape ao lado
da mesa. Ele respirou fundo.
- Bem... vamos ao que interessa... ah, se isso não der certo... se
eu porventura tentar atacar algum de vocês... vão para suas formas
animais... para que seja mais seguro...
- Ah, claro – disse Sirius, tranqüilizando o amigo.
Lupin respirou fundo a abriu as algemas. Colou primeiro a no pulso esquerdo.
Ainda hesitou em colocar a da mão direita. A corrente não era
muito grande, ele não sabia como iria se movimentar, ela tinha menos
de um metro de comprimento e limitava os movimentos. Ele ainda olhou um instante,
fechou os olhos e travou a algema no pulso direito.
Imediatamente uma grande luz azul e branca espalhou-se pelo lugar, varrendo
tudo com uma ventania. Sirius pôs a mão nos olhos forçando
a procurar o amigo. Leah se encolheu no sofá, Snape na parede. A transformação
começou, O corpo de Lupin começou a crescer, os músculos
ficaram maiores, o seu rosto foi se transformando no de um lobo, as roupas
quase se rasgaram por completo. Os caninos afiados apareceram, o corpo se
encheu de pêlos como um lobo, e ele já estava com quase dois
metros de altura. Um grande rugido correu o lugar, enquanto a luz diminuía.
Os amigos puderam focalizar os olhos de Lupin, amarelos e brilhando. Ele deu
um urro e com um soco partiu a velha mesa de centro da sala. E continuou se
debatendo e quebrando tudo ao redor.
- Vamos nos transformar! – berrou Sirius. Mas Leah saltou do sofá e
pulou nas costas de Lupin, o agarrando pelo pescoço com o pano que
enfeitava a mesinha quebrada, usando-o para amordaçá-lo. – Mas
o quê?!...
- Se a gente não segurar... ele quebra essa casa inteira! – berrou
Leah, agarrada nas costas de Lupin como um carrapato. Ele se debatia tentando
tira-la de lá, as correntes não o deixavam alcançá-la.
Até que ele deu um tranco para frente e ela voou, batendo de costas
na parede. Sem que ele percebesse, Snape lançou um feitiço na
algema e dela saiu outra corrente, que foi até a outra ponta da casa
e prendeu-se fortemente no chão. Ignorando isso, Lupin avançou
em Leah. Mas parou com um tranco a um metro dela, e ficou só rosnando
e espalhando baba pra todo lado. Ela ergueu os olhos e viu o lobisomem seguro.
- Totó, senta! – ordenou, sentada no chão.
*
Foi quando a luz amarela dos olhos dele desapareceu. Nesse momento Lupin fechou
os olhos e se ajoelhou, apoiando a testa nas mãos, no chão,
encolhido, como se caísse em sono profundo. As correntes desapareceram,
mas não as algemas do pulso. Sirius e Snape se aproximaram. Leah se
levantou.
- Ele está bem?... – murmurou Sirius.
- Hum... – gemeu Lupin. Os três se afastaram. Lupin, devagar, abriu
os olhos, agora amarelos como os de um lobo, mas sem o brilho. Balançou
a longa cabeleira –ainda humana – presa no rabo de cavalo, sentou-se no chão
e pôs a mão com garras na testa. – estou meio... zonzo...
Ninguém disse nada. Estavam espantados demais para isso. Lupin piscou,
mas demorou a focalizar o lugar. Em seguida ele olhou suas mãos, e
também ficou sem palavras. Ficou um bom tempo contemplando as mãos,
seu corpo, passando a mão pelo rosto. Em seguida levantou-se, um pouco
curvado, olhou as patas, o novo rabo. Olhou os amigos.
- Eu... estou... na forma de um lobisomem?...
- ...não... – sussurrou Leah quase sem voz - esta não é
a forma de um lobisomem... é uma forma mais aperfeiçoada...
ela... uniu e potencializou as duas partes...é...
- Incrível... – resumiu Sirius, olhando Lupin. Agora Sirius tinha que
olhar para o alto para olhar Lupin nos olhos, coisa que ele não fazia
quando estava em sua forma humana. – Isso é DEMAIS, Lupin! Você
está demais!
- Jura?... – perguntou encabulado, passando a mão na nuca.
- Você perdeu a consciência na hora da transformação
– disse Snape. – mas com o tempo você se acostuma. Estando com o licantropo,
você não precisa mais tomar a poção. Mesmo com
ele nos pulsos, você pode voltar à forma humana durante o tempo
de lua cheia.
- Isso é ótimo! – exclamou Lupin, balançando o rabo como
um cachorro. Leah não agüentou e começou a rir. Sirius
também. – Ah... desculpe... – murmurou, puxando o próprio rabo.
- Bem, o licantropo não é uma lenda – disse Snape, dando as
costas e saindo – agora estamos com um problema a menos. Faça bom proveito.
Pouco antes dele sair, Sirius, meio indeciso, falou:
- Ei, Snape...
- Quié? – resmungou Snape, olhando de rabo de olho.
- Bom... – continuou – Sobre você se lembrar de Lupin ao encontrar o
licantropo, e trazê-lo para que ele possa usar e consiga se controlar...
bem... foi admirável da sua parte nos ajudar. Obrigado.
Um silêncio caiu na casa. Snape deu um sorrisinho, da porta:
- Há alguns anos um velho acabado de óculos de meia lua e olhos
azuis deu um conselho. Disse que o nosso tempo é curto, e as poucas
pessoas que conheciam a verdade deviam se manter unidas, ou não haveriam
esperanças para ninguém. A única coisa que estou fazendo
é manter a fé nessas palavras. Só isso.
Snape saiu e deixou Sirius, Leah e Lupin sem dizer nada.
- Bem, acho melhor irmos indo – disse Leah. Lupin deu o primeiro passo. –
Ou, ou, você vai assim, é? Tire essas algemas. Hogwarts tem bastante
coisa estranha, mas por enquanto não vimos um homem-lobo de dois metros
de altura, orelhinhas pontudas e rabo andando por lá.
- Nossa, desculpe... – disse Lupin – sabe que eu nem sinto diferença?
*
Pelos corredores escuros de Hogwarts Draco andava sem paciência. Detestava
ter de fazer a "ronda" noturna, e por ter ficado fora no fim de semana, esta
semana inteirinha era de sua responsabilidade. Ele estava com um baita mau
humor.
- Maldição – resmungava – quantas horas? Deve ser mais de duas
da manhã. Ninguém entende que eu arrisquei o pescoço
em Azkaban para ir atrás duma maldita espada velha e agora eu...
- Nããããããããããoooo...
aaaaahhhhhh...
- Ah, era só o que me faltava... – gemeu Malfoy. Nesse exato momento
a Murta aparecia no corredor choramingando. Parou defronte Malfoy. – Por favor,
Murta. Diga que você é uma ilusão. Isto tudo é
um sonho, eu não estou nessa madrugada gelada andando feito zumbi por
Hogwarts e você não está na minha frente gemendo como
sempre. Isso tudo é um grande pesadelo, na verdade eu estou muito bem
na minha cama quentinha sonhando. Diga que é essa a verdade.
A Murta parou um instante olhando Draco, com o nariz escorrendo e de bico.
Malfoy, por sua vez, com cara de mal humorado.
- Haaaaaaaaaaaa seu babaca! – gritou a Murta, voltando a chorar e sair da
vista dele. Draco balançou a cabeça.
- Ah, menos mal. Eu não agüentaria a Murta no meu pé a
madrugada inteira e...
De repente Draco ouviu um barulho no fim do corredor. Esticou a cabeça,
mas não viu nada. Então continuou sua ronda.
- Estou ficando estressado demais...
No fim da escada que descia do corredor onde Draco estava, Harry encostou-se
à parede, respirando fundo e tirando a capa de invisibilidade da cabeça.
- Putz... mais uma dessa e eu danço. Bem, voltemos ao mapa. Mais alguém?
– Harry examinou o mapa do maroto. – não, caminho livre.
Ele enrolou o mapa, cobriu a cabeça e continuou.
*
A ala hospitalar estava deserta e escura. Hermione estava em sono profundo
– ou aparentava estar. Diferente de Leah, Mione não estava machucada,
mas sim, exausta. O fato de Voldemort ter sugado seu poder de controlar os
dementadores a deixou em um estado de desgaste imenso. Há dois dias
dormia profundamente, e ninguém podia vê-la.
Harry se aproximou ainda com a capa, e se agachou ao lado da amiga, e apenas
ficou a olhando dormir sem fazer barulho algum.
O silêncio foi quebrado pela própria Hermione, que virou na cama
e esticou o braço com fora para o lado e – tuc - bateu em alguma coisa
dura no ar. Harry apareceu debaixo da capa, esfregando a cabeça de
dor. Hermione começou a rir.
- Ai, ordinária... – gemeu Harry, arrumando os óculos – você
estava acordada!
Mione respirou fundo e ergueu o corpo, devagar.
- Sim, estou. – disse – há muito tempo. Percebi quando você entrou.
Digamos que fiquei boa de percepção por ficar aqui nesse lugar.
Cai um alfinete e eu sei quando, como e onde.
- Hum... isso é mal... –continuou, agora passando a mão na testa
– Bom, mas mudando de assunto, você já está boa, pelo
que vejo.
- Estou. Quer dizer... acho que nunca estive ruim...
- Não, não é isso. É que ninguém podia
vir te visitar, você ainda estava em sono profundo, então...
hoje eu tava sem sono e resolvi dizer "Oi".
- Hum...
Mione fez o "hum" e ficou quieta. Harry também.
- Pronto, disse Mione, voltando a se deitar – você já disse o
oi. Pode ir embora.
- Quê? Não! Mas... você está me expulsando daqui?
– reclamou Harry.
- Ué? Foi você quem falou. "Vim só dizer oi". Já
não disse? Então.
- Não me encoste na parede, Hermione...
- Eeeeuuu?...
- Eu vim ver como você estava...
- Ah, sim. Obrigada pela preocupação. Mas se você ficar
aqui, pode ser... perigoso.
- Tudo bem, sem problema...
Mione olhava o teto da enfermaria completamente distraída, enquanto
Harry se preocupava em estalar os dedos. Tinha alguma coisa ali que o incomodava.
- Ah, Mione. – chamou Harry – como foi que... você saiu de Azkaban?
- Como... eu saí? – gaguejou. – Bem... eu... sei lá... depois
que Voldemort me fez aquilo, eu caí desacordada e puf! Já estava
aqui. Não sei nem o que houve...
- Então... deve ter sido mesmo o tigre que a tirou de lá. –
disse Harry, sorrindo.
- Tigre? – perguntou Mione.
- É, um tigre, quer dizer era uma fêmea. Ela quardava o templo
Sagrado... ela nos ajudou.
- Hahaha – riu Mione – tigre fêmea? Nem se fosse macho, Harry! Não
existem tigres aqui! Só na Ásia! Onde já se viu?...
- Mas... é verdade! Ela nos ajudou, era um tigre muito grande, dava
pra montar nele e sair andando!
- Acho que ficar muito tempo lá naquele lugar deixou vocês muito
bitolados...
- Ah... não estou mentindo, Hermione... como o tigre estava lá
eu não sei, mas... estava...
- Sinto muito, Harry... – disse Mione, muito piedosa – mas é difícil
de acreditar nessa...
- Tudo bem... – suspirou Harry – mas você ia adorar ela, o Bichento
não é nada perto daquele bicho. Gostaria que ela tivesse vindo
com a gente. Ter um tigre para avançar em Malfoy não é
má idéia.
- Que horror, Harry...
Harry começou a rir, sentado na cadeira ao lado da cama. Hermione mordeu
os lábios para não rir alto.
- Você é muito mau, Potter.
Ele ergueu os olhos e ficaram se olhando um tempo.
- ...maaaau... - falou Mione, baixinho, zombando dele.
-...Pare de me olhar desse jeito... – resmungou Harry, encolhendo-se na cadeira.
- Que jeito? – perguntou inocente, achando que era piada.
- Ahm... sei lá... com esse olhar...
- Oh, é o único que eu tenho...
- A questão não é essa...
Mione continuou a olhar Harry, achando graça. Harry suspirou e ficou
olhando ela sem dizer nada.
- Diga alguma coisa. – falou Harry.
- Dizer? Tem certos momentos em que não há nada para se dizer.
Harry ficou quieto, olhando ela com os olhos arregalados. Pouco depois balançou
a cabeça e se levantou.
- Muito bem então, já vou indo. Veja se amanhece boa, menina,
e aparece nas aulas. Certo?
- Certo...
Harry levantou-se, meteu a mão na franja de Mione e a chacoalhou, atrapalhando
- a. Em seguida juntou a capa de invisibilidade e saiu. Antes de sair e cobrir
a cabeça, virou-se inocente para Mione:
- Ah, sim. Quem está nessa madrugada fazendo a ronda é Malfoy.
Se porventura você escutar um barulhão e uns gritos, sou eu empurrando
ele escada baixo. Tchauzinho.
- Pode deixar. – riu Mione.
*
Harry saiu e continuou sua jornada na volta. Escutou um barulhinho e encostou-se
a uma estátua. Olhou o mapa e viu que era nada mais nada menos que
Cho Chang, vindo de algum lugar que ele não fazia idéia de qual
era. A viu se afastar e pôs-se a andar. Mas ao dar dois passos para
correr pelo corredor, a capa se enroscou e rasgou no meio, enchendo o corredor
do ego de tecido rasgando.
- Ah, não! – resmungou, correndo feito louco e deixando a capa no lugar.
Abriu o mapa, e Draco estava perto. Voltou a se esconder mais para frente,
entre duas colunas, na escuridão. Viu Draco passar com mau humor. Assim
que ele sumiu de vista, Harry correu na direção oposta. Mas
foi fazer a curva e trombou com Cho Chang, que mais uma vez aparecia do nada.
- AI! – gemeu Cho, caindo de costas no chão. Balançou a cabeça
e ergueu os olhos – Harry?... Mas o...
- Shhh! – pediu Harry – Draco está fazendo a ronda! Se ele me pega,
eu...
A lamparina de Draco voltava do corredor. Harry engoliu um seco, pôs-se
de pé ao mesmo tempo em que puxava Cho pelo colarinho.
- Vamos, Cho, temos de sair daqui ou ele vai...
- Temos? – perguntou Cho. Harry ficou olhando para ela sem entender. Cho riu
cínica – Você não pode ser pego, meu filho. Eu não
estudo mais aqui, agora eu sou uma convidada, quase uma professora. Nada vai
me acontecer se o chato do Malfoy me encontrar. Já você...
Harry ficou branco.
- Você... não vai me entregar, vai?
- Hum... – pensou Cho – deixa eu ver...
Draco se aproximava. Mais um pouco e ele iria dar de cara com eles.
- Deixa eu pensar... – murmurou Cho – Morcego Azul.
Harry Não teve tempo de dizer nada. Cho o agarrou pela gola e o jogou
em uma passagem que abrira instantaneamente em suas costas, em seguida entrou
e ela se fechou.
- O que foi isso? – resmungou Harry, pondo-se de pé. Estava em uma
ante-sala de um amplo quarto.
- É meu quarto. – respondeu tranqüilamente, pondo-se de pé
e batendo o pó da roupa. – tinha desacostumado com a Murta que geme
e acordei incomodada com ela gemendo no corredor. Por coincidência encontrei
você fugindo do Draco... onde estava?
Harry não respondeu, olhava o quarto paralisado no lugar sem dizer
nada.
- Heim? – insistiu Cho. – onde você foi, moleque?
- N... não, eu só... tinha ido visitar Hermione.
- Hum... – resmungou de má vontade. – isso é hora?
- Não nos deixaram vê-la durante o dia, dei uma escapulida de
noite e fui lá, ela está boazinha.
- Interessante... murmurou Cho, acendendo as luzes da ante-sala e dirigindo-se
a uma estreita escada circular que subia ao teto, - Bem, já que está
aqui, vou lhe apresentar meus aposentos humildes...
Harry olhou em volta, era um quarto parecido com o de um monitor, mas um pouco
maior e mais confortável. Harry não imaginava que haviam tantos
quartos escondidos nas paredes de Hogwarts. Foi andando se sentindo pouco
à vontade, e subiu as escadinhas atrás de Cho. Era um pequeno
terraço, que ele nunca tinha reparado, como o alto de uma torrinha.
Dava para ver o céu, o horizonte, uma vista de quase 360 graus, só
atrapalhada pelas outras torres do castelo. Era uma noite limpa e muito clara,
por causa da lua cheia. Cho debruçou-se na beira do terraço,
respirou o arzinho gelado da madrugada e olhou em volta:
- Devo admitir, isso é muito melhor do que um quarto que as iniciantes
do quadribol profissional descolam nas primeiras partidas... tem lugar em
que a gente vai jogar que é cada muquifo...
Harry olhou Cho e riu. Devia mesmo ser chato ser um Zé ninguém
no quadribol. Imaginou o que Krum passou antes de ser uma grande estrela e
ter tantas regalias. Mas era assim, todo começo é assim. Cho
deu as costas para a vista e olhou Harry:
- Ah, Harry, você foi incrível no nosso jogo de Quadribol. De
verdade!
Harry sentiu um frio no estômago e ficou muito bravo por ainda ter aquela
sensação ao ouvir Cho falar com ele.
- Aquilo não foi nada. Murmurou Harry.
- Ah foi sim, foi um jogo difícil. Já contra a Sonserina, me
desculpe, você foi um fiasco. – riu. Harry a olhou bravo – como você
teve a coragem de perder para sua ex-amiga?
- Hermione não é minha ex-amiga.
- Hum? Ah, desculpe, não quis ofender. É que achei que ela estudando
na Sonserina, sendo apanhadora da Sonserina, bem... fosse natural vocês
serem inimigos... mas de qualquer jeito você bobeou. Hermione não
tem um terço do seu talento, e mesmo assim você foi perder daquele
jeito. Sorte que suas artilheiras são boas.
- Hermione não joga mal.
- Também não estou dizendo isso, Harry. Só estou analisando
profissionalmente, você tem de ter mais sangue-frio nos jogos... como
você teve no primeiro.
- Como? – Harry não entendia. Que papo era aquele?
- Eu fiz de propósito. – disparou Cho. – a conversa da noite anterior.
Eu fiz de propósito, para que no jogo você jogasse como deveria.
Fiquei com medo de não dar certo, mas você é um grande
jogador.
- Mas então... você... naquela noite... mentiu?
- Não, não menti. Em hipótese alguma. Mas eu fiz propositalmente
para saber qual seria sua reação. Nos jogos, Harry, devemos
saber separar as coisas. Da próxima vez que você jogar contra
Hermione, se você jogar, você deve se lembrar disso. Se você
e o Rony forem profissionais e jogarem em times separados, será inevitável
uma hora competirem entre si. E isso não pode abalar sua amizade. O
que fica no campo, fica no campo. Eu já tive de jogar contra Olívio.
Uma vez só, quando estávamos começando a namorar...
- Quem venceu?... – perguntou Harry, como se estivesse com pressa. Cho guardou
um silêncio.
- Nós vencemos. – disse Cho. – Mas eu não estava em campo. Ainda
era do time aspirante. Olívio já estava no profissional.
- Ah...
- Mas, se quer saber, ele venceria se eu estivesse em campo. – Harry ergueu
os olhos para Cho, que suspirou – naquela época eu ainda não
estava preparada para isso. Eu me sentiria culpada por vencê-lo. E ainda
sairia triste porque ele seria profissional o suficiente para massacrar meu
time. Não iria aceitar isso.
- Jura?... – Harry começou a ver Cho com outros olhos. Estava aprendendo
mais do que imaginava. E era ela que o ensinava, mesmo sem se tocar disso.-
Mas... Olívio parece gostar tanto de você...
- Ah, isso é porque o time dele está melhor do que o meu – riu
Cho – se nós alcançarmos e o passarmos ele vai amarrar a cara
para mim. No campo ele é formidável, mas fora dele ainda não
tem muita esportiva. Hehe... normal...
- Hum... Harry ergueu as sobrancelhas e riu. Cho voltava e estar bonita como
ele a via antes. Mas mesmo assim era uma beleza um pouco diferente, uma mais...
madura. – é verdade. Ele não tem muita esportiva quanto a isso...
Harry se aproximou e olhou a vista ao lado de Cho. Era uma boa vista. Cho
continuou olhando o chão.
- Tsc... estamos mal nesse campeonato inter casas. – Murmurou – perdi para
vocês, da Grifinória... vencemos a Lufa Lufa...
- Não vi o jogo – disse Harry – estávamos... viajando...
- É... vencemos... mas com a derrota... vocês já estão
nas finais. Venceram a Sonserina, nós da Corvinal... Lufa Lufa está
fora, eles têm um timinho medíocre... mas agora...
- Agora?... – perguntou Harry.
- Nós temos de vencer a Sonserina. – afirmou Cho. Harry engoliu um
seco. Cho virou-se rindo – Você vai torcer pra quem? Pra mim ou para
Hermione?
- Mas que pergunta... – gemeu Harry.
- Se você torcer para Hermione, eu irei compreender. – sorriu, se fazendo
de mulher madura – Mas, se você torcer para mim... eu juro que nunca
irei te perdoar.
- Como? Porquê?
- Hermione é sua melhor amiga, Harry, eu não irei admitir que
você torça por mim. Tá?
- Mas... e seu eu resolver torcer por você?
Cho se mostrou meio sem jeito e balançou a cabeça.
- Não me venha com essa. Isso é imperdoável, trair a
confiança da sua melhor amiga por causa disso.
- Ué? Porque você se culpa tanto? O problema seria meu, Cho.
- Talvez... – murmurou, erguendo os olhos. – Seja porque... eu estou passando
por isso.
Harry não entendeu o motivo de Cho estar tão sem graça.
Mas um instante e lhe veio um motivo na cabeça.
- Quer dizer... você está traindo a confiança de Olívio?
– perguntou Harry sem emoção.
- Não. – disparou Cho, virando o rosto – quer dizer... sim... e não...
Não me sinto bem... sabendo que estou com Olívio, mas pensando
em outra pessoa. É chato. Não queria que fosse comigo.
- Sabe, você tem mais caráter do que eu pensei. – disse Harry,
naturalmente, de frente para ela. Achou interessante vê-la tão
encabulada, mesmo que a incomodasse. Era divertido. Parecia bom para ele escutar
aquilo.
Cho respirou fundo olhando o chão e falando meio atrapalhada.
- É... é muito chato saber que estou com Olívio, mas
não consigo parar de pensar em você.
Então era isso. Cho desde o início tentava fazer Harry esquecer
que nutria uma paixão desde o início da adolescência e
ser frio o bastante para encarar o fato. Tudo porque ela estava com Olívio,
ainda gostava de Harry, mas não tinha coragem de deixar Olívio
e talvez magoá-lo.
Harry ficou sem ação, boquiaberto.
- Porque... não contou tudo antes?
- Não... não é tão fácil, Harry... – resmungou
Cho, coçando a nuca – Eu não achei que... eu não podia...
Eu não... devia.
- Não devia fazer o que seu coração manda? É tão
fácil simplesmente dizer a verdade...
- Olha, Harry – pediu Cho impaciente – Esquece, tá? Deixa tudo como
está, eu nunca te falei nada, você nunca escutou nada. Tá
bom assim?
Cho passou por ele, mas Harry teve coragem suficiente para segura-la pelo
braço.
- Não, não está bom não.
- Por favor, Harry, deixe todos pensarem que eu ainda sou uma apanhadora novata
metidinha, eu não quero comprometer ninguém, muito menos você.
- Depois do que eu ouvi agora, eu não vou simplesmente fingir que não
foi nada. Eu não quero perder essa chance... – apesar da voz sair um
pouco fraca, Harry estava decidido. Nervoso, com um frio no estômago,
mas estava certo do que queria.
Cho começou a ficar mais aflita do que já estava. Olhou Harry
nos olhos e suspirou:
- Por favor... eu não gostaria que soubessem sobre tudo o que falamos...
Harry parou ainda olhando Cho. Por um instante ele sentiu que estavam de volta
aos 15 anos. Aquela leve sensação de doce desespero quando se
está na frente daquela pessoa especial. Tentou decifrar o que Cho dizia
pelo negro olhar, mas não conseguiu. Então respirou fundo e
passou os braços dela pelo seu pescoço:
- É só nós não contarmos...
E lhe deu o beijo que guardava há cinco longos anos.
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*N.A 2*: Basicamente o mesmo da primeira versão. Aos que odeiam Harry e Cho, sim, eu tb detesto Harry e Cho. Mas a fic foi escrita ANTES do livro 5, e quando cheguei aqui vi que TINHA que fazer o harry ficar com a Cho e depois se 'desencatar' dela, afinal, essa fic pode ser muito sem-noção, ms tem um certo desconfiômetro. harry gosta de Cho, e Mione não gosta de ninguém. Eles não poderiam ficar juntos de um dia pro outro. E também achei melhor deixar passar o romance H/C da Ordem da Fênix, mas isso não muda grande coisa. No fim, dá na mesma, usar ou não o spoiler.
